Nome do Projeto
Avaliação do efeito hepatoprotetor de 3-organoselenil-benzofuranos em camundongos
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
23/12/2020 - 01/12/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Biológicas
Resumo
O paracetamol (acetoaminofeno - APAP) é um medicamento analgésico amplamente utilizado e de venda livre no Brasil. A sua superdosagem ou o acúmulo de múltiplas doses pode resultar em lesões graves no fígado com o envolvimento de estresse oxidativo. Por outro lado, algumas substâncias antioxidantes têm sido descritas como protetoras frente à hepatotoxicidade causada pelo paracetamol. Desta forma, o presente projeto almeja avaliar o potencial hepatoprotetor de compostos 3-organoselenil benzofuranos (SeBZFs) frente ao dano hepático induzido pela exposição ao paracetamol em camundongos Swiss machos. Salienta-se que em ensaios prévios estes compostos apresentaram atividade antioxidante em tecido hepático in vitro.
Para a indução de dano hepático, os camundongos receberão uma dose única de paracetamol (300 mg/kg, via intraperitoneal). A terapia com os SeBZFs será dividida em dois protocolos: reversão e proteção de dano hepático. Para o protocolo de reversão, duas horas após a exposição ao acetaminofeno, os animais receberão óleo (veículo), SeBZFs (50 e 100 mg/kg, via oral, administração única) ou N-acetilcisteína (NAC, controle positivo). Vinte e quatro horas após, serão coletados o fígado e o plasma destes animais. Para o protocolo de proteção, apenas o composto SeBZF mais promissor será utilizado, neste caso os animais receberão um pré-tratamento repetido por 7 dias (5 e 25 mg/kg, via oral). Após o tratamento, estes animais serão expostos ao acetaminofeno e 24h depois terão o sangue e o fígado coletados. Para ambos os protocolos, amostras de fígado serão submetidas à análise histológica e mensuração de parâmetros de estresse oxidativo. Além disso, o sangue coletado servirá para posterior análise da atividade das enzimas alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), fosfatase alcalina (ALP) e gamaglutamiltransferase (ϒ-GT), as quais serão utilizadas como marcadores de dano hepático.
Objetivo Geral
Avaliar o potencial hepatoprotetor de compostos 3-organoselenil-benzofuranos (SeBZFs) frente ao dano hepático causado por paracetamol em camundongos.
Justificativa
A funcionalidade do fígado é extremamente importante para que funções orgânicas essenciais sejam exercidas. Ele atua no controle de atividades fisiológicas, bioquímicas, desintoxicação de xenobióticos e no combate contra o desenvolvimento de infecções (Lima et al., 2019; Mahmood et al., 2014). As hepatopatias tais como as lesões hepáticas induzidas por medicamentos, hepatites virais e não-virais, câncer de fígado, doenças hepáticas associadas ao consumo de drogas de abuso, dentre outras, ainda são um problema persistente, e os medicamentos existentes para minimizar esses danos apresentam efeitos colaterais indesejados como insônia, vômito, constipação e depressão (Mahmood et al., 2014).
O desenvolvimento de algumas dessas patologias hepáticas está associado ao estresse oxidativo, processo onde ocorre um desequilíbrio de agentes oxidantes e agentes antioxidantes (Zhu, Wang, Zhang, & Guo, 2012). O selênio é um elemento presente em diversos alimentos e se apresenta compondo enzimas antioxidantes e regulando a ação de radicais livres e outras espécies reativas. Estudos propõem que a ação deste elemento auxilie na integridade da membrana celular e reduza danos oxidativos em biomoléculas como lipoproteínas e DNA (Rayman, 2000). Estudos demonstram o potencial hepatoprotetor do selênio em indivíduos infectados pelo vírus da hepatite (B ou C) e contra a progressão de câncer no fígado e pesquisas comprovam o efeito protetor contra lesões hepáticas, renais, gástricas, atividade antioxidante e neuroprotetora em vários modelos biológicos (Rayman, 2000; Rosa, Roesler, Braga, Saffi, & Henriques, 2007).
Compostos orgânicos de selênio englobam uma variedade de produtos naturais com atividade farmacológica. Estes compostos estão sendo cada vez mais explorados, de forma a avaliar seu potencial antioxidante, ansiolítico, antidepressivo e hepatoprotetor (Nogueira & Rocha, 2011). Nosso grupo de pesquisa tem investigado a atividade farmacológica de uma classe de compostos 3-organoselenil benzofuranos (SeBZFs). A sua atividade antioxidante em cérebro de camundongo in vitro já foi relatada (Gall et al., 2020). Além disso, dados ainda não publicados demonstraram que estes compostos também atuam como antioxidantes em tecido hepático in vitro.
