Nome do Projeto
Programa de Psicologia Positiva online para promoção de saúde
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
07/03/2022 - 07/03/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Saúde / Educação
Linha de Extensão
Saúde humana
Resumo
O programa tem como objetivo a promoção de saúde e melhora na qualidade de vida, baseado na Psicologia Positiva e Terapia Cognitivo Comportamental, direcionado a profissionais de saúde/educação/assistência e/ou estudantes destas areas, em seis sessões semanais (1h30 cada) online/remoto síncronas e tarefas de casa. O programa inclui técnicas de psicoeducação, dinâmicas individuais, grupais, vídeo-debates e técnicas de relaxamento. Pretende-se discutir sobre valores, autocuidado/prudência, otimismo, empatia, gratidão, perdão, significado de vida e trabalho e repercussões destes para a saúde; elaborar técnicas para melhor adaptação e superação de dificuldades e enfrentamento do estresse; treinar técnicas de relaxamento; promover maior bem estar e saúde.

Objetivo Geral

Promover a discussão e reflexões sobre variáveis da Psicologia Positiva, reconhecidas como mediadoras do processo saúde-doença, buscando atuar na promoção de saúde e redução da doença, junto ao público de profissionais de saúde, educação e/ou assistência.

Justificativa

Após notificação de pandemia no início do ano de 2020, por parte da Organização Mundial da Saúde, houve emergência dos países em se adaptarem rapidamente às novas demandas de saúde pública. A COVID-19 é proveniente do betacoronavirus 2 - SARS-CoV2 – popularmente conhecido como coronavírus (Huang et al., 2020; Spina et al., 2020). Trata-se de uma síndrome respiratória aguda, que pode progredir para quadros graves rapidamente, com índice de contágio considerado alto quando comparado a outras condições respiratórias virais, a exemplo do coronavírus SARS-CoV e MERS-CoV. Até o momento, estudos têm mapeado o perfil de maior vulnerabilidade para quadros graves da doença, sendo estes idosos, sobretudo acima dos 80anos, pessoas com histórico de cardiopatias, outras doenças do trato respiratório, pacientes imunodeprimidos e demais doenças crônicas não transmissíveis (Spina et al., 2020; Wu & McGoogan, 2020).
Dados epidemiológicos de prevalência revelaram estimativa de 22% da população mundial, ou seja, um em cada cinco indivíduos apresenta pelo menos uma condição de risco para desenvolver o quadro grave da doença, sendo 5% destes menores de 20 anos de idade (Clark et al., 2020).
Como medida profilática para o controle da transmissão do vírus, os países têm adotado o distanciamento físico, ou a reclusão e isolamento de indivíduos em seus domicílios, sendo enfatizada mobilidade urbana apenas para obtenção de produtos e serviços considerados essenciais. As medidas sociais para retardar a propagação da pandemia têm demonstrado efeitos positivos quando há engajamento por parte das instituições e membros da sociedade (Anderson et al., 2020).
Contudo, nem todos têm condições ou possibilidade de adotar as medidas até então sugeridas para o controle do contágio do vírus. Exemplo disso são profissionais de saúde ou de outras funções e serviços considerados essenciais. Estes profissionais podem ser vistos como agentes ativos que integram a linha de frente durante a pandemia, uma vez que existem fatores de risco adicionais para sua saúde mental, incluindo o desconhecimento de tratamentos eficazes, falta de equipamentos de proteção individual (EPIs), fluxo contínuo de novos casos para atendimentos de saúde, sobrecarga na rede e nos serviços, falta de materiais e insumos para garantia da assistência aos pacientes, além da incerteza quanto à duração da pandemia. Existe ainda, o medo de contágio e subsequente proliferação do vírus entre seus familiares, uma vez que altos índices positivados e de letalidade por CODIV-19 têm sido identificados entre profissionais da saúde em diversos países devido ao contato direto com pessoas contaminadas (Enumo, Weide, Vicentini, De Araujo, & Machado, 2020; Pappa, Ntella, Giannakas, Giannakoulis, Papoutsi, & Katsaounou, 2020).
