Nome do Projeto
EFEITOS DE DIFERENTES TIPOS DE ORGANIZAÇÃO DA PRÁTICA MENTAL NA APRENDIZAGEM DE HABILIDADES MOTORAS
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
05/02/2022 - 05/02/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A prática mental pode contribuir no processo de aprendizagem motora quando usada de forma isolada ou quando organizada combinada à prática física, entretanto ainda não estão claros os efeitos de diferentes tipos de organização da prática mental na aprendizagem de habilidades motoras, sendo este o objetivo geral do presente estudo. A tarefa a ser executada consisti em realizar arremessos de beanbags em um alvo, com a mão dominante, por baixo do ombro. Dois experimentos serão conduzidos, sendo que no experimento 1 haverá um grupo de prática mental (GPM), um grupo de prática física (GPF) e um grupo de prática combinada (tentativas de prática física e de prática mental intercaladas) (GPMF); no experimento 2 haverá um grupo de prática combinada (prática mental autocontrolada) (GPMFA) e um grupo yoked (GPMFY). Todos os grupo terão n=15. As hipóteses do experimento 1 são: prática física apresentará desempenho superior nos testes em comparação à prática mental; combinação de prática (física e mental) apresentará desempenho superior nos testes em comparação à prática mental. Hipótese do experimento 2: prática mental autocontrolada apresentará desempenho superior nos testes em comparação ao grupo yoked. O experimento será dividido em quatro fases: familiarização seguida da fase de aquisição, na sequência aplicação de questionários e 24 horas depois a realização do teste de retenção. Anteriormente à participação no estudo, todos os voluntários fornecerão consentimento livre e esclarecido de participação de acordo com o termo a ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os dados obtidos a partir dos arremessos serão organizados em blocos de tentativas, tanto para a medida de escore quanto para a medida de variabilidade do desempenho. Estes valores serão posteriormente analisados por meio de análise de variância. Também serão aplicados questionários e escalas para investigar estratégias de solicitação e níveis de motivação dos voluntários. Os dados obtidos a partir destes instrumentos serão apresentados em termos de frequência e média, de acordo com a especificidade de cada instrumento.
Objetivo Geral
Investigar os efeitos de diferentes tipos de organização da prática mental na aprendizagem de habilidades motoras.
Justificativa
Um conjunto de estudos vem investigando e observando a efetividade do autocontrole quando se manipula fatores que influenciam a aprendizagem de habilidades motoras como autocontrole da dificuldade das tarefas (ANDRIEUX; BOUTIN; THON, 2015), autocontrole da demonstração (WULF; RAUPACH; PFEIFFER, 2005), autocontrole do feedback (CARTER; CARLSEN; STE-MARIE, 2014; CHIVIACOWSKY; WULF, 2002; 2005; GRAND et al., 2015; JANELLE; KIM; SINGER, 1995; JANELLE et al., 1997), autocontrole da estruturação da prática (KEETCH; LEE, 2007; WU; MAGILL, 2011), autocontrole da quantidade de prática (LESSA; CHIVIACOWSKY, 2015; POST; FAIRBROTHER; BARROS, 2011). De forma geral, os resultados destes estudos têm apontado superioridade dos grupos autocontrolados nos testes. Entretanto, não se conhece até o momento se existe efetividade da prática mental na aprendizagem de habilidades motoras quando esta é organizada de forma autocontrolada, sendo importante a investigação desta informação para o processo de aprendizagem de habilidades motoras.
