Nome do Projeto
Incidência de tuberculose bovina em carcaças inspecionadas pelo Serviço de Inspeção do Estado do Rio Grande do Sul entre os anos de 2016 e 2020
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
10/02/2022 - 20/05/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
A tuberculose bovina é uma doença infecciosa ocasionada por mycobacteruim bovis e, a principal espécie hospedeira é o bovino, porém há outras espécies suscetíveis. É uma doença crônica que forma granulomas principalmente nos pulmões e linfonodos mas pode acometer outros órgãos dependendo da via de contaminação. As principais vias de contaminação são através de aerossóis expelidos pelo animal doente, incluindo o consumo e manipulação de carnes, o consumo de leite e derivados não pasteurizados, produzidos a partir de animais tuberculosos. A doença causa preocupação das autoridades sanitárias tanto pelo caráter zoonótico quanto pelos aspectos econômicos alavancados pela diminuição da produtividade em rebanhos e condenação de carcaças nos abatedouros. No mundo todo autoridades buscam alternativas na tentativa de minimizar a disseminação da doença através de programas de controle e erradicação da tuberculose bovina. No Brasil foi instituído pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), o Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose Animal (PNCEBT), no ano de 2001, a fim de reduzir impactos na saúde humana e animal bem como prejuízos que animais contaminados podem gerar na economia do país. No Rio Grande do Sul, significativa parcela da economia é originária da pecuária de corte, a carne que produz é utilizada tanto para o consumo interno como para a exportação. Dada a importância da atividade que se torna imprescindível cada vez mais alternativas e esforços para controlar e erradicar a tuberculose bovina e, para o sucesso de programas de combate se faz necessário conhecer e identificar focos da doença. Esse estudo tem por objetivo mapear, levantar dados quanto ao número e a origem dos animais abatidos em matadouros sob inspeção da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Rio Grande do Sul (SEAPA) cujas carcaças foram descartadas para consumo humano.

Objetivo Geral

Gerar ferramentas que auxiliem no controle da tuberculose bovina a partir de dados quantitativos relativos ao número de carcaças condenadas para o consumo por conter lesões nodulares tuberculosa, em abatedouros inspecionados pelo serviço de inspeção Estadual, nos anos de 2016 à 2020.