Especialmente neste contexto de isolamento físico, devido à pandemia Covid-19, tornam-se necessárias iniciativas que visem ao enfrentamento de consequências negativas à saúde mental e possam repercutir em maior qualidade de vida dos indivíduos. Nesse sentido, a abordagem da Psicologia Positiva busca conhecer, elaborar, desenvolver e avaliar meios e intervenções que possibilitem o desenvolvimento e o funcionamento positivo dos indivíduos, grupos e instituições.
Intervenções Psicológicas Positivas (IPPs) vêm sendo desenvolvidas e utilizadas como recursos para promoção de saúde e prevenção de doenças em todos os níveis, apresentando eficácia para melhoras em bem-estar subjetivo, psicológico, redução em sintomas de depressão, ansiedade e estresse (Hendriks, Schotanus-Dijkstra, Hassankhan, de Jong, & Bohlmeijer, 2019), incremento em emoções positivas e repercussões em saúde (Dickens, 2017; Moskowitz et al., 2020), redução de dor crônicas (Hausmann, et al., 2018) e maior adesão a tratamentos de saúde (Duque, Brown, Celano, Healy, & Huffman, 2019).
No Brasil, a primeira IPP desenvolvida, implementada e avaliada, com foco nas forças Valores e Autocuidado/Prudência, Otimismo, Empatia, Gratidão, Perdão e Significado de Vida e Trabalho, em formato grupal e sessões de duas horas de duração, resultou em um protocolo manualizado. O manual de implementação presencial do programa foi publicado para a promoção de saúde de aposentados saudáveis ou com transtornos de saúde (Durgante & DellAglio, 2019a). O Programa Vem Ser, em sua versão original, foi implementado presencialmente e avaliado em estudos empíricos desde o ano de 2016 em estudo piloto (Durgante, Mezejewski, & DellAglio, 2020), estudo de viabilidade (Durgante, Naveire, & DellAglio, 2019) e ensaio de eficácia (Durgante & DellAglio, 2019b) para mais de uma centena de aposentados. Resultados indicaram melhoras em satisfação com a vida, resiliência, sintomas de estresse percebido, depressão e ansiedade no grupo interventivo, além de efeitos de interação para melhoras no otimismo, empatia, sintomas de depressão e ansiedade no grupo experimental quando comparado ao grupo controle. Os efeitos e impactos em satisfação com a vida, sintomas de depressão e ansiedade se mantiveram três meses após o término do programa (Durgante, Tomasi, Lima, & Dell'Aglio, 2020).
Devido à pandemia de COVID-19, o programa Vem Ser foi adaptado para ser implementado em formato online (artigo submetido para publicação). O programa contém atividades síncronas grupais para a promoção de saúde de profissionais das áreas de saúde, educação ou assistência, podendo estes ser ativos em contexto laboral, ou aposentados. Entre as atividades estão dinâmicas individuais e grupais, vídeo-debates, técnicas de relaxamento com visualização e imagística. Foram conduzidos estudo de viabilidade/piloto na versão online (N=20) e ensaio de eficácia (N=104) (artigos submetidos para publicação). Os resultados obtidos apresentaram efeitos preservados àqueles obtidos na versão presencial do programa.
Assim, tendo em vista a situação pandêmica e necessidade de adaptar serviços de saúde para o formato remoto para todas as populações e níveis de atenção em saúde, este projeto visa oferecer grupos para a promoção de saúde e redução da doença, junto ao público de profissionais de saúde, educação e/ou assistência.
Este projeto se configura como braço de uma pesquisa maior, em colaboração com grupo de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), do qual a pesquisadora principal é membro. O projeto está cadastrado via Plataforma Brasil, foi aprovado por Comitê de Ética em Pesquisa (Parecer n.1.899.368/CAAE:61997516.5.0000.5334; Emenda n.4.143.219 /CAAE:61997516.5.0000.5334), registrado na plataforma nacional de Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos (REBEC), registro RBR-106989ym, número do UTN: U111-1262-7726, e representa esforço científico fundamental diante do panorama pandêmico e necessidade de adaptação de serviços em saúde para esta modalidade.