Metodologia
A amostra será constituída por universitários, de ambos os sexos, inexperientes na tarefa. Todos os voluntários fornecerão consentimento livre e esclarecido de participação de acordo com o termo a ser aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa. Os critérios de exclusão serão o relato de quaisquer problemas ortopédicos ou neurológicos que possam interferir na capacidade de realizar um arremesso coordenado ou na imaginação de um movimento, a desistência da participação durante a coleta de dados, bem com o o não comparecimento ao segundo dia da coleta de dados. A tarefa a ser executada consisti em realizar arremessos de beanbags de tecido (100 g, 8 cm x 8 cm) em um alvo de tecido localizado no chão, com a mão dominante, por baixo do ombro, estando frontalmente de pé em relação ao alvo, e com o centro do corpo alinhado com o centro do alvo. Os voluntários deverão posicionar o beanbag na palma de sua mão, com a mesma voltada ao centro do alvo, e então realizar um balanço do braço no sentido póstero-anterior, para então realizar a soltura do beanbag, assemelhando-se a um movimento de pêndulo. O centro do alvo estará posicionado a 3m de distância da área de arremessos do participante. O centro do alvo é circular com raio de 10 cm e círculos concêntricos com raios de 20, 30, 40, 50, 60, 70, 80, 90 e 100 cm desenhados a partir do centro do alvo servirão como zonas para alcançar a precisão do arremesso. Caso o beanbag cair no centro do alvo, 100 pontos serão considerados como escore. Caso caia em outro círculo concêntrico (faixa) no alvo ou fora do alvo, 90, 80, 70, 60, 50, 40, 30, 20, 10 ou 0 pontos serão considerados, respectivamente. Se o beanbag cair sobre uma das linhas que separam os círculos, será concedida a maior pontuação entre os dois círculos, nesta tentativa. A pontuação será computada a partir do local em que o beanbag fizer o primeiro contato no alvo, ainda que posteriormente a isso ele se deslocar para outra zona. Experimento 1: Os participantes serão selecionados aleatoriamente, balanceados por sexo e organizados em três grupos (n=15): grupo de prática mental (GPM), grupo de prática física (GPF) e grupo de prática combinada (tentativas de prática física e de prática mental intercaladas) (GPMF). O experimento será dividido em quatro fases: familiarização, fase de aquisição, aplicação de questionários, teste de retenção. Na familiarização os voluntários serão instruídos quanto à realização da tarefa e a compreensão de suas informações associadas, receberão uma demonstração do padrão do arremesso e em seguida realizarão 3 tentativas usando a prática física. Na fase de aquisição os participantes realizarão 60 tentativas da tarefa respeitando a especificidade de cada grupo, prática física, prática mental ou combinação de prática (tentativas de prática mental e de prática física intercaladas). Ao término da fase de aquisição os participantes responderão oralmente um questionário adaptado constituído por duas subescalas do IMI e uma escala de auto eficácia, nesta ordem. O teste de retenção será aplicado 24h após a realização da fase de aquisição. Neste teste, todos os grupos realizarão 10 tentativas de prática física. A coleta será realizada no Laboratório de Comportamento Motor, na Escola Superior de Educação Física. Os participantes serão recebidos pelo experimentador, farão a leitura do consentimento livre e esclarecido. Após concordarem será dada sequência aos procedimentos para a coleta de dados. Os participantes serão selecionados aleatoriamente, e distribuídos entre os três grupos do estudo: GPM; GPF e GPMF. A coleta será realizada individualmente. No primeiro momento, na familiarização, os participantes receberão instruções sobre a tarefa, assim como da condição experimental em que farão parte (tipo de prática). Ao final das instruções o experimentador realizará uma demonstração do padrão do arremesso, e os indivíduos realizarão 3 arremessos com a mão dominante. Esta verificação será realizada no sentido de assegurar que os participantes de fato compreenderam as informações fornecidas pelo experimentador a respeito da tarefa e do padrão de movimento solicitado. Em seguida os participantes serão posicionados de pé, alinhados com o centro do alvo e a 3m de distância dele. O lançamento será realizado com a mão dominante com o beanbag posicionado na palma da mão, e após deslocamento póstero-anterior do braço, realizado na forma de balanceio, o voluntário arremessará o beanbag buscando atingir o centro do alvo. Serão realizadas 60 tentativas na fase de aquisição e os participantes receberão feedback sobre a pontuação obtida após as tentativas. Após esta fase serão aplicadas duas subescalas do IMI e uma escala de auto eficácia elaborada. A aplicação de todos os questionários e escalas no estudo acontecerá de forma oral, sendo as questões e as alternativas (quando presentes) lidas para os participantes (que terão uma versão de cada questionário em mãos). Os participantes serão avisados que poderão sanar quaisquer dúvidas a respeito das questões ou das alternativas a qualquer momento. Um dia após a fase de aquisição os participantes retornarão para a realização do teste de retenção e farão 10 tentativas da mesma tarefa praticada na fase de aquisição, realizando a prática física sem o fornecimento de feedback.
