Nome do Projeto
Núcleo de Estudos e Pesquisas E'LÉÉKÒ - Agenciamentos Epistêmicos Antirracistas e Descoloniais
Ênfase
Ensino
Data inicial - Data final
08/03/2022 - 31/12/2023
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
Criado em 2017, nas dependências do curso de Psicologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), o Núcleo de Estudos e Pesquisas E’LÉÉKÒ passou a integrar o Programa de Pós Graduação em Psicologia Social e Institucional da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em 2019. Tem discutido, problematizado, teorizado, produzido intervenções sobre epistemologias, metodologias e subjetividades pretas no campo das ciências humanas e da saúde, a partir do que estamos chamado de Pensamento Negro Descolonial. Objetiva promover um espaço de discussão e reflexão que reúna diferentes perspectivas teóricas e políticas em torno do antirracismo, cujos deslocamentos, desdobramentos e agenciamentos epistêmicos têm o intuito de estimular reflexões sobre nossos usos e interpretações de matrizes do pensamento negro, assim como sobre a necessidade de formação de novas redes intelectuais na produção do conhecimento. O Núcleo E'LÉÉKÒ tem como pressuposto a ideia de que o lugar importa, considerando, por exemplo, o pensamento de Édouard Glissant, Hill Collins, bell rooks, Lélia Gonzalez e Silvia Cusicanqui. Ou seja, o lugar desde o qual produzimos e difundimos conhecimento, o lugar desde o qual compreendemos e enunciamos o mundo, assim como o lugar desde o qual escutamos e apre(e)ndemos os diferentes lugares deste mesmo mundo.
Objetivo Geral
Promover um espaço de discussão e reflexão que reúna diferentes perspectivas teóricas e políticas em torno do antirracismo, cujos deslocamentos, desdobramentos e agenciamentos epistêmicos têm o intuito de estimular reflexões sobre nossos usos e interpretações de matrizes do pensamento negro, assim como sobre a necessidade de formação de novas redes intelectuais na produção do conhecimento.
Justificativa
A universidade ocidentalizada (GROSFOGUEL, 2016), está mergulhada nos propósitos de controle, domínio e exploração da modernidade/colonialidade a partir de teorias, métodos e modelos de análises de dados que dão sustentabilidade ao status de cientificidade.
O Núcleo de Estudos e Pesquisas E'LÉÉKÒ tem o desafio de problematizar e construir novos caminhos quanto a relação sujeito-objeto imposta pela ciência da modernidade/colonialidade – pela colonialidade do saber. E mais, trazer alguns elementos para pensarmos esse lugar que a universidade ocidentalizada ainda tenta nos impor, lugar da impossibilidade de falar e, consequentemente, de existir. Lugar da impossibilidade ontológica e epistemológica.
A colonialidade do saber é “uma atitude colonial frente ao conhecimento” que parte do eurocentrismo e que se articula de forma simultânea às relações centro-periferia e às hierarquias raciais, onde diferentes conhecimentos não-europeus são excluídos, silenciados e ignorados (CASTRO-GOMÉZ; GROSFOGUEL, 2007, p. 20).
Tal situação é alimentada por um sistema de distinções visíveis e invisíveis que constituem a noção do que é ‘ser humano’ na sociedade eurocêntrica, de modo que as invisíveis fundamentam as visíveis, como diria Santos (2010) quando discute o pensamento abissal. Ou seja, o autor salienta que “as distinções invisíveis são estabelecidas através de linhas radicais que dividem a realidade social em dois universos distintos: o universo deste lado da linha e o universo do outro lado da linha”. Tal divisão é tão excludente que “o outro lado da linha desparece enquanto realidade, torna-se inexistente”, ou seja, “inexistência significa não existir sob qualquer forma de ser relevante ou compreensível” (SANTOS, 2010, p. 32).
Assim, a descolonização das humanidades e subjetividades subalternizadas passa por descolonizar o conceito de humanidade. Ou seja, deve-se abandonar a ideia universal de humanidade calcada no ideal de homem, branco, heterossexual e cristão (MIGNOLO, 2013).
