Nome do Projeto
Impactos da pandemia da COVID-19 sobre a publicação e editoração científica: desigualdades de gênero e raça
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
03/11/2020 - 31/10/2021
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A diversidade de gênero e raça no meio acadêmico é necessária para o desenvolvimento da ciência e o enfrentamento à pandemia. A participação limitada de mulheres e de pessoas negras na condução de pesquisas sobre a COVID-19, assim como na editoria científica, pode alterar a ênfase em aspectos relevantes para populações específicas. A pesquisa tem como objetivo investigar os impactos da pandemia da COVID-19 sobre a publicação e editoração científica e analisar desigualdades segundo gênero e raça dos editores e revisores de periódicos científicos. Hipotetiza-se que a pandemia da COVID-19 provocou impactos sobre a publicação e editoração científica, com maiores prejuízos para mulheres, pessoas negras e pessoas responsáveis pelos cuidados de filhos e pessoas com doenças ou incapacidades. O desenho do estudo é transversal. Os participantes são pessoas que realizam as atividades de revisão de artigos científicos e/ou editoração de periódicos científicos, com acesso a internet. A amostragem será do tipo não probabilística, com processo em cadeia. Inicialmente, serão convidados a participar da pesquisa 100 pessoas que atuam na área, sendo 20 vinculadas a instituições acadêmicas e/ou científicas localizadas em cada uma das cinco macrorregiões geográficas do Brasil (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul, Centro-Oeste). Por meio de e-mail será enviado convite para participação na pesquisa e link para o formulário, juntamente com solicitação para que cada pessoa encaminhe o link para pelo menos mais 10 pessoas de sua rede de relacionamentos, com diversidade de sexo, gênero, idade e raça/cor da pele, que também atuem na revisão de artigos científicos e/ou editoração de periódicos científicos. Estes respondentes, por sua vez, serão incentivados a divulgar o link para a pesquisa a outras pessoas de sua rede de relacionamentos, conformando um processo de amostragem em cadeia. O link para o formulário da pesquisa será disponibilizado em plataformas de mídia social de revistas científicas e grupos de editores (twitter, facebook, instagram e aplicativo WhatsApp). O formulário ficará disponível on-line durante o período de duas semanas, após a aprovação do projeto pelo sistema CEP/CONEP, e poderá ser prorrogado até que seja alcançado o número mínimo de 1.000 participantes. Serão coletadas variáveis referentes a (i) características sociodemográficas, laborais e familiares; (ii) atuação na editoração científica (Revisor(a) de artigos, Editor(a) associado(a) ou adjunto(a), Membro de comitê ou conselho editorial, Editor(a)-chefe), exclusivamente para editores-chefes serão coletadas variáveis referentes às revistas; (iii) mudanças no trabalho durante a pandemia; (iv) organização doméstica durante a pandemia; (v) saúde e autocuidado. As análises incluem o cálculo das proporções de respostas para o total da amostra e segundo características dos participantes e estimativas das associações entre o sexo/gênero e a raça dos participantes e desfechos de interesse (diminuição do tempo disponível para atividades relacionadas à publicação e editoração científica, descumprimento de prazos para revisão de artigos), por meio do teste qui-quadrado de Pearson e regressão logística não condicional, com nível de significância de 5%. Serão realizadas análises multivariáveis considerando o potencial efeito confundidor ou mediador das variáveis relacionadas à organização doméstica e situação de saúde.
Objetivo Geral
Investigar os impactos da pandemia da COVID-19 sobre a publicação e editoração científica científica e analisar desigualdades segundo gênero e raça dos editores e revisores de periódicos científicos.