O desempenho em todas as tentativas durante todas as fases será registrado com relação ao escore obtido em uma ficha individual. Estes dados serão posteriormente transferidos para um microcomputador utilizado para agrupamento e análise dos dados. Só não será possível registrar o desempenho das tentativas de prática mental. A diferença dos procedimentos nas tentativas de prática mental será que, após o participante estar posicionado em frente ao alvo, deverá fechar os olhos. Em seguida, sinalizará com a mão não preferencial quando for iniciar a imaginação da tarefa (imaginação do arremesso de beanbag); imaginará a realização do movimento sentindo a execução do mesmo, na ausência de movimento observável e, ao término da tentativa (imaginação do braço estendido à frente do corpo e do beanbag posicionado no centro do alvo), o participante sinalizará novamente com a mesma mão indicando que finalizou a tarefa e abrirá os olhos. As variáveis dependentes serão: escore na fase de aquisição e no teste de retenção; desvio padrão do escore na fase de aquisição e no teste de retenção; escores obtidos nas subescalas do IMI. Serão calculadas médias para cada uma das duas subescalas em função dos valores de 1 a 5 obtidos em cada uma das respostas avaliadas; escores obtidos na escala de auto eficácia. Serão calculadas médias para cada uma das três questões da escala em função dos valores de 1 a 10 obtidos em cada uma das afirmações avaliadas. Os escores obtidos a partir dos arremessos serão organizados e apresentados em blocos de 10 tentativas. Após a análise de normalidade e homocedasticidade, caso os dados se apresentem normais, a análise estatística utilizada será a Anova Two Way 1 (grupo) X 6 (blocos de tentativas) com medidas repetidas no último fator para a fase de aquisição. Para analisar o teste de retenção serão utilizadas Anovas One Way. Quando necessário, será utilizado o teste post-hoc de Tukey para identificar as possíveis diferenças encontradas. O desvio padrão do escore também será organizado em blocos de 10 tentativas e analisado por meio dos mesmos testes que a variável anterior.
Para cada uma das subescalas do IMI e escala de auto eficácia aplicadas será reportado o valor de alfa de Cronbach, como medida de consistência interna. As médias do escore nestas subescalas do IMI também serão comparadas entre os grupos por meio de Anova One Way. Quando necessário, será utilizado o teste de post-hoc de Tukey para identificar as possíveis diferenças encontradas. A normalidade e homocedasticidade dos dados será verificada por meio dos testes de Shapiro-Wilk e Levene, respectivamente. O nível de significância adotado nas análises será de p<0,05. O tamanho do efeito será observado através dos valores de delta parcial ao quadrado (ηp²). O software Statsoft Statistica (versão 8.0 para Windows) será o software estatístico utilizado para processar os dados para as análises inferenciais, quando necessário. Experimento 2: na descrição do método do experimento 2 serão apresentadas apenas as características que diferem do experimento 1. Os participantes serão divididos em dois grupos de prática (n=15): grupo de prática combinada, sendo a prática mental autocontrolada (GPMFA) e o grupo yoked (GPMFY). Na fase de aquisição o GPMFA escolherá em quais das 60 tentativas realizará a prática mental, o próprio participante controlará a organização da prática mental. Assim, após cada tentativa o experimentador perguntará ao participante se a próxima tentativa será prática física ou mental. Já o GPMFY será pareado ao GPMFA, ou seja, os participantes do GPMFY serão informados que em algumas tentativas deverão realizar a prática mental e em outras não, de acordo com o experimentador. Estas tentativas com e sem a prática mental serão determinadas em função da solicitação de um dos indivíduos do grupo GPMFA, ou seja, o GPMFY será pareado ao GPMFA. A cada bloco de 10 tentativas realizadas na fase de aquisição os indivíduos responderão oralmente um questionário que investiga as estratégias de escolha pela realização da prática mental de acordo com sua condição experimental. As variáveis dependentes serão: estratégias de escolha pela realização da prática mental após cada bloco de 10 tentativas da fase de aquisição; frequência de escolha pela realização da prática mental total e em cada um dos blocos de 10 tentativas da fase de aquisição. Os dados obtidos pelos questionários de estratégia de escolha pela realização da prática mental serão analisados e discutidos descritivamente, em termos de frequência de ocorrência, após agrupamento das respostas similares.
O desempenho em todas as tentativas durante todas as fases será registrado com relação ao escore obtido em uma ficha individual. Estes dados serão posteriormente transferidos para um microcomputador utilizado para agrupamento e análise dos dados. Só não será possível registrar o desempenho das tentativas de prática mental. A diferença dos procedimentos nas tentativas de prática mental será que, após o participante estar posicionado em frente ao alvo, deverá fechar os olhos. Em seguida, sinalizará com a mão não preferencial quando for iniciar a imaginação da tarefa (imaginação do arremesso de beanbag); imaginará a realização do movimento sentindo a execução do mesmo, na ausência de movimento observável e, ao término da tentativa (imaginação do braço estendido à frente do corpo e do beanbag posicionado no centro do alvo), o participante sinalizará novamente com a mesma mão indicando que finalizou a tarefa e abrirá os olhos. As variáveis dependentes serão: escore na fase de aquisição e no teste de retenção; desvio padrão do escore na fase de aquisição e no teste de retenção; escores obtidos nas subescalas do IMI. Serão calculadas médias para cada uma das duas subescalas em função dos valores de 1 a 5 obtidos em cada uma das respostas avaliadas; escores obtidos na escala de auto eficácia. Serão calculadas médias para cada uma das três questões da escala em função dos valores de 1 a 10 obtidos em cada uma das afirmações avaliadas. Os escores obtidos a partir dos arremessos serão organizados e apresentados em blocos de 10 tentativas. Após a análise de normalidade e homocedasticidade, caso os dados se apresentem normais, a análise estatística utilizada será a Anova Two Way 1 (grupo) X 6 (blocos de tentativas) com medidas repetidas no último fator para a fase de aquisição. Para analisar o teste de retenção serão utilizadas Anovas One Way. Quando necessário, será utilizado o teste post-hoc de Tukey para identificar as possíveis diferenças encontradas. O desvio padrão do escore também será organizado em blocos de 10 tentativas e analisado por meio dos mesmos testes que a variável anterior.
