Nome do Projeto
Diagnóstico e epidemiologia das doenças de ovinos criados em sistema intensivo na região Sul do Rio Grande do Sul
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
31/03/2021 - 30/12/2022
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
A criação de ovinos em confinamentos tem tido um avanço considerável na região Sul do Rio Grande do Sul, sendo o principal objetivo desses estabelecimentos a terminação dos animais para obter um lote uniforme no abate e garantir qualidade aos consumidores. Neste contexto faz-se necessário identificar a epidemiologia e a patologia das principais enfermidades que causam mortalidade nestes estabelecimentos de criação de ovinos, e estabelecer formas de controle e profilaxia adequadas e que diminuam ou impeçam a ocorrência dessas enfermidades, muitas vezes ligadas ao tipo de alimentação fornecida aos animais e ao manejo. Por esta razão os objetivos deste projeto são determinar as principais enfermidades que afetam ovinos em sistemas intensivos de criação na área de influência do Laboratório Regional de Diagnóstico da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas. Será realizado um estudo prospectivo em um estabelecimento localizado no município de São Lourenço do Sul, RS, onde são criados ovinos em sistema de confinamento para o mercado interno. Serão realizadas visitas periódicas ao estabelecimento e realizadas necropsias dos ovinos mortos no local. Os diagnósticos serão agrupados por etiologia da enfermidade e os dados epidemiológicos avaliados, assim como as perdas econômicas, com retorno à propriedade dos resultados obtidos.

Objetivo Geral

O objetivo desse trabalho é determinar as principais doenças que afetam ovinos criados em sistema intensivo na região Sul do Rio Grande do Sul, estabelecer formas de controle e profilaxia das diversas enfermidades, bem como estimar as perdas econômicas decorrentes dessas enfermidades

Justificativa

A ovinocultura é uma atividade realizada mundialmente e o rebanho ovino mundial conta com mais de 1,2 bilhões de cabeças, concentrando maior parte da criação nos continentes da Ásia e África (FAO, 2018). Sabe-se que o continente americano é o terceiro maior produtor de ovinos. Considerando esse dado, o Brasil possui grande parte do rebanho americano, com 19,7 milhões de cabeças, estando essas localizadas principalmente nas regiões nordeste com 65,6% e sul com 24% (IBGE, 2019).
Atualmente, a criação de ovinos tem como principal objetivo a produção de carne, embora a produção de lã e de leite sejam também importantes. Entretanto, o consumo de carne ovina no mundo é menor quando comparado a outras fontes de proteína animal, representando apenas 1,3kg/capita (OECD-FAO, 2019). No Brasil, o consumo de carne ovina é, ainda, menor que a média mundial, de apenas 0,5kg/capita (OECD-FAO, 2019). Entretanto, o mercado da carne ovina vem crescendo constantemente, principalmente para abastecimento do mercado interno e a produção não é suficiente para o país, tornando-se necessárias as importações. No ano 2017 foram importadas para o país mais de 5 toneladas de carne ovina, sendo o principal país exportador o Uruguai (CNA, 2017).
Devido ao crescimento no consumo e demanda da carne os produtores vêm buscando ampliar sua criação para suprir o mercado, com o objetivo de garantir a qualidade dos produtos oriundos da ovinocultura. Atualmente busca-se a organização da cadeia produtiva, bem como a formalização da produção, evitando assim, a sazonalidade e o suprimento do mercado consumidor (MAGALHÃES, 2019). Uma das alternativas para acelerar o processo de terminação dos animais e garantir qualidade e uniformidade de carcaça é a implementação de confinamentos.
Atualmente o centro-oeste do país concentra 73% dos confinamentos bovinos destinados a produção interna do país. Os confinamentos bovinos representam apenas 10% da produção de carne no Brasil (USDA, 2019), porém, a implementação dos confinamentos não é simples, uma vez que os animais chegam de diversas regiões, podendo carrear patógenos que podem ser disseminados e, também, desenvolver enfermidades que ocorrem devido a mudança na alimentação e a aglomeração de animais (ESTIMA-SILVA, 2020). Em ovinos trabalhos tem demonstrado a ocorrência de doenças em ovinos confinados relacionadas à alimentação como acidose, úlcera de abomaso, cetose e também doenças virais como border disease (Gonzalez et al. 2013), e bacterianas como listeriose (Rissi 2006), e pneumonias.
Sendo assim, é de grande importância conhecer as doenças que ocorrem em confinamentos para que possam ser implementadas medidas preventivas e tratamentos que garantam a sanidade e a redução das perdas econômicas.
O objetivo desse trabalho é determinar as principais doenças que afetam ovinos criados em sistema intensivo na região Sul do Rio Grande do Sul, estabelecer formas de controle e profilaxia das diversas enfermidades, bem como estimar suas perdas econômicas.

Metodologia

Será realizado um estudo prospectivo das enfermidades diagnosticadas no Laboratório Regional de Diagnóstico da Universidade Federal de Pelotas (LRD/UFPel), em ovinos submetidos ao sistema intensivo de criação em um estabelecimento localizado no município de São Lourenço do Sul, Rio Grande do Sul, durante o período de outubro de 2020 a outubro de 2021. Os dados epidemiológicos e outras informações como protocolo sanitário, alimentação, período de adaptação, idade, sexo e tempo de permanência no local serão obtidos por meio de visitas ao estabelecimento. Os animais doentes e que morrerem serão necropsiados e fragmentos dos órgãos das cavidades abdominal e torácica e sistema nervoso central serão coletados, fixados em formalina 10% tamponada e processados rotineiramente para histologia, cortados com 5µm de espessura e corados com hematoxilina e eosina (HE). Será coletado, também, material para bacteriologia, virologia, micologia e parasitologia, quando houver suspeita clínica de doenças causadas por bactérias, vírus, fungos ou parasitos, respectivamente. O material será refrigerado e enviado ao respectivo laboratório para realização das análises necessárias para o diagnóstico.
Técnicas especiais para a confirmação do diagnóstico de algumas enfermidades serão realizadas sempre que isso se fizer necessário. Para a confirmação do diagnóstico de listeriose blocos selecionados dos casos suspeitos pelas lesões histológicas e epidemiologia serão cortados com 3 µm de espessura e as lâminas serão coradas pela imuno-histoquímica segundo procedimentos estabelecidos anteriormente (RAMOS-VARA & BEISSENHERZ 2000). Será utilizado como anticorpo primário um anticorpo policlonal antiantígeno celular (O) de Listeria spp. na diluição de 1:1000 e as lâminas serão contra coradas com Hematolinina de Harris.

Indicadores, Metas e Resultados

Espera-se ao final do período de acompanhamento do estabelecimento se tenha um amplo conhecimento das enfermidades que ocorrem em ovinos submetidos ao sistema intensivo de criação, com uma estimativa segura das perdas econômicas provenientes dessas enfermidades e a forma de controle das mesmas, evitando ou minimizando prejuízos econômicos para a criação ovina intensiva na região. Serão publicados um trabalho em Congresso Científico daa área e um artigo em revista Qualis A.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANA LUCIA PEREIRA SCHILD8
ELISA ROCHA DA SILVA
FABIANO DA ROSA VENANCIO
HAIDE VALESKA SCHEID
LUCAS DOS SANTOS MARQUES
LUIZA SOARES RIBEIRO
SILVIA REGINA LEAL LADEIRA2

Fontes Financiadoras

Sigla / NomeValorAdministrador
CAPES / Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível SuperiorR$ 2.250,00Coordenador

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