Nome do Projeto
Monitoramento de indicadores de saúde em adultos e idosos após infecção pela COVID-19 residentes em Rio Grande/RS
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
02/05/2021 - 31/12/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A pandemia da COVID-19 teve seus primeiros casos no Brasil há cerca de 6 meses, e
desde então os estados e municípios tem buscado reorganizar seus serviços de saúde,
principalmente a atenção hospitalar, para o acolhimento e oferta de cuidado adequado
aos indivíduos infectados e redução da letalidade da doença. Não obstante, o município
de Rio Grande, que em setembro de 2020 tinha aproximadamente 4 mil casos de RTPCR positivos, também adotou medidas de reorganização de seus serviços de saúde,
conseguindo manter a taxa de mortalidade em 53,6 por 100 mil habitantes. A literatura
indica com clareza diretrizes para o manejo dos pacientes hospitalizados pela COVID-
19, contudo muito pouco se sabe sobre os efeitos que a doença causará a médio e longo
prazo nos infectados, o que dificulta a organização dos serviços de saúde de atenção
básica para a organização do processo de trabalho e dos cuidados clínicos. Neste
sentido, este projeto pretende investigar os indicadores de saúde de adultos e idosos
após infecção, identificando e monitorando os indicadores com maior impacto na saúde
relacionados a piores prognósticos, e a partir disso desenvolver material educativo para
os profissionais da atenção básica visando qualificar a prática clínica para o cuidado
dos indivíduos após infecção pela COVID-19. Para o cumprimento dos objetivos, o
projeto será desenvolvido em 3 etapas: 1ª Identificação de indicadores de saúde –
realizada através de um censo para avaliação dos adultos e idosos pós-infecção em seus
domicílios; 2ª Monitoramento de indicadores de saúde – identificação de pelo menos 3
indicadores com maior necessidade de monitoramento e passíveis de cuidados na
atenção básica; e 3ª Desenvolvimento de material educativo para profissionais da
atenção básica – infográficos com os resultados das etapas 1 e 2 do estudo, contendo
informações acerca das necessidades de monitoramento e intervenção nos usuários
após infecção. Com os resultados deste estudo espera-se traçar um perfil
epidemiológico dos riograndinos após infecção pela COVID-19, identificação precoce
de possíveis sequelas da doença e complicações e de indicadores que determinam piores
prognósticos, telemonitoramento dos indivíduos com necessidade de acompanhamento
e apoio a gestão para organização dos serviços de saúde para acolhimento da demanda
e para os profissionais da saúde com a oferta de material educativo com os principais
indicadores com necessidade de cuidado.
Objetivo Geral
Identificar a prevalência e fatores associados à COVID-19 longa em residentes em Rio Grande/RS
Justificativa
Nos últimos anos, diferentes tipos de coronavírus tem infectado a população
mundial, entretanto, no segundo semestre de 2019, surgiu na China o COVID-19, um
coronavírus modificado, levando a casos graves de pneumonias virais, que
diferentemente dos anteriores, têm mostrado maior velocidade de contaminação e
piores consequências à saúde dos infectados (Ministério da Saúde, 2020; BELASCO et
al., 2020). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2020), no mundo mais de
30.949.804 de indivíduos foram infectados pelo novo coronavírus desde o seu
surgimento, desses 4.528.347 foram registrados no Brasil, contabilizando cerca de
136.565 óbitos no país. No Estado do Rio Grande do Sul, até outubro de 2020, foram
diagnosticadas 175.349 pessoas e ocorreram 4.409 óbitos. Dentre as cidades gaúchas,
Rio Grande está entre as com maior prevalência de COVID-19, ocupando a sétima
colocação, com mais de 4 mil casos e uma taxa de mortalidade de aproximadamente
53,6 por 100 mil habitantes (Secretaria do Estado do Rio Grande do Sul, 2020).