Justificativa
A COVID-19, doença que emergiu na China, no final de 2019, rapidamente se espalhou pelos cinco continentes e foi declarada pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 11 de março de 2020. As intervenções não farmacológicas (INF) indicadas para contenção da transmissão da doença - que incluem o distanciamento social e a restrição ou proibição ao funcionamento de escolas, universidades, locais de convívio comunitário, transporte público, além de outros locais onde há aglomeração de pessoas - provocaram mudanças radicais na vida das pessoas, famílias e comunidades, e impactaram também o meio científico.2
Ao mesmo tempo, o enfrentamento a esta doença totalmente nova demanda a produção de conhecimentos e o desenvolvimento de testes diagnósticos, tratamentos e vacinas. Nesse contexto, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico devem ser priorizados, assim como a rápida divulgação de seus resultados (Oliveira et al, 2020). Em resposta, a literatura científica relacionada à COVID-19 apresentou crescimento explosivo, acompanhando a produção acadêmica e científica. De janeiro a meados de maio de 2020, a literatura sobre COVID-19 incluiu 31 mil artigos, e se aproximou de 50 mil na metade de junho (Bainard, 2020).
Contudo, estudos têm evidenciado o acirramento das desigualdades de sexo e gênero na pesquisa e na publicação científica no contexto da pandemia. Em periódicos médicos, foi observada baixa representação de mulheres como primeiras autoras de artigos sobre COVID-19 publicados em março e abril de 2020 (Andersen et al, 2020). Nesses meses, autoras do sexo feminino publicaram menos artigos nos servidores de preprints, em comparação ao mesmo período do ano anterior (Vincent-Lamarre; Sugimoto & Larivière, 2020), e o número de autores do sexo masculino cresceu mais rapidamente que do feminino (Frederickson, 2020). Além das causas preexistentes de tais desigualdades, principalmente relacionadas ao sexismo, tem sido relatada menor dedicação das mulheres ao desenvolvimento de suas pesquisas, em decorrência do aumento do tempo com a realização de atividades domésticas e de cuidado durante o isolamento, especialmente entre as mulheres que têm filhos em casa (Gabster et al, 2020).
É conhecido o impacto de ter filhos e do envolvimento dos pais em seu cuidado na produtividade acadêmica. O tempo investido neste cuidado está relacionado às diferenças de produtividade para homens e mulheres (Staniscuaski et al, 2020a). Pesquisa online realizada no Brasil, com a participação de 3.345 acadêmicos de diversas áreas do conhecimento, revelou a influência de gênero, da raça e da maternidade/paternidade na produtividade acadêmica durante a pandemia. Acadêmicos do sexo masculino, especialmente os sem filhos, formaram o grupo menos afetado, as mulheres negras e mães, foram o grupo mais prejudicado. As autoras prevêem que esse contexto provocará efeitos de longo prazo na progressão da carreira científica das pessoas afetadas (Staniscuaski et al, 2020b).
Sugimoto e Frederickson (2020) supõem que as obrigações de cuidado com crianças, que aumentaram com o fechamento de escolas e creches, contribuam o agravamento das desigualdades. Os acadêmicos do sexo masculino também têm filhos, mas têm quatro vezes mais chances de terem uma parceira que realiza trabalho doméstico em período integral, em comparação às acadêmicas do sexo feminino, que têm mais chances de terem parceiros que também trabalham fora de casa. As mulheres também são responsáveis únicas por crianças com maior frequência do que os homens. Mesmo em relacionamentos nos quais ambos parceiros são acadêmicos, geralmente há uma divisão desigual do trabalho (Zimmer, 2020).
A raça/cor da pele, embora seja relevante marcador de desigualdades na pesquisa e na publicação científica, suas categorias não são facilmente identificáveis a partir das informações publicadas nos artigos. Todavia, é conhecida a sub-representação da população negra e o racismo na ciência (The Cell Editorial Team, 2020). Tal situação foi evidenciada na onda de protestos contra o racismo em resposta às mortes de homens negros por policiais nos Estados Unidos da América, em junho de 2020 (Subbamanan 2020). É importante reconhecer que as mulheres negras enfrentam desafios ainda maiores e desenvolver ações estruturais que apoiem sua participação na pesquisa e na publicação científica (Gabster et al, 2020).
