Nome do Projeto
Estratégias adaptativas do comportamento infantil no atendimento odontológico: dois ensaios clínicos randomizados e uma análise qualitativa do comportamento não colaborador
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/06/2022 - 01/06/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
Um atendimento odontológico infantil é considerado eficiente quando se alcança o sucesso clínico e psicológico. Nesse contexto, o manejo do comportamento para a colaboração da criança e um maior entendimento das razões pelas quais a criança pode vir a não cooperar durante o tratamento odontológico são essenciais para o aprimoramento desta área. Dessa forma, este projeto está composto por três objetivos principais: 1) investigar se o uso de estratégias audiovisuais pré-visita odontológica pode ter efeito ansiedade/medo odontológico, no comportamento e na percepção de dor em crianças durante a consulta odontológica; 2) verificar se o uso da anestesia computadorizada influencia na ansiedade/medo odontológico, no comportamento e na percepção de dor comparando-se com a técnica de anestesia convencional em crianças; e 3) investigar qualitativamente crianças não colaboradoras durante o atendimento odontológico, e suas mães, e o operador clínico, a fim de identificar os motivos pelos quais apresentou comportamento disruptivo. Os três estudos serão realizados no mesmo período com crianças atendidas na clínica odontopediátrica da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Pelotas. Para o objetivo 1 será desenvolvido um ensaio clínico randomizado com dois braços paralelos cego com crianças de 4 a 10 anos que serão alocadas em 2 grupos: crianças expostas a estratégias audiovisuais pré-visita odontológica (intervenção) comparadas a um grupo de crianças expostas a estratégias audiovisuais neutras sem relação com a odontologia (controle). Para o objetivo 2 será desenvolvido um ECR com dois braços paralelos com crianças de 7 a 11 anos com necessidade de tratamento odontológico sob anestesia local, as quais serão alocadas em 2 grupos: anestesia local computadorizada (intervenção) e anestesia local convencional (controle). Para o objetivo 3 será desenvolvido um estudo exploratório com abordagem qualitativa, no qual crianças de 4 a 12 anos que apresentaram comportamento não colaborador no atendimento odontológico serão convidadas a participar. Em relação à análise dos dados dos ECRs, será realizada a análise descritiva dos dados obtendo-se as frequências absolutas e relativas. As características dos grupos na primeira consulta serão comparadas usando teste qui-quadrado. As comparações nos desfechos de interesse entre os grupos serão feitas utilizando o teste qui-quadrado para variáveis dicotômicas e o teste t para comparação de médias. Para todas as análises, um nível de significância de 5% será adotado. Para o objetivo 3 será desenvolvido um estudo qualitativo com as crianças que não colaboraram no atendimento odontológico dos ECRs. Essas crianças serão entrevistadas individualmente por uma psicóloga gravada em áudio e transcrita na íntegra. Será utilizado um roteiro de entrevista. As respostas serão analisadas por meio de uma abordagem de análise temática. A criança também fará um desenho sobre o seu atendimento odontológico o qual será analisado a fim de identificar sentimentos relacionados ao atendimento odontológico com análise da temática apresentada, e uma avaliação por meio da escala Child Drawing: Hospital Scale sob seus domínios, explorando de forma descritiva as características dos desenhos. A mãe será entrevistada, bem como o operador, por meio de entrevista semi-estruturada, investigando sobre característica psicológicas e eventos estressores da família, e nível de estresse, respetivamente.
Objetivo Geral
Este projeto apresenta três propostas de estudos interligados na mesma temática e ambiente de execução. Desta forma, são apresentados 3 objetivos gerais:
Objetivo geral 1: Investigar se o uso de estratégias audiovisuais pré visita odontológica pode ter um efeito na ansiedade/medo odontológico, no comportamento e na percepção de dor em crianças durante a consulta odontológica.
Objetivo geral 2: Verificar se o uso da anestesia computadorizada influencia na ansiedade/medo odontológico, no comportamento e na percepção de dor comparando-se com a técnica de anestesia convencional em crianças.
Objetivo geral 3: Investigar qualitativamente crianças não colaboradoras durante o atendimento odontológico, e suas mães, a fim de identificar os motivos pelos quais apresentou comportamento disruptivo.
Objetivo geral 1: Investigar se o uso de estratégias audiovisuais pré visita odontológica pode ter um efeito na ansiedade/medo odontológico, no comportamento e na percepção de dor em crianças durante a consulta odontológica.
Objetivo geral 2: Verificar se o uso da anestesia computadorizada influencia na ansiedade/medo odontológico, no comportamento e na percepção de dor comparando-se com a técnica de anestesia convencional em crianças.
Objetivo geral 3: Investigar qualitativamente crianças não colaboradoras durante o atendimento odontológico, e suas mães, a fim de identificar os motivos pelos quais apresentou comportamento disruptivo.
