Nome do Projeto
Barreira intraorifício: avaliação in vitro do desempenho de diferentes materiais
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
10/12/2021 - 30/12/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
O objetivo deste estudo será avaliar através de 4 diferentes testes o desempenho in vitro de 6 materiais indicados para confecção de barreira intraorifício realizada após tratamento endodôntico. Os testes consistirão em: avaliação da força de adesão dos materiais utilizados à dentina radicular através do teste de push-out para o qual serão necessários no mínimo 10 amostras por grupo, avaliação da interface de união entre os materiais à dentina radicular, para o qual serão necessários no mínimo 4 amostras por grupo, avaliação da resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente e com barreira intraorifício confeccionada com os diferentes materiais, para o qual serão necessárias 10 amostras por grupo (para estes 3 testes o tamanho da amostra foi calculado através do teste de comparação de duas médias por intermédio do programa Open Epi) e avaliação da dificuldade de remoção dos materiais indicados para confecção de barreira intraorificio em casos onde for necessária a renegociação dos canais radiculares ou instalação de retentor intracanal. Os materiais utilizados na confecção de barreira intraorifício e testados na presente pesquisa serão: resina composta convencional, resina flow, resina bulk fill flow, resina flow pigmentada, cimento de ionômero de vidro e cimento de óxido de zinco sem eugenol.
Objetivo Geral
Avaliar in vitro o desempenho da resina composta, resina flow, resina bulk fill flow, resina flow pigmentada, cimento de ionômero de vidro fotopolimerizável e materiais temporários à base de óxido de zinco sem eugenol, indicados para confecção de barreira intraorifício.
Justificativa
A técnica de confecção da barreira intraorifício, também denominada de “blindagem coronária”, “plug intraorificio” ou “backfill”, foi proposta inicialmente por Roghanizad; Jones, (1996) e baseia-se na colocação de um material restaurador na entrada do orifício do canal radicular imediatamente após a remoção de guta percha e cimento coronário com dois objetivos principais: aumentar a resistência do dente à fratura e prevenir a infiltração coronária (GUPTA et al., 2016; JOHN et al., 2008). A profundidade das barreiras variam de 1 a 4 mm, sendo que a maioria dos estudos avaliam os materiais colocados em uma profundidade de 3 mm (CHAUHAN et al., 2020; PISANO et al., 1998; ROGHANIZAD; JONES, 1996). Esses 3 mm ofereceriam espessura suficiente para possibilitar o vedamento do canal, sem comprometer a adesão da restauração final (SAUÁIA et al., 2006).
De acordo com Gomes et al., (2015), tanto a qualidade do tratamento endodôntico e a extensão apical da obturação do canal radicular, quanto à presença de restauração coronária estão significativamente associadas a tecidos apicais saudáveis. Indubitavelmente, a microinfiltração coronária em dentes tratados endodonticamente constitui um fator em potencial para determinar o fracasso do tratamento endodôntico. Consequentemente, uma restauração coronária adequada deve ser priorizada tanto entre as sessões do tratamento, quanto após a obturação, uma vez que a infiltração marginal fornece uma fonte viável de micro-organismos e nutrientes que iniciam e mantêm a inflamação perirradicular, podendo exercer papel significativo na falha da terapia endodôntica (DIVYA et al., 2014). De acordo com a literatura, as restaurações em resina composta falham em até 12,4% dos casos (DEMARCO et al., 2012), além disso, as restaurações de classe II têm um risco relativo de falha anual de 2,6% e esse risco aumenta quando mais superfícies estão envolvidas (DA ROSA RODOLPHO et al., 2006).
A reconstrução coronária deve recuperar o desempenho biomecânico do dente tratado endodonticamente da forma mais semelhante possível à original (ESTRELA et al., 2017). Assim, o material de escolha para confecção de restaurações coronárias definitivas após o tratamento endodôntico deve ser aquele que promova o melhor selamento, e que possua compatibilidade biológica, boa adesão às estruturas dentárias, fácil manipulação, estabilidade química na cavidade oral, estética e propriedades físicas adequadas (ANUSAVICE; 2005).