Desta forma, torna-se relevante aprofundar os estudos dos efeitos terapêuticos dos SeBZFs, compostos híbridos contendo o núcleo benzofurano e selênio em sua estrutura, analisando neste projeto o seu potencial hepatoprotetor frente a uma lesão hepática induzida pela ação de paracetamol em roedores.
O desenvolvimento de algumas dessas patologias hepáticas está associado ao estresse oxidativo, processo onde ocorre um desequilíbrio de agentes oxidantes e agentes antioxidantes (Zhu, Wang, Zhang, & Guo, 2012). O selênio é um elemento presente em diversos alimentos e se apresenta compondo enzimas antioxidantes e regulando a ação de radicais livres e outras espécies reativas. Estudos propõem que a ação deste elemento auxilie na integridade da membrana celular e reduza danos oxidativos em biomoléculas como lipoproteínas e DNA (Rayman, 2000). Estudos demonstram o potencial hepatoprotetor do selênio em indivíduos infectados pelo vírus da hepatite (B ou C) e contra a progressão de câncer no fígado e pesquisas comprovam o efeito protetor contra lesões hepáticas, renais, gástricas, atividade antioxidante e neuroprotetora em vários modelos biológicos (Rayman, 2000; Rosa, Roesler, Braga, Saffi, & Henriques, 2007).
Compostos orgânicos de selênio englobam uma variedade de produtos naturais com atividade farmacológica. Estes compostos estão sendo cada vez mais explorados, de forma a avaliar seu potencial antioxidante, ansiolítico, antidepressivo e hepatoprotetor (Nogueira & Rocha, 2011). Nosso grupo de pesquisa tem investigado a atividade farmacológica de uma classe de compostos 3-organoselenil benzofuranos (SeBZFs). A sua atividade antioxidante em cérebro de camundongo in vitro já foi relatada (Gall et al., 2020). Além disso, dados ainda não publicados demonstraram que estes compostos também atuam como antioxidantes em tecido hepático in vitro.
Desta forma, torna-se relevante aprofundar os estudos dos efeitos terapêuticos dos SeBZFs, compostos híbridos contendo o núcleo benzofurano e selênio em sua estrutura, analisando neste projeto o seu potencial hepatoprotetor frente a uma lesão hepática induzida pela ação de paracetamol em roedores.
Metodologia
Será realizado um protocolo de indução do dano hepático em camundongos swiss machos, onde o dano será induzido através da administração da dose de 300 mg/kg de paracetamol (acetaminofeno) por meio da via intraperitoneal (i.p.). Animais que servirão de controle receberão apenas salina. A administração de paracetamol será realizada apenas uma vez, onde também serão submetidos a um jejum prévio de 16 horas (Mossanen & Tacke, 2015; Pu et al., 2019).
O protocolo seguinte para a investigação dos efeitos terapêuticos da administração oral de dois compostos SeBZF em um modelo de dano hepático induzido por paracetamol em camundongos. Serão testados dois compostos com potencial perfil antioxidante in vitro (aqui citados genericamente como SeBZFs A e B). Os camundongos serão pesados e separados em 11 grupos contendo 13 animais cada. O óleo de canola será utilizado como veículo dos SeBZFs, o controle positivo será a administração única da dose de N-acetilcisteína (forma acetilada do aminoácido cisteína que possui alto potencial antioxidante).
Grupo I – Controle: receberá salina (i.p.) e óleo de canola (v.o.);
Grupo II – SeBZFA: receberá salina (i.p.) e 50 mg/kg de SeBZFA (v.o.) per se
Grupo III – SeBZFA: receberá salina (i.p.) e 100 mg/kg de SeBZFA (v.o.) per se
Grupo IV – SeBZFB: receberá salina (i.p.) e 50 mg/kg de SeBZFB (v.o.) per se
Grupo V – SeBZFB: receberá salina (i.p.) e 100 mg/kg de SeBZFB (v.o.) per se
Grupo VI – Paracetamol (induzido): receberá paracetamol 300 mg/kg (i.p.) e óleo de canola (v.o.)
Grupo VII – Paracetamol + SeBZFA: receberá paracetamol 300 mg/kg (i.p.) e SeBZFA 50 mg/kg (v.o.)
