Nome do Projeto
Prevalência e caracterização dos enteropatógenos presentes em potros sem diarreia e potros com diarreia do nascimento ao oitavo mês de vida e determinação dos potenciais fatores de risco
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
14/12/2020 - 01/03/2023
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
É reportado que em média 80% dos potros até 6 meses de idade já foram acometidos por pelo menos um episódio de diarreia, na sua maioria episódios leves e transitórios, entretanto, o impacto econômico gerado nas propriedades por conta do tratamento e mortalidade que a doença pode apresentar é bastante significativo (MELO et al, 2007; HARRIS et al, 2012). A diarreia de origem infeciosa é representada pela ação de vírus e bactérias, as causas de origem parasitária envolvem principalmente a ação de helmintos, coccígeos e protozoários e as diarreias de origem não infecciosas são causadas por ulcerações gastroduodenais ou por mudanças fisiológicas na microbiota entérica de potros que ocorrem na segunda semana de vida (HARRIS et al, 2012). Os principais enteropatógenos causadores de diarreia em potros são Escherichia coli, Salmonella spp, Rhodococcus equi, Clostridium difficile e Clostridium perfringens, Lawsonia intracellularis, Rotavírus, Coronavírus, Strongyloides westeri, Strongylus vulgaris e Parascaris equorum (SLOVIS et al., 2010). O isolamento de um agente em amostras fecais pode não ser indicativo direto de sua participação na diarreia, pois este micro-organismo pode ser integrante da microbiota, ou ainda, outros agentes podem estar presentes em casos de coinfecções, dificultando a interpretação dos resultados laboratoriais isolados. Estudos de caracterização de agentes entéricos de potros e o mecanismo de coinfecções ainda são limitados (HARRIS ET AL., 2012, SLOVIS ET AL., 2013; OLIVO ET AL., 2016). Em um estudo realizado por Slovis e colaboradores (2013), A prevalência de agentes infecciosos foi de 63,2% no grupo de potros com diarreia e 43,2% no grupo de potros saudáveis. As coinfecções foram significativamente mais frequentes no grupo diarreia quando comparado com o grupo controle (SLOVIS et al., 2014).

Objetivo Geral

- Caracterizar as bactérias, vírus e parasitas entéricos presentes em potros saudáveis, do nascimento aos 7º meses de vida e identificar os enteropatógenos presentes em potros com diarreia, determinando os fatores de risco potenciais para o aumento da incidência desta afecção.

Justificativa

A diarreia é descrita como uma das principais enfermidades dos potros nos primeiros seis meses de vida, prejudicando o desenvolvimento do animal e dificultando que este expresse todo seu potencial genético na fase adulta, além de acarretar prejuízos econômicos ao proprietário. No Brasil existem poucos estudos que definem as principais causas de morbidade e mortalidade decorrentes de doenças entéricas em potros. A falta dessas informações leva veterinários e criadores a utilizarem dados de outros locais de
criação que possivelmente não relatam a realidade local. A existência de fatores de riscos individuais e ambientais diferem entre regiões estudadas, podendo apresentar diferenças na prevalência dos enteropatógenos isolados e no tipo de cepa que desenvolve a doença clínica em equinos. Diante disso, este estudo ajudará a compreender como ocorre a colonização de enteropatógenos em potros saudáveis e com diarreia e identificar os agentes mais frequentemente encontrados em potros com diarreia, além de identificar os potenciais fatores de risco que predispõe está afecção em potros que podem ajudar a
determinar métodos de prevenção e profilaxia desta afecção.

Metodologia

A amostra deste projeto será constituída de 38 éguas e seus respectivos potros da raça Puro Sangue Inglês alocados em criatórios da região de Bagé. Os potros serão divididos em dois grupos: G1: Potros saudáveis e G2: Potros com diarreia conforme realizado por Olivo em 2016. A diarreia será definida nos animais que apresentaram alteração na frequência de defecação e característica das fezes. Serão realizadas coletas de sangue das éguas e seus respectivos potros através da venopunção da veia jugular externa e serão armazenadas em tubo sem anticoagulante para posterior obtenção de soro para detecção de anticorpos contra Lawsonia intracellularis. Posteriormente será realizada a coleta de Swab retal, que será armazenado em meio de transporte stuart para cultura bacteriológica (E.coli e Salmonella spp) e
posterior caracterização dos fatores de virulência através de PCR. Também será colhida uma amostra de fezes da ampola retal e armazenada em 3 alíquotas: - 2 tubos Falcon de 15ml para cultura bacteriológica (Rhodococcus equi, Clostridium perfringens e Clostridium difficile) e identificação viral (Rotavírus e Coronavírus). A partir das colônias bacterianas, será realizada a caracterização dos fatores de virulência por reação em cadeia da polimerase (PCR) - 1 amostra para exame coproparasitológico.
No Brasil, existem poucos estudos que definem as principais causas de morbidade e mortalidade decorrentes de doenças entéricas em potros. A falta dessas informações leva veterinários e criadores a utilizarem dados de outros locais de criação que possivelmente não relatam a realidade local. A identificação dos fatores de risco relacionados ao ambiente e ao potro associado com a ocorrência de diarreia ajuda a melhorar a compreensão dos fatores que afetam a probabilidade dos indivíduos desenvolverem a doença. Para relacionar a ocorrência de diarreia nos potros com os fatores de risco
ambientais e individuais, será realizado um questionário epidemiológico, avaliando os seguintes parâmetros:
Fatores relacionados ao potro: Mês do nascimento, local do parto (cocheira ou potreiro),
problemas no parto, ingestão de colostro (sucção natural, através de mamadeira ou por sondagem nasogástrica), qualidade do colostro, transferência de plasma, avaliação da transferência de imunidade passiva (TSZ), administração de antibiótico profilático pós natal, tempo de permanência na cocheira após nascimento, tipo de alimentação, número total de potros com e sem diarreia.
Fatores relacionados a égua: Idade da égua, tempo de permanência da égua na propriedade pré-parto, duração da gestação, doença na égua nos 3 meses pré-parto ou nos 3 primeiros meses durante a lactação, histórico anterior de potros com diarreia, administração de vacinas no terço final da gestação.
Fatores relacionados ao ambiente: Total de animais na propriedade, densidade populacional de equinos por piquete (UA/ha), temperatura média ambiental (ºC), índice pluviométrico, presença de animais silvestres em contato com os potros.

Indicadores, Metas e Resultados

É esperado identificar os principais agentes virais, bacterianos e parasitários presentes na microbiota intestinal do potro desde o nascimento até o oitavo mês de vida, período que ocorre o desmame. Paralelo a identificação, é esperado identificar os principais fatores de risco que predispõe os potros a diarreia neste período de tempo avaliado.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANDRESSA GARCIA MOTTA
BRUNA DA ROSA CURCIO4
CARLOS EDUARDO WAYNE NOGUEIRA4
ELIZA MOREIRA PIEMOLINI
MARIANA ANDRADE MOUSQUER
RAFAELA PINTO DE SOUZA
VITÓRIA MÜLLER

Fontes Financiadoras

Sigla / NomeValorAdministrador
CAPES / Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível SuperiorR$ 3.000,00Coordenador

Plano de Aplicação de Despesas

DescriçãoValor
339030 - Material de ConsumoR$ 3.000,00

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