A diversidade de gênero e raça no meio acadêmico é necessária para o desenvolvimento da ciência e o enfrentamento à pandemia. A participação limitada de mulheres e de pessoas negras na condução de pesquisas sobre a COVID-19, assim como na editoria científica, pode alterar a ênfase em aspectos relevantes para populações específicas. Garantir sua presença é fundamental para o enfrentamento à pandemia, uma vez que tais minorias na academia relatam, com maior frequência, resultados de pesquisa desagregados por sexo, gênero e raça. Isso contribui para melhorar a compreensão dos aspectos clínicos e epidemiológicos da COVID-19, particularmente face a evidências de disparidades segundo estas características na incidência, na mortalidade e nos impactos socioeconômicos da doença (Pinho-Gomes et al, 2020).
Iniciativas internacionais, como a liderada pela organização GENDRO, chamam a atenção para a importância da incorporação da perspectiva de sexo, gênero e raça nas pesquisas sobre a COVID-19, e clamam por um compromisso renovado com a pesquisa sensível ao gênero e a outras dimensões de desigualdade para a equidade em saúde e os direitos humanos no contexto da pandemia (GENDRO, 2019). Tais iniciativas alinham-se às diretrizes sobre Equidade de Sexo e Gênero em Pesquisa (Sex and Gender Equity in Research – SAGER) que, entre outros aspectos, enfatizam o papel de todos os envolvidos na pesquisa e na publicação científica – incluindo-se pesquisadores, editores, revisores e financiadores – para a promoção da equidade, em benefício de toda a sociedade (Heidari et al, 2017; Garcia e Duarte, 2017).
É interessante e informativo considerar as pessoas envolvidas na publicação e editoração científica como grupo de estudo, uma vez que é improvável que, sendo pesquisadores e acadêmicos preeminentes e com carreiras consolidadas, tenham perdido o emprego em consequência da pandemia. Portanto, é possível estimar, neste grupo, efeitos sobre a produtividade que não são confundidos por mudanças na situação de emprego. Por outro lado, aqueles em início de carreira tendem a ser mais afetados e a falta de oportunidades pode gerar desestímulo a jovens promissores seguirem na carreira de pesquisa, além de contribuir para a “fuga de cérebros”.
Também é relevante conhecer as iniciativas que os periódicos científicos desenvolvem para abordar as desigualdades de gênero e raça na publicação e as mudanças ocorridas nas revistas no âmbito da pandemia.
Nesse contexto, justifica-se a realização de estudo a respeito dos impactos da pandemia da COVID-19 sobre a produção e publicação científica, com ênfase nas desigualdades de gênero e raça.
Ao mesmo tempo, o enfrentamento a esta doença totalmente nova demanda a produção de conhecimentos e o desenvolvimento de testes diagnósticos, tratamentos e vacinas. Nesse contexto, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico devem ser priorizados, assim como a rápida divulgação de seus resultados (Oliveira et al, 2020). Em resposta, a literatura científica relacionada à COVID-19 apresentou crescimento explosivo, acompanhando a produção acadêmica e científica. De janeiro a meados de maio de 2020, a literatura sobre COVID-19 incluiu 31 mil artigos, e se aproximou de 50 mil na metade de junho (Bainard, 2020).
Contudo, estudos têm evidenciado o acirramento das desigualdades de sexo e gênero na pesquisa e na publicação científica no contexto da pandemia. Em periódicos médicos, foi observada baixa representação de mulheres como primeiras autoras de artigos sobre COVID-19 publicados em março e abril de 2020 (Andersen et al, 2020). Nesses meses, autoras do sexo feminino publicaram menos artigos nos servidores de preprints, em comparação ao mesmo período do ano anterior (Vincent-Lamarre; Sugimoto & Larivière, 2020), e o número de autores do sexo masculino cresceu mais rapidamente que do feminino (Frederickson, 2020). Além das causas preexistentes de tais desigualdades, principalmente relacionadas ao sexismo, tem sido relatada menor dedicação das mulheres ao desenvolvimento de suas pesquisas, em decorrência do aumento do tempo com a realização de atividades domésticas e de cuidado durante o isolamento, especialmente entre as mulheres que têm filhos em casa (Gabster et al, 2020).