Grupo VIII – Paracetamol + SeBZFA: receberá paracetamol 300 mg/kg (i.p.) e SeBZFA 100 mg/kg (v.o.)
Grupo IX – Paracetamol + SeBZFB: receberá paracetamol 300 mg/kg (i.p.) e SeBZFB 50 mg/kg (v.o.)
Grupo X - Paracetamol + SeBZFB: receberá paracetamol 300 mg/kg (i.p.) e SeBZFB 100 mg/kg (v.o.)
Grupo XI – Paracetamol + controle positivo: receberá paracetamol 300 mg/kg (i.p.) e N-cetilcisteína 300 mg/kg (v.o.)
O intervalo entre a indução e os tratamentos será de 2 horas. Então 24 horas após a indução, os animais serão anestesiados com isoflurano para a coleta de sangue por punção cardíaca e análises bioquímicas para determinação de AST, ALT, ϒ-GT, ALP serão realizadas. Será realizada a retirada de amostras de fígado para que seja realizada análise histológica e também a determinação de parâmetros de dano oxidativo (níveis de lipoperoxidação, proteína carbonilada e de espécies reativas).
O protocolo para investigação dos efeitos preventivos de um pré-tratamento oral e repetido com SeBZF frente ao dano hepático induzido por paracetamol em camundongos. Será escolhido apenas 1 dentre os 2 compostos aqui citados como SeBZFA e B, sendo o escolhido o mais promissor no protocolo anterior. Neste protocolo os camundongos serão divididos em 7 grupos contendo 13 animais cada:
Grupo I – Controle: receberá óleo de canola (v.o.) e salina (i.p.)
Gupo II – SeBZFX 5 mg/kg per se (v.o.) + salina (i.p.)
Grupo III - SeBZFX 25 mg/kg per se (v.o.) + salina (i.p.)
Grupo IV – Paracetamol (induzido): receberá óleo de canola (v.o.) + paracetamol 300 mg/kg (i.p.)
Grupo V – Paracetamol + SeBZFX 5 mg/kg (v.o.) + paracetamol 300 mg/kg (i.p.)
Grupo VI - Paracetamol + SeBZFX 25 mg/kg (v.o.) + paracetamol 300 mg/kg (i.p.)
Grupo VII – Controle positivo: N-acetilcisteína 150 mg/kg + paracetamol 300 mg/kg (i.p.)
O tratamento será realizado durante 7 dias consecutivos, também se utilizarão doses mais baixas do composto SeBZF devido o tratamento ser repetido, ser mais lipossolúvel e ter sua permanência favorecida no organismo, havendo uma possível somação das doses. Em um estudo ainda não publicado, a administração repetida destas doses não causou aparente toxicidade em camundongos (Besckow et al., 2020; Gall et al., 2020). Então após a ultima administração do composto SeBZFX ou N-acetilcisteína, os animais passaram por um jejum de 16 horas, para que haja uma indução do dano hepático por paracetamol (Mossanen & Tacke, 2015; Pu et al., 2019). Após 24 horas os animais serão eutanasiados com isoflurano, e sangue e fígado serão coletados e utilizados para análise.
O protocolo seguinte para a investigação dos efeitos terapêuticos da administração oral de dois compostos SeBZF em um modelo de dano hepático induzido por paracetamol em camundongos. Serão testados dois compostos com potencial perfil antioxidante in vitro (aqui citados genericamente como SeBZFs A e B). Os camundongos serão pesados e separados em 11 grupos contendo 13 animais cada. O óleo de canola será utilizado como veículo dos SeBZFs, o controle positivo será a administração única da dose de N-acetilcisteína (forma acetilada do aminoácido cisteína que possui alto potencial antioxidante).
Grupo I – Controle: receberá salina (i.p.) e óleo de canola (v.o.);
Grupo II – SeBZFA: receberá salina (i.p.) e 50 mg/kg de SeBZFA (v.o.) per se
Grupo III – SeBZFA: receberá salina (i.p.) e 100 mg/kg de SeBZFA (v.o.) per se
Grupo IV – SeBZFB: receberá salina (i.p.) e 50 mg/kg de SeBZFB (v.o.) per se
Grupo V – SeBZFB: receberá salina (i.p.) e 100 mg/kg de SeBZFB (v.o.) per se
Grupo VI – Paracetamol (induzido): receberá paracetamol 300 mg/kg (i.p.) e óleo de canola (v.o.)
Grupo VII – Paracetamol + SeBZFA: receberá paracetamol 300 mg/kg (i.p.) e SeBZFA 50 mg/kg (v.o.)
