Nome do Projeto
Padrões de duração do sono entre a adolescência e a vida adulta e sua relação com o acúmulo de capital humano em uma coorte de nascimentos
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
11/12/2020 - 28/02/2021
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
O sono desempenha importantes funções no organismo, entre elas: restauração, recuperação física dos
tecidos, secreção do hormônio do crescimento, síntese de proteínas, consolidação da memória e da
aprendizagem. Diante de funções tão importantes, inadequações relacionadas ao tempo de sono podem
causar alterações significativas no funcionamento físico, ocupacional, cognitivo e social, além de
comprometer a qualidade de vida do indivíduo. A adolescência é o período da vida em que o sono
desempenha papel decisivo no crescimento, no desenvolvimento físico e no intelectual. Porém,
justamente nessa faixa etária, a frequência de duração inadequada do sono é alta, o que pode ocasionar
piores desfechos de saúde física e mental nesses indivíduos. O sono parece ter um papel importante no
capital humano, termo que se refere ao conjunto de habilidades e capacidades do indivíduo que afetam
sua produtividade e que dependem dos investimentos, tanto financeiros como de tempo, realizados ao
longo do seu ciclo vital, tais como educação e treinamento profissional. Estudos identificaram que a
duração inadequada do sono parece estar relacionada a pior desempenho escolar e menor quociente de
inteligência (QI). Esses desfechos, por sua vez, podem acarretar em menores oportunidades de trabalho
e, dessa forma, menor renda na vida adulta. A literatura existente sobre os padrões de sono ao longo do
ciclo vital, principalmente em países de baixa e média renda, é insuficiente. Assim como há a falta de
evidências sobre o possível efeito da duração do sono sobre o capital humano. O projeto desta tese visa
utilizar dados dos acompanhamentos da coorte de nascimentos de 1993, e prevê a elaboração de três
artigos, sendo eles: uma revisão sistemática sobre a associação entre duração do sono e características
socioeconômicas, desempenho escolar e QI; um artigo original sobre padrões de sono entre a
adolescência e o início da vida adulta; um artigo original verificando a associação entre duração do sono
e capital humano, representado pela escolaridade, QI e renda.
Objetivo Geral
Avaliar os padrões de duração do sono entre os 11 e 22 anos de idade, na coorte de
nascidos vivos em 1993, Pelotas-RS. Avaliar a relação entre duração inadequada do sono, ao longo da
adolescência com o capital humano no início da vida adulta.
nascidos vivos em 1993, Pelotas-RS. Avaliar a relação entre duração inadequada do sono, ao longo da
adolescência com o capital humano no início da vida adulta.
Justificativa
É de amplo conhecimento que o sono desempenha papel indispensável na manutenção da saúde física e mental dos indivíduos, o que o torna de grande importância à saúde pública (23). Mudanças na duração do sono no sentido de deixar de apresentar uma duração adequada a idade estão associadas ao aumento no risco de desfechos negativos à saúde, como obesidade, diabetes, problemas cognitivos e até mesmo mortalidade (28,42,73).
Adolescentes, frequentemente, apresentam duração do sono inadequada, fato este preocupante, tendo-se em vista a importância dessa função no desenvolvimento físico e mental durante essa etapa da vida (8,11,52,70). Estudo na Suécia observou que 30% dos adolescentes apresentava problemas no sono (11). Nos EUA, Burkhalt et al observaram que adolescentes com média idade de 10,8 anos dormiam, em média, apenas 7h21min por noite, menos que o considerado adequado pela National Sleep Foundation’s (9-10 horas) (70). Também nos EUA, dois terços dos adolescentes tinham duração do sono insuficiente em dias de semana (<9 horas) (14). No Brasil, entre aqueles com 18 anos, mais de um terço apresentou duração do sono inadequada (<8 horas) (8)
São crescentes as evidências que o sono tem efeitos benéficos na atenção, comportamento e desempenho acadêmico. Contudo, muitas das pesquisas realizadas com crianças e adolescentes incluem apenas indivíduos que sofrem de distúrbios respiratórios do sono, condição clínica que potencialmente pode ocasionar déficits no funcionamento neuropsicológico (74). Estudos conduzidos com populações saudáveis mostram efeitos deletérios da duração do sono inadequada sobre o desempenho cognitivo, porém a maioria desses possui delineamento transversal e/ou foi realizado em países ricos e seus resultados não podem ser generalizados para populações mais heterogêneas. Estudo de coorte realizado no Brasil encontrou evidências de que as rotinas de sono de crianças brasileiras são substancialmente diferentes em comparação com dados publicados na Europa e nos EUA (Netsi). Além disso, o possível impacto que a duração do sono pode exercer sob o futuro nível de escolaridade
e subsequente renda do indivíduo, ou seja, no acúmulo de capital humano, ainda não está esclarecido na literatura.