Diferentes estudos buscaram identificar as características dos quadros agudos e
verificaram que apesar de sua baixa letalidade (0,6%), 14,0% necessitavam de cuidados
hospitalares e 27,8% de tratamento em Unidade de Terapia Intensiva, com tempo de
internação médio de 22 dias (TEICH, 2020). Entretanto, as evidências sobre a história
clínica de COVID-19 após a fase aguda ainda são limitadas e pouco se sabe sobre os
efeitos da doença a médio e longo prazo (AGAINST, 2020, KAI LIU et al., 2020).
Sabe-se que sobreviventes de pneumonias virais graves, apresentam complicações
psicológicas e físicas ocasionadas diretamente pela doença, como também problemas
relacionados ao tratamento, como lesões pulmonares e em outros órgãos. Sabe-se que
a capacidade pulmonar é comprometida e a medida que o tempo passa, os pacientes
recuperados podem desenvolver fibrose pulmonar, ocasionando limitações importantes
da capacidade respiratória funcional do indivíduo e persistência de sintomas como falta
de ar e baixa resistência aeróbica e consequente redução na funcionalidade e qualidade
de vida (CESPEDES; SOUZA 2020).
Estudo de revisão conduzido com o objetivo de identificar a importância do cuidado
interdisciplinar para os pacientes após infecção pela COVID-19, verificou que além das
consequências à saúde respiratória, o vírus também pode reduzir a acuidade visual,
comprometer o paladar, o olfato, a visão e sensibilidade periférica, causar
manifestações como tontura, dor de cabeça e comprometimento da consciência, lesões
na musculatura esquelética, transtornos psiquiátricos graves, piora das doenças
cardiovasculares pré-existentes e alteração a composição corporal (AGAINST, 2020).
A singularidade e a complexidade da pandemia também exigiu a reorganização dos
serviços de saúde, com a ampliação dos cuidados concentrados na atenção hospitalar
para o manejo da doença e controle da letalidade. Contudo, após 6 meses do início da
pandemia no Brasil, começa a surgir uma nova demanda de saúde, relacionada aos
sobreviventes da COVID-19, e com ela, emerge a necessidade de organização dos
serviços e de capacitação dos profissionais da atenção básica (ABRASCO, 2020).
Neste sentido, apesar do grande número de publicações divulgadas diariamente
sobre a COVID-19, ainda são escassos dados oriundos de estudos observacionais
prospectivos de base populacional que identifiquem o quadro clínico claro das
consequências do COVID-19, que permitam estimar o prognóstico e as necessidades
clínicas e de cuidados, bem como calcular as demandas e especificidades de cuidado e
monitoramento para atenção básica.
mundial, entretanto, no segundo semestre de 2019, surgiu na China o COVID-19, um
coronavírus modificado, levando a casos graves de pneumonias virais, que
diferentemente dos anteriores, têm mostrado maior velocidade de contaminação e
piores consequências à saúde dos infectados (Ministério da Saúde, 2020; BELASCO et
al., 2020). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2020), no mundo mais de
30.949.804 de indivíduos foram infectados pelo novo coronavírus desde o seu
surgimento, desses 4.528.347 foram registrados no Brasil, contabilizando cerca de
136.565 óbitos no país. No Estado do Rio Grande do Sul, até outubro de 2020, foram
diagnosticadas 175.349 pessoas e ocorreram 4.409 óbitos. Dentre as cidades gaúchas,
Rio Grande está entre as com maior prevalência de COVID-19, ocupando a sétima
colocação, com mais de 4 mil casos e uma taxa de mortalidade de aproximadamente
53,6 por 100 mil habitantes (Secretaria do Estado do Rio Grande do Sul, 2020).
Diferentes estudos buscaram identificar as características dos quadros agudos e
verificaram que apesar de sua baixa letalidade (0,6%), 14,0% necessitavam de cuidados
hospitalares e 27,8% de tratamento em Unidade de Terapia Intensiva, com tempo de
internação médio de 22 dias (TEICH, 2020). Entretanto, as evidências sobre a história
clínica de COVID-19 após a fase aguda ainda são limitadas e pouco se sabe sobre os
efeitos da doença a médio e longo prazo (AGAINST, 2020, KAI LIU et al., 2020).