O Núcleo de Estudos e Pesquisas E'LÉÉKÒ se justifica pela necessidade de construirmos agenciamentos epistêmicos que celebre a diversidade humana e o lugar de enunciação. Temos como pressuposto a ideia de que o lugar importa, considerando, por exemplo, o pensamento de Édouard Glissant, Hill Collins, bell rooks, Lélia Gonzalez e Silvia Cusicanqui. Ou seja, o lugar desde o qual produzimos e difundimos conhecimento, o lugar desde o qual compreendemos e enunciamos o mundo, assim como o lugar desde o qual escutamos e apre(e)ndemos os diferentes lugares deste mesmo mundo.
No que tange a construção do conhecimento na UFPel e na UFRGS, compreendemos que a utilização de aportes teóricos novos que têm a potência de desenhar problemas novos, provocar olhares e questionamentos aos modos vigentes. Precisamos radicalizar na crítica à universalização das teorias, à universalização das categorias abstratas que produzem generalizações e universalidade.
O Núcleo de Estudos e Pesquisas E'LÉÉKÒ tem o desafio de problematizar e construir novos caminhos quanto a relação sujeito-objeto imposta pela ciência da modernidade/colonialidade – pela colonialidade do saber. E mais, trazer alguns elementos para pensarmos esse lugar que a universidade ocidentalizada ainda tenta nos impor, lugar da impossibilidade de falar e, consequentemente, de existir. Lugar da impossibilidade ontológica e epistemológica.
A colonialidade do saber é “uma atitude colonial frente ao conhecimento” que parte do eurocentrismo e que se articula de forma simultânea às relações centro-periferia e às hierarquias raciais, onde diferentes conhecimentos não-europeus são excluídos, silenciados e ignorados (CASTRO-GOMÉZ; GROSFOGUEL, 2007, p. 20).
Tal situação é alimentada por um sistema de distinções visíveis e invisíveis que constituem a noção do que é ‘ser humano’ na sociedade eurocêntrica, de modo que as invisíveis fundamentam as visíveis, como diria Santos (2010) quando discute o pensamento abissal. Ou seja, o autor salienta que “as distinções invisíveis são estabelecidas através de linhas radicais que dividem a realidade social em dois universos distintos: o universo deste lado da linha e o universo do outro lado da linha”. Tal divisão é tão excludente que “o outro lado da linha desparece enquanto realidade, torna-se inexistente”, ou seja, “inexistência significa não existir sob qualquer forma de ser relevante ou compreensível” (SANTOS, 2010, p. 32).
Assim, a descolonização das humanidades e subjetividades subalternizadas passa por descolonizar o conceito de humanidade. Ou seja, deve-se abandonar a ideia universal de humanidade calcada no ideal de homem, branco, heterossexual e cristão (MIGNOLO, 2013).
O Núcleo de Estudos e Pesquisas E'LÉÉKÒ se justifica pela necessidade de construirmos agenciamentos epistêmicos que celebre a diversidade humana e o lugar de enunciação. Temos como pressuposto a ideia de que o lugar importa, considerando, por exemplo, o pensamento de Édouard Glissant, Hill Collins, bell rooks, Lélia Gonzalez e Silvia Cusicanqui. Ou seja, o lugar desde o qual produzimos e difundimos conhecimento, o lugar desde o qual compreendemos e enunciamos o mundo, assim como o lugar desde o qual escutamos e apre(e)ndemos os diferentes lugares deste mesmo mundo.
No que tange a construção do conhecimento na UFPel e na UFRGS, compreendemos que a utilização de aportes teóricos novos que têm a potência de desenhar problemas novos, provocar olhares e questionamentos aos modos vigentes. Precisamos radicalizar na crítica à universalização das teorias, à universalização das categorias abstratas que produzem generalizações e universalidade.
Metodologia
As discussões teórico-metodológicas que subsidiam as atividades do Núcleo de Estudos e Pesquisas E'LÉÉKÒ partem dos estudos pós-coloniais, anticoloniais, descoloniais, contra-coloniais, cujas epistemologias buscam visibilizar modos de conhecimentos não hegemônicos.
