Nome do Projeto
Introdução do Processo BIM em Projetos Aplicados ao Curso de Engenharia Civil
Ênfase
Ensino
Data inicial - Data final
01/11/2021 - 31/10/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Engenharias
Resumo
Trata-se de uma iniciativa para introduzir o processo BIM (Building Information Modeling) em projetos do curso de Engenharia Civil, a fim de aproximá-lo das tendências mercadológicas e de inseri-lo, definitivamente, na digitalização preconizada para a construção civil regional. Decerto, a consecução de tal objetivo dar-se-á por meio dos estudantes que aplicam o conhecimento ora adquirido em seus estágios curriculares, e, depois, como egressos, tornando-se vetores para a mudança de paradigma vislumbrada.

Objetivo Geral

Oportunizar aos discentes do curso de Engenharia Civil o aprendizado de um processo que se configura como ferramenta essencial para digitalizar a construção civil, o BIM, com expressivo incremento na produtividade e qualidade do ambiente construído, de modo a torná-los mais competitivos em estágios curriculares e ativos nas disciplinas projetuais do curso, e, na condição de egressos, aptos a ocupar posições de destaque ao longo da carreira profissional.

Justificativa

Desde o início de 2021, por força do decreto presidencial 10.306, torna-se compulsório o uso do BIM (Building Information Modeling) na execução direta ou indireta de obras ou serviços de engenharia, realizada pelos órgãos e entidades da administração pública federal, em linha com a Estratégia BIM BR, instituída também por decreto presidencial, 9.983. O BIM é um processo que preconiza a modelagem de um edifício a partir de famílias de elementos construtivos que carregam informações diversas, desde as dimensões geométricas até suas propriedades termo-mecânicas, além da relação com aspectos mecânicos, elétricos e hidrossanitários. Apesar desse arcabouço legal, a transformação digital que se vislumbra pela disseminação do BIM no Brasil é um grande desafio, já que o setor da construção civil só é menos digitalizado do que o da caça e pesca. Esse cenário é corroborado por pesquisa recente da FGV (Fundação Getúlio Vargas) que mostrou que apenas 9,5% das construtoras brasileiras já utilizam o BIM, embora cerca de 70% dessas empresas que ainda não adotaram o BIM nas práticas projetuais tenham declarado que pretendem fazê-lo prioritariamente dentro do prazo de dois anos. No setor da construção civil voltado para edifícios residenciais multifamiliares, o avanço na adoção do BIM é mais perceptível – cerca de 17% já aderiu a esse processo – o que torna seu aprendizado no âmbito do curso de engenharia civil da UFPel compulsório, não apenas para que os graduandos se coloquem melhor em situação de competitividade nos estágios curriculares, mas também para que os egressos do curso se enquadrem nisso que já deixou de ser futuro para se tornar uma realidade à época de sua atuação no mercado como profissional. Decerto, a disciplina Projeto de Edificações do curso de Engenharia Civil já incorporou, desde 2020, o processo BIM nos projetos que constam de sua ementa – a saber, arquitetônico, estrutural, elétrico, hidrossanitário e de proteção e combate a incêndio – entretanto, dado seu baixo número de créditos realizados num único semestre para congregar boa parte das disciplinas profissionalizantes no fim do curso, algumas sugestões para melhor aprendizado têm sido registradas, entre elas a de antecipar tal conteúdo para períodos mais iniciais do curso. Isso é o que justifica o presente projeto de ensino, o qual trará benefícios a todos os discentes que desejarem dele participar, com reflexos positivos inclusive para outros projetos que atendem ao curso, entre eles o de extensão que dá suporte à Vértice Jr – empresa júnior dos alunos do curso de Engenharia Civil da UFPel – que se utiliza do processo BIM para a respectiva prestação de serviços técnicos de sua habilitação profissional à comunidade local.

