Nome do Projeto
Ensaio de efetividade de um programa de Psicologia Positiva online para a promoção de saúde
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
07/03/2022 - 06/03/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Multidisciplinar
Resumo
Aspectos teórico-metodológicos via abordagem Cognitivo-Comportamental e Psicologia Positiva para promoção de saúde ainda são pouco investigados, embora na literatura internacional diferentes programas têm sido implementados com redução do desenvolvimento de psicopatologias. Esta pesquisa envolver um programa de Psicologia Positiva, originalmente desenvolvido, implementado, avaliado e manualizado para promoção de saúde de aposentados. O programa intervém sobre valores e autocuidado, otimismo, empatia, gratidão, perdão e significado de vida e trabalho, em seis sessões semanais grupais (2h cada). Foram conduzidos estudo piloto, de viabilidade e de eficácia com melhoras em satisfação com a vida, resiliência, estresse percebido, depressão e ansiedade no grupo interventivo, e otimismo, empatia, sintomas de depressão e ansiedade quando comparado ao grupo controle. Os efeitos contatados se mantiveram aproximadamente três meses após o programa. Devido à pandemia de COVID-19, o programa foi adaptado para a versão online e promoção de saúde de profissionais de saúde/assistência/educação. A pesquisa incluiu estudo de adaptação, de viabilidade/piloto, de eficácia, capacitação de profissionais para replicações em ensaio de efetividade, com resultados preservados na versão online, resultando na elaboração do manual de implementação online. Este projeto visa dar continuidade às pesquisas, incluindo a implementação de novos grupos para aumento da amostra, avaliações pré-pós teste e de seguimento (três meses), análise de subgrupos e capacitação de pessoal em nível de graduação. Será utilizado método misto para avaliação de resultados e de processo, disponibilizadas capacitações e manual técnico para profissionais replicarem o programa em diferentes contextos. Este projeto faz parte de pesquisas atuais e pioneiras em contexto nacional em meio a momento pandêmico crítico, quando dispositivos de saúde com acessibilidade remoto tornam-se indispensáveis para a promoção de saúde pública.
Objetivo Geral
Dar continuidade à implementação e avaliação da intervenção em Psicologia Positiva online para a promoção de saúde de profissionais de saúde/assistência/educação, em face à pandemia de COVID-19.
Justificativa
O ano de 2020 iniciou como marco de mudança na história da humanidade, após ter sido anunciada pandemia pela Organização Mundial da Saúde, como emergência de saúde pública. Detectada pela primeira vez em Wuhan, na China, a doença COVID-19 é caracterizada como uma síndrome respiratória aguda grave, causada pelo novo betacoronavirus 2 - SARS-CoV2 - denominada novo corona vírus (Huang et al., 2020; Spina et al., 2020). Além da rápida progressão para casos graves da doença, outro diferencial da COVID-19 quando comparado a outros quadros infecciosos é o elevado índice de contágio entre indivíduos/grupos, ou, contágio por até mesmo horas posteriores a partir da exposição às superfícies contaminadas com o vírus (Duan, Zhu, & Zhou, 2020). Embora os índices finais de mortalidade pela COVID-19 ainda não possam ser contabilizados devido à rápida progressão da doença nos países, taxas de letalidade têm sido consideradas altas quando comparados às crises anteriores do Século XXI, causadas por coronavírus SARS-CoV e MERS-CoV, uma vez que, atualmente, há subnotificação de casos devido à escassez de amostras, reagentes e equipamentos para testagens e estabelecimento de diagnóstico mundialmente (Driggin et al., 2020; Watkins, 2020).
Em termos de saúde mental e física de indivíduos, tanto devido ao risco iminente de contágio pelo vírus quanto devido ao distanciamento/isolamento físico e quebra na rotina de vida, é possível enfatizar fatores intervenientes à pandemia que deflagram incerteza sobre o futuro e crises psicológicas. Além disso, há baixa percepção de controle, insegurança quanto ao aporte fornecido por instituições sociais para atenuar problemas socioeconômicos provenientes da perda de empregos, redução ou inexistência de trabalhos e renda, no caso de trabalhadores informais, provedores de serviços, empresas, entre outros. Somado a estes, falta de políticas públicas e investimentos que supram necessidades básicas para o enfrentamento da pandemia são estressores que agregam riscos à saúde mental da população. Ainda há o despreparo dos gestores e incoerência no fornecimento de informações sobre procedimentos de segurança para a população, por parte dos níveis e órgão de poderes públicos, o que tende a gerar ainda mais sintomatologia ansiogênica e depressogênica para a população e, principalmente, àqueles que são considerados grupo de risco (WHO, 2020a, 2020b).