Entretanto, esse conjunto de qualidades não pode ser encontrado em um único material, sendo necessário que o cirurgião-dentista avalie de forma crítica os materiais disponíveis no mercado, buscando aquele que melhor se adapte às necessidades do elemento dentário a ser restaurado, através das evidências existentes na literatura.
Adicionalmente, quando falamos no uso de materiais restauradores, para aplicação como material de barreira intraorifício, deve-se atentar também para a possibilidade de localizar os canais caso seja necessária uma reintervenção endodôntica no futuro, ou em casos em que seja necessário localizar os canais a fim de usar um retentor intrarradicular. Desta forma, o material deve ser distinguível do dente natural e não deve interferir na adesão da restauração final (WOLCOTT; HICKS; HIMEL, 1999).
Portanto, além das propriedades físicas e mecânicas também devemos buscar materiais que permitam maior facilidade de localização dos canais, e que apresentem simples remoção do interior do canal radicular, tanto por cirurgiões-dentistas clínicos gerais, quanto endodontistas, especialistas em dentística e protesistas. Clinicamente, podemos considerar que quanto mais próxima a cor do material da barreira intraorifício da cor da estrutura dentária, maior será a dificuldade do profissional em encontrar a guta percha recoberta e consequentemente maiores as possibilidades de acidentes e complicações ocorrerem, diminuindo o sucesso do tratamento endodôntico ao longo do tempo, devido a causas não endodônticas. Portanto, devemos ser capazes de inserir o material selador com facilidade nos 3mm cervicais, mas também devemos ser capazes de removê-lo, caso necessário, sem causar injúrias ao elemento dental.
1.2 Materiais utilizados como barreira intraorifício
Diversos estudos têm avaliado a microinfiltração de materiais restauradores temporários e definitivos. No entanto, os resultados são bastante divergentes, não apontando diretamente qual a técnica ou qual o melhor material a ser utilizado para selamento dos canais radiculares (BALTO et al., 2005; BAYRAM et al., 2013; ÇIFTÇI; VARDARLI; SÖNMEZ, 2009; CRUZ et al., 2002; JENSEN; ABBOTT, 2007; LAI; PAI; CHEN, 2007; MALIK et al., 2013)
Com o objetivo de realizar o selamento intraorifício, alguns materiais como os restauradores temporários sem eugenol (Cavit, 3M ESPE ou Coltosol, Coltene), resinas compostas convencionais, flow e bulk fill flow, cimentos de ionômero de vidro (CIV), cimento de óxido de zinco e eugenol (IRM®) e materiais biocerâmicos como o agregado de trióxido mineral (MTA) e o biodentine vem sendo comumente recomendados (JOHN et al., 2008; MALIK et al., 2013).
De acordo com Gomes et al., (2015), tanto a qualidade do tratamento endodôntico e a extensão apical da obturação do canal radicular, quanto à presença de restauração coronária estão significativamente associadas a tecidos apicais saudáveis. Indubitavelmente, a microinfiltração coronária em dentes tratados endodonticamente constitui um fator em potencial para determinar o fracasso do tratamento endodôntico. Consequentemente, uma restauração coronária adequada deve ser priorizada tanto entre as sessões do tratamento, quanto após a obturação, uma vez que a infiltração marginal fornece uma fonte viável de micro-organismos e nutrientes que iniciam e mantêm a inflamação perirradicular, podendo exercer papel significativo na falha da terapia endodôntica (DIVYA et al., 2014). De acordo com a literatura, as restaurações em resina composta falham em até 12,4% dos casos (DEMARCO et al., 2012), além disso, as restaurações de classe II têm um risco relativo de falha anual de 2,6% e esse risco aumenta quando mais superfícies estão envolvidas (DA ROSA RODOLPHO et al., 2006).
A reconstrução coronária deve recuperar o desempenho biomecânico do dente tratado endodonticamente da forma mais semelhante possível à original (ESTRELA et al., 2017). Assim, o material de escolha para confecção de restaurações coronárias definitivas após o tratamento endodôntico deve ser aquele que promova o melhor selamento, e que possua compatibilidade biológica, boa adesão às estruturas dentárias, fácil manipulação, estabilidade química na cavidade oral, estética e propriedades físicas adequadas (ANUSAVICE; 2005).
