Nome do Projeto
Memórias da periferia: cartografia da epidemia de HIV/AIDS em Pelotas
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/02/2022 - 13/12/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
DDesde sua emergência até a atualidade, a pandemia de HIV/AIDS já infectou 79,3 milhões de pessoas, das quais 36,3 milhões já vieram a óbito em decorrência de problemas de saúde relacionadas à AIDS (UNAIDS, 2020). No Brasil contemporâneo alguns números evidenciam as proporções da epidemia: cerca de 966 mil pessoas vivem atualmente com HIV e o estado do Rio Grande do Sul é o que proporcionalmente concentra o maior número de pessoas na mesma situação: o mais recente Boletim Epidemiológico HIV/AIDS do Estado do Rio Grande do Sul (2019) indica que a taxa de detecção do vírus da imunodeficiência humana (HIV) é expressivamente mais alta que a brasileira (29,4/100.000 versus 18,3 por 100.000 habitantes) e Porto Alegre-RS é a capital com o mais alto índice de óbito relacionado à AIDS (24,2 por 100.000 habitantes). Pelotas-RS é terceiro município com o maior número de pessoas vivendo com HIV (1085 pessoas, 4,5% do total de casos detectados), sendo precedido apenas de Porto Alegre e Canoas.
Apesar de a pandemia de HIV/AIDS afetar, literalmente, todos os pontos habitados por humanos no mundo, narrativas científicas, artísticas e histórico-documentais sobre a articulações sociais, políticas e individuais mobilizadas pelo HIV/AIDS são, frequentemente, agenciadas por uma lógica centro-periferia. No Brasil, produções acadêmicas sobre a história e a sociologia (Trevisan, 2019; Caetano et al., 2018) e a psicologia (Kahhale et al., 2010) da pandemia tendem a ressaltar movimentos e ações político-sociais e dispositivos de saúde localizadas em grandes centros urbanos e de poder como São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Produções audiovisuais seguem o mesmo padrão: narram a trajetória de pessoas ilustres que vivem com HIV ou que militam na causa a partir de grandes centros urbanos. A história de pessoas e coletivos de municípios periféricos aos centros de poder, como Pelotas-RS, tende a ser invisibilizada e aglutinada por narrativas centrais.
Como base nessa problemática, pretende-se desenvolver um estudo cartográfico agenciado pelo tema do HIV/AIDS tendo como base a história oral e documental de pessoas, coletivos e dispositivos de cidadania no território da cidade de Pelotas-RS.
Objetivo Geral
Realizar um estudo por meio do método cartográfico e de metodologias qualitativas (análise do discurso, história oral e similares), tendo como analisador a história de indivíduos, coletivos e organizações/instituições atravessados pelo HIV/AIDS em Pelotas-RS, a saber:
o Coletivos ativistas e militantes de questões relacionadas a sexualidade, a saúde sexual e à diversidade
humana.
o Pessoas que vivem com HIV e ativistas que se disponibilizarem a participar.
o Profissionais de saúde vinculados ao Serviço Ambulatorial Especializado (SAE-UFPel), a unidades
básicas de saúde e à Secretaria de Saúde do Município.
Tornar visível biografias e histórias de indivíduos e coletivos ativistas em torno da questão do HIV/AIDS no município de Pelotas-RS.
Dar evidência a memórias periféricas sobre o tema do HIV/AIDS, diversificando e complexificando a história desta epidemia.
o Coletivos ativistas e militantes de questões relacionadas a sexualidade, a saúde sexual e à diversidade
humana.
o Pessoas que vivem com HIV e ativistas que se disponibilizarem a participar.
o Profissionais de saúde vinculados ao Serviço Ambulatorial Especializado (SAE-UFPel), a unidades
básicas de saúde e à Secretaria de Saúde do Município.
Tornar visível biografias e histórias de indivíduos e coletivos ativistas em torno da questão do HIV/AIDS no município de Pelotas-RS.
Dar evidência a memórias periféricas sobre o tema do HIV/AIDS, diversificando e complexificando a história desta epidemia.
Justificativa
O presente projeto se sustenta em justificativas de relevância social e acadêmica, a saber:
• Do ponto de vista social, pretende-se construir e documentar narrativas sobre como a pandemia de
HIV/AIDS e a complexidade política e social que a circunscreve, impacta, produz e articula corpos,
biografias, movimentos sociais e políticas públicas na cidade de Pelotas-RS. Esse processo cartográfico
pode contribuir para visibilizar histórias da pandemia de HIV/AIDS em Pelotas-RS, recuperando
memórias relativas à resistência à pandemia e a estigamatização de modo local, próprio e
antissorofóbico.