Frente a esse cenário, a literatura existente sobre os padrões de sono ao longo do ciclo vital, principalmente em países de baixa e média renda, é insuficiente. Assim como há a falta de evidências sobre o possível efeito da duração do sono sobre o capital humano. Diante disso, a avaliação longitudinal dos padrões de sono da adolescência a vida adulta e a caracterização desses indivíduos, assim como possível relação da duração do sono com o nível de escolaridade, QI e renda em uma coorte de nascimentos no Brasil, pode ajudar a preencher algumas lacunas da literatura, apontadas anteriormente.
Adolescentes, frequentemente, apresentam duração do sono inadequada, fato este preocupante, tendo-se em vista a importância dessa função no desenvolvimento físico e mental durante essa etapa da vida (8,11,52,70). Estudo na Suécia observou que 30% dos adolescentes apresentava problemas no sono (11). Nos EUA, Burkhalt et al observaram que adolescentes com média idade de 10,8 anos dormiam, em média, apenas 7h21min por noite, menos que o considerado adequado pela National Sleep Foundation’s (9-10 horas) (70). Também nos EUA, dois terços dos adolescentes tinham duração do sono insuficiente em dias de semana (<9 horas) (14). No Brasil, entre aqueles com 18 anos, mais de um terço apresentou duração do sono inadequada (<8 horas) (8)
São crescentes as evidências que o sono tem efeitos benéficos na atenção, comportamento e desempenho acadêmico. Contudo, muitas das pesquisas realizadas com crianças e adolescentes incluem apenas indivíduos que sofrem de distúrbios respiratórios do sono, condição clínica que potencialmente pode ocasionar déficits no funcionamento neuropsicológico (74). Estudos conduzidos com populações saudáveis mostram efeitos deletérios da duração do sono inadequada sobre o desempenho cognitivo, porém a maioria desses possui delineamento transversal e/ou foi realizado em países ricos e seus resultados não podem ser generalizados para populações mais heterogêneas. Estudo de coorte realizado no Brasil encontrou evidências de que as rotinas de sono de crianças brasileiras são substancialmente diferentes em comparação com dados publicados na Europa e nos EUA (Netsi). Além disso, o possível impacto que a duração do sono pode exercer sob o futuro nível de escolaridade
e subsequente renda do indivíduo, ou seja, no acúmulo de capital humano, ainda não está esclarecido na literatura.
Frente a esse cenário, a literatura existente sobre os padrões de sono ao longo do ciclo vital, principalmente em países de baixa e média renda, é insuficiente. Assim como há a falta de evidências sobre o possível efeito da duração do sono sobre o capital humano. Diante disso, a avaliação longitudinal dos padrões de sono da adolescência a vida adulta e a caracterização desses indivíduos, assim como possível relação da duração do sono com o nível de escolaridade, QI e renda em uma coorte de nascimentos no Brasil, pode ajudar a preencher algumas lacunas da literatura, apontadas anteriormente.
Metodologia
Delineamento
Este projeto será desenvolvido com dados provenientes da Coorte de Nascidos Vivos de Pelotas, 1993. Este estudo possui delineamento longitudinal, o qual permitirá avaliar, de forma prospectiva, as mudanças nos padrões de sono entre a adolescência e início da vida adulta e a influência que esses podem ter sobre o capital humano.
Este projeto será desenvolvido com dados provenientes da Coorte de Nascidos Vivos de Pelotas, 1993. Este estudo possui delineamento longitudinal, o qual permitirá avaliar, de forma prospectiva, as mudanças nos padrões de sono entre a adolescência e início da vida adulta e a influência que esses podem ter sobre o capital humano.
Indicadores, Metas e Resultados
HIPÓTESES
➢ Serão identificados pelo menos três padrões de sono: sempre adequado, sempre inadequado e variável, dos 11 aos 22 anos.
➢ A duração média do sono diminuirá entre os 11 e os 22 anos. A prevalência de curta duração do sono, de acordo com a National Sleep Foundation, será mais de 50% aos 22 anos.
➢ Indivíduos mais pobres, de cor da pele preta, com mães com menor escolaridade, e do sexo masculino comporão, em maior proporção, o padrão de duração inadequada do sono.
➢ Padrões de duração inadequada estarão relacionados com pior capital humano.
➢ Serão identificados pelo menos três padrões de sono: sempre adequado, sempre inadequado e variável, dos 11 aos 22 anos.
➢ A duração média do sono diminuirá entre os 11 e os 22 anos. A prevalência de curta duração do sono, de acordo com a National Sleep Foundation, será mais de 50% aos 22 anos.
➢ Indivíduos mais pobres, de cor da pele preta, com mães com menor escolaridade, e do sexo masculino comporão, em maior proporção, o padrão de duração inadequada do sono.
➢ Padrões de duração inadequada estarão relacionados com pior capital humano.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ADRIANA KRAMER FIALA MACHADO | |||
FERNANDO CESAR WEHRMEISTER | 2 |