Entretanto, esse conjunto de qualidades não pode ser encontrado em um único material, sendo necessário que o cirurgião-dentista avalie de forma crítica os materiais disponíveis no mercado, buscando aquele que melhor se adapte às necessidades do elemento dentário a ser restaurado, através das evidências existentes na literatura.
Adicionalmente, quando falamos no uso de materiais restauradores, para aplicação como material de barreira intraorifício, deve-se atentar também para a possibilidade de localizar os canais caso seja necessária uma reintervenção endodôntica no futuro, ou em casos em que seja necessário localizar os canais a fim de usar um retentor intrarradicular. Desta forma, o material deve ser distinguível do dente natural e não deve interferir na adesão da restauração final (WOLCOTT; HICKS; HIMEL, 1999).
Portanto, além das propriedades físicas e mecânicas também devemos buscar materiais que permitam maior facilidade de localização dos canais, e que apresentem simples remoção do interior do canal radicular, tanto por cirurgiões-dentistas clínicos gerais, quanto endodontistas, especialistas em dentística e protesistas. Clinicamente, podemos considerar que quanto mais próxima a cor do material da barreira intraorifício da cor da estrutura dentária, maior será a dificuldade do profissional em encontrar a guta percha recoberta e consequentemente maiores as possibilidades de acidentes e complicações ocorrerem, diminuindo o sucesso do tratamento endodôntico ao longo do tempo, devido a causas não endodônticas. Portanto, devemos ser capazes de inserir o material selador com facilidade nos 3mm cervicais, mas também devemos ser capazes de removê-lo, caso necessário, sem causar injúrias ao elemento dental.
1.2 Materiais utilizados como barreira intraorifício
Diversos estudos têm avaliado a microinfiltração de materiais restauradores temporários e definitivos. No entanto, os resultados são bastante divergentes, não apontando diretamente qual a técnica ou qual o melhor material a ser utilizado para selamento dos canais radiculares (BALTO et al., 2005; BAYRAM et al., 2013; ÇIFTÇI; VARDARLI; SÖNMEZ, 2009; CRUZ et al., 2002; JENSEN; ABBOTT, 2007; LAI; PAI; CHEN, 2007; MALIK et al., 2013)
Com o objetivo de realizar o selamento intraorifício, alguns materiais como os restauradores temporários sem eugenol (Cavit, 3M ESPE ou Coltosol, Coltene), resinas compostas convencionais, flow e bulk fill flow, cimentos de ionômero de vidro (CIV), cimento de óxido de zinco e eugenol (IRM®) e materiais biocerâmicos como o agregado de trióxido mineral (MTA) e o biodentine vem sendo comumente recomendados (JOHN et al., 2008; MALIK et al., 2013).
Metodologia
Os materiais utilizados como barreira intraorifício a serem incluídos no presente estudo estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1 – Materiais utilizados como barreira intraorifício avaliados.
1 Resina composta convencional Filtek Z250XT™ cor A2 3M ESPE™, St. Paul, MN, USA
2 Resina Flow Filtek Flow™ cor A2 3M ESPE™, St. Paul, MN, USA
3 Resina Bulk Fill Flow Filtek Bulk Fill Flow™ cor A2 3M ESPE™, St. Paul, MN, USA
4 Resina Flow pigmentada PermaFlo™ Flowable Composite – PurpleUltradent™, South Jordan, UT, USA
5 Cimento de Ionômero de Vidro Vitremer, cor A3 3M ESPE™, St. Paul, MN, USA
6 Cimento temporário a base de Óxido de Zinco sem Eugenol Coltosol Coltene Inc., Switzer- land
3.4 Ensaios, obtenção e preparo inicial das amostras
3.4.1 Força de adesão dos materiais através do teste de push-out.
3.4.2 Caracterização da interface de união entre os materiais por meio de microscopia confocal de varredura a laser
3.4.3 Resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente e com barreira intraorifício confeccionada com diferentes materiais através de uma máquina de teste universal, aplicando força de compressão.
3.4.4 Dificuldade de remoção dos materiais de barreira intraorificio.
Serão utilizadas amostras específicas para cada um dos testes, e o cálculo amostral será realizado individualmente para cada um dos ensaios delineados neste projeto. Para a realização dos testes já descritos, todos os espécimes serão preparados de forma semelhante, conforme a metodologia a seguir apresentada.
Os espécimes coletados serão dentes unirradiculares com canal único, hígidos e anteriormente extraídos, por motivos não relacionados a esta pesquisa. Todos os pacientes serão informados quanto ao propósito do projeto e receberão instruções por meio verbal e escrito através do termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice A). Após a finalização deste estudo, os dentes serão entregues ao Banco de Dentes da Faculdade de Odontologia da UFPel ou devidamente descartados.
As amostras serão preparadas e armazenadas em solução de formol 10% a 4°C e os detritos externos, como cálculo dentário e restos ósseos serão removidos com auxílio de ultrassom e novamente armazenados em solução de formol 10% a 4°C. Dentes que apresentarem raízes com reabsorção, cárie ou trincas serão excluídos.
Tabela 1 – Materiais utilizados como barreira intraorifício avaliados.
1 Resina composta convencional Filtek Z250XT™ cor A2 3M ESPE™, St. Paul, MN, USA
2 Resina Flow Filtek Flow™ cor A2 3M ESPE™, St. Paul, MN, USA
3 Resina Bulk Fill Flow Filtek Bulk Fill Flow™ cor A2 3M ESPE™, St. Paul, MN, USA
4 Resina Flow pigmentada PermaFlo™ Flowable Composite – PurpleUltradent™, South Jordan, UT, USA
5 Cimento de Ionômero de Vidro Vitremer, cor A3 3M ESPE™, St. Paul, MN, USA
6 Cimento temporário a base de Óxido de Zinco sem Eugenol Coltosol Coltene Inc., Switzer- land
3.4 Ensaios, obtenção e preparo inicial das amostras
3.4.1 Força de adesão dos materiais através do teste de push-out.
3.4.2 Caracterização da interface de união entre os materiais por meio de microscopia confocal de varredura a laser
3.4.3 Resistência à fratura de dentes tratados endodonticamente e com barreira intraorifício confeccionada com diferentes materiais através de uma máquina de teste universal, aplicando força de compressão.
3.4.4 Dificuldade de remoção dos materiais de barreira intraorificio.
Serão utilizadas amostras específicas para cada um dos testes, e o cálculo amostral será realizado individualmente para cada um dos ensaios delineados neste projeto. Para a realização dos testes já descritos, todos os espécimes serão preparados de forma semelhante, conforme a metodologia a seguir apresentada.
Os espécimes coletados serão dentes unirradiculares com canal único, hígidos e anteriormente extraídos, por motivos não relacionados a esta pesquisa. Todos os pacientes serão informados quanto ao propósito do projeto e receberão instruções por meio verbal e escrito através do termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice A). Após a finalização deste estudo, os dentes serão entregues ao Banco de Dentes da Faculdade de Odontologia da UFPel ou devidamente descartados.
As amostras serão preparadas e armazenadas em solução de formol 10% a 4°C e os detritos externos, como cálculo dentário e restos ósseos serão removidos com auxílio de ultrassom e novamente armazenados em solução de formol 10% a 4°C. Dentes que apresentarem raízes com reabsorção, cárie ou trincas serão excluídos.
Indicadores, Metas e Resultados
Os resultados obtidos nesta pesquisa possivelmente trarão benefícios relacionados ao ensino de técnicas de preparo e utilização de materiais na confecção da barreira intraorifício dos canais radiculares nos cursos de graduação e pós-graduação em Odontologia e também para os cirurgiões-dentistas que atuam na especialidade da endodontia.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
DANIELE PRADO ASSUMPÇÃO | |||
FERNANDA GERALDO PAPPEN | 3 | ||
Fabio de Almeida Gomes | |||
GIANA DA SILVEIRA LIMA | 2 | ||
Luana Raiter Zucuni | |||
PÉTERSON OLIVEIRA BOEIRA |