Justificativa
O atendimento odontopediátrico é permeado de desafios. Sabe-se que a criança, ao longo do seu desenvolvimento, reage de diversas formas frente à visita ao dentista devido a fatores como idade, medo e vivências odontológicas prévias ruins (POSSOBON et al., 2007). Experiências odontológicas negativas, especialmente as resultantes da dor dentária, podem levar ao desenvolvimento do medo e ansiedade, o que, por sua vez, podem levar há uma maior manifestação de comportamento não colaborador durante a consulta odontológica (CADEMARTORI et al., 2017; SHETTY et al., 2019).
Um objetivo importante dos odontopediatras é aliviar o medo e a ansiedade odontológica (CADEMARTORI et al., 2020). Os problemas de gestão do comportamento odontológico podem ser uma resposta natural aos medos, ansiedade geral ou situacional, experiências negativas anteriores e preparação inadequada para o encontro (SALEM et al., 2012). O medo odontológico origina-se principalmente do medo do procedimento e da dor (DOU et al., 2018) ou medo do desconhecido e de estranhos (MORGAN; CAMPBEL, 2017; SHARMA et al., 2017).
Um dos procedimentos odontológicos que mais desafiam as habilidades do cirurgião-dentista no manejo da dor e ansiedade é a anestesia local (BAGHDADI et al., 1999), que apesar de usual e efetiva pode gerar desconforto e ser ameaçadora, especialmente para crianças, muito relacionada a presença da agulha.
Atualmente, há algumas ferramentas empregadas para reduzir a experiência negativa durante a anestesia local, como os diversos sistemas de anestesia controlados por computador (ALLEN et al., 2002). Todos eles têm em comum o fato de o sistema informático controlar a velocidade e a pressão da infiltração da solução anestésica, de forma a diminuir a dor, o desconforto e a ansiedade do paciente (HOCHMAN et al., 1997; SALOUM et al., 2000).
Porém, a gestão do comportamento durante as visitas odontológicas é feita principalmente por meio do uso de técnicas básicas que auxiliam na redução do medo e ansiedade como, diga-mostra-faça, reforço positivo e outros (AAPD, 2020).
Outro método atualmente utilizado para reduzir o medo e ansiedade ao atendimento odontológico é o das "imagens positivas pré-visita". De acordo com as diretrizes de comportamento da AAPD, são sugeridas para preparar o paciente e seus pais com informações visuais do que se espera de uma consulta odontológica (AAPD, 2020).
A aproximação com outras áreas do conhecimento, em especial a psicologia, tem sido cada vez mais necessária para o entendimento e manejo do comportamento de crianças durante o atendimento odontológico.
Conhecer a percepção da criança em relação a sua experiência odontológica é importante para entender o comportamento apresentado e para saber como lidar com essas percepções. Os desenhos podem ser uma ferramenta de auxílio importante para o entendimento por parte dos dentistas acerca das emoções das crianças e a sua percepção sobre o próprio dentista e o tratamento odontológico (SANGLARD et al., 2021)
Os desenhos podem ser facilmente aplicados e podem ser usados sem um treinamento especializado, porém sua interpretação deve ser conduzida através de métodos padronizados (SANGLARD et al., 2021).
Um objetivo importante dos odontopediatras é aliviar o medo e a ansiedade odontológica (CADEMARTORI et al., 2020). Os problemas de gestão do comportamento odontológico podem ser uma resposta natural aos medos, ansiedade geral ou situacional, experiências negativas anteriores e preparação inadequada para o encontro (SALEM et al., 2012). O medo odontológico origina-se principalmente do medo do procedimento e da dor (DOU et al., 2018) ou medo do desconhecido e de estranhos (MORGAN; CAMPBEL, 2017; SHARMA et al., 2017).
Um dos procedimentos odontológicos que mais desafiam as habilidades do cirurgião-dentista no manejo da dor e ansiedade é a anestesia local (BAGHDADI et al., 1999), que apesar de usual e efetiva pode gerar desconforto e ser ameaçadora, especialmente para crianças, muito relacionada a presença da agulha.
Atualmente, há algumas ferramentas empregadas para reduzir a experiência negativa durante a anestesia local, como os diversos sistemas de anestesia controlados por computador (ALLEN et al., 2002). Todos eles têm em comum o fato de o sistema informático controlar a velocidade e a pressão da infiltração da solução anestésica, de forma a diminuir a dor, o desconforto e a ansiedade do paciente (HOCHMAN et al., 1997; SALOUM et al., 2000).
Porém, a gestão do comportamento durante as visitas odontológicas é feita principalmente por meio do uso de técnicas básicas que auxiliam na redução do medo e ansiedade como, diga-mostra-faça, reforço positivo e outros (AAPD, 2020).
Outro método atualmente utilizado para reduzir o medo e ansiedade ao atendimento odontológico é o das "imagens positivas pré-visita". De acordo com as diretrizes de comportamento da AAPD, são sugeridas para preparar o paciente e seus pais com informações visuais do que se espera de uma consulta odontológica (AAPD, 2020).
A aproximação com outras áreas do conhecimento, em especial a psicologia, tem sido cada vez mais necessária para o entendimento e manejo do comportamento de crianças durante o atendimento odontológico.
