Nome do Projeto
ASSOCIAÇÃO ENTRE AS CONDIÇÕES DE NASCIMENTO E A DENSIDADE MINERAL ÓSSEA DE ADULTOS DA COORTE DE NASCIMENTOS DE 1982 DE PELOTAS, RS
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
03/11/2021 - 28/02/2023
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A densidade mineral óssea (DMO) mede a quantidade de minerais presentes nos ossos, principalmente calcio e fósforo, sendo utilizada como um indicador da saúde óssea. A DMO atinge o seu pico por volta dos 25 anos de idade e tende a se estabilizar até os 45 a 50 anos, quando começa a diminuir 1 . A perda elevada de massa óssea pode levar ao desenvolvimento da osteoporose, condição em que há deterioração da microarquitetura óssea, e aumento no risco de fraturas devido a maior fragilidade dos ossos 2 . No que concerne aos fatores associados a densidade mineral óssea, evidências indicam a sua relação com fatores precoces e contemporaneos. No que diz respeito aos fatores contemporaneos associados a DMO, o tabagismo e a ingestão de bebidas alcoólicas elevam o risco de diminuição da DMO 3, 4, além disso transtornos mentais como o de ansiedade e a depressão, também estariam associados com a redução da DMO 5, 6. Por outro lado, a prática de atividade física e a dieta baseada em vegetais, frutas, grãos, laticínios e carnes brancas estariam associados positivamente com a densidade mineral óssea 7, 8 . As mulheres apresentam maior risco de perda da DMO e essa associação seria decorrente de fatores hormonais, a partir da menopausa precoce e o menor peso corporal 9, 10. Por outro lado, a paridade estaria positivamente associada a DMO11 . No que diz respeito aos fatores precoces associados a DMO, Jones e colaboradores, em uma coorte de nascimentos do sul da Tasmânia, observaram que a dieta materna na gestação estaria associada a DMO das crianças. A ingestão de magnésio, fósforo e potássio estaria positivamente associada à DMO, enquanto o teor de gordura da dieta estaria associado negativamente 12 . Além disso, as condições de nascimento que estão associadas a programação para o desenvolvimento de vários desfechos em saúde na idade adulta, como distúrbios metabólicos, mentais, obesidade, doença cardiovascular, também estariam relacionadas com a DMO. Revisão sistemática realizada por Martinez-Mesa e colaboradores observou que o peso ao nascer estaria positivamente associado a DMO, independente da idade 14. Além do peso ao nascer, a idade gestacional também estaria associada com a DMO na vida adulta, com a prematuridade estando associada a menor DMO

Objetivo Geral

Avaliar a associação das condições de nascimento com a densidade mineral
óssea em adultos participantes da coorte de nascimentos de 1982 de Pelotas,
RS.

Justificativa

A perda de densidade mineral óssea pode levar ao desenvolvimento da
osteoporose, doença associada ao aumento no risco de fraturas, principalmente
na coluna, colo femoral, pulso, quadril, pelve e braço 2

. Por conta da transição
demográfica que o Brasil vem passando, estima-se um crescimento médio de
seis anos na expectativa de vida até 2050, aumento que possivelmente refletirá
na maior prevalência da doença 30
.

As condições de nascimento têm associações importantes com diversos
desfechos em saúde, geralmente vistos com mais atenção no período neonatal
e na infância, no entanto, evidências indicam que estes impactos podem estar
presentes também na vida adulta. No que diz respeito a associação com a DMO,
vários estudos realizados com crianças e adolescentes tem observado a sua
associacao com a restrição de crescimento intrauterino (RCIU) o nascimento
prematuro e o baixo peso ao nascer. Por outro lado, poucos estudos tem
avaliado a associação com a DMO na idade adulta.
Desta forma, a realização desse estudo na coorte de nascimentos de
Pelotas é importante para avaliar a associação entre as condições de
nascimento e a massa óssea aos 30 anos, principalmente pela falta de literatura
analisando esta faixa etária. Além da vantagem de possibilitar acompanhamento
por um longo período de tempo, a importância de trabalhar com uma coorte
prospectiva se deve ao fato de que as exposições e o desfecho são coletados
no momento em que acontecem, minimizando a chance de viés de informação
e memória.

Metodologia

METODOLOGIA

7.1 Delineamento:
Estudo de coorte.

7.2 População-alvo:
Participantes da coorte de nascimentos de 1982 de Pelotas, RS.

7.3 Critérios de inclusão:
Participantes da coorte de 1982, que foram avaliados no
acompanhamento de 2012 e que tenham informação sobre a massa óssea
medida pelo DXA, o peso ao nascer e a idade gestacional.

7.4 Critérios de exclusão:
Serão excluídos do estudo os participantes com as seguintes
características no acompanhamento de 2012:

• Mulheres gestantes ou com suspeita de gravidez;
• Com próteses metálicas fixas em qualquer parte do corpo;
• Com peso corporal acima de 120kg;
• Em tratamento com suplemento de cálcio;

7.5 Metodologia da coorte de nascimentos de 1982 de Pelotas, RS:
Em 1982 todas as maternidades da cidade de Pelotas foram visitadas
diariamente e os nascimentos identificados. Aqueles recém-nascidos cuja família
residia na zona urbana da cidade foram examinados e a suas mães
entrevistadas, imediatamente após o nascimento. Estes indivíduos foram
acompanhados em diferentes idades48
.

O último acompanhamento foi realizado em 2012 e 2013, aos 30 anos,
quando 3701 participantes foram entrevistados e passaram por avaliação física
e coleta de amostras biológicas, representando 68,1% da amostra original.
Foram analisados os precursores de doenças crônicas complexas e seus riscos,
a composição corporal, atividade física, dieta, capital humano e saúde mental 49

Indicadores, Metas e Resultados

HIPÓTESES
A densidade mineral óssea da coluna lombar, colo femoral e do corpo
inteiro será significativamente menor entre os indíviduos:

• Nascidos com idade gestacional menor de 37 semanas;
• Nascidos com peso menor de 2500g;
• Que nasceram pequenos para a idade gestacional.


DIVULGAÇÃO DOS DADOS

Os resultados do presente estudo serão divulgados por meio do volume
final da dissertação e por um artigo científico que será submetido a revista na
área de saúde pública e epidemiologia. Também será enviado resumo com os
principais resultados para divulgação na imprensa.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
BERNARDO LESSA HORTA2
LUÍSA SILVEIRA DA SILVA

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