É conhecido o impacto de ter filhos e do envolvimento dos pais em seu cuidado na produtividade acadêmica. O tempo investido neste cuidado está relacionado às diferenças de produtividade para homens e mulheres (Staniscuaski et al, 2020a). Pesquisa online realizada no Brasil, com a participação de 3.345 acadêmicos de diversas áreas do conhecimento, revelou a influência de gênero, da raça e da maternidade/paternidade na produtividade acadêmica durante a pandemia. Acadêmicos do sexo masculino, especialmente os sem filhos, formaram o grupo menos afetado, as mulheres negras e mães, foram o grupo mais prejudicado. As autoras prevêem que esse contexto provocará efeitos de longo prazo na progressão da carreira científica das pessoas afetadas (Staniscuaski et al, 2020b).
Sugimoto e Frederickson (2020) supõem que as obrigações de cuidado com crianças, que aumentaram com o fechamento de escolas e creches, contribuam o agravamento das desigualdades. Os acadêmicos do sexo masculino também têm filhos, mas têm quatro vezes mais chances de terem uma parceira que realiza trabalho doméstico em período integral, em comparação às acadêmicas do sexo feminino, que têm mais chances de terem parceiros que também trabalham fora de casa. As mulheres também são responsáveis únicas por crianças com maior frequência do que os homens. Mesmo em relacionamentos nos quais ambos parceiros são acadêmicos, geralmente há uma divisão desigual do trabalho (Zimmer, 2020).
A raça/cor da pele, embora seja relevante marcador de desigualdades na pesquisa e na publicação científica, suas categorias não são facilmente identificáveis a partir das informações publicadas nos artigos. Todavia, é conhecida a sub-representação da população negra e o racismo na ciência (The Cell Editorial Team, 2020). Tal situação foi evidenciada na onda de protestos contra o racismo em resposta às mortes de homens negros por policiais nos Estados Unidos da América, em junho de 2020 (Subbamanan 2020). É importante reconhecer que as mulheres negras enfrentam desafios ainda maiores e desenvolver ações estruturais que apoiem sua participação na pesquisa e na publicação científica (Gabster et al, 2020).
A diversidade de gênero e raça no meio acadêmico é necessária para o desenvolvimento da ciência e o enfrentamento à pandemia. A participação limitada de mulheres e de pessoas negras na condução de pesquisas sobre a COVID-19, assim como na editoria científica, pode alterar a ênfase em aspectos relevantes para populações específicas. Garantir sua presença é fundamental para o enfrentamento à pandemia, uma vez que tais minorias na academia relatam, com maior frequência, resultados de pesquisa desagregados por sexo, gênero e raça. Isso contribui para melhorar a compreensão dos aspectos clínicos e epidemiológicos da COVID-19, particularmente face a evidências de disparidades segundo estas características na incidência, na mortalidade e nos impactos socioeconômicos da doença (Pinho-Gomes et al, 2020).
Iniciativas internacionais, como a liderada pela organização GENDRO, chamam a atenção para a importância da incorporação da perspectiva de sexo, gênero e raça nas pesquisas sobre a COVID-19, e clamam por um compromisso renovado com a pesquisa sensível ao gênero e a outras dimensões de desigualdade para a equidade em saúde e os direitos humanos no contexto da pandemia (GENDRO, 2019). Tais iniciativas alinham-se às diretrizes sobre Equidade de Sexo e Gênero em Pesquisa (Sex and Gender Equity in Research – SAGER) que, entre outros aspectos, enfatizam o papel de todos os envolvidos na pesquisa e na publicação científica – incluindo-se pesquisadores, editores, revisores e financiadores – para a promoção da equidade, em benefício de toda a sociedade (Heidari et al, 2017; Garcia e Duarte, 2017).
É interessante e informativo considerar as pessoas envolvidas na publicação e editoração científica como grupo de estudo, uma vez que é improvável que, sendo pesquisadores e acadêmicos preeminentes e com carreiras consolidadas, tenham perdido o emprego em consequência da pandemia. Portanto, é possível estimar, neste grupo, efeitos sobre a produtividade que não são confundidos por mudanças na situação de emprego. Por outro lado, aqueles em início de carreira tendem a ser mais afetados e a falta de oportunidades pode gerar desestímulo a jovens promissores seguirem na carreira de pesquisa, além de contribuir para a “fuga de cérebros”.
