Nome do Projeto
ESTRATÉGIA INOVADORA PARA O DESENVOLVIMENTO DE VACINA RECOMBINANTE CONTRA A ENTERITE NECRÓTICA DAS AVES (ENA)
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
15/12/2021 - 30/12/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
A avicultura industrial brasileira, que abrange os setores de produção, industrialização e comercialização, produziu 13.845 milhões de toneladas de carne de frango em 2020, 4,5% a mais que no ano anterior. Em 2021, apesar da crise econômica decorrente da pandemia de COVID-19 ter assolado a economia, as expectativas do setor seguem em alta. Juntos, os estados da região sul do país lideram as estatísticas de abate (64,37%) e exportação (80%), e compõem o principal polo de produção avícola do Brasil. Para manter essa alta produtividade são necessários altos investimentos em nutrição, genética e sanidade dos rebanhos, esse último sustentado pela utilização de promotores de crescimento (antibióticos) para prevenção de doenças infecciosas. A suplementação com antibióticos é uma prática que representa alto risco à saúde pública, pois favorece a emergência de microrganismos multidroga resistentes (MDR) causadores de surtos de doenças em humanos. Portanto, os órgãos reguladores de todo o mundo têm adotado medidas para proibir essa prática. Em 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), em consonância com a Organização Mundial da Saúde (OMS), Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e Codex Alimentarius, proibiu a utilização de algumas classes de promotores de crescimento na avicultura (BRASIL, 2020), cuja tendência é a suspensão completa nos próximos anos. Neste contexto, diante dessas medidas de suspensão, é necessário um prognóstico da indústria quanto aos problemas futuros para produção animal sem uso desses medicamentos. Um problema já conhecido e temido pela indústria são os possíveis surtos de doenças infecciosas que normalmente são contidas pelo uso rotineiro destes fármacos, como a Enterite Necrótica das Aves (ENA). As políticas de limitações ao uso de antibióticos começaram em 2006 na União Europeia e desde então alguns países vem registrando aumento progressivo desta doença, que atualmente ocupa o segundo lugar no ranking de principais doenças na avicultura industrial desde 2018. Atualmente, a principal alternativa aos antibióticos é o uso de aditivos naturais na ração, tais como probióticos, fitoterápicos, ácidos orgânicos, enzimas ou moléculas de origem microbianas, tais como os peptídeos antimicrobianos. Porém, apesar de várias destas medidas mostrarem efeitos benéficos, por questões de praticidade e economia, sua implantação é limitada e investir no desenvolvimento de uma vacina é a estratégia mais eficiente e promissora para o controle e profilaxia de ENA.

Objetivo Geral

Desenvolver 2 protótipos de vacina contra Enterite Necrótica Aviária das Aves (ENA),
elevando o nível de maturidade de TRL-2 para TRL-7 em 24 meses e, posteriormente,
licenciar a tecnologia para indústria.

Justificativa

Em período determinado de tempo, estima-se que 23 bilhões de frangos são
produzidos em todo mundo. Esses animais são criados em um sistema rigoroso de
biossegurança e higiene, e é a espécie animal que mais recebe vacinas (12-22 doses)
durante sua produção (42 dias). Devido ao grande volume das operações avícolas e
o pequeno custo unitário/animal, as vacinas devem ser muito baratas. Por exemplo,
no início de 2018, um frasco de 10.000 doses da vacina contra Bronquite-Newcastle
custava US$ 23,99, 1000 doses da vacina contra doença de Marek custavam US$
29,99 e 1000 doses da vacina contra Bouba custavam US$ 6,99. Apesar da eficiência
das vacinas já desenvolvidas, estas são caras. Segundo o setor industrial, a vacina
multipotente contra ENA deve ser produzida com valor compatível com o setor
avícola, o que é impossível caso seja necessário produzir 11 antígenos
individualmente para formulação das vacinas. Apesar de promissoras, as vacinas recombinantes ainda apresentam alto custo
em decorrência dos métodos tradicionais de produção, baseados no “beneficiamento”
dos antígenos-alvo. Foi desenvolvido um processo de produção inovador, que elimina
tais etapas. As bactérias recombinantes utilizadas na expressão dos antígenos são
utilizadas na “forma bruta” para formulação vacinal (denominadas bacterinas
recombinantes). Entretanto, apesar desta inovação, a produção convencional das
vacinas recombinantes requer que cada antígeno seja produzido individualmente
antes da formulação final, outro processo que onera a manufatura industrial.
Utilizando engenharia genética e imunoinformática, tem sido proposta a fusão dos
antígenos do mesmo ou de diferentes patógenos (quimeras). Somado a isto, foi
desenvolvida uma plataforma que permite a produção de até 6 antígenos
individuais/quiméricos em um único processo produtivo. Estes processos reduziram
o tempo de produção de 15-30 dias para 3 dias, dependendo do número de antígenos
que compõe a vacina.

Metodologia

Moléculas inovadoras projetadas pela HELPER serão sintetizadas e produzidas em Escherichia coli para a formulação de bacterinas recombinantes (vacinas), as quais serão caracterizadas e avaliadas pela UFPel.

Indicadores, Metas e Resultados

Desenvolvimento de protótipos vacinais inovadores contra a ENA
Formação de recursos humanos
Depósito de patente
Transferência e licenciamento da tecnologia
Fortalecimento da interação Universidade x Empresa
Promoção de empreeendedorismo

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
EDUARDO GONCALVES XAVIER4
FABRICIO ROCHEDO CONCEICAO4
MARILIANA LUIZA FERREIRA ALVES
MÁRCOS ROBERTO ALVES FERREIRA

Fontes Financiadoras

Sigla / NomeValorAdministrador
FAPERGS / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado Rio Grande do SulR$ 463.101,76Coordenador

Plano de Aplicação de Despesas

DescriçãoValor
339030 - Material de ConsumoR$ 463.101,76

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