Metodologia

O presente projeto objetiva abordar os conteúdos relacionados ao processo BIM conforme suas ditas “dimensões”, na sequencia com a qual estão previstas pelo decreto 10.336, ou seja: (i) Fase I - elaboração dos modelos de arquitetura e dos modelos de engenharia referentes às disciplinas de estruturas, instalações prediais (hidrossanitárias, elétricas e de aquecimento, ventilação e ar condicionado) e PPCI (prevenção, proteção e combate a incêndio); extração de quantitativos; e documentação gráfica afim - tudo correlato à referida dimensão 3D do BIM; (ii) Fase II - detecção de interferências físicas e funcionais entre tais disciplinas e a revisão dos modelos de arquitetura e engenharia, de modo a compatibilizá-los entre si, bem como planejamento e controle para a execução de obras (dimensão 4D do BIM); e orçamentação (dimensão 5D do BIM); e (iii) Fase III – avaliações acerca da sustentabilidade, sob o viés das metas acordadas pelo Brasil perante o Acordo de Paris (dimensão 6D); e atualização do modelo e de suas informações como construído (as built), para as obras cujos projetos de arquitetura e engenharia tenham sido realizados ou executados com aplicação do BIM, de modo a permitir o gerenciamento e a manutenção do empreendimento após a sua construção (dimensão 7D do BIM). Para tanto, tais conteúdos serão disponibilizados por meios audiovisuais que estarão disponíveis à cada turma, o que demanda a dedicação de voluntários, no início das atividades deste projeto, e, depois, bolsistas, para que a produção acompanhe a evolução e a multiplicidade dos softwares que materializam o BIM. A princípio, pretende-se utilizar softwares correlatos da Autodesk e da Bentley, empresas líderes de mercado, sendo que a primeira disponibiliza a oportunidade de o coordenador do projeto estender a até 125 discentes suas licenças educacionais dos softwares em estudo (em adição ao fato de que qualquer estudante pode requerê-las gratuitamente por até 36 meses enquanto o vínculo com a instituição de ensino permanecer ativo), ao passo que a segunda recém ofertou licença gratuita aos estudantes do curso de Engenharia Civil da UFPel por meio do coordenador deste projeto.
Ressalta-se que o processo BIM deve ser aplicado aos projetos, por meio dos softwares que o materializam, em consonância com a estrutura analítica (EAP) previamente determinada pela equipe, a qual também deve ter clara definição sobre os níveis de desenvolvimento (LoD) para cada projeto, de modo que a coordenação dos trabalhos siga um fluxo com o mínimo possível de intercorrências e retrabalhos. Por fim, o conteúdo produzido e atualizado relativamente ao projeto de ensino estará acessível aos inscritos a partir de canal privado no Youtube sob domínio do coordenador, além de um ambiente virtual no Moodle da UFPel, a fim de permitir a troca de arquivos que permitam a certificação mediante entrega de projetos propostos para avaliação do grau de fixação de cada fase supracitada. Encontros presenciais para dirimir dúvidas também serão estabelecidos a cada turma, sendo previsto uma relativa à cada fase, por semestre letivo, com até 40 inscritos por turma. O critério de seleção deverá estabelecer preferência por ordem decrescente dos discentes em relação ao período letivo majoritário no curso de Engenharia Civil da UFPel, excluídos aqueles que estejam cursando a disciplina Projeto de Edificações, em adição aos que manifestem intenção de tutelar voluntariamente as turmas seguintes da fase que tenha concluído. À medida em que sobrem vagas para as turmas formadas conforme os critérios recém descritos, tais vagas sobressalentes serão ofertadas aos discentes de cursos da UFPel correlatos à área de AEC (Arquitetura, Engenharia e Construção), além de outros interessados que possam firmar convênio com a UFPel para acesso ao conteúdo – a saber, órgãos municipais e estaduais que necessitem de uma introdução e familiarização ao BIM.

Indicadores, Metas e Resultados

(1) Produzir conteúdo capaz de abordar as referidas dimensões do BIM, em número e carga horária suficiente para que o aprendizado seja alcançado, de preferência por meio de softwares distintos conforme a representatividade no mercado, desde que as licenças educacionais sejam concedidas aos inscritos, de modo a permitir o uso em disciplinas projetuais do curso de Engenharia Civil da UFPel, além de elevar a digitalização do setor ao longo da carreira profissional;
(2) Desenvolver modelos de projetos que possibilitem uniformizar a identidade de projetos no curso de Engenharia Civil da UFPel consoante ao processo BIM, além de plugins que permitam automatizar etapas repetitivas, a partir de programação compatível, de modo dinamizar a atividade projetual baseada em padrões bem definidos;
(3) Favorecer o aprendizado horizontal do processo BIM em projetos ligados ao curso de Engenharia Civil, sendo que o discente assume o papel de tutela das turmas seguintes em fases por ele já concluídas, de modo a manter este projeto de ensino atualizado e em linha com as expectativas dos próprios discentes;
(4) Estimular a abordagem em trabalhos de conclusão e, futuramente de pós-graduação em programa profissional, vislumbrados para o curso de Engenharia Civil, tendo o BIM como protagonista, a partir dos recursos humanos capacitados pelo projeto de ensino, além da ampliação do número de publicações técnicas decorrentes.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANGELA PETRUCCI VASCONCELOS
ARIADNE MARILYN DA SILVEIRA
BERNARDO BUBOLZ BOHM
CAETANO QUEVEDO GHELLER
CAMILA MOREIRA BLAZ
CARLOS EDUARDO HASENKAMP SILVEIRA MACHADO
CLARISSA CASTRO CALDERIPE MONTELLI
GABRIEL VILELA TAVARES
HEBERT LUIS ROSSETTO2
KRYSTIAN VENZKE KOEHLER
LÓREN FERREIRA DA CRUZ
WENDEL REINALDO LUCENA

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