Nome do Projeto
Manejo da população de plantas para altas produtividades e qualidade de sementes de trigo
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/06/2022 - 31/05/2028
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
O trigo é o principal cereal de inverno cultivado no Brasil, principalmente no RS e no PR, porém, aproximadamente metade do consumo nacional ainda é proveniente de importações. Dentre os condicionamentes desse cenário, destacam-se as baixas produtividades e qualidade das sementes obtidas em algumas regiões. Nesse sentido, o ajuste da população tem grande potencial para superar esses obstáculos. Objetiva-se com este projeto verificar o efeito do manejo populacional sobre a produtividade e a qualidade de sementes de trigo, nas condições edafoclimáticas da região Sul do Rio Grande do Sul. Os tratamentos consistirão de 12 populações, obtidas através da combinação de dois espaçamentos entrelinha (17cm e 25 cm) e seis populações na linha de semeadura (17, 25, 35, 43, 60 e 69 plantas m-1). Será a avaliada a dinâmica de perfilhamento, do acúmulo de matéria seca, a fenologia, os componentes de rendimento, a produtividade e a qualidade fisiológica das sementes obtidas. O delineamento experimental será de casualização por blocos, com 4 repetições. Ao final do projeto, espera-se identificar o efeito da população de plantas nos parâmetros avaliados, de maneira a fornecer informações mais concretas aos produtores. Embora existam algumas informações sobre o assunto na literatura, estudos detalhados sobre o assunto são escassos.
Objetivo Geral
Verificar o efeito da população de plantas nos componentes de rendimento e qualidade de sementes de trigo, nas condições edafoclimáticas da região Sul do Rio Grande do Sul.
Justificativa
O Brasil produziu, em 2020, 6,4 milhões de toneladas de trigo, em uma área de aproximadamente 2,4 milhões de ha, ou seja, um aumento de aproximadamente 14% em relação ao ano de 2019 (5,6 milhões de toneladas e 2,1 milhões de ha). A produtividade média em 2020 foi de 2.600 kg ha-1, valor similar á sagra anterior (FAOSTAT/PRODUCTION, 2022). Embora se observe essa variação positiva na produção de trigo, a mesma está de acordo com as oscilações normais que vem ocorrendo ao longo dos últimos anos, sendo que na última safra a principal motivação foi o aumento dos preços do trigo. Em Agosto de 2019, a saca de 60 kg do trigo Pão, PH 78 e Tiipo 1 era de R$ 56,44, ao passo que em abril de 2020 era de R$ 86,00, ou seja, um aumento de 53% no preço recebido pelo produtor (CONAB, 2022).
De acordo com dados da CONAB (2022), em 2020 os principais estados produtores no Brasil foram Paraná (3,1 milhões ton) e Rio Grande do Sul (2,3 milhões ton), que juntos, foram responsáveis por aproximadamente 90 % da produção nacional. Embora o trigo seja o terceiro cereal mais produzindo no país, o volume produzindo não é suficiente para abastecer a demanda doméstica. Em 2020, foram importados 6,2 milhões de toneladas de trigo, ou seja, 49 % do mercado doméstico foi abastecido por importações, as quais foram oriundas principalmente da Argentina (aproximadamente 74% > 4,6 milhões ton) (FAOSTAT/TRADE, 2022). Logo, pode-se observar que o cultivo do trigo representa uma grande oportunidade para os produtores brasileiros, que, além de agregarem renda às suas propriedades, estarariam contribuíndo positivamente para a balança comercial, uma vez que um menor volume de dólares (moeda referêcia no mercado mundial), estaria saindo do país. Mas por que então que não se observa expansão no cultivo de trigo, se há toda essa demanda suprida por importações?