Para cada uma das subescalas do IMI e escala de auto eficácia aplicadas será reportado o valor de alfa de Cronbach, como medida de consistência interna. As médias do escore nestas subescalas do IMI também serão comparadas entre os grupos por meio de Anova One Way. Quando necessário, será utilizado o teste de post-hoc de Tukey para identificar as possíveis diferenças encontradas. A normalidade e homocedasticidade dos dados será verificada por meio dos testes de Shapiro-Wilk e Levene, respectivamente. O nível de significância adotado nas análises será de p<0,05. O tamanho do efeito será observado através dos valores de delta parcial ao quadrado (ηp²). O software Statsoft Statistica (versão 8.0 para Windows) será o software estatístico utilizado para processar os dados para as análises inferenciais, quando necessário. Experimento 2: na descrição do método do experimento 2 serão apresentadas apenas as características que diferem do experimento 1. Os participantes serão divididos em dois grupos de prática (n=15): grupo de prática combinada, sendo a prática mental autocontrolada (GPMFA) e o grupo yoked (GPMFY). Na fase de aquisição o GPMFA escolherá em quais das 60 tentativas realizará a prática mental, o próprio participante controlará a organização da prática mental. Assim, após cada tentativa o experimentador perguntará ao participante se a próxima tentativa será prática física ou mental. Já o GPMFY será pareado ao GPMFA, ou seja, os participantes do GPMFY serão informados que em algumas tentativas deverão realizar a prática mental e em outras não, de acordo com o experimentador. Estas tentativas com e sem a prática mental serão determinadas em função da solicitação de um dos indivíduos do grupo GPMFA, ou seja, o GPMFY será pareado ao GPMFA. A cada bloco de 10 tentativas realizadas na fase de aquisição os indivíduos responderão oralmente um questionário que investiga as estratégias de escolha pela realização da prática mental de acordo com sua condição experimental. As variáveis dependentes serão: estratégias de escolha pela realização da prática mental após cada bloco de 10 tentativas da fase de aquisição; frequência de escolha pela realização da prática mental total e em cada um dos blocos de 10 tentativas da fase de aquisição. Os dados obtidos pelos questionários de estratégia de escolha pela realização da prática mental serão analisados e discutidos descritivamente, em termos de frequência de ocorrência, após agrupamento das respostas similares.
Indicadores, Metas e Resultados
Indicadores, metas e resultados esperados
Como resultados da pesquisa espera-se que a prática física apresentará desempenho superior nos testes em comparação à prática mental; que a combinação de prática (física e mental) apresentará desempenho superior nos testes em comparação à prática mental; que a prática mental autocontrolada apresentará desempenho superior nos testes em comparação ao grupo yoked. Como metas existe a expectativa da divulgação do conhecimento produzido com a participação da equipe de trabalho em Congressos Científicos bem como na produção e submissão de artigos para periódicos científicos.
Como resultados da pesquisa espera-se que a prática física apresentará desempenho superior nos testes em comparação à prática mental; que a combinação de prática (física e mental) apresentará desempenho superior nos testes em comparação à prática mental; que a prática mental autocontrolada apresentará desempenho superior nos testes em comparação ao grupo yoked. Como metas existe a expectativa da divulgação do conhecimento produzido com a participação da equipe de trabalho em Congressos Científicos bem como na produção e submissão de artigos para periódicos científicos.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
EVELYN VITÓRIA MARINS MACHADO | |||
LIVIA SANTOS DE AVILA | |||
MARILIA FARIAS DA SILVA | |||
MATHEUS MARTINO ROCHA | |||
NATHALIA DIAS TURATTI | |||
PALOMA REIS ORTIGAS | |||
RODOLFO NOVELLINO BENDA | 1 | ||
THABATA VIVIANE BRANDAO GOMES | 4 | ||
THOMAS BRUM CLEFF | |||
VICTÓRIA FERNANDES NASCENTE | |||
VINICIUS LIMA NUNES | |||
WAGNER KOGLIN GONCALVES |