Também é relevante conhecer as iniciativas que os periódicos científicos desenvolvem para abordar as desigualdades de gênero e raça na publicação e as mudanças ocorridas nas revistas no âmbito da pandemia.
Nesse contexto, justifica-se a realização de estudo a respeito dos impactos da pandemia da COVID-19 sobre a produção e publicação científica, com ênfase nas desigualdades de gênero e raça.
Metodologia
Desenho do estudo: Transversal, com coleta de dados on-line.
Participantes: Pessoas que realizam as atividades de revisão de artigos científicos e/ou editoração de periódicos científicos, com 18 ou mais anos de idade, com acesso a internet.
Amostra: Serão convidados a participar da pesquisa inicialmente 100 pessoas que atuam na área, sendo 20 vincludas a instituições acadêmicas e/ou científicas localizadas em cada uma das cinco macrorregiões geográficas do Brasil (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul, Centro-Oeste). Por meio da internet (e-mail, Facebook, Twitter, Instagram, Whatsapp), será enviado convite para participação na pesquisa e link para o formulário, juntamente com solicitação para que cada pessoa encaminhe o link para pelo menos mais 10 pessoas de sua rede de relacionamentos, com diversidade de sexo, gênero, idade, raça/cor da pele e escolaridade, que também atuem na revisão de artigos científicos e/ou editoração de periódicos científicos. Estes respondentes, por sua vez, serão incentivados a divulgar o link para a pesquisa a outras pessoas de sua rede de relacionamentos, conformando um processo de amostragem em cadeia. Além disso, será solicitado apoio à rede SciELO (Scientific Electronic Library online) para divulgação da pesquisa. O formulário ficará disponível on-line durante o período de duas semanas, após a aprovação do projeto pelo sistema CEP/CONEP. O período de coleta de dados poderá ser prorrogado por até duas semanas, ou até que seja alcançado o número mínimo de 200 participantes em cada uma das cinco regiões, totalizando amostra mínima de 1.000 participantes.
Variáveis: Serão coletadas variáveis (i) sociodemográficas (sexo, identidade de gênero, orientação sexual, idade, raça/cor da pele, nível máximo de formação acadêmica e ano de conclusão), laborais (área temática de atuação, local de trabalho principal, tempo neste trabalho e Unidade da Federação da instituição) e familiares (pessoas que residem no domicílio, idade do(s) filho(s) que residem no domicílio, presença de doenças e/ou incapacidades de filho(s) e/ou outra(s) pessoas(s) que residem no domicílio); (ii) atuação na editoração científica (Revisor(a) de artigos, Editor(a) associado(a) ou adjunto(a), Membro de comitê ou conselho editorial, Editor(a)-chefe), exclusivamente para editores-chefes serão coletadas variáveis referentes às revistas; (iii) mudanças no trabalho durante a pandemia (adesão ao trabalho remoto, percepção sobre o tempo dedicado a atividades relacionadas à publicação e editoração científica, número de convites para revisão de artigos, de artigos revisados e de convites recusados, dificuldades cumprimento de prazos para revisão de artigos, dificuldades na realização de atividades relacionadas à publicação e editoração científica, percepção sobre os impactos da pandemia na produção científica pessoal e nas desigualdades de gênero e raça na academia.; (iv) organização doméstica durante a pandemia (divisão das tarefas domésticas, cuidados com filhos e cuidados de pessoas com doenças ou incapacidades, percepção sobre a sobrecarga); (v) saúde e autocuidado (sintomas da COVID-19, realização de teste diagnóstico, adesão ao isolamento físico, percepção sobre o tempo dedicado a atividades de lazer), tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, depressão).