Justificativa

A tuberculose é uma doença milenar, há comprovação através de múmias datadas de 4.400 anos atrás que apresentavam deformidades características da doença. Egípcios ilustravam anomalias e lesões típicas de tuberculose (BARBERIS, et al.,2017). Na América foi comprovado através de diagnóstico, a existência da tuberculose em múmia que viveu há 3.100 anos (ROSEMBERG,1999).
Theobald Smith, em 1896, demonstrou a diferença entre a tuberculose humana e a tuberculose bovina com embasamento na patogenicidade, em cobaias (ANERIK,1974).
A tuberculose bovina é causada por mycobacterium bovis, pertencente ao gênero Mycobacterium e da família Mycobacteriaceae que abrange mais de cem espécies. A parede celular desse gênero contém ácido micólico o que confere menor permeabilidade e facilita sua sobrevivência nos macrófagos, é constituída por lipídeos e polipeptídios, o que confere resistência do bacilo no interior do hospedeiro (CORNER, 1994).
O Bacilo da M. bovis é fino e ligeiramente curvo, medindo cerca de 0,2 a 06 µm, são imóveis, não esporulados, não capsulados, aeróbios, álcool-ácido resistentes (BAAR) e crescem melhor na temperatura de 35 à 37º C, (COELHO; MARQUES, 2006). É um bacilo resistente e permanece viável em estábulos, pastos, estercos e produtos de origem animal contaminados.
O agente etiológico da tuberculose bovina são micobactérias que pertencem à ordem Actinomicetales, família Mycobacteriaceae, gênero Mycobacterium e a espécie Mycobacterium bovis, inserida em um complexo cujas espécies são causadoras de tuberculose nos mamíferos e tem como característica o crescimento lento em meio de cultura (MILTGEN, et al.,2002), quando corados apresentam aspecto de grânulo, são álcool-ácido-resistentes (BAAR).
A principal via de transmissão entre bovinos é por via aerógena, e por via entérica em que bezerros podem ser infectados através da ingestão de leite contaminado por M. bovis. O homem pode ser infectado da mesma forma e, também, através da manipulação e ingestão de carnes cruas contendo o bacilo. O ser humano pode ocasionalmente, transmitir tuberculose para bovinos por via aerógena, (ALMEIDA,et al.,2004).
Os principais prejuízos ocasionados pela tuberculose bovina estão relacionados às perdas do produtor em produtividade, como a redução da produção de leite e carne, condenação de carcaças em matadouros, redução da fertilidade do rebanho, restrições nas exportações (ABRHÃO, et al.,2005).
A tuberculose bovina é uma doença caracterizada pela formação de lesões granulomatosas com aspecto granular também conhecidas como tubérculos. Bovinos infectados por M. bovis muitas vezes não apresentam sinais clínicos, mas quando em fase mais avançada, pode apresentar caqueixa, dispneia, tosse, infertilidade, hiperplasia de linfonodos superficiais ou profundos (ROXO, 1997).
O diagnóstico in vivo é feito através do teste da tuberculina, derivado proteico purificado (PPD), que é uma resposta de hipersensibilidade tardia mediada por linfócitos sensibilizados e forma no local da aplicação um infiltrado celular mononuclear com aumento de volume (RUGGIERO, 2007). O teste da tuberculina é preconizado em muitos países incluindo o Brasil com a finalidade de controlar a doença (OIE,2009).
Em carcaças inspecionadas, as lesões granulomatosas sugestivas de tuberculose são submetidas a exames bacteriológicos a fim de diferenciar de outras patologias semelhantes. Esse procedimento é necessário por ser doença de notificação compulsória e os animais positivos para tuberculose bovina devem ser levados ao abate sanitário (ALMEIDA, et al.,2004).
No Brasil, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), regulamentou no ano de 2001, o Plano Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT), com a finalidade de controlar e erradicar a doença (BRASIL, 2017).
Conhecer e identificar no território as condições sanitárias do rebanho dos diversos criatórios do estado é indispensável para o planejamento e avaliação do quadro epidemiológico da tuberculose bovina, o que justifica esse projeto.

Metodologia

Para a pesquisa serão obtidos dados referentes à origem e ao número de carcaças bovinas descartadas por tuberculose bovina em matadouros inspecionados pela Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA), da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (SEAPDR-RS), responsável pela inspeção de produtos de origem animal.
Os números serão analisados e, por meio de programas específicos de informática, utilizados para verificar o percentual de descarte e mensurar prejuízos no período.
Os dados serão submetidos a análise de Odds Ratio por meio do programa estatístico MedCalc® Version 20, e definidos pelo softwere QGis3.16.3 Hannover, que compartimentará por mesorregiões de acordo com a incidência da tuberculose bovina.

Indicadores, Metas e Resultados

Obter os dados de condenação de carcaças referentes a abates bovinos sob inspeção estadual de 2016 à 2020 junto à SEAPDR-RS.
Analisar e processar os dados tabulados em softwares estatísticos e de georreferenciamento.
Gerar mapas de localização de propriedades com e incidências de Tuberculose.

Espera-se que, a cada seis meses, já se consiga expressar parte do projeto com os mapas e números apurados, a partir do ano de 2016, revelando a origem dos animais cujas carcaças foram condenadas pela inspeção.
Ao final desse projeto, pretende-se ter um banco de dados do período e mapeamento das regiões para servir de ferramenta auxiliar no controle e erradicação da tuberculose bovina.
Tem também o intuito de contribuir com estudos epidemiológicos na busca de estratégias para minimizar os problemas ocasionados pela doença.
Com os resultados obtidos, pretende-se produzir textos e artigos científicos na área, que venham a contribuir para outras pesquisas.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CAROLAINE GARCIA DE MATTOS
KAUÊ RODRIGUEZ MARTINS
LUIZ FILIPE DAME SCHUCH4
NATÁLIA MACHADO RAHAL
PAOLA RENATA JOANOL DALLMANN
RODRIGO CASQUERO CUNHA2
ROSANE DE SOUZA QUEVEDO

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