Metodologia

Serão convidados profissionais da comunidade geral em fluxo contínuo. Serão feitas divulgações em centros comunitários municipais, mídia e redes sociais.
Será realizada aplicação de instrumentos de autorrelato para avaliação de saúde (15 minutos por
participante); Programa (9h vivenciais síncronas por grupo); Sessão1: Apresentações pessoais e do programa, objetivos, normas de funcionamento, favorecer vínculo entre os participantes e facilitadores, tratar sobre Valores; e Autocuidado, Painel de Valores e Protocolo de Autocuidado, técnica de relaxamento com Escuta Holossomática; Sessão2: Definição evidências sobre os benefícios do Otimismo, técnica de Priming, vídeo-dabates, interpretação de problemas (estilo atribucional otimista versus pessimista), dinâmica grupal:Projeção do Melhor Eu, elaborar lista de autoafirmações positivas, técnica de relaxamento com visualização; Sessão3: Definição e evidências sobre os benefícios da Empatia, vídeo-dabates; diferença entre empatia e simpatia, dinâmica grupal: objeto da fala, técnica da tela mental (ensaio cognitivo e relaxamento); Sessão4: Definição e evidências sobre os benefícios da Gratidão, dinâmica grupal: CV de suas conquistas, Dinâmica grupal:Lista de credores, técnica da tela mental (ensaio cognitivo e relaxamento); Sessão5: Definição e evidências sobre os benefícios do Perdão, diferença entre responsabilização e culpa, dinâmica grupal: bilhete surpresa, dinâmica grupal: carta de perdão técnica da tela mental (ensaio cognitivo e relaxamento-Autoperdão); Sessão6: Refletir sobre significado de vida e trabalho, dinâmica: identificar forças pessoais (virtudes), dinâmica grupal: identificar seus significados, metas futuras através do uso de suas forças, síntese dos aprendizados do programa, avaliação de saúde, encerramento. Serão oferecidos grupos em caráter contínuo e turnos alternados, conforme interesse dos interessados e disponibilidade da equipe. Será realizada avaliação da intervenção, através da aplicação de um protocolo de avaliação do estado de saúde dos participantes, em três momentos: T1 (antes do início do programa), T2 (imediatamente após o término do programa), e T3 (três meses após o término do programa). Os participantes terão as devolutivas de seus resultados em indicadores de saúde, caso tenham interesse.

Indicadores, Metas e Resultados

Será realizada avaliação da intervenção, através da aplicação de um protocolo de avaliação do estado de saúde (otimismo, estresse percebido, satisfação com a vida, resiliência, sintomas de depressão e ansiedade, e estado de ânimo) dos participantes, em três momentos: T1 (após entrevista inicial com os participantes, e antes do início do programa), T2 (imediatamente após o término do programa), e T3 (três meses após o término do programa). Serão obtidos dados para caracterização da amostra e
questionários de autorrelato dos participantes aplicados ao término do programa para avaliar critérios como satisfação dos participantes com o moderador, com o programa, compreensão e utilidade dos conteúdo trabalhados, barreiras e facilitadores identificados pelos participantes para implementação do programa em seus contextos de atuação profissional, sugestões de melhoria.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
Claudia Santos da Rocha
DANIEL RODRIGUES ECHEVARRIA2
Daiane Farias Gomes
Dhiulyane Farias Gomes Fuentes
Débora Dalbosco Dell’Aglio
GABRIELA RODRIGUES SILVEIRA
HELEN BEDINOTO DURGANTE37
JAINI DA PORCIÚNCULA
Jeane Lessinger Borges
LAURA BEATRIZ DIAS ESTRADA
Laís Santos Vitti
MARLUZ DUARTE GUNDLACH
Matheus Augusto da Silva Portugal
Nicolle Bretos Lopes

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