Grupo VIII – Paracetamol + SeBZFA: receberá paracetamol 300 mg/kg (i.p.) e SeBZFA 100 mg/kg (v.o.)
Grupo IX – Paracetamol + SeBZFB: receberá paracetamol 300 mg/kg (i.p.) e SeBZFB 50 mg/kg (v.o.)
Grupo X - Paracetamol + SeBZFB: receberá paracetamol 300 mg/kg (i.p.) e SeBZFB 100 mg/kg (v.o.)
Grupo XI – Paracetamol + controle positivo: receberá paracetamol 300 mg/kg (i.p.) e N-cetilcisteína 300 mg/kg (v.o.)
O intervalo entre a indução e os tratamentos será de 2 horas. Então 24 horas após a indução, os animais serão anestesiados com isoflurano para a coleta de sangue por punção cardíaca e análises bioquímicas para determinação de AST, ALT, ϒ-GT, ALP serão realizadas. Será realizada a retirada de amostras de fígado para que seja realizada análise histológica e também a determinação de parâmetros de dano oxidativo (níveis de lipoperoxidação, proteína carbonilada e de espécies reativas).
O protocolo para investigação dos efeitos preventivos de um pré-tratamento oral e repetido com SeBZF frente ao dano hepático induzido por paracetamol em camundongos. Será escolhido apenas 1 dentre os 2 compostos aqui citados como SeBZFA e B, sendo o escolhido o mais promissor no protocolo anterior. Neste protocolo os camundongos serão divididos em 7 grupos contendo 13 animais cada:
Grupo I – Controle: receberá óleo de canola (v.o.) e salina (i.p.)
Gupo II – SeBZFX 5 mg/kg per se (v.o.) + salina (i.p.)
Grupo III - SeBZFX 25 mg/kg per se (v.o.) + salina (i.p.)
Grupo IV – Paracetamol (induzido): receberá óleo de canola (v.o.) + paracetamol 300 mg/kg (i.p.)
Grupo V – Paracetamol + SeBZFX 5 mg/kg (v.o.) + paracetamol 300 mg/kg (i.p.)
Grupo VI - Paracetamol + SeBZFX 25 mg/kg (v.o.) + paracetamol 300 mg/kg (i.p.)
Grupo VII – Controle positivo: N-acetilcisteína 150 mg/kg + paracetamol 300 mg/kg (i.p.)
O tratamento será realizado durante 7 dias consecutivos, também se utilizarão doses mais baixas do composto SeBZF devido o tratamento ser repetido, ser mais lipossolúvel e ter sua permanência favorecida no organismo, havendo uma possível somação das doses. Em um estudo ainda não publicado, a administração repetida destas doses não causou aparente toxicidade em camundongos (Besckow et al., 2020; Gall et al., 2020). Então após a ultima administração do composto SeBZFX ou N-acetilcisteína, os animais passaram por um jejum de 16 horas, para que haja uma indução do dano hepático por paracetamol (Mossanen & Tacke, 2015; Pu et al., 2019). Após 24 horas os animais serão eutanasiados com isoflurano, e sangue e fígado serão coletados e utilizados para análise.
Indicadores, Metas e Resultados
Espera-se com este projeto indicar uma nova molécula com potencial hepatoprotetor, principalmente frente ao dano induzido por paracetamol, visto que é um medicamento de uso livre e muito consumido por pessoas de diversas idades. Espera-se que os resultados sejam satisfatórios, e que se possa ter uma melhor exploração pré-clínica adicional, a fim de se contribuir para o desenvolvimento de novos fármacos que apresentem menos efeitos adversos.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
Amália Gonçalves Alves | |||
CESAR AUGUSTO BRUNING | 1 | ||
CRISTIANI FOLHARINI BORTOLATTO | 3 | ||
DIANER NÖRNBERG STRELOW | |||
Ediandra Tissot Castro | |||
Estela Hartwig Ribeiro | |||
JOSÉ SEBASTIÃO DOS SANTOS NETO | |||
LETÍCIA DEVANTIER KRÜGER | |||
LUCIANE DA SILVA GONÇALVES | |||
MARIANA PARRON PAIM | |||
RAFAEL GIANELLA MONDADORI | 1 | ||
TAIS DA SILVA TEIXEIRA RECH |
Fontes Financiadoras
Sigla / Nome | Valor | Administrador |
---|---|---|
CAPES / Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior | R$ 3.500,00 | Coordenador |