Nome do Projeto
Vizinhança: participação popular em ações multidisciplinares da UFPel
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
15/05/2017 - 14/05/2018
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Educação / Direitos Humanos e Justiça
Linha de Extensão
Organizações da sociedade civil e movimentos sociais e populares
Resumo
O Programa Vizinhança consiste numa iniciativa da Universidade Federal de Pelotas em estabelecer uma relação com a comunidade vizinha ao CAMPUS Porto (Anglo) instalado em 2008 no Antigo Frigorífico Anglo. Esta iniciativa insere-se como uma prioridade no contexto da UFPel e especificamente da Pró Reitoria de Extensão e Cultura, a partir de uma concepção precípua de que a instalação da UFPel em uma área da cidade de alta vulnerabilidade econômica e social requer da universidade uma função pró-ativa no sentido de disponibilizar o acúmulo acadêmico com vistas a revitalizar a área e a melhorar a qualidade de vida daqueles que ali residem. Os Laboratório de Estudos Urbanos e Regionais, vinculado ao Departamento de Geografia do Instituto de Ciências Humanas e o Núcleo de Arquitetura e Urbanismo, ligado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, desenvolvem há algum tempo ações em outros projetos em execução e já finalizados, cujos objetivos se voltam para práticas de envolvimento da universidade com a comunidade próxima. Nesse sentido, assumem a tarefa de desenvolver ações extensionistas com vistas a melhoria da vizinhança urbana existente.

Objetivo Geral

Promover intervenções comunitárias na área vizinha ao Campus Porto (Anglo) da UFPel disponibilizando o acúmulo de conhecimento da universidade, com vistas a melhorar a qualidade de vida daqueles que ali residem.

Justificativa

O Programa Vizinhança consiste em uma iniciativa da Universidade Federal de Pelotas em estabelecer uma relação com a comunidade vizinha ao CAMPUS Porto (Anglo) instalado em 2008 no Antigo Frigorífico Anglo. Esta iniciativa insere-se como uma prioridade no contexto da UFPel e especificamente da Pró Reitoria de Extensão e Cultura, a partir de uma concepção precípua de que a instalação da UFPel em uma área da cidade de alta vulnerabilidade econômica e social requer da universidade uma função pró-ativa no sentido
de disponibilizar o acúmulo acadêmico com vistas a revitalizar a área e a melhorar a qualidade de vida daqueles que ali residem. Parte-se da premissa estratégica de definir este espaço de intervenção, que se caracteriza, como a nossa Vizinhança, como prioritário, permite que a universidade aglutine seus recursos humanos, capital social e cultural em torno de um espaço-comunidade, potencializando sua ação e permitindo o monitoramento e a avaliação dos resultados a serem obtidos. Esta região que foi economicamente muito importante no desenvolvimento da cidade, pois aglutinava vários frigoríficos, empresas ligadas a cadeia produtiva de produtos alimentícios (arroz, massa, peixes, etc) próximas ao porto sofreu um retraimento com o fechamento da maior parte destas empresas, havendo uma redução
significativa na oferta de empregos, o que interferiu diretamente no empobrecimento desta população e na diminuição da sua qualidade de vida. Atualmente, não seria errôneo afirmar que a Reitoria da UFPel instalou-se em meio a uma favela, inclusive integrada a CUFA (Central Única das Favelas) entidade que tem sua sede no bairro vizinho Navegantes. A área que incluí a Balsa e Ambrósio Perret, parte da Várzea e a divisa com o Fátima e Navegantes é de difícil delimitação, pois possui um aglomerado de habitações, algumas de propriedade dos moradores antigos (no centro do bairro), outras são moradias precárias de
ocupações irregulares a margem do canal São Gonçalo e do Canal do Pepino (conhecidos na comunidade como os sem terra), consta ainda de uma área de pescadores (na estrada do Engenho) e de moradores na área portuária da cidade. A área que incluí a Balsa e a Ambrósio Perret, parte da Várzea e a divisa com o Fátima e Navegantes é de difícil delimitação, pois possui um aglomerado de habitações, algumas de
propriedade dos moradores antigos (no centro do bairro), outras são moradias precárias de ocupações irregulares a margem do canal São Gonçalo e do Canal do Pepino (conhecidos na comunidade como os sem terra), consta ainda de uma área de pescadores (na estrada do Engenho) e de moradores na área portuária da cidade. O Bairro da Balsa foi ocupado nas décadas de 1950 e 1960 por trabalhadores que, na sua grande maioria, pertenciam ao quadro de funcionários do Frigorífico Anglo. Oriundos de outros municípios: Canguçu, Piratini, Jaguarão, Arroio Grande. A iniciativa de ocupação desse espaço pelos trabalhadores deu-se pela necessidade de eles residirem próximo ao local de trabalho. A instalação do Frigorífico Anglo no bairro da Balsa em Pelotas, se deu em dezembro de 1943. Pelo grupo de ingleses Vestey Brothers . Outras fábricas: de tecidos; a cervejaria; o Moinho Pelotense; a SUDESUL; o matador. Os moradores do bairro da Balsa não puderam contar com a ajuda e/ou influência dos industriais ingleses para a melhoria de suas moradias. Os trabalhadores ocuparam o espaço ao redor do complexo industrial com suas modestas moradias, foram demarcando suas posses, aterrando-as e construindo suas casas, conforme suas condições de trabalhadores assim o permitiam. Após a ocupação do espaço e a construção de suas moradias, os trabalhadores viram-se diante de outros problemas, como a falta de água potável, de esgotos, de energia elétrica e transporte coletivo, entre outros. Então, juntos, iniciaram as negociações junto aos poderes responsáveis pela solução desses problemas. Para resolverem os
problemas os moradores da Rua Paulo Guilayn criaram a Associação dos Amigos da Balsa, em 1969. O grupo de ingleses Vestey Brothers tinha como objetivo explorar a região por aproximadamente 50 anos, passada esse período, em 1991 fecharam-se às portas deste complexo industrial deixando centenas de desempregados. Em contrapartida, uma área que guarda uma importante parte da memória cultural da cidade, necessitando de investimentos neste processo de resgate, considerando que muitas das histórias ligadas a formação cultural dos afrodescendentes da região está ligada a este local e que parte da história gaúcha guarda suas lembranças nas águas do São Gonçalo. Neste sentido, a iniciativa da universidade parte da necessidade de aglutinar várias áreas de conhecimento que possam contribuir com respostas sociais dirigidas a problemas complexos relacionados a organização dos espaços urbanos, a qualidade de vida, a saúde, a educação, a arte, aos esportes, a prevenção a violência, a mediação de conflitos, ao patrimônio cultural, a memória social desta comunidade, aos processos de organização comunitária, a geração de trabalho e renda, ao meio ambiente, entre outros, constituindo boas práticas na comunidade. As boas práticas são, segundo a ONU e a comunidade internacional de
direitos humanos, iniciativas bem sucedidas que possam produzir impacto na melhoria da qualidade
de vida; resultem da parceria efetiva entre os diferentes setores da sociedade, aglutinando Estado e sociedade civil; e ainda que tenham sustentabilidade social, cultural, econômica e ambiental.