Conhecer a percepção da criança em relação a sua experiência odontológica é importante para entender o comportamento apresentado e para saber como lidar com essas percepções. Os desenhos podem ser uma ferramenta de auxílio importante para o entendimento por parte dos dentistas acerca das emoções das crianças e a sua percepção sobre o próprio dentista e o tratamento odontológico (SANGLARD et al., 2021)
Os desenhos podem ser facilmente aplicados e podem ser usados sem um treinamento especializado, porém sua interpretação deve ser conduzida através de métodos padronizados (SANGLARD et al., 2021).
Metodologia
Este projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) por meio dos três estudos propostos separadamente e, foram aprovados sob os protocolos números 5.303.485, 55874822.6.0000.5317 e 5.299.875, respectivamente. Em cada estudo, os pais ou responsáveis legais serão informados sobre os objetivos da pesquisa, tratamentos realizados e acompanhamentos, podendo ou não consentir com a pesquisa. A criança será incluída no estudo somente após assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido por parte dos pais ou responsáveis legais pelas crianças, e após o seu assentimento via assinatura do Termo de Assentimento.
As metodologias específicas de cada estudo serão apresentadas em cada ação deste projeto unificado.
As metodologias específicas de cada estudo serão apresentadas em cada ação deste projeto unificado.
Indicadores, Metas e Resultados
- Estabelecer uma rede de pesquisa em Odontologia entre as instituições: Universidade Federal de Pelotas, Universidade de Goiás; e promover o intercâmbio de pesquisadores e discentes de ambos os Programas de Pós-Graduação;
- Promover o incremento e fortalecimento da área de pesquisa clínica em Odontologia, especialmente na área de Odontopediatria, e a cooperação entre as duas Instituições;
- Capacitar recursos humanos para o desenvolvimento de pesquisa clínica e observacional qualitativa;
- Aumentar a produção técnico-científica e o conhecimento em relação ao comportamento infantil durante o tratamento odontológico;
- Ampliar o conhecimento em relação aos fatores que influenciam no comportamento infantil não colaborador em relação ao atendimento odontológico;
- Ofertar acesso ao material gerado por este projeto para os profissionais de saúde;
- Desenvolver dissertações, teses de doutorado e trabalhos de conclusão de curso;
- Divulgar os resultados deste estudo através de artigos para publicação em periódicos científicos de livre circulação, reportagens para publicação em jornais de circulação local e apresentações em eventos técnico-científicos.
- Promover o incremento e fortalecimento da área de pesquisa clínica em Odontologia, especialmente na área de Odontopediatria, e a cooperação entre as duas Instituições;
- Capacitar recursos humanos para o desenvolvimento de pesquisa clínica e observacional qualitativa;
- Aumentar a produção técnico-científica e o conhecimento em relação ao comportamento infantil durante o tratamento odontológico;
- Ampliar o conhecimento em relação aos fatores que influenciam no comportamento infantil não colaborador em relação ao atendimento odontológico;
- Ofertar acesso ao material gerado por este projeto para os profissionais de saúde;
- Desenvolver dissertações, teses de doutorado e trabalhos de conclusão de curso;
- Divulgar os resultados deste estudo através de artigos para publicação em periódicos científicos de livre circulação, reportagens para publicação em jornais de circulação local e apresentações em eventos técnico-científicos.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANA PAULA SANTANA GARCIA | |||
ANA REGINA ROMANO | 3 | ||
ANDREZA MONTELLI DO ROSÁRIO | |||
EDUARDA VENZKE VIEIRA DA CUNHA | |||
FERNANDA BURKERT MATHIAS | |||
FERNANDA VIEIRA ALMEIDA | |||
GABRIELA KRAEMER | |||
GABRIELLE FERREIRA CARDOSO | |||
GIOVANNA BOFF PADILHA | |||
IURI HORNKE TUCHTENHAGEN | |||
JANUARIO TEIXEIRA DA SILVEIRA | |||
JULIA VENZKE SILVA | |||
KAROLINA REIS DA ROSA | |||
LISANDREA ROCHA SCHARDOSIM | 3 | ||
MARIANA GONZALEZ CADEMARTORI | 4 | ||
MARILIA LEAO GOETTEMS | 4 | ||
MARINA SOUSA AZEVEDO | 4 | ||
NATHALIA LEONARSKI CARVALHO | |||
RAFAELA CORREA MARTINS | |||
SABRINA VALERIO MARQUES | |||
THAYS TORRES DO VALE OLIVEIRA | |||
VANESSA POLINA PEREIRA DA COSTA | 4 | ||
Yan Corrêa Melo |
Fontes Financiadoras
Sigla / Nome | Valor | Administrador |
---|---|---|
FAPERGS / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado Rio Grande do Sul | R$ 33.000,00 | Coordenador |
Plano de Aplicação de Despesas
Descrição | Valor |
---|---|
339036 - Outros Serviços de Terceiro - Pessoa Física | R$ 5.000,00 |
339030 - Material de Consumo | R$ 7.002,00 |
449052 - Equipamentos e Material Permanente | R$ 14.998,00 |
339039 - Outros Serviços de Terceiro - Pessoa Jurídica | R$ 6.000,00 |