Sabe-se que sobreviventes de pneumonias virais graves, apresentam complicações
psicológicas e físicas ocasionadas diretamente pela doença, como também problemas
relacionados ao tratamento, como lesões pulmonares e em outros órgãos. Sabe-se que
a capacidade pulmonar é comprometida e a medida que o tempo passa, os pacientes
recuperados podem desenvolver fibrose pulmonar, ocasionando limitações importantes
da capacidade respiratória funcional do indivíduo e persistência de sintomas como falta
de ar e baixa resistência aeróbica e consequente redução na funcionalidade e qualidade
de vida (CESPEDES; SOUZA 2020).
Estudo de revisão conduzido com o objetivo de identificar a importância do cuidado
interdisciplinar para os pacientes após infecção pela COVID-19, verificou que além das
consequências à saúde respiratória, o vírus também pode reduzir a acuidade visual,
comprometer o paladar, o olfato, a visão e sensibilidade periférica, causar
manifestações como tontura, dor de cabeça e comprometimento da consciência, lesões
na musculatura esquelética, transtornos psiquiátricos graves, piora das doenças
cardiovasculares pré-existentes e alteração a composição corporal (AGAINST, 2020).
A singularidade e a complexidade da pandemia também exigiu a reorganização dos
serviços de saúde, com a ampliação dos cuidados concentrados na atenção hospitalar
para o manejo da doença e controle da letalidade. Contudo, após 6 meses do início da
pandemia no Brasil, começa a surgir uma nova demanda de saúde, relacionada aos
sobreviventes da COVID-19, e com ela, emerge a necessidade de organização dos
serviços e de capacitação dos profissionais da atenção básica (ABRASCO, 2020).
Neste sentido, apesar do grande número de publicações divulgadas diariamente
sobre a COVID-19, ainda são escassos dados oriundos de estudos observacionais
prospectivos de base populacional que identifiquem o quadro clínico claro das
consequências do COVID-19, que permitam estimar o prognóstico e as necessidades
clínicas e de cuidados, bem como calcular as demandas e especificidades de cuidado e
monitoramento para atenção básica.
Metodologia
Trata-se de estudo longitudinal de base populacional a ser realizado no município do Rio Grande. Localizado no extremo Sul do Rio Grande do Sul queconta com uma população estimada de 209.378 habitantes. Participarão da pesquisa indivíduos com 18 anos ou mais residentes no meio urbano do município que tiveram diagnóstico de coronavírus por meio do teste de RT-PCR no entre os meses de dezembro de 2020 e março de 2021 que realizaram tratamento na cidade do Rio Grande/RS.
A partir de lista disponibilizada pela Secretaria Municipal de Saúde de Rio Grande/RS, serão identificados os elegíveis para o estudo que serão contactados via telefone e convidados a participar do estudo para a linha de base. Além disso, 1 ano e 1,5 anos após a infecção serão realizados monitoramentos também por meio de contato telefônico.
A partir de lista disponibilizada pela Secretaria Municipal de Saúde de Rio Grande/RS, serão identificados os elegíveis para o estudo que serão contactados via telefone e convidados a participar do estudo para a linha de base. Além disso, 1 ano e 1,5 anos após a infecção serão realizados monitoramentos também por meio de contato telefônico.
Indicadores, Metas e Resultados
Objetivo: Investigar indicadores de saúde de adultos e idosos após infecção pela
COVID-19 residentes em Rio Grande/RS que permitam identificar a trajetória até o
diagnóstico, as diferenças no perfil socioeconômico e os principais sintomas e
comprometimentos oriundos da doença.
Meta: Avaliação dos indicadores de saúde de pelo menos 80% dos adultos e idosos
infectados pela COVID-19 no ano de 2020 residentes na cidade de Rio Grande/RS,
considerando 20% para perdas ou recusas.
Objetivo: Estimar a prevalência de fatores de risco e de proteção à saúde de adultos e
idosos após contágio pela COVID-19.
Meta: Avaliação de 100% dos fatores de risco e proteção pré-estabelecidos.