• Do ponto de vista acadêmico, a presente pesquisa se soma a um conjunto de ações de ensino, pesquisa
e extensão sobre a temática do HIV/AIDS que já conduzimos (Projeto PositHIVxs – Cod. 3113), ampliando
e sistematizando ações e produções do nosso coletivo em relação à temática sobre HIV/AIDS.
• Do ponto de vista social, pretende-se construir e documentar narrativas sobre como a pandemia de
HIV/AIDS e a complexidade política e social que a circunscreve, impacta, produz e articula corpos,
biografias, movimentos sociais e políticas públicas na cidade de Pelotas-RS. Esse processo cartográfico
pode contribuir para visibilizar histórias da pandemia de HIV/AIDS em Pelotas-RS, recuperando
memórias relativas à resistência à pandemia e a estigamatização de modo local, próprio e
antissorofóbico.
• Do ponto de vista acadêmico, a presente pesquisa se soma a um conjunto de ações de ensino, pesquisa
e extensão sobre a temática do HIV/AIDS que já conduzimos (Projeto PositHIVxs – Cod. 3113), ampliando
e sistematizando ações e produções do nosso coletivo em relação à temática sobre HIV/AIDS.
Metodologia
O presente estudo se sustenta no método cartográfico de pesquisa, o qual assume a subjetividade como elemento indissociável do processo de investigação (PAULON, ROMAGNOLI, 2010) e, desse modo, produz um espaço acadêmico de colaboração em que se enfatiza o diálogo e a edificação de conhecimentos socialmente referenciados através da dialética entre os saberes subjetivos, populares, acadêmicos e artísticos.
A pesquisa será operacionalizada por meio de entrevistas a pessoas e grupos chave para o entendimento da complexidade que circunscreve as questões individuais, sociais e políticas do HIV/AIDS ao longo de 40 anos de epidemia de HIV/AIDS em Pelotas-RS. Pretende-se entrevistar pessoas que trabalham no SAE-UFPel e na Secretaria Municipal de Saúde, que pesquisam sobre HIV/AIDS, usuários do SAE tanto para tratamento (TARV) quanto prevenção (Profilaxia Pré-Exposição/PrEP e Profilaxial Pós-Exposição/PEP), ativistas individuais e vinculados ou não a ONGs. Ainda, pretende-se criar processos dramaturgistas com parte dessas pessoas a fim de criar e organizar narrativas sobre histórias do HIV/AIDS em Pelotas.
A pesquisa será operacionalizada por meio de entrevistas a pessoas e grupos chave para o entendimento da complexidade que circunscreve as questões individuais, sociais e políticas do HIV/AIDS ao longo de 40 anos de epidemia de HIV/AIDS em Pelotas-RS. Pretende-se entrevistar pessoas que trabalham no SAE-UFPel e na Secretaria Municipal de Saúde, que pesquisam sobre HIV/AIDS, usuários do SAE tanto para tratamento (TARV) quanto prevenção (Profilaxia Pré-Exposição/PrEP e Profilaxial Pós-Exposição/PEP), ativistas individuais e vinculados ou não a ONGs. Ainda, pretende-se criar processos dramaturgistas com parte dessas pessoas a fim de criar e organizar narrativas sobre histórias do HIV/AIDS em Pelotas.
Indicadores, Metas e Resultados
Indicadores: avaliação constante do processo do grupo de pesquisa, da articulação com a rede de militância e de assistência a saúde referente ao HIV/AIDS e constante redesenho de procedimentos com base em pistas que forem se apresentando ao longo do percurso de pesquisa.
Metas: produção de artigos científicos, apresentação de trabalhos em congressos e similares e produção de vídeos que serão disponibilizadas em redes sociais.
Resultados esperados: produção de uma cartografia sobre a história do HIV/AIDS em Pelotas-RS disponibilizada sob o formato de peças acadêmicas (artigos, capítulos, trabalhos de conclusão de curso, etc.) e artísticas (material audiovisual).
Metas: produção de artigos científicos, apresentação de trabalhos em congressos e similares e produção de vídeos que serão disponibilizadas em redes sociais.
Resultados esperados: produção de uma cartografia sobre a história do HIV/AIDS em Pelotas-RS disponibilizada sob o formato de peças acadêmicas (artigos, capítulos, trabalhos de conclusão de curso, etc.) e artísticas (material audiovisual).
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
AUGUSTO IMANISHI BONAVITA | |||
CAMILA NAZZARI MARRA | |||
GUSTAVO PIRES IBEIRO | |||
HUDSON CRISTIANO WANDER DE CARVALHO | 4 | ||
ISABELLA STRELOW FONSECA | |||
PAMELA OLIVEIRA DA ROSA | |||
RAFAELA SOARES VILLAR | |||
ROBERTO HEIDEN | 2 | ||
UELQUER GUEDES DE SOUZA |