Nome do Projeto
Filosofia e Contemporaneidade
Ênfase
Ensino
Data inicial - Data final
20/03/2021 - 20/11/2021
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
O projeto de ensino Filosofia e Contemporaneidade fomenta o debate e a produção filosófica sobre questões contemporâneas que envolvem epistemologia, ética e política. Colocando produções filosóficas que estabelecem uma interseccionalidade entre áreas e subáreas da filosofia e outras ciências, atuamos de forma a compreender os problemas conceituais e práticos que a sociedade contemporânea enfrenta. Objetivamos, assim, atuar de forma a possibilitar a apropriação da teoria como ferramenta de real mudança na sociedade, gerando uma produção filosófica capaz de lidar com os problemas específicos impostos pela contemporaneidade a partir de ângulos diversos. Com o propósito de promover subsídios teóricos para o entendimento e enfrentamento das problemáticas do tempo presente, o projeto atuará em três eixos principais, a saber 1) estudos sobre filosofias contemporâneas diversas, delineando um aporte teórico a partir do qual traçar análises críticas da contemporaneidade; 2) grupo de estudos em Filosofia e Contemporaneidade, que se configura em um ambiente de contato e discussão sobre textos de filosofia contemporânea; 3) ações de extensão que visam levar tais debates a um público mais amplo através de cursos gratuitos a comunidades, eventos e publicações.

Objetivo Geral

Com o propósito de promover subsídios teóricos para o entendimento e enfrentamento das problemáticas do tempo presente, o projeto atuará em três eixos principais, a saber 1) estudos sobre filosofias contemporâneas diversas, delineando um aporte teórico a partir do qual traçar análises críticas da contemporaneidade; 2) grupo de estudos em Filosofia e Contemporaneidade, que se configura em um ambiente de contato e discussão sobre textos de filosofia contemporânea; 3) ações de extensão que visam levar tais debates a um público mais amplo através de cursos gratuitos a comunidades, eventos e publicações.

Justificativa

O Século XXI carrega as marcas da história, e ao mesmo tempo, impõe novos desafios específicos. Como pensar a teorização e a prática no atual contexto sociopolítico e com o avanço da precarização pautada em concepções excludentes de indivíduo? Como podemos estabelecer este indivíduo considerando os marcadores de raça, classe, gênero, sexualidade, dentre tantos outros? Da mesma forma, quem é o agente sobre o qual falamos quando este é atravessado por tais marcadores e como lidar com a questão da agência a partir da percepção de que a economia de mercado, as mudanças climáticas e a política mundial parecem fugir ao nosso controle de forma nunca vista? Tais questões representam uma ruptura nas estruturas de conhecimento previamente estabelecidas, tornando necessário ir além das leituras e releituras clássicas, voltando nossa atenção para aqueles autores empenhados em uma análise crítica do presente, e os quais lidam diretamente com as problemáticas da agência, da sujeição, da identidade, da política, da sexualidade, do racismo, da validação de conhecimento e da igualdade.

Metodologia

A não-definição de noções de “agente” em teorias filosóficas tradicionais traz uma miríade de obstáculos práticos para suas respectivas aplicabilidades. Concepções excludentes ou supostamente abrangentes de determinadas características tendem a favorecer determinados grupos em detrimentos de outros. Diferentes abordagens filosóficas contemporâneas buscam lidar com essa problemática, a saber:
a) a filosofia feminista aliada aos estudos de gênero, a partir de trabalhos como os de Judith Butler, Donna Haraway, Patricia Hill Collins e Sueli Carneiro, apontam que tal busca por uma neutralidade do agente silencia a presença e participação de minorias não apenas na produção científica como em seus objetos de pesquisa (extensivamente catalogado por Caroline Criado Perez, dentre outras).
b) a racionalidade, conforme investigado por Jesse Prinz, Joshua Greene e Jonathan Haidt, atribui demandas e capacidades individuais baseados em concepções "de poltrona", ausentes de diálogo e, por conseguinte, entendimento dos diversos fatores alheios identificados pela psicologia, neurociências e economia comportamental que podem influenciar decisões pressupostamente "racionais"
c) a epistemologia, tratando da injustiça epistêmica, bem como de seus correlatos violência epistêmica e epistemicídio com as autoras Miranda Fricker, Kristie Dotson, Lélia Gonzalez, e Gayatri C. Spivak, conceitos estes que consistem na má distribuição de credibilidade por fatores epistemicamente irrelevantes. Dito de outro modo, a noção de injustiça epistêmica se preocupa com as injustiças nas relações de produção do conhecimento, tais como a invisibilidade, exclusão e inaudibilidade de agentes epistêmicos.
d) ética, em que pressupõe demandas motivacionais e pretende apofanticidade a juízos morais sem compreender agentes em seu contexto, dado que cada teoria tem suas particularidades em relação às ações e motivações do agente, porém todas procuram se posicionar de forma a buscar propriedades comuns compartilhadas pelos agentes. Essa análise pode ser feita a partir de autores como S. Darwall, T.M. Scanlon, C. Korsgaard e outros que trabalham a motivação moral, localizando as fontes dessa motivação para agirmos moralmente, tratando de agentes que nem sempre compartilham o mesmo modelo ético.
Com tais abordagens e desafios em mente, o grupo de estudos Filosofia e Contemporaneidade será gerido de maneira conjunta entre os acadêmicos participantes, de forma a 1) selecionar o material teórico a ser discutido, que vise compreender as leituras propostas no objetivo, de modo a traçar uma linha teórica de estudo por semestre; 2) realizar encontros periódicos para apresentação e discussão dos textos selecionados, com rodadas de comentários e propostas para desenvolvimentos de produção acadêmica e ações de extensão; 3) produzir e desenvolver materiais (artigos, capítulos de livro, etc.) e eventos (presenciais ou on-line) para acadêmicos e para a comunidade, de fácil compreensão e acesso, de forma a gerar debates a fim de transpor as barreiras entre pensamento acadêmico e a população em geral.

Indicadores, Metas e Resultados

Com o objetivo geral de promover subsídios teóricos para o entendimento e enfrentamento das problemáticas do tempo presente, esperamos cumprir as seguintes metas: a) produção de artigos individuais e em conjunto com participantes do projeto; b) realização de um seminário por semestre para apresentação e qualificação dos trabalhos realizados pelo grupo e colaboradores; c) realização de um evento anual aberto à comunidade acadêmica e não acadêmica para divulgação e debate dos tópicos trabalhados; d) publicação de um livro ao final do período de um ano com os artigos de maior destaque produzidos ao longo das linhas propostas; e) ações pontuais de extensão a serem realizadas por um ou mais acadêmicos do grupo ao longo do ano; f) Produção de material de divulgação sobre os temas discutidos a ser veiculado nas redes sociais e outras plataformas de comunicação. Com isso, esperamos obter como resultado um maior envolvimento da comunidade acadêmica e não acadêmica no debate esclarecido sobre os temas de agência, justificação e justiça social. Da mesma forma, esperamos promover aos acadêmicos de filosofia e áreas afins um maior contato com textos e temas de filosofia contemporânea, fornecendo aportes teóricos capazes de lidar com os problemas da contemporaneidade a partir de uma perspectiva filosófica.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
BRUNA SCHNEID DA SILVA
FLAVIA CARVALHO CHAGAS3
GUILHERME GONÇALVES MENEGHELLO
GUSTAVO GENERALDO DE SÁ TELES JÚNIOR
Jade Bueno Arbo
LUCA NOGUEIRA IGANSI

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