Para lidar com questões tão complexas relativas à saúde mental, estratégias de promoção de saúde e prevenção de doenças estão entre as principais práticas sugeridas. Estas servem não somente para atender aos casos pré-clínicos, subdiagnosticados e/ou sintomas clínicos e prevenir a reocorrência de problemas de saúde, mas também como medida para compilar evidências que norteiem e embasem a elaboração de políticas públicas e sustentabilidade da rede de saúde (WHO, 2020a; 2020b).
Em diversos países, intervenções para promoção de saúde vêm sendo implementadas em formato online/virtual (também chamadas eHealth/mHealth interventions) para maior capilaridade de acesso para grupos de risco, devido ao baixo custo das intervenções (Welch, Petkovic, Pardo, Rader, & Tugwell, 2016) e por serem mais eficazes para mudanças de comportamento tendo em vista seu caráter interativo, quando comparadas a websites motivacionais ou puramente informativos (Mouton & Cloes, 2013). Alguns exemplos de intervenções implementadas de forma online para promoção de saúde de adultos e idosos são práticas direcionadas a cuidadores informais (familiares) que incluem componentes de apoio profissional e social, instruções para mudança de comportamento e resolução de problemas (Richard et al., 2019); para pacientes com câncer e seus respectivos cuidadores (Northouse et al., 2014); intervenções autodirigidas para vários quadros de saúde mental (estresse pós-traumático, depressão, ansiedade, fobias) e física (dieta e atividade física) (Rogers, Lemmen, Kramer, Mann, & Chopra, 2017). Entre os benefícios mais expressivos para saúde mental identificados após participação em intervenções online, dados de revisões indicam redução de depressão em intervenções por aplicativos com enfoque na promoção de saúde, comparados aos aplicativos de treinos cognitivos (Firth et al., 2017) e ganhos à prevenção de depressão (Ebert, Cuijpers, Muñoz, & Baumeister, 2017).
No Brasil também há normativas vigentes para regulamentação da atuação de psicólogos por meios de tecnologias da informação e da comunicação (TICs) para acesso remoto dos participantes de intervenções, tais como: a Resolução nº 11, de 11 de maio de 2018 (Conselho Federal de Psicologia [CFP], 2018a), que regulamenta a prestação de serviços psicológicos realizados por meios de TICs; a resolução nº 11/2018 (CFP, 2018b) que regulamenta a prática de Avaliação Psicológica; a Nota Técnica nº 07/2019 (CFP, 2019), que orienta sobre o uso de testes psicológicos em serviços realizados através de TICs; a resolução nº 04, de 26 de março de 2020 (CFP, 2020), que dispõe sobre regulamentação de serviços psicológicos prestados por meio de TICs durante a pandemia do COVID-19 e auxilia no cadastramento de psicólogos para serviços on-line (Marasca, Yates, Schneider, Feijó, & Bandeira, 2020).
Assim, considerando que, neste momento de grave necessidade há impossibilidade de se atuar com intervenções grupais em caráter presencial devido às medidas restritivas dos países para promover distanciamento físico da população geral e contenção da transmissão da COVID-19; considerando que, não há prazo definido para a normalização dos procedimentos padrões para assistência e fornecimento de serviços de saúde; considerando que, é fundamental que haja adaptação dos serviços e intervenções para promoção de saúde, a partir do uso de TICs para acesso à distância/remoto; este projeto de pesquisa, como braço de uma pesquisa maior, tem como objetivo dar continuidade à implementação e avaliação de uma intervenção em Psicologia Positiva para a promoção de saúde - Programa Vem Ser - para profissionais de saúde/assistência (ativos ou aposentados), em caráter remoto, em face à pandemia de COVID-19.
Em termos de saúde mental e física de indivíduos, tanto devido ao risco iminente de contágio pelo vírus quanto devido ao distanciamento/isolamento físico e quebra na rotina de vida, é possível enfatizar fatores intervenientes à pandemia que deflagram incerteza sobre o futuro e crises psicológicas. Além disso, há baixa percepção de controle, insegurança quanto ao aporte fornecido por instituições sociais para atenuar problemas socioeconômicos provenientes da perda de empregos, redução ou inexistência de trabalhos e renda, no caso de trabalhadores informais, provedores de serviços, empresas, entre outros. Somado a estes, falta de políticas públicas e investimentos que supram necessidades básicas para o enfrentamento da pandemia são estressores que agregam riscos à saúde mental da população. Ainda há o despreparo dos gestores e incoerência no fornecimento de informações sobre procedimentos de segurança para a população, por parte dos níveis e órgão de poderes públicos, o que tende a gerar ainda mais sintomatologia ansiogênica e depressogênica para a população e, principalmente, àqueles que são considerados grupo de risco (WHO, 2020a, 2020b).