Primeiramente, o fator mais importante responsável por esse cenário é o maior retorno econômico da soja em relação ao trigo. Segundo informações da Secretária de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS, o custo de produção por ha da soja e do trigo em na safra 2019/20 foram R$ 2872,00 (produtividade de 2700 kg ha-1) e R$ 3083,39 (produtividade de 2900 kg ha-1), respectivamente. Segundo dados da CONAB, o preço pago ao produtor entre 18/01/21 e 22/01/21 pela saca de 60 kg foi de R$ 156,01 e R$ 73,72, para a soja e trigo. Considerando-se a produtividade da soja de 2700 kg ha-1 e do trigo de 2900 kg ha-1, a rentabilidade da soja foi de 144 % e de apenas 16% no trigo. Embora sejam espécies distintas quando ao período de cultivo, ou seja, o trigo de inverno e a soja de verão, o período de colheita do trigo coincide com o início do plantio da soja e, muitas vezes essa coincidência pode resultar em atraso no plantio da soja e, potencialmente, na produtividade da mesma. Dessa forma, nota-se claramente o que foi exposto anteriormente, que a soja é um cultivo mais rentável do que o trigo e, naturalmente, os produtores tendem a priorizar o seu cultivo, implicando, muitas vezes, em não cultivar o trigo para permitir o plantio mais precoce da soja.
De acordo com as Informações Técnicas para Trigo e Triticale (KUHNEM et al., 2020), a densidade de semedura para cultivares tardias é de 250 sementes viáveis por m-2, ao passo que para cultivares de ciclo médio e precoce é de 300 a 330 sementes viáveis por m-2. Porém, ainda há carência de informações para suportar essas recomendações, principalmente na região sul do RS, onde o cultivo do trigo, embora representativo no passado, esteve estagnado nos últimos anos. Logo, pesquisas para responder essas questões são fundamentais para nortear as decisões dos produtores, que tem demonstrado um maior interesse pelo cultivo do trigo recementemente.
De acordo com dados da CONAB (2022), em 2020 os principais estados produtores no Brasil foram Paraná (3,1 milhões ton) e Rio Grande do Sul (2,3 milhões ton), que juntos, foram responsáveis por aproximadamente 90 % da produção nacional. Embora o trigo seja o terceiro cereal mais produzindo no país, o volume produzindo não é suficiente para abastecer a demanda doméstica. Em 2020, foram importados 6,2 milhões de toneladas de trigo, ou seja, 49 % do mercado doméstico foi abastecido por importações, as quais foram oriundas principalmente da Argentina (aproximadamente 74% > 4,6 milhões ton) (FAOSTAT/TRADE, 2022). Logo, pode-se observar que o cultivo do trigo representa uma grande oportunidade para os produtores brasileiros, que, além de agregarem renda às suas propriedades, estarariam contribuíndo positivamente para a balança comercial, uma vez que um menor volume de dólares (moeda referêcia no mercado mundial), estaria saindo do país. Mas por que então que não se observa expansão no cultivo de trigo, se há toda essa demanda suprida por importações?
Primeiramente, o fator mais importante responsável por esse cenário é o maior retorno econômico da soja em relação ao trigo. Segundo informações da Secretária de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural do RS, o custo de produção por ha da soja e do trigo em na safra 2019/20 foram R$ 2872,00 (produtividade de 2700 kg ha-1) e R$ 3083,39 (produtividade de 2900 kg ha-1), respectivamente. Segundo dados da CONAB, o preço pago ao produtor entre 18/01/21 e 22/01/21 pela saca de 60 kg foi de R$ 156,01 e R$ 73,72, para a soja e trigo. Considerando-se a produtividade da soja de 2700 kg ha-1 e do trigo de 2900 kg ha-1, a rentabilidade da soja foi de 144 % e de apenas 16% no trigo. Embora sejam espécies distintas quando ao período de cultivo, ou seja, o trigo de inverno e a soja de verão, o período de colheita do trigo coincide com o início do plantio da soja e, muitas vezes essa coincidência pode resultar em atraso no plantio da soja e, potencialmente, na produtividade da mesma. Dessa forma, nota-se claramente o que foi exposto anteriormente, que a soja é um cultivo mais rentável do que o trigo e, naturalmente, os produtores tendem a priorizar o seu cultivo, implicando, muitas vezes, em não cultivar o trigo para permitir o plantio mais precoce da soja.