Metodologia

População alvo: Moradores do entorno do CAMPUS Porto (UFPel (a estimativa pelo levantamento a partir do número de prontuários da Unidade Básica da Balsa (4500 famílias) é de 18.000 pessoas). O Programa Vizinhança por se constituir em uma iniciativa institucional da universidade, definiu como estratégia de aproximação com esta comunidade a realização de uma série de reuniões realizadas com lideranças comunitárias ligadas as organizações locais. As organizações comunitárias foram as seguintes: Associação Comunitária da Balsa, CUFA Central Única das Favelas, Banda Cultural e Recreativa Dona da Noite, SUDESTE Futebol Clube e Osório Futebol Clube. Delineamento Os passos metodológicos adotados para a intervenção, serão:
1. Reuniões de trabalho para sistematização da proposta;
2. Realizar o Prédiagnostico;
3. Realizar um Diagnóstico Social;
4. Investir na construção de redes para discussão e identificação de propostas de aprofundamento do diagnostico e proposição;
Contribuir para resgatar a história do bairro e da cidade, resgatar o patrimônio cultural e a memória da comunidade; O Programa Vizinhança está em aberto, no sentido de desenvolver ações que correspondam ao interesse da comunidade e possam ser disponibilizada a partir do conhecimento da universidade, devendo ao longo do tempo agregar áreas e diversificar suas frentes de intervenção.
As ações serão desenvolvidas por intermédio de oficinas, palestras, aulas, filmes e outras atividades que fortaleçam o vínculo da Ufpel com a comunidade e que permita o desenvolvimento autônomo da comunidade.

Indicadores, Metas e Resultados

Espera-se que ao final do projeto a comunidade esteja melhor organizada em torno de objetivos que venham a ser construídos. Que tenha desenvolvido a capacidade de planejar e de organizar suas lutas em prol do desenvolvimento autônomo e possa desenvolver ações capazes de promover o próprio desenvolvimento com liberdade.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ADRIEL COSTA DA SILVA
CAROLINE BARBOSA PEREIRA
DIONE DUTRA LIHTNOV24
DIULY NESKE GARCIA
ENÉIA JORACI MUNHOZ DE MUNHOZ
EVERSON GABRIEL MESQUITA DA MARTHA
GIOVANA MENDES DE OLIVEIRA24
Gilciane Jansen Recondo
JOSE ALVARO QUINCOZES MARTINS11
LIZIANE DE OLIVEIRA JORGE24
LUCAS MANASSI PANITZ13
MARA LUCIA VASCONCELOS DA COSTA24
NIRCE SAFFER MEDVEDOVSKI4
ROBINSON SANTOS PINHEIRO13
SIDNEY GONÇALVES VIEIRA4

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