Para lidar com questões tão complexas relativas à saúde mental, estratégias de promoção de saúde e prevenção de doenças estão entre as principais práticas sugeridas. Estas servem não somente para atender aos casos pré-clínicos, subdiagnosticados e/ou sintomas clínicos e prevenir a reocorrência de problemas de saúde, mas também como medida para compilar evidências que norteiem e embasem a elaboração de políticas públicas e sustentabilidade da rede de saúde (WHO, 2020a; 2020b).
Em diversos países, intervenções para promoção de saúde vêm sendo implementadas em formato online/virtual (também chamadas eHealth/mHealth interventions) para maior capilaridade de acesso para grupos de risco, devido ao baixo custo das intervenções (Welch, Petkovic, Pardo, Rader, & Tugwell, 2016) e por serem mais eficazes para mudanças de comportamento tendo em vista seu caráter interativo, quando comparadas a websites motivacionais ou puramente informativos (Mouton & Cloes, 2013). Alguns exemplos de intervenções implementadas de forma online para promoção de saúde de adultos e idosos são práticas direcionadas a cuidadores informais (familiares) que incluem componentes de apoio profissional e social, instruções para mudança de comportamento e resolução de problemas (Richard et al., 2019); para pacientes com câncer e seus respectivos cuidadores (Northouse et al., 2014); intervenções autodirigidas para vários quadros de saúde mental (estresse pós-traumático, depressão, ansiedade, fobias) e física (dieta e atividade física) (Rogers, Lemmen, Kramer, Mann, & Chopra, 2017). Entre os benefícios mais expressivos para saúde mental identificados após participação em intervenções online, dados de revisões indicam redução de depressão em intervenções por aplicativos com enfoque na promoção de saúde, comparados aos aplicativos de treinos cognitivos (Firth et al., 2017) e ganhos à prevenção de depressão (Ebert, Cuijpers, Muñoz, & Baumeister, 2017).
No Brasil também há normativas vigentes para regulamentação da atuação de psicólogos por meios de tecnologias da informação e da comunicação (TICs) para acesso remoto dos participantes de intervenções, tais como: a Resolução nº 11, de 11 de maio de 2018 (Conselho Federal de Psicologia [CFP], 2018a), que regulamenta a prestação de serviços psicológicos realizados por meios de TICs; a resolução nº 11/2018 (CFP, 2018b) que regulamenta a prática de Avaliação Psicológica; a Nota Técnica nº 07/2019 (CFP, 2019), que orienta sobre o uso de testes psicológicos em serviços realizados através de TICs; a resolução nº 04, de 26 de março de 2020 (CFP, 2020), que dispõe sobre regulamentação de serviços psicológicos prestados por meio de TICs durante a pandemia do COVID-19 e auxilia no cadastramento de psicólogos para serviços on-line (Marasca, Yates, Schneider, Feijó, & Bandeira, 2020).
Assim, considerando que, neste momento de grave necessidade há impossibilidade de se atuar com intervenções grupais em caráter presencial devido às medidas restritivas dos países para promover distanciamento físico da população geral e contenção da transmissão da COVID-19; considerando que, não há prazo definido para a normalização dos procedimentos padrões para assistência e fornecimento de serviços de saúde; considerando que, é fundamental que haja adaptação dos serviços e intervenções para promoção de saúde, a partir do uso de TICs para acesso à distância/remoto; este projeto de pesquisa, como braço de uma pesquisa maior, tem como objetivo dar continuidade à implementação e avaliação de uma intervenção em Psicologia Positiva para a promoção de saúde - Programa Vem Ser - para profissionais de saúde/assistência (ativos ou aposentados), em caráter remoto, em face à pandemia de COVID-19.
Metodologia
Delineamento randomizado misto com avaliação antes (T1), imediatamente após (T2) e três meses após o programa (T3) nos grupos experimental e controle (lista de espera) e avaliação de processo. Será fornecida capacitação e manual de implementação para profissionais de saúde/assistência/educação (N=40) para implementarem o programa online possibilitando novas coletas de dados (T1, T2 e T3) nos participantes dos grupos (N=100, profissionais de saúde/assistência/educação). Serão utilizados instrumentos com validade psicométrica e fidedignidade para avaliar otimismo, estresse percebido, satisfação com a vida, resiliência, sintomas de depressão e ansiedade e estado de ânimo. Busca-se ampliar o atual banco de dados (N=104) para análises de subgrupos, multivariadas e de processo, a partir de avaliações dos moderadores quanto às barreiras/facilitadores para a implementação em contextos de atuação profissional, de modo a favorecer a elaboração de um plano de implementação. Será possível identificar fatores a serem adaptados para a inclusão do programa como proposta de tratamento nos locais e dispositivos de saúde para a população de modo geral e sustentável.