Como estratégias para fomentar discussões, problematizações, reflexões e intervenções sobre os temas em estudo, utilizaremos de seminários, debates coletivos, análise de vídeos, palestra com convidadas/os realizados nos encontros semanais (virtuais ou presenciais), com duas horas de duração cada.
Os encontros deverão desencadear e subsidiar a:
• Produção de ensaios, artigos e trabalhos de conclusão de curso;
• Apresentação de trabalhos em eventos científicos e outros espaços pertinentes;
• Realização da Jornada E’LÉÉKÒ;
• Rodas de conversa com a comunidade externa.
Como estratégias para fomentar discussões, problematizações, reflexões e intervenções sobre os temas em estudo, utilizaremos de seminários, debates coletivos, análise de vídeos, palestra com convidadas/os realizados nos encontros semanais (virtuais ou presenciais), com duas horas de duração cada.
Os encontros deverão desencadear e subsidiar a:
• Produção de ensaios, artigos e trabalhos de conclusão de curso;
• Apresentação de trabalhos em eventos científicos e outros espaços pertinentes;
• Realização da Jornada E’LÉÉKÒ;
• Rodas de conversa com a comunidade externa.
Indicadores, Metas e Resultados
• Formação de profissionais no campo das ciências humanas e da saúde capazes problematizar suas práticas no que tange as relações de poder, saber e ser engendrados pela colonialidade no contemporâneo;
• Fomento de marcos teórico-epistemológicos descoloniais e antirracistas na UFPel e UFRGS;
• Apresentação de trabalhos em eventos científicos;
• Publicação de artigos, ensaios, resumos em revistas, periódicos, anais, capítulos de livros, etc.;
• Organização e realização da Jornada E’LÉÉKÒ;
• Construção de parcerias com outros Núcleo/Grupos da UFPel e de outras IES.
• Fomento de marcos teórico-epistemológicos descoloniais e antirracistas na UFPel e UFRGS;
• Apresentação de trabalhos em eventos científicos;
• Publicação de artigos, ensaios, resumos em revistas, periódicos, anais, capítulos de livros, etc.;
• Organização e realização da Jornada E’LÉÉKÒ;
• Construção de parcerias com outros Núcleo/Grupos da UFPel e de outras IES.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
AYO MAIÁ FREITAS SANTOS | |||
Ademiel de SantAnna Júnior | |||
Ana Paula Melo Da Silva | |||
Ariane Fernanda dos Reis Moreira | |||
BRUNA BARCELOS DUARTE | |||
CATIANE PINHEIRO MORALES | |||
CRISTIANA VIGORITO AFONSO | |||
Caroline Albuquerque dos Reis | |||
Cassian Marín Pereira Ramirez | |||
Cecília Maria Izidoro Pinto | |||
Cristiane Feijó Corrêa | |||
Débora Aires da Costa | |||
Ezequiel de Candido Amaral | |||
GUSTAVO PIRES IBEIRO | |||
Gabriel Alves Godoi | |||
Gláucia Gomes de Azevedo | |||
José Alex Borges Mendes | |||
Jéssica Dias de Souza | |||
Jéssica Gomes Santiago | |||
Júlia Dias da Silva | |||
KAREN SOARES PORTO | |||
LUIS ALBERTO FERREIRA DIAZ | |||
LUISA LISLIE BOTH GRIEBLER | |||
Luana Ramalho Martins | |||
MARCELI TEIXEIRA DOS SANTOS | |||
MARIA JOANA MAYER DE MATTOS | |||
MIRIAM CRISTIANE ALVES | 18 | ||
MONIQUE NAVARRO SOUZA | |||
Marcia Cabral da Costa | |||
Maria Luzitana Conceição dos Santos | |||
Maria Luísa Pereira de Oliveira | |||
Mylena Oliveira de Abreu | |||
NATHALIA DUARTE MOURA | |||
PRISCILLA PINHEIRO LAMPAZZI | |||
RITIELE MACHADO PRESTES | |||
ROSE FERREIRA | |||
RUI MEDINA DELGADO | |||
Tereza de Jesus da Silva | |||
Thiago dos Santos Alves |