Objetivo: Distribuir material educativo para os indivíduos entrevistados com
orientações acerca da importância de manter cuidados de higiene e proteção mesmo
após infecção pela COVID-19.
Meta: Distribuição do material educativo para 100% dos indivíduos entrevistados.
Objetivo: Identificar indicadores com maior impacto na saúde relacionados a piores
prognósticos nos indivíduos após infecção pela COVID-19.
Meta: Identificação de pelo menos três indicadores de pior prognóstico.
Objetivo: Monitorar a saúde dos indivíduos após infecção pela COVID-19,
considerando os indicadores identificados no objetivo anterior.
Meta: Realização de dois telemonitoramentos de pelo menos 80% dos indivíduos
elegíveis a partir dos indicadores estabelecidos.
Objetivo: Desenvolver material educativo para profissionais da atenção primária à
saúde visando a qualificação da prática clínica para cuidado dos indivíduos após
infecção pela COVID-19.
Meta: Desenvolvimento de material educativo com conteúdo de fácil compreensão e
considerando os indicadores identificados na pesquisa.
Meta: Distribuição do material educativo para 100% dos profissionais que atuam nas
unidades básicas de saúde do município.
COVID-19 residentes em Rio Grande/RS que permitam identificar a trajetória até o
diagnóstico, as diferenças no perfil socioeconômico e os principais sintomas e
comprometimentos oriundos da doença.
Meta: Avaliação dos indicadores de saúde de pelo menos 80% dos adultos e idosos
infectados pela COVID-19 no ano de 2020 residentes na cidade de Rio Grande/RS,
considerando 20% para perdas ou recusas.
Objetivo: Estimar a prevalência de fatores de risco e de proteção à saúde de adultos e
idosos após contágio pela COVID-19.
Meta: Avaliação de 100% dos fatores de risco e proteção pré-estabelecidos.
Objetivo: Distribuir material educativo para os indivíduos entrevistados com
orientações acerca da importância de manter cuidados de higiene e proteção mesmo
após infecção pela COVID-19.
Meta: Distribuição do material educativo para 100% dos indivíduos entrevistados.
Objetivo: Identificar indicadores com maior impacto na saúde relacionados a piores
prognósticos nos indivíduos após infecção pela COVID-19.
Meta: Identificação de pelo menos três indicadores de pior prognóstico.
Objetivo: Monitorar a saúde dos indivíduos após infecção pela COVID-19,
considerando os indicadores identificados no objetivo anterior.
Meta: Realização de dois telemonitoramentos de pelo menos 80% dos indivíduos
elegíveis a partir dos indicadores estabelecidos.
Objetivo: Desenvolver material educativo para profissionais da atenção primária à
saúde visando a qualificação da prática clínica para cuidado dos indivíduos após
infecção pela COVID-19.
Meta: Desenvolvimento de material educativo com conteúdo de fácil compreensão e
considerando os indicadores identificados na pesquisa.
Meta: Distribuição do material educativo para 100% dos profissionais que atuam nas
unidades básicas de saúde do município.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
Cristiane de Souza Gonçalves | |||
DENIS CARLOS CARVALHO JUNIOR | |||
LORRANY DA SILVA NUNES FEHLBERG | |||
SUELE MANJOURANY SILVA DURO | 3 |
Fontes Financiadoras
Sigla / Nome | Valor | Administrador |
---|---|---|
FAPERGS / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado Rio Grande do Sul | R$ 126.720,00 | Coordenador |
Plano de Aplicação de Despesas
Descrição | Valor |
---|---|
339036 - Outros Serviços de Terceiro - Pessoa Física | R$ 61.500,00 |
339030 - Material de Consumo | R$ 1.040,00 |
339018 - Auxílio Financeiro a Estudantes | R$ 9.600,00 |
339014 - Diária Pessoa Civil | R$ 1.280,00 |
449052 - Equipamentos e Material Permanente | R$ 46.800,00 |
339039 - Outros Serviços de Terceiro - Pessoa Jurídica | R$ 6.500,00 |