Nome do Projeto
Análise da estrutura espacial urbana a partir dos aspectos configuracionais e das práticas no espaço urbano
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/10/2020 - 30/10/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas
Resumo
A estrutura espacial urbana pode ser entendida e analisada a partir de diferentes enfoques e características da cidade. Este trabalho investiga a estrutura espacial urbana, considerando dois aspectos específicos da morfologia urbana: configuração e função. Pretende-se explicar como a interação entre a configuração urbana e as práticas no espaço urbano contribui na estruturação espacial. Estas características morfológicas podem convergir, atuando em uma lógica de cooperação ou, em outras situações, a prática pode acontecer em espaços configuracionalmente desfavorecidos, evidenciando uma lógica de competição. A investigação pauta-se por estudos de morfologia urbana com um enfoque sistêmico, inserindo-se na linha dos estudos configuracionais urbanos. O método proposto consiste em descrever as diferentes características da forma urbana como elementos de uma mesma rede de relações. Desenvolve-se um modelo para representar sistemicamente a rede configuracional e as redes das práticas, incluindo as relações entre as práticas. O modelo possibilita analisar a estrutura espacial que se forma a partir da interação entre aspectos na escala global da cidade, referentes à configuração urbana e aspectos do contexto local, relativos às práticas no espaço urbano. As análises realizadas pretendem revelar em que medida as características da configuração urbana e das práticas cooperam ou competem entre si, gerando diferentes resultados no sistema. Os resultados esperados devem indicar que a estrutura espacial urbana depende tanto das características locais, associadas às práticas, quanto das características globais, associadas à configuração do sistema urbano.
Objetivo Geral
O objetivo geral consiste em explicar como a interação entre a configuração urbana e as práticas pode contribuir na estruturação do espaço urbano.
Justificativa
A abordagem sistêmica constitui-se como um instrumento importante para auxiliar as decisões no âmbito do planejamento urbano das cidades. A utilização de modelos na ciência possibilita relacionar a teoria com a realidade (Batty, 2007, p.6), através das simulações realizadas na modelagem para testar hipóteses e cenários do futuro. Em relação à modelagem urbana, a representação sistêmica da cidade é um elemento importante, visto que a forma de representação escolhida pode ser determinante para definição do tipo de modelo e para o alcance dos objetivos pretendidos.
A representação sistêmica da cidade, através da utilização de modelos e medidas que descrevem as características do sistema espacial urbano, oferece uma grande capacidade analítica. No campo de estudo da morfologia urbana, as abordagens sobre a configuração da cidade utilizam amplamente a representação sistêmica e a discussão sobre estas questões está bastante avançada. No entanto, ao considerar os diversos enfoques que os estudos morfológicos assumem, identifica-se a necessidade de expandir o modo de representar e analisar outras características dos elementos urbanos, além da configuração.
O estudo propõe o desenvolvimento de um modelo para a análise da estrutura espacial urbana considerando a configuração urbana e as práticas de forma integrada na estruturação do espaço urbano. O modelo já foi aplicado em um estudo de caso na cidade de Jaguarão-R.S., tendo obtido resultados satisfatórios, considerando o caráter de estudo exploratório. O momento em que se encontra o desenvolvimento do trabalho é propício para aperfeiçoar o modelo e testar novas hipóteses a respeito da distribuição das atividades na malha urbana e de suas relações. A continuidade do trabalho visa ampliar o conhecimento sobre os aspectos que influenciam a estrutura espacial urbana e explorar as possibilidades da modelagem urbana, incluindo o mapeamento de características relacionadas a aspectos sociais, culturais, econômicos ou funcionais da cidade.
Entende-se que existe uma lacuna entre os estudos configuracionais urbanos e os que abordam outros aspectos da forma urbana, no que se refere à questão da sua representação. Embora diferentes abordagens indiquem a existência de relações entre os elementos urbanos, suas características e a configuração urbana, muito pouco se avançou na representação destas relações. Segundo Krafta (1991, p.7), a descrição da estrutura espacial da cidade como um sistema tem tido êxito, ademais, se os elementos mais importantes e suas relações são identificados, é possível explicar o modo como regiões urbanas respondem à mudança e predizer os prováveis efeitos de diferentes políticas de planejamento.