Indicadores, Metas e Resultados
Metas:
Favorecer a capacitação de pessoal em nível de graduação quanto aos procedimentos em pesquisa de implementação, com base em evidências;
Oferecer novos grupos de capacitação para profissionais para que estes possam replicar o programa na modalidade online;
Possibilitar que os profissionais capacitados obtenham manual técnico de implementação e possam replicar o programa em seus locais de trabalho, possibilitando novas coletas e análises de dados como ensaio de efetividade;
Conduzir análises de subgrupos para efeitos específicos do programa;
Conduzir coleta e análises de dados em estudo de seguimento para efeitos do programa a longo prazo;
Intensificar a produção científica acerca de intervenções na modalidade online para promoção de saúde e diferentes níveis de prevenção.
Indicadores:
Serão utilizados instrumentos com validade psicométrica e fidedignidade para avaliar otimismo, estresse percebido, satisfação com a vida, resiliência, sintomas de depressão e ansiedade e estado de ânimo dos participantes. Serão obtidos dados para caracterização da amostra e questionários de autorelato dos participantes aplicados ao término do programa para avaliar critérios como satisfação dos participantes com o moderador, com o programa, compreensão e utilidade dos conteúdo trabalhados, barreiras e
facilitadores identificados pelos participantes para implementação do programa em seus contextos
de atuação profissional, sugestões de melhoria.
Resultados esperados:
Melhoras em indicadores de otimismo, estresse percebido, satisfação com a vida, resiliência, sintomas de depressão e ansiedade e estado de ânimo dos participantes quando comparados aos seus resultados basais e em relação ao grupo controle; possibilitar a elaboração de um plano de implementação do programa, para replicações em caráter de efetividade, em diferentes contextos de atuação profissional;
fornecer subsídios para novos modelos e propostas de intervenção para a promoção de saúde em caráter virtual.
Favorecer a capacitação de pessoal em nível de graduação quanto aos procedimentos em pesquisa de implementação, com base em evidências;
Oferecer novos grupos de capacitação para profissionais para que estes possam replicar o programa na modalidade online;
Possibilitar que os profissionais capacitados obtenham manual técnico de implementação e possam replicar o programa em seus locais de trabalho, possibilitando novas coletas e análises de dados como ensaio de efetividade;
Conduzir análises de subgrupos para efeitos específicos do programa;
Conduzir coleta e análises de dados em estudo de seguimento para efeitos do programa a longo prazo;
Intensificar a produção científica acerca de intervenções na modalidade online para promoção de saúde e diferentes níveis de prevenção.
Indicadores:
Serão utilizados instrumentos com validade psicométrica e fidedignidade para avaliar otimismo, estresse percebido, satisfação com a vida, resiliência, sintomas de depressão e ansiedade e estado de ânimo dos participantes. Serão obtidos dados para caracterização da amostra e questionários de autorelato dos participantes aplicados ao término do programa para avaliar critérios como satisfação dos participantes com o moderador, com o programa, compreensão e utilidade dos conteúdo trabalhados, barreiras e
facilitadores identificados pelos participantes para implementação do programa em seus contextos
de atuação profissional, sugestões de melhoria.
Resultados esperados:
Melhoras em indicadores de otimismo, estresse percebido, satisfação com a vida, resiliência, sintomas de depressão e ansiedade e estado de ânimo dos participantes quando comparados aos seus resultados basais e em relação ao grupo controle; possibilitar a elaboração de um plano de implementação do programa, para replicações em caráter de efetividade, em diferentes contextos de atuação profissional;
fornecer subsídios para novos modelos e propostas de intervenção para a promoção de saúde em caráter virtual.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
DANIEL RODRIGUES ECHEVARRIA | 1 | ||
Dhiulyane Farias Gomes Fuentes | |||
Débora Dalbosco Dell’Aglio | |||
GIULIA BERGANTINI WALDEMARIN | |||
GUILHERME MARTINS PINHEIRO | |||
HELEN BEDINOTO DURGANTE | 38 | ||
JONATAS MATTHIES ROSCHILD | |||
Jeane Lessinger Borges | |||
LAURA BEATRIZ DIAS ESTRADA | |||
LETICIA GALERY MEDEIROS | |||
LUIZA BORBA PEREIRA | |||
MARIANA DA ROSA GENSKE | |||
MARTA SOLANGE STREICHER JANELLI DA SILVA | 6 | ||
Matheus Augusto da Silva Portugal |