Nome do Projeto
Relação dos Modos de Variabilidade Climática nas Variações Espaço/Temporais da Precipitação nas Principais Regiões Produtoras de Grãos do Brasil
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
08/08/2022 - 31/12/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Exatas e da Terra
Resumo
O Brasil possui um papel relevante no cenário mundial quando se trata de produção de grãos de milho e soja. Na safra 2020/2021 foram produzidas aproximadamente 85,7 milhões de toneladas de milho e 135,9 milhões de toneladas de soja. Essas culturas, quando somadas, representam mais de 86% de todo o volume de grãos produzidos no Brasil (CONAB, 2021). Apesar do número expressivo, a expectativa inicial era de que a produtividade desses grãos fosse ainda maior, pois ao comparar com a safra anterior (2019/2020) o volume total de milho produzido reduziu em 16,4% e o de soja aumentou apenas 4,3% (CONAB, 2021). No caso específico da soja, ao longo das últimas décadas, a produção evoluiu no Brasil de uma cultura localizada, com plantio adequado apenas em regiões com fotoperíodos longos, para a cultura mais cultivada em todo o país. Isso aconteceu graças ao desenvolvimento de variedades que permitiram mudanças no calendário de plantio, possibilitando tanto o cultivo em latitudes mais baixas quanto a adoção de modernos sistemas de dupla safra (ABRAHÃO & COSTA, 2018). Esta evolução só foi possível graças ao melhoramento do manejo agrícola, que se tornou um fator determinante da produção agrícola, uma vez que as datas de plantio influenciam as condições ambientais às quais as safras estarão sujeitas, e o plantio/semeadura várias vezes em um ano pode alterar drasticamente a produção total (RAY & FOLEY, 2013). Sabe-se que o desenvolvimento das culturas ao longo da safra são consideravelmente influenciadas por fatores climáticos, socioeconômicos e tecnológicos (RAY et al., 2015). A maioria desses fatores não podem ser controlados ao longo da safra, mas há a possibilidade de seus efeitos serem estimados com antecedência. Estimar as condições da safra e adotar as práticas de manejo mais adequadas para cada cultura com base em suas relações com o comportamento climático, pode ser uma abordagem promissora visando maiores produtividades (WAHA et al., 2012). As condições climáticas em algumas regiões do Brasil viabilizam a semeadura de uma segunda safra, como milho, depois da soja no mesmo campo, a chamada safra safrinha, comuns em regiões como o Centro-Oeste brasileiro e na região do MATOPIBA (região composta pelos Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Essa prática aumenta a lucratividade da terra e está associada ao maior desenvolvimento econômico do país (ARVOR et al., 2012; VANWEY et al., 2013). Mesmo com o avanço tecnológico no setor agrícola, o bom rendimento da safra está diretamente relacionado com a distribuição espaço/temporal das chuvas. Como, por exemplo, os recentes casos de interferência da falta de chuvas na região Sul do Brasil e o atraso do início chuvoso na região Centro-Oeste do país, proporcionando sérios problemas no rendimento final da safra de grãos brasileira. Desta forma, um acompanhamento detalhado do comportamento das chuvas durante o período de início das safras, até o seu término, é de grande importância.

Objetivo Geral

O objetivo geral deste projeto será entender os padrões da precipitação nas principais regiões produtoras de grãos do Brasil durante as últimas quatro décadas, avaliando como os modos de variabilidade climática podem influenciar na variabilidade natural e nos extremos da precipitação e, desta maneira, avaliar as possíveis interferências nos períodos mais críticos das culturas de soja e milho.

Justificativa

Percebe-se que há uma série de estudos que estabelecem a influência da variabilidade climática natural sobre o regime pluviométrico, assim como o comportamento das chuvas – e seus extremos – para diferentes regiões do Brasil. No entanto, ainda são escassas as análises que relacionam esses tipos de estudos para o setor agrícola brasileiro, focando principalmente em períodos sensíveis da safra e como o excesso (ou a falta) de chuvas podem representar problemas no andamento da safra.

Metodologia

Devido às grandes proporções da extensão territorial do Brasil, uma cobertura espaço/temporal de dados meteorológicos observados por estações meteorológicas, se torna um processo desafiador. Diferentes metodologias são adotadas para contornar estes problemas, um deles é a criação de bancos de dados provenientes de dados observados associados com técnicas estatísticas, para o período de 1980 a 2020.
Os índices climáticos extremos que serão utilizados neste projeto, são os definidos pelo ETCCDI (ZHANG et al., 2011; ÁVILA-DIAZ et al., 2020b; https://etccdi.pacificclimate.org/list_27_indices.shtml). Os índices extremos relacionados à precipitação caracterizam eventos de intensidade, frequência e duração de precipitação (PR). A precipitação total de dias úmidos (PRECPTOT), precipitação máxima de 1 dia (RX1dia), precipitação máxima de 5 dias (RX5dia), dias muito úmidos (R95p) e intensidade diária simples (SDII) são usados para caracterizar a intensidade dos eventos de chuva.
O número de dias com precipitação acima de um determinado valor diário (R20mm; R50mm) expressa a frequência de precipitação extrema. Finalmente, dias secos consecutivos (CDD) e dias úmidos consecutivos (CWD) descrevem condições persistentes mais secas e úmidas, respectivamente.
No presente projeto se dará ênfase aos modos de variabilidade climática que atuam em escalas de tempo decenal, como a Oscilação Multidecadal do Atlântico (AMO) . Além da relação destes modos de menor frequência com outros modos que atuam em escala temporal de maior frequência, tal como o El Niño Oscilação Sul (ENOS).

Indicadores, Metas e Resultados

As seguintes metas serão atingidas dentro do prazo determinado para a execução deste projeto:
Meta 1 – Determinar o comportamento dos extremos de chuvas durante o período de estudo, com ênfase nos períodos críticos das safras (plantio, floração, enchimento de grãos e colheita);
Meta 2 – Estabelecer como os modos de variabilidade climática podem interferir na distribuição, ocorrência de eventos extremos de precipitação;
Meta 3 – Estimar se os modos de variabilidade climática podem influenciar no início e término do período chuvoso em determinadas regiões do Brasil.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
Alvaro Javier Avila Diaz
BRUNA ROSSALES PERLEBERG
DOUGLAS DA SILVA LINDEMANN5
IGOR DA SILVA LINDEMANN
Italo Seilhe Reis
JÉFERSON PRIETSCH MACHADO
LUCIANA BARROS