De acordo com as Informações Técnicas para Trigo e Triticale (KUHNEM et al., 2020), a densidade de semedura para cultivares tardias é de 250 sementes viáveis por m-2, ao passo que para cultivares de ciclo médio e precoce é de 300 a 330 sementes viáveis por m-2. Porém, ainda há carência de informações para suportar essas recomendações, principalmente na região sul do RS, onde o cultivo do trigo, embora representativo no passado, esteve estagnado nos últimos anos. Logo, pesquisas para responder essas questões são fundamentais para nortear as decisões dos produtores, que tem demonstrado um maior interesse pelo cultivo do trigo recementemente.
Metodologia
Os experimentos serão conduzidos em condições de campo na Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel (FAEM) - Centro Agropecuário da Palma de propriedade da Universidade Federal de Pelotas – UFPel, localizada no município de Capão do Leão/RS (Latitude 31º 52’ 00" S; Longitude 52º 21’ 24" W Greenwich; Altitude: 13,24 m.). O solo do campo experimental é classificado como Argissolo Amarelo Eutrófico Típico, de acordo com o Sistema Brasileiro de classficação do solo (SANTOS et al, 2013). O clima da região, de acordo com a classficação de Koppen e Geiger, é Cfa (subtropical úmido com verão quente) (ALVAREZ et al., 2013). Além disso,
Todas as áreas serão previamente preparadas de acordo com o sistema escolhido de semeadura direta e corrigidas de acordo com a análise de solo e recomendações do Manual de Adubação e Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (CQFS RS/SC, 2016).
Como material vegetal, será utilizada a cultivar TBIO Aton (BIOTRIGO GENÉTICA, 2022). Essa cultivar foi escolhida pois tem apresentado grande potencial no Cerrado e em alguns ensaios iniciais na região Sul do RS, com elevadas produtividades e qualidade de farinha. A cultivar poderá ser modificada conforme a disponibilidade de sementes. Os tratamentos consistirão de dois espaçamentos entrelinhas (0,17 e 0,25m) e seis densidades de semeadura (17, 25, 35, 43, 60 e 69 plantas por metro linear). Logo o experimento consistirá em um fatorial 2 x 6 (12 tratamentos), cada qual com 4 repetições, totalizando 48 parcelas experimentais.
Para obtenção dos valores de plantas por metro linear apresentados, a densidade de semeadura será ajustada conforme a porcentagem de germinação das sementes, acrescidos de 10% devido a perdas variáveis e não controláveis. O delineamento experimental será de casualização por blocos. Serão utilizadas quatro repetições, sendo que cada repetição consistirá de uma parcela com 2m de largura e 5m de comprimento. As parcelas serão distanciadas 50cm entre si em todos os sentidos para permitir a circulação na área e reduzir as chances de erros de amostragem. A semeadura será realizada com semeadora de parcelas da Semeato modelo SHP 249, a uma profundidade de 2cm.
O manejo de adubação (K, P e outros nutrientes), controle de plantas daninhas, insetos praga e doenças será realizado conforme as informações técnicas para trigo e triticale (KUHNEM et al., 2020).
Os dados serão submetidos a análise de variância pelo teste F e, quando significativo, será realizada comparação de médias ou análise de regressão polinomial (p<0,05), utilizando o programa R (R CORE TEAM, 2013). Análises adicionais poderão ser realizadas caso necessário para melhor interpretação dos dados.
Serão avaliados a fenologia, produção de biomassa, número de perfilhos e plantas, componentes de rendimento, rendimento de grãos e sementes, massa de mil sementes, peso do hectolitro, teste de germinação e teste de envelhecimento acelerado.
Todas as áreas serão previamente preparadas de acordo com o sistema escolhido de semeadura direta e corrigidas de acordo com a análise de solo e recomendações do Manual de Adubação e Calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina (CQFS RS/SC, 2016).
Como material vegetal, será utilizada a cultivar TBIO Aton (BIOTRIGO GENÉTICA, 2022). Essa cultivar foi escolhida pois tem apresentado grande potencial no Cerrado e em alguns ensaios iniciais na região Sul do RS, com elevadas produtividades e qualidade de farinha. A cultivar poderá ser modificada conforme a disponibilidade de sementes. Os tratamentos consistirão de dois espaçamentos entrelinhas (0,17 e 0,25m) e seis densidades de semeadura (17, 25, 35, 43, 60 e 69 plantas por metro linear). Logo o experimento consistirá em um fatorial 2 x 6 (12 tratamentos), cada qual com 4 repetições, totalizando 48 parcelas experimentais.