A investigação busca contribuir considerando a configuração urbana e as práticas de forma integrada na estruturação do espaço urbano. A partir da representação sistêmica destes elementos e de suas relações, o trabalho pretende avançar no entendimento de como os aspectos na escala local e global da cidade contribuem para formar a estrutura de espaços urbanos. A análise espacial urbana constitui um amplo campo de conhecimento que está em constante desenvolvimento, buscando sempre aprimorar as ferramentas utilizadas para melhor auxiliar no planejamento das cidades. Este tipo de abordagem apresenta vantagens porque possibilita testar várias hipóteses para uma mesma situação. A realidade pesquisada pode ser entendida e analisada sob diferentes enfoques, estimulando a criação de soluções mais adequadas para cada problema.
A representação sistêmica da cidade, através da utilização de modelos e medidas que descrevem as características do sistema espacial urbano, oferece uma grande capacidade analítica. No campo de estudo da morfologia urbana, as abordagens sobre a configuração da cidade utilizam amplamente a representação sistêmica e a discussão sobre estas questões está bastante avançada. No entanto, ao considerar os diversos enfoques que os estudos morfológicos assumem, identifica-se a necessidade de expandir o modo de representar e analisar outras características dos elementos urbanos, além da configuração.
O estudo propõe o desenvolvimento de um modelo para a análise da estrutura espacial urbana considerando a configuração urbana e as práticas de forma integrada na estruturação do espaço urbano. O modelo já foi aplicado em um estudo de caso na cidade de Jaguarão-R.S., tendo obtido resultados satisfatórios, considerando o caráter de estudo exploratório. O momento em que se encontra o desenvolvimento do trabalho é propício para aperfeiçoar o modelo e testar novas hipóteses a respeito da distribuição das atividades na malha urbana e de suas relações. A continuidade do trabalho visa ampliar o conhecimento sobre os aspectos que influenciam a estrutura espacial urbana e explorar as possibilidades da modelagem urbana, incluindo o mapeamento de características relacionadas a aspectos sociais, culturais, econômicos ou funcionais da cidade.
Entende-se que existe uma lacuna entre os estudos configuracionais urbanos e os que abordam outros aspectos da forma urbana, no que se refere à questão da sua representação. Embora diferentes abordagens indiquem a existência de relações entre os elementos urbanos, suas características e a configuração urbana, muito pouco se avançou na representação destas relações. Segundo Krafta (1991, p.7), a descrição da estrutura espacial da cidade como um sistema tem tido êxito, ademais, se os elementos mais importantes e suas relações são identificados, é possível explicar o modo como regiões urbanas respondem à mudança e predizer os prováveis efeitos de diferentes políticas de planejamento.
A investigação busca contribuir considerando a configuração urbana e as práticas de forma integrada na estruturação do espaço urbano. A partir da representação sistêmica destes elementos e de suas relações, o trabalho pretende avançar no entendimento de como os aspectos na escala local e global da cidade contribuem para formar a estrutura de espaços urbanos. A análise espacial urbana constitui um amplo campo de conhecimento que está em constante desenvolvimento, buscando sempre aprimorar as ferramentas utilizadas para melhor auxiliar no planejamento das cidades. Este tipo de abordagem apresenta vantagens porque possibilita testar várias hipóteses para uma mesma situação. A realidade pesquisada pode ser entendida e analisada sob diferentes enfoques, estimulando a criação de soluções mais adequadas para cada problema.
Metodologia
A metodologia da pesquisa está pautada em uma abordagem sistêmica, que encontra suporte na utilização de medidas de diferenciação espacial, de análises estatísticas e em um Sistema de Informações Geográficas (SIG) para descrever o espaço urbano, processar e visualizar as informações e realizar análises espaciais. As etapas principais que compõem a metodologia são as seguintes: fundamentação teórica e construção das hipóteses, desenvolvimento do modelo para a análise da estrutura espacial urbana, experimentação através de estudo de caso empírico, análise dos resultados, registro e comunicação dos resultados.
