Nome do Projeto
Formação de Jovens Comunicadores Comunitários
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
01/06/2017 - 08/07/2020
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Comunicação / Educação
Linha de Extensão
Mídias
Resumo
O Projeto Jovens Comunicadores Comunitários oferece oficinas para a produção e veiculação de conteúdos em dispositivos midiáticos como rádio, vídeo, web, redes sociais, fotografia e impresso. Tem como ênfase o desenvolvimento coletivo das competências e habilidades técnicas para produção de programas radiofônicos, de textos para impresso e web, de fotografia e vídeo bem como de conteúdo para web e redes sociais, promovendo a reflexão sobre o papel da mídia na sociedade e o direito de comunicar.

Objetivo Geral

Promover a formação de jovens comunicadores para a sua inclusão em processos comunicativos críticos que envolvem a produção, o consumo e a circulação midiática.

Justificativa

Comunicação é uma palavra de origem latina e significa participar, pôr em comum ou ação comum. Comunicar, etimologicamente, é relacionar seres viventes e, normalmente, conscientes (seres humanos), tornar alguma coisa comum entre esses seres, seja essa coisa uma informação, uma experiência, uma sensação, uma emoção, etc.” (SOUZA, 2006, p. 22).

Comunicação expressa a ideia de realizar uma atividade conjuntamente. No entanto, como Martino (2002) demonstra, essa ação comum não se refere a qualquer ação que se faça conjuntamente. Usada originalmente por monges que viviam isolados, communicatio denominava a ação comum desses monges de congregarem para comer. Designava, portanto, um ato de comunhão, que se dava como forma de encontro num contexto em que a regra era o isolamento ao qual os monges se submetiam como forma de piedade. Essa atividade se distinguia do ato ordinário de comer, justamente porque era uma prática para superar o isolamento. Portanto, a comunicação exprimia a atividade conjunta daqueles que estavam separados pelo isolamento, de onde podemos depreender o sentido de relação que se encontra na palavra comunicação.

Nesse sentido, comunicação é participação, mas não como sendo a qualidade de possuir as mesmas propriedades de uma coisa. É ação em comum, mas não a ação que se realiza sobre a matéria ou como uma práxis social, como um hábito ou uma ação coletiva. Comunicação é um tipo de relação que se exerce de forma intencional sobre outrem; uma ação comum da qual participam duas ou mais consciências para realizarem um ato ou atividade em torno de objetos comuns. Ou, nas palavras de Martino: “em sua acepção mais fundamental, o termo 'comunicação' refere-se ao processo de compartilhar um mesmo objeto de consciência, ele exprime a relação entre consciências” (Martino, 2002, p. 14).

Muito embora a etimologia da palavra comunicação nos ajude a compreender o fenômeno comunicacional como uma relação compartilhada de consciências em torno de um objeto comum, essa definição deixa escapar as transformações que o conceito sofreu ao longo da história, sobretudo diante de processos sociais marcados pelas tecnologias da informação e da comunicação. Nos dias de hoje, por exemplo, é quase impossível falar de comunicação sem considerar o fenômeno dos dispositivos midiáticos que passam a se constituir como referenciais na mediação de quase todas as relações sociais, pessoais e institucionais. Esse processo social de referência é o que pesquisadores como Veron, Braga, Fausto Neto, Ferreira, entre outros, denominam de midiatização.

A midiatização é o processo em que os meios de comunicação assumem o papel de organizadores e dinamizadores dos circuítos de comunicação da sociedade, modificando os modos de ver, de sentir e de pensar. Os jovens, mais adaptados às novas configurações midiáticas, também são mais suscetíveis aos seus efeitos. E a escola, de seu lado, muitas vezes, não sabe como lidar com isso.

Ademais, considerando que a grande mídia hegemônica no Brasil tem assumido um protagonismo político determinante, impondo suas agendas políticas e econômicas à revelia dos processos democráticos, escamoteando as suas intenções a pretexto de fazer jornalismo, torna-se fundamental investir na formação dos jovens para que compreendam os processos de produção e circulação de informações e de discursos na sociedade, por meio da mídia.

Além disso, como vimos acima, o termo comunicação atravessa vários campos do saber humano, sendo assim possível encontrá-lo tanto nas ciências sociais aplicadas – que é o nosso caso –, como nas ciências da saúde, na biologia, nas ciências exatas, por exemplo. Essa dispersão do conceito é categorizada por Martino em três grandes domínios: a) o domínio do Seres brutos; b) o domínio dos Seres orgânicos e c) o domínio do Ser Humano. Neste último, o da comunicação humana, o autor distingue três aspectos: a comunicação do ser humano com o mundo, com o outro e consigo mesmo.

Ao propor esse projeto, portanto, estamos buscando fortalecer os processos de comunicação, mesmo os midiáticos, para que de acordo com Martino, os jovens assumam seu protagonismo como seres de comunicação: "consigo (subjetividade) e com o mundo, ambos entendidos como o produto da comunicação com outrem, pois, assim como a subjetividade não é um dado natural, as coisas não se apresentam ao ser humano de forma direta, mas são construídas graças à mediação do desejo, conhecimento e reconhecimento de outrem” (Martino, 2002, p. 23).