Para obtenção dos valores de plantas por metro linear apresentados, a densidade de semeadura será ajustada conforme a porcentagem de germinação das sementes, acrescidos de 10% devido a perdas variáveis e não controláveis. O delineamento experimental será de casualização por blocos. Serão utilizadas quatro repetições, sendo que cada repetição consistirá de uma parcela com 2m de largura e 5m de comprimento. As parcelas serão distanciadas 50cm entre si em todos os sentidos para permitir a circulação na área e reduzir as chances de erros de amostragem. A semeadura será realizada com semeadora de parcelas da Semeato modelo SHP 249, a uma profundidade de 2cm.
O manejo de adubação (K, P e outros nutrientes), controle de plantas daninhas, insetos praga e doenças será realizado conforme as informações técnicas para trigo e triticale (KUHNEM et al., 2020).
Os dados serão submetidos a análise de variância pelo teste F e, quando significativo, será realizada comparação de médias ou análise de regressão polinomial (p<0,05), utilizando o programa R (R CORE TEAM, 2013). Análises adicionais poderão ser realizadas caso necessário para melhor interpretação dos dados.
Serão avaliados a fenologia, produção de biomassa, número de perfilhos e plantas, componentes de rendimento, rendimento de grãos e sementes, massa de mil sementes, peso do hectolitro, teste de germinação e teste de envelhecimento acelerado.
Indicadores, Metas e Resultados
O trigo, embora seja o principal cereal de inverno cultivado no Brasil, ainda apresenta baixas produtividades, tornando-o um cultivo pouco atrativo aos produtores, principalmente porque a sua colheita geralmente coincide com o período ótimo de semeadura da soja, a qual é mais atrativa economicamente. Porém, há um grande potencial para cultivo do trigo, visto que grande montante do consumo nacional é proveniente de importações.
Nesse sentido, espera-se com o presente estudo, estabelecer a população de plantas mais adequada para obtenção de altas produtividades e qualidade de sementes. As marges de lucro da lavoura de trigo geralmente são bastante estreitas, então, reduzindo-se a necessidade de sementes (custo) e aumentando a produtividade (receita), o retorno econômico é potencialmente maior.
Essas informações, juntamente com outros resultados de pesquisa e experiência dos profissionais envolvidos, possibilitará o desenvolvimento de um sistema de manejo capaz de aumentar a produtividade, qualidade de sementes e rentabilidade das lavouras de trigo no Brasil.
Nesse sentido, espera-se com o presente estudo, estabelecer a população de plantas mais adequada para obtenção de altas produtividades e qualidade de sementes. As marges de lucro da lavoura de trigo geralmente são bastante estreitas, então, reduzindo-se a necessidade de sementes (custo) e aumentando a produtividade (receita), o retorno econômico é potencialmente maior.
Essas informações, juntamente com outros resultados de pesquisa e experiência dos profissionais envolvidos, possibilitará o desenvolvimento de um sistema de manejo capaz de aumentar a produtividade, qualidade de sementes e rentabilidade das lavouras de trigo no Brasil.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANDRÉIA DA SILVA ALMEIDA | 1 | ||
CAREM ROSANE COUTINHO SARAIVA | |||
EZEQUIEL HELBIG PASA | |||
HENRIQUE BERLE | |||
LILIAN VANUSSA MADRUGA DE TUNES | 1 | ||
MATEUS DA SILVEIRA PASA | 3 | ||
THOMAS SHODI KANOMATA | |||
VITORIA CAROLINA ZANETTI ZANANDREA |
Fontes Financiadoras
Sigla / Nome | Valor | Administrador |
---|---|---|
FAPERGS / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado Rio Grande do Sul | R$ 22.000,00 | Coordenador |
Plano de Aplicação de Despesas
Descrição | Valor |
---|---|
339030 - Material de Consumo | R$ 16.070,00 |
449052 - Equipamentos e Material Permanente | R$ 4.430,00 |
339039 - Outros Serviços de Terceiro - Pessoa Jurídica | R$ 1.500,00 |