Nome do Projeto
Uso de antimicrobianos no período gestacional
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
29/09/2020 - 28/02/2023
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
O uso global de antimicrobianos teve aumento de 114% em países de baixa e
média renda, entre o período de 2000 a 2015. A utilização destes medicamentos
no período gestacional tornou-se uma preocupação em saúde pública, não
somente no espectro do desenvolvimento de mecanismos de resistência
bacteriana, mas também nos possíveis riscos a curto e longo prazo à saúde das
crianças. As prevalências do uso de antimicrobianos na gestação em países
desenvolvidos como Estados Unidos e França estão em torno de 40%, sendo foco
de discussões na literatura sobre possíveis políticas de controle destes
medicamentos, além do uso racional dos mesmos. No Brasil, o uso racional dos
antimicrobianos está fundamentado na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC)
n°44/2010, que estabeleceu mecanismos para prescrição e controle da
dispensação destes medicamentos. Sendo assim, o presente projeto de pesquisa
terá como resultado três artigos pertinentes ao tema, sendo o primeiro uma revisão
sistemática explorando o tema a utilização de antimicrobianos no período
gestacional. O segundo artigo será um estudo comparativo do uso de
antimicrobianos pelas gestantes das Coortes de 2004 e 2015, na cidade de Pelotas,
Rio Grande do Sul, por trimestre de gestação e grupos farmacológicos,
considerando uma intervenção (RDC 44/2010). Por fim, o terceiro artigo será
sobre exposição materna a antimicrobianos no período gestacional e possível
associação com asma nas crianças, utilizando dados dos acompanhamentos dos
12, 24 e 48 meses da Coorte de nascimentos de 2015.
Objetivo Geral
Descrever as prevalências do uso de antimicrobianos e verificar o padrão do
uso entre as gestantes da Coorte de 2004 e de 2015 da cidade de Pelotas – RS.
uso entre as gestantes da Coorte de 2004 e de 2015 da cidade de Pelotas – RS.
Justificativa
Existem evidências ecológicas do aumento da prevalência de doenças
alérgicas, tais como asma e rinite, conforme há o aumento nas vendas de
antimicrobianos, inclusive em países da América Latina78. Embora a utilização de
antimicrobianos na infância seja considerada um potencial fator de risco para o
desenvolvimento de asma nas crianças79 pouco se conhece a respeito dos efeitos
destes medicamentos na primeira infância quando utilizados no período
gestacional. Tendo em conta o conjunto de evidências experimentais e
observacionais até o momento e considerando que tanto o desenvolvimento
embrionário quanto fetal são estágios críticos para a formação do sistema
imunológico e neuroendócrino da criança33, sendo também susceptíveis aos
efeitos dos antimicrobianos de amplo espectro com capacidade de atravessar a
barreira placentária assim como a possível influência de exposições cada vez
mais precoces, no período gestacional ou infância, na carga de doenças na vida
adulta, através da hipótese da programação fetal.
Por fim, o presente projeto poderá contribuir para diminuir as lacunas
acerca do tema proposto, uma vez que os estudos encontrados na revisão de
literatura foram realizados em países desenvolvidos, sendo que atualmente o
principal vetor do consumo mundial de antimicrobianos, de forma geral, são os
países de baixa e média renda. Será desenvolvida uma revisão sistemática sobre
o uso de antibióticos na gestação e um estudo de comparação com dados da Coorte
de 2004 da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, sobre o perfil de consumo de
antimicrobianos no período gestacional, classificando por trimestres e grupos
farmacológicos, tendo em vista a intervenção da RDC nº 20/2011, que dispõe
sobre o controle da prescrição e dispensação de antimicrobianos, e o aumento do
uso indiscriminado destes medicamentos nos últimos anos, em nível mundial. O
terceiro artigo será um estudo que considere a exposição a antimicrobianos por
trimestre de gestação com dados da Coorte de nascimentos de 2015, na cidade de
Pelotas, Rio Grande do Sul, e sua possível associação com asma na primeira
infância.
alérgicas, tais como asma e rinite, conforme há o aumento nas vendas de
antimicrobianos, inclusive em países da América Latina78. Embora a utilização de
antimicrobianos na infância seja considerada um potencial fator de risco para o
desenvolvimento de asma nas crianças79 pouco se conhece a respeito dos efeitos
destes medicamentos na primeira infância quando utilizados no período
gestacional. Tendo em conta o conjunto de evidências experimentais e
observacionais até o momento e considerando que tanto o desenvolvimento
embrionário quanto fetal são estágios críticos para a formação do sistema
imunológico e neuroendócrino da criança33, sendo também susceptíveis aos
efeitos dos antimicrobianos de amplo espectro com capacidade de atravessar a
barreira placentária assim como a possível influência de exposições cada vez
mais precoces, no período gestacional ou infância, na carga de doenças na vida
adulta, através da hipótese da programação fetal.
Por fim, o presente projeto poderá contribuir para diminuir as lacunas
acerca do tema proposto, uma vez que os estudos encontrados na revisão de
literatura foram realizados em países desenvolvidos, sendo que atualmente o
principal vetor do consumo mundial de antimicrobianos, de forma geral, são os
países de baixa e média renda. Será desenvolvida uma revisão sistemática sobre
o uso de antibióticos na gestação e um estudo de comparação com dados da Coorte
de 2004 da cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, sobre o perfil de consumo de
antimicrobianos no período gestacional, classificando por trimestres e grupos
farmacológicos, tendo em vista a intervenção da RDC nº 20/2011, que dispõe
sobre o controle da prescrição e dispensação de antimicrobianos, e o aumento do
uso indiscriminado destes medicamentos nos últimos anos, em nível mundial. O
terceiro artigo será um estudo que considere a exposição a antimicrobianos por
trimestre de gestação com dados da Coorte de nascimentos de 2015, na cidade de
Pelotas, Rio Grande do Sul, e sua possível associação com asma na primeira
infância.
Metodologia
O presente estudo consistirá em um delineamento longitudinal prospectivo
utilizando dados de dois estudos de Coorte de nascidos vivos, nos anos 2004 e
2015, na cidade de Pelotas – RS. Os procedimentos e metodologia de ambas as
coortes foram semelhantes no estudo do perinatal, sendo que um total de 4.231
mães residentes na zona urbana de Pelotas aceitaram participar do estudo e seus
respectivos recém nascidos passaram a fazer parte da Coorte de Nascimentos de
Pelotas do ano de 2004. No presente projeto serão utilizados dados do estudo do
perinatal sobre o uso de antimicrobianos no período gestacional para a
comparação das prevalências com a Coorte de Nascimentos de Pelotas do ano de
2015. Este estudo, por sua vez, conta com dados de 4.275 nascidos vivos no ano
de 2015 na cidade de Pelotas com informações referentes ao período pré e
perinatal. Em relação ao estudo de associação proposto, este será realizado
utilizando dados dos acompanhamentos dos 12, 24 e 48 meses da Coorte de
Nascimentos de 2015.
utilizando dados de dois estudos de Coorte de nascidos vivos, nos anos 2004 e
2015, na cidade de Pelotas – RS. Os procedimentos e metodologia de ambas as
coortes foram semelhantes no estudo do perinatal, sendo que um total de 4.231
mães residentes na zona urbana de Pelotas aceitaram participar do estudo e seus
respectivos recém nascidos passaram a fazer parte da Coorte de Nascimentos de
Pelotas do ano de 2004. No presente projeto serão utilizados dados do estudo do
perinatal sobre o uso de antimicrobianos no período gestacional para a
comparação das prevalências com a Coorte de Nascimentos de Pelotas do ano de
2015. Este estudo, por sua vez, conta com dados de 4.275 nascidos vivos no ano
de 2015 na cidade de Pelotas com informações referentes ao período pré e
perinatal. Em relação ao estudo de associação proposto, este será realizado
utilizando dados dos acompanhamentos dos 12, 24 e 48 meses da Coorte de
Nascimentos de 2015.
Indicadores, Metas e Resultados
Hipóteses
• A prevalência do uso total de antimicrobianos na gestação diminuirá 10 pontos
percentuais74,76 nas gestantes pertencentes a Coorte de 2015 quando
comparadas as gestantes da Coorte de 2004, sendo o peso desta diferença
maior no terceiro trimestre de gestação.
• Dentre os grupos farmacológicos, os antimicrobianos beta-lactâmicos e
penicilinas serão os responsáveis pela maior diferença de aumento na
prevalência de uso, seguido das classes dos Macrolídeos e Aminoglicosídeos,
respectivamente.
• As crianças cujas mães fizeram uso de antimicrobianos na gestação,
independentemente do trimestre, apresentarão maior risco de asma quando
comparados aos filhos de mães que não usaram antimicrobianos no mesmo
período.
• O risco de desenvolvimento de asma na primeira infância será maior nos filhos
de mães que utilizaram antimicrobianos em todos os trimestres de gestação
quando comparadas as crianças cujas mães utilizaram antimicrobianos em
apenas um trimestre.
Artigos planejados
Artigo 1 (revisão): Uso de antimicrobianos na gestação: Revisão sistemática.
Artigo 2: Estudo comparativo do uso de antimicrobianos pelas gestantes das
coortes de 2004 e 2015 por trimestre de gestação e grupos farmacológicos.
Artigo 3: Associação entre uso de antimicrobianos na gestação com asma em
crianças da coorte de 2015, Pelotas, Brasil.
• A prevalência do uso total de antimicrobianos na gestação diminuirá 10 pontos
percentuais74,76 nas gestantes pertencentes a Coorte de 2015 quando
comparadas as gestantes da Coorte de 2004, sendo o peso desta diferença
maior no terceiro trimestre de gestação.
• Dentre os grupos farmacológicos, os antimicrobianos beta-lactâmicos e
penicilinas serão os responsáveis pela maior diferença de aumento na
prevalência de uso, seguido das classes dos Macrolídeos e Aminoglicosídeos,
respectivamente.
• As crianças cujas mães fizeram uso de antimicrobianos na gestação,
independentemente do trimestre, apresentarão maior risco de asma quando
comparados aos filhos de mães que não usaram antimicrobianos no mesmo
período.
• O risco de desenvolvimento de asma na primeira infância será maior nos filhos
de mães que utilizaram antimicrobianos em todos os trimestres de gestação
quando comparadas as crianças cujas mães utilizaram antimicrobianos em
apenas um trimestre.
Artigos planejados
Artigo 1 (revisão): Uso de antimicrobianos na gestação: Revisão sistemática.
Artigo 2: Estudo comparativo do uso de antimicrobianos pelas gestantes das
coortes de 2004 e 2015 por trimestre de gestação e grupos farmacológicos.
Artigo 3: Associação entre uso de antimicrobianos na gestação com asma em
crianças da coorte de 2015, Pelotas, Brasil.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANDREA HOMSI DAMASO | 2 | ||
FERNANDO SILVA GUIMARÃES | |||
THAYNÃ RAMOS FLORES |