É por isso que a comunicação humana só pode ser representada por meio de relações, ou seja, de processos comunicativos como relação de consciências. Comunicar para o ser humano é “tornar similar e simultânea as afecções presentes em duas ou mais consciências. Comunicar é simular a consciência de outrem, tornar comum (participar) um mesmo objeto mental (sensação, pensamento, desejo, afeto)” (Martino, 2002, p. 23). Nesse sentido, a comunicação, para o ser humano, é indispensável para a sobrevivência e para a constituição da sociabilidade e da cultura. E aprender a usar os dispositivos midiáticos para potencializar a sociabilidade e a cultura é condição para a formação de jovens mais críticos e conscientes de sua cidadania.

E se nós nos comunicamos intencionalmente, para atingirmos alguma coisa, nem que seja para manter a própria comunicação, talvez aí esteja uma das razões para o sucesso das redes sociais. Aliás, como observa Gil e Adams, a comunicação é o que nos conecta às redes de seres-humanos, desde a família, passando pelos amigos ao mundo todo. O que somos como indivíduos depende da forma como construímos essas redes de comunicação. “A comunicação não é apenas uma troca de informações 'duras', mas também a partilha de pensamentos, sentimentos, opiniões e experiências” (Gill e Adams, 1998: 42).

Nesse projeto, portanto, além de formar comunicadores, busca-se qualificar a comunicação que envolve os jovens em sua relação de uns com os outros, com o mundo e com os meios de interação com a sociedade midiatizada.

Metodologia

A metodologia compreende a realização de oficinas nas escolas participantes prevendo a construção coletiva do saber, partindo das vivências, das experiências e dos conhecimentos que os jovens já têm sobre os fenômenos de comunicação e o uso dos dispositivos midiáticos.

A partir desse prática experimental, serão desenvolvidas atividades de escuta/leitura coletiva da produção e serão ensinadas as técnicas que caracterizam a produção no veículo escolhido

Ao mesmo tempo em que se trabalham essas questões, serão discutidos os aspectos inclusivos e exclusivos da comunicação, as apropriações que cada qual faz do que a mídia oferece e as formas de participação nesse processo.

Volta-se à produção de conteúdos para as mídias da escolha dos jovens para que possam ser colocados em circulação pública.

Ao final, será realizada uma avaliação coletiva da produção e circulação, se possível, trazendo as contribuições do público consumidor.

Os jovens trabalharão em grupos tendo contato imediato com os dispositivos midiáticos que compõe a área de atuação desejada: rádio, jornal, web, redes sociais, fotografia, vídeo.

Indicadores, Metas e Resultados

Meta: Refletir sobre a lógica midiática no contexto da sociedade midiatizada.
Indicador: reconhecimento dos modos como a mídia se constitui como referencial para os processos sociais.
Resultado Esperado: jovens adquirem a consciência de que a midiatização redefine os modos de ser, de viver, de pensar e de estar no mundo.

Meta: Construir coletivamente propostas de interação com os meios de comunicação e através dos meios de comunicação.
Indicador: participação dos jovens na elaboração das propostas
Resultado Esperado: as propostas de interação com a mídia são construídas coletivamente pelos jovens.

Oferecer capacitação aos jovens para produção e veiculação de conteúdos para diferentes mídias.
Indicador: produção de conteúdos para diferentes mídias
Indicador 1: Jovens capacitados na produção midiática.
Indicador 2: Conteúdos adequados aos diferentes tipos de mídia.
Resultado Esperado 1: Os jovens participantes adquirem competências para a produção de conteúdos para a mídia;
Resultado Esperado 2: Os produtos midiáticos produzidos pelos jovens são publicizados.

Promover a autonomia e a efetiva participação dos jovens em processos de comunicação.
Indicador: participação dos jovens nos processos de comunicação
Indicador 1: Jovens capazes de pensar por si próprios
Indicador 2: Jovens atuantes nos processos de comunicação
Resultado Esperado 1: Os jovens desenvolvem competências para produção de seus próprios conteúdos.
Resultado Esperado 2: Os jovens comunicadores são conscientes de seu protagonismo nos processos comunicacionais.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
BIBIANA DE MORAES DIAS
CARINA DOS REIS
CAROLINA CASTRO CHIARELLI
CAROLINE DOS SANTOS FERRAZ
CASSIANE RIBEIRO FONSECA
CHRISTOPHER RIVE ST VIL
Elisa Matsuoka Frey
FELIPE DOS SANTOS MADEIRA
ISABELLI DE PAULA NECKEL
JOSÉ PEDRO MINHO MELLO
JULIA MENARÉ ZSCHORNACK
Jehssy Kerwald Santana
LILIAN BECKER OLIVEIRA
LUANA DURANTE OLIVEIRA
LUNARA ROSA DUARTE
MARCIA DRESCH8
MARIANA SILVEIRA RAVAZA
NATÁLIA GUTERRES PONTES
Nisia Marilane Martins Braz
RAFAEL OLIVEIRA VIANA
RAQUEL MELO SILVA
RENAN DE FREITAS SANTOS
RICARDO ZIMMERMANN FIEGENBAUM1
THAIS BOA NOVA LETTNIN
THALISSON DOS SANTOS
WILMA DE ARAÚJO SILVA
Wagner Ferreira Previtali

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