A primeira etapa se refere à construção do arcabouço teórico e das hipóteses do trabalho, buscando referências nos estudos de morfologia urbana com um enfoque sistêmico da cidade, bem como, em abordagens específicas sobre determinadas temáticas relacionadas às práticas no espaço urbano. Igualmente importantes para compor o escopo teórico-metodológico desta investigação são os estudos configuracionais urbanos, a teoria dos grafos e os estudos sobre redes.
O método para a análise da estrutura espacial urbana consiste em descrever os aspectos configuracionais e funcionais da forma urbana como elementos de uma mesma rede de relações. Desenvolve-se a representação sistêmica da rede configuracional e das redes das práticas, de modo que estas possibilitam a análise da estrutura espacial que se forma a partir da interação entre a configuração urbana e as práticas no espaço urbano, incluindo também as relações entre as práticas.
O desenvolvimento do modelo inclui as etapas de experimentação e análise dos resultados. Para isso, estão previstas as seguintes etapas de trabalho:
a) Delimitação do sistema espacial: inclui a definição dos componentes que fazem parte da análise e a definição da unidade de representação espacial. A definição da unidade de representação espacial deve ser adequada aos objetivos e às análises propostas.
b) Definição das diferentes redes: a partir do grafo do sistema espacial urbano, são definidos os elementos que compõem os grafos referentes à cada rede. Estes elementos correspondem a um dos elementos no grafo do sistema espacial.
c) Identificação das situações de cooperação e competição entre configuração urbana e práticas: através de uma análise estatística de correspondência entre a rede configuracional e a distribuição das práticas no espaço urbano, para avaliar as situações em que as práticas e a configuração competem e as situações nas quais elas se fortalecem, evidenciando uma relação de cooperação.
d) Análise da estrutura espacial urbana, a partir das diferentes redes. A descrição desta estrutura pode ser realizada com o auxílio de medidas de diferenciação espacial, que provêem critérios para a classificação dos espaços segundo sua hierarquia. As medidas de diferenciação espacial podem ser processadas no software Medidas Urbanas (Polidori et al., 2001). Complementarmente, realizam-se análises espaciais através da utilização de ferramentas disponíveis em SIG para auxiliar na verificação das hipóteses do trabalho. Pretende-se analisar a associação entre a rede configuracional e a rede das práticas, utilizando-se uma análise estatística de correspondência e verificando-se as diferenças e similaridades, a partir da sobreposição dos mapas temáticos dessas redes.
e) Análise da estrutura espacial urbana considerando a interação entre a configuração urbana e as práticas: propõe-se o desenvolvimento de uma medida combinada, incluindo na representação da estrutura espacial as características da rede configuracional e da rede das práticas.
f) Validação do instrumento de análise: consiste em uma verificação da eficiência do método proposto, a partir de uma análise estatística de correlação entre os resultados obtidos e uma variável externa ao instrumento proposto, que indique o grau de movimento ou de apropriação dos espaços dos diferentes espaços pelas pessoas. Essa variável será definida no decorrer do estudo.
Para a realização do estudo de caso, foi escolhida a cidade de Jaguarão - R.S., devido à disponibilidade dos dados e também à realização de projetos de ensino e de extensão voltados para o planejamento urbano dessa cidade, realizados por professores e alunos da UFPel. Em Jaguarão, a rede das práticas é representada pelas atividades de comércio e serviço. Estudos empíricos também estão sendo realizados na cidade de Pelotas – R.S., voltados para as temáticas de mobilidade urbana e áreas verdes de lazer, buscando explorar outros tipos de práticas no espaço urbano.
A primeira etapa se refere à construção do arcabouço teórico e das hipóteses do trabalho, buscando referências nos estudos de morfologia urbana com um enfoque sistêmico da cidade, bem como, em abordagens específicas sobre determinadas temáticas relacionadas às práticas no espaço urbano. Igualmente importantes para compor o escopo teórico-metodológico desta investigação são os estudos configuracionais urbanos, a teoria dos grafos e os estudos sobre redes.
O método para a análise da estrutura espacial urbana consiste em descrever os aspectos configuracionais e funcionais da forma urbana como elementos de uma mesma rede de relações. Desenvolve-se a representação sistêmica da rede configuracional e das redes das práticas, de modo que estas possibilitam a análise da estrutura espacial que se forma a partir da interação entre a configuração urbana e as práticas no espaço urbano, incluindo também as relações entre as práticas.
O desenvolvimento do modelo inclui as etapas de experimentação e análise dos resultados. Para isso, estão previstas as seguintes etapas de trabalho:
a) Delimitação do sistema espacial: inclui a definição dos componentes que fazem parte da análise e a definição da unidade de representação espacial. A definição da unidade de representação espacial deve ser adequada aos objetivos e às análises propostas.
b) Definição das diferentes redes: a partir do grafo do sistema espacial urbano, são definidos os elementos que compõem os grafos referentes à cada rede. Estes elementos correspondem a um dos elementos no grafo do sistema espacial.
c) Identificação das situações de cooperação e competição entre configuração urbana e práticas: através de uma análise estatística de correspondência entre a rede configuracional e a distribuição das práticas no espaço urbano, para avaliar as situações em que as práticas e a configuração competem e as situações nas quais elas se fortalecem, evidenciando uma relação de cooperação.
d) Análise da estrutura espacial urbana, a partir das diferentes redes. A descrição desta estrutura pode ser realizada com o auxílio de medidas de diferenciação espacial, que provêem critérios para a classificação dos espaços segundo sua hierarquia. As medidas de diferenciação espacial podem ser processadas no software Medidas Urbanas (Polidori et al., 2001). Complementarmente, realizam-se análises espaciais através da utilização de ferramentas disponíveis em SIG para auxiliar na verificação das hipóteses do trabalho. Pretende-se analisar a associação entre a rede configuracional e a rede das práticas, utilizando-se uma análise estatística de correspondência e verificando-se as diferenças e similaridades, a partir da sobreposição dos mapas temáticos dessas redes.
e) Análise da estrutura espacial urbana considerando a interação entre a configuração urbana e as práticas: propõe-se o desenvolvimento de uma medida combinada, incluindo na representação da estrutura espacial as características da rede configuracional e da rede das práticas.
f) Validação do instrumento de análise: consiste em uma verificação da eficiência do método proposto, a partir de uma análise estatística de correlação entre os resultados obtidos e uma variável externa ao instrumento proposto, que indique o grau de movimento ou de apropriação dos espaços dos diferentes espaços pelas pessoas. Essa variável será definida no decorrer do estudo.
Para a realização do estudo de caso, foi escolhida a cidade de Jaguarão - R.S., devido à disponibilidade dos dados e também à realização de projetos de ensino e de extensão voltados para o planejamento urbano dessa cidade, realizados por professores e alunos da UFPel. Em Jaguarão, a rede das práticas é representada pelas atividades de comércio e serviço. Estudos empíricos também estão sendo realizados na cidade de Pelotas – R.S., voltados para as temáticas de mobilidade urbana e áreas verdes de lazer, buscando explorar outros tipos de práticas no espaço urbano.
Indicadores, Metas e Resultados
Os resultados a alcançar podem ser resumidos nos seguintes:
Avanço no conhecimento de como a interação entre a configuração urbana e as práticas no espaço urbano contribuem na estruturação espacial urbana.
Desenvolvimento de um modelo para a análise da estrutura espacial urbana, considerando as características da morfologia urbana relacionadas à configuração e às práticas.
Estudo de caso realizado, para a cidade de Jagurão-R.S., com a produção de mapas temáticos e as respectivas interpretações dos resultados.
Estudos de caso na cidade de Pelotas para explorar diferentes tipos de práticas e sua relação com a configuração urbana.
Avanço no conhecimento de como a interação entre a configuração urbana e as práticas no espaço urbano contribuem na estruturação espacial urbana.
Desenvolvimento de um modelo para a análise da estrutura espacial urbana, considerando as características da morfologia urbana relacionadas à configuração e às práticas.
Estudo de caso realizado, para a cidade de Jagurão-R.S., com a produção de mapas temáticos e as respectivas interpretações dos resultados.
Estudos de caso na cidade de Pelotas para explorar diferentes tipos de práticas e sua relação com a configuração urbana.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANA PAULA NETO DE FARIA | 2 | ||
ANA PAULA POLIDORI ZECHLINSKI | |||
HENRIQUE GRANZOTTO DOS SANTOS | |||
MAURICIO COUTO POLIDORI | 2 |