Para a aferição do tabagismo, serão utilizadas as perguntas padronizadas que compõem o O teste de Fagerström, que auxilia a estimar o grau de dependência da nicotina. Para aferição do consumo de bebidas alcoólicas, serão utilizadas as perguntas que captam a frequencia, a quantidade e o consumo abusivo de álcool, que compõem o teste AUDIT (Alcool Use Disorders Identification Test) (Santos et al, 2011). A aferição da depressão se dará por meio da escala PHQ-9 (9-item Patient Health Questionnaire) (Santos et al, 2012).
Coleta de dados: Os dados serão coletados por formulário on-line na plataforma RedCap, no qual os participantes responderão ao questionário contendo perguntas fechadas, após consentirem com a participação.
Análise dos dados: Serão calculadas as proporções de respostas para o total da amostra e segundo características dos participantes. Serão analisadas as associações entre o sexo e a raça dos participantes e desfechos de interesse (diminuição do tempo disponível para atividades relacionadas à publicação e editoração científica, descumprimento de prazos para revisão de artigos), por meio do teste qui-quadrado de Pearson e regressão logística não condicional, com nível de significância de 5%. Serão realizadas análises multivariáveis considerando o potencial efeito confundidor ou mediador das variáveis relacionadas à organização doméstica e situação de saúde. A depender dos resultados preliminares e do tamanho da amostra e subgrupos, poderão ser realizadas análises estratificadas segundo áreas do conhecimento, e/ou outras variáveis de interesse. O programa estatístico Stata versão 14 será utilizado para suporte às análises.
Questões éticas: O presente estudo será realizado em conformidade com as normas vigentes no Brasil para pesquisas com seres humanos (Resolução CNS 466/2012) e será submetido à apreciação pelo sistema CEP/CONEP. Será garantido o anonimato dos participantes. A coleta de dados ocorrerá mediante leitura e aceitação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os participantes terão a opção de salvar uma cópia do TCLE para arquivo pessoal e poderão desistir de sua participação em qualquer tempo, mediante interrupção do preenchimento do formulário. Serão incluídos na base de dados final somente os dados dos formulários que foram integralmente preenchidos.
Participantes: Pessoas que realizam as atividades de revisão de artigos científicos e/ou editoração de periódicos científicos, com 18 ou mais anos de idade, com acesso a internet.
Amostra: Serão convidados a participar da pesquisa inicialmente 100 pessoas que atuam na área, sendo 20 vincludas a instituições acadêmicas e/ou científicas localizadas em cada uma das cinco macrorregiões geográficas do Brasil (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul, Centro-Oeste). Por meio da internet (e-mail, Facebook, Twitter, Instagram, Whatsapp), será enviado convite para participação na pesquisa e link para o formulário, juntamente com solicitação para que cada pessoa encaminhe o link para pelo menos mais 10 pessoas de sua rede de relacionamentos, com diversidade de sexo, gênero, idade, raça/cor da pele e escolaridade, que também atuem na revisão de artigos científicos e/ou editoração de periódicos científicos. Estes respondentes, por sua vez, serão incentivados a divulgar o link para a pesquisa a outras pessoas de sua rede de relacionamentos, conformando um processo de amostragem em cadeia. Além disso, será solicitado apoio à rede SciELO (Scientific Electronic Library online) para divulgação da pesquisa. O formulário ficará disponível on-line durante o período de duas semanas, após a aprovação do projeto pelo sistema CEP/CONEP. O período de coleta de dados poderá ser prorrogado por até duas semanas, ou até que seja alcançado o número mínimo de 200 participantes em cada uma das cinco regiões, totalizando amostra mínima de 1.000 participantes.
Variáveis: Serão coletadas variáveis (i) sociodemográficas (sexo, identidade de gênero, orientação sexual, idade, raça/cor da pele, nível máximo de formação acadêmica e ano de conclusão), laborais (área temática de atuação, local de trabalho principal, tempo neste trabalho e Unidade da Federação da instituição) e familiares (pessoas que residem no domicílio, idade do(s) filho(s) que residem no domicílio, presença de doenças e/ou incapacidades de filho(s) e/ou outra(s) pessoas(s) que residem no domicílio); (ii) atuação na editoração científica (Revisor(a) de artigos, Editor(a) associado(a) ou adjunto(a), Membro de comitê ou conselho editorial, Editor(a)-chefe), exclusivamente para editores-chefes serão coletadas variáveis referentes às revistas; (iii) mudanças no trabalho durante a pandemia (adesão ao trabalho remoto, percepção sobre o tempo dedicado a atividades relacionadas à publicação e editoração científica, número de convites para revisão de artigos, de artigos revisados e de convites recusados, dificuldades cumprimento de prazos para revisão de artigos, dificuldades na realização de atividades relacionadas à publicação e editoração científica, percepção sobre os impactos da pandemia na produção científica pessoal e nas desigualdades de gênero e raça na academia.; (iv) organização doméstica durante a pandemia (divisão das tarefas domésticas, cuidados com filhos e cuidados de pessoas com doenças ou incapacidades, percepção sobre a sobrecarga); (v) saúde e autocuidado (sintomas da COVID-19, realização de teste diagnóstico, adesão ao isolamento físico, percepção sobre o tempo dedicado a atividades de lazer), tabagismo, consumo de bebidas alcoólicas, depressão).
Para a aferição do tabagismo, serão utilizadas as perguntas padronizadas que compõem o O teste de Fagerström, que auxilia a estimar o grau de dependência da nicotina. Para aferição do consumo de bebidas alcoólicas, serão utilizadas as perguntas que captam a frequencia, a quantidade e o consumo abusivo de álcool, que compõem o teste AUDIT (Alcool Use Disorders Identification Test) (Santos et al, 2011). A aferição da depressão se dará por meio da escala PHQ-9 (9-item Patient Health Questionnaire) (Santos et al, 2012).
Coleta de dados: Os dados serão coletados por formulário on-line na plataforma RedCap, no qual os participantes responderão ao questionário contendo perguntas fechadas, após consentirem com a participação.
Análise dos dados: Serão calculadas as proporções de respostas para o total da amostra e segundo características dos participantes. Serão analisadas as associações entre o sexo e a raça dos participantes e desfechos de interesse (diminuição do tempo disponível para atividades relacionadas à publicação e editoração científica, descumprimento de prazos para revisão de artigos), por meio do teste qui-quadrado de Pearson e regressão logística não condicional, com nível de significância de 5%. Serão realizadas análises multivariáveis considerando o potencial efeito confundidor ou mediador das variáveis relacionadas à organização doméstica e situação de saúde. A depender dos resultados preliminares e do tamanho da amostra e subgrupos, poderão ser realizadas análises estratificadas segundo áreas do conhecimento, e/ou outras variáveis de interesse. O programa estatístico Stata versão 14 será utilizado para suporte às análises.
Questões éticas: O presente estudo será realizado em conformidade com as normas vigentes no Brasil para pesquisas com seres humanos (Resolução CNS 466/2012) e será submetido à apreciação pelo sistema CEP/CONEP. Será garantido o anonimato dos participantes. A coleta de dados ocorrerá mediante leitura e aceitação do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Os participantes terão a opção de salvar uma cópia do TCLE para arquivo pessoal e poderão desistir de sua participação em qualquer tempo, mediante interrupção do preenchimento do formulário. Serão incluídos na base de dados final somente os dados dos formulários que foram integralmente preenchidos.
Indicadores, Metas e Resultados
- Divulgação dos primeiros resultados
- Preparação dos artigos e trabalhos para serem submetidos a eventos científicos
- Submissão dos artigos e trabalhos para revistas e eventos científicos
- Preparação dos artigos e trabalhos para serem submetidos a eventos científicos
- Submissão dos artigos e trabalhos para revistas e eventos científicos
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
BRUNO PEREIRA NUNES | 3 | ||
CAMILA SEBAJE DA SILVA DIAS | |||
FELIPE MENDES DELPINO | |||
FIONA MARIA GANDO GUERRA | |||
LEILA POSENATO GARCIA | |||
Luísa von Zuben Veçoso | |||
Tais Freire Galvao |