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Com a alta incidência das neoplasias mamárias em cães na rotina clínica, deve se atentar a fatores prognósticos clínicos e patológicos que estejam relacionados com o aumento do índice de recidiva tumoral, após a terapia cirúrgica. Na medicina veterinária há uma escassez de estudos relacionados a avaliação de margens cirúrgicas e sua relação com fatores prognósticos, principalmente estudos relacionados a neoplasias mamárias. A obtenção de margens cirúrgicas livres em pacientes com neoplasia mamária, pode estar relacionado com a diminuição da recorrência tumoral, com a diminuição das metástases tumorais, e assim reduzindo a disseminação da doença e/ou da morte dos animais, evitando assim que o paciente venha a passar por novos procedimentos cirúrgicos, e obtendo um melhor prognóstico e qualidade de vida para os cães. A relação cada vez mais próxima entre homem-animal, e o aumento da longevidade dos animais, quando ocorre o período de doença ou morte dos mesmos, os tutores podem ser acometidos por sentimentos semelhantes ao da perda de um ser humano. Sendo assim é importante a identificação do mesmo, para que quem vivencie esse momento possa receber o apoio necessário tanto de familiares, quanto profissional, e também para que nós médico veterinários possamos conduzir esse momento da forma mais adequada. Com isso estamos desenvolvendo este estudo, na busca de identificar quais os sentimentos envolvidos, e qual o impacto na vida dos tutores quando estes vivenciam um período de doença e a morte de seus animais de estimação.

Estudo das margens neoplásicas- Através do prontuário clínico, serão coletadas informações específicas de cada paciente como: idade, raça, peso; dados clínicos como: a localização, o tamanho e o grau de aderência do tumor; qual o procedimento cirúrgico realizado (mastectomia regional ou mastectomia radical), estadiamento clínico e diagnóstico histopatológico dos tumores. O estadiamento clínico será realizado conforme sistema TNM (CASSALI et al., 2014) e será estabelecido por meio de mensuração do tumor, exame radiográfico de tórax, exame de ultrassom abdominal e avaliação citológica ou histopatológica dos linfonodos sentinela. Por meio do laudo histopatológico, serão coletadas informações sobre o tipo e grau histológico envolvido, avaliação das margens cirúrgicas e comprometimento de linfonodos regionais. Para avaliação das recidivas, serão coletadas informações nos prontuários, caso esse paciente tenha retornado ao HCV para nova consulta. Após a obtenção dos dados através dos prontuários, será realizado um contato telefônico com os tutores para coleta de informações sobre o paciente. Este contato ocorrera com pelo menos seis meses após a realização da terapia cirúrgica de mastectomia, e serão obtidas informações com relação ao estado geral dos pacientes, o aparecimento de novas lesões (recidivas), e para avaliação da sobrevida deles. Esses dados serão coletados e analisados estatisticamente.
Avaliação do luto-Serão obtidos dados através de um questionário online (Lapa, 2019) adaptado, o mesmo será de amplo acesso, ficando disponível nas redes sociais pelo período de 01 de junho a 30 de setembro de 2021. Neste questionário serão obtidas informações sobre o relacionamento dos tutores com seus animais de estimação, como eles enfrentaram o período de tratamento da doença terminal de seus animais, e qual a experiência do tutor com relação a perda dos animais de estimação. Será mantindo o sigilo e todos os participantes e obteve o parecer favorável nº 4.791.912 comitê de ética em pesquisa, conforme a resolução N° 466 (Brasil, Conselho Nacional de Saúde, 2013). . Após a obtenção dos dados, os mesmos serão tabelados e avaliados.

Espera-se que a presença de margens comprometidas tenha uma relação direta com o comprometimento linfonodal, o tipo histológico, o tamanho, a aderência e a taxa de recidiva tumoral e o índice de sobrevida de cadelas submetidas ao procedimento de mastectomia, podendo assim estabelecer fatores prognósticos clínicos e patológicos;
Através do estudo do luto espera-se demonstrar o sentimento de perda/luto frente aos seus animais de estimação. Que os tutores que apresentem uma relação com os animais como membros da família, passem pela experiência do luto antecipado, e que não ocorra a diferenciação da gravidade do luto, quando vivenciada a perda de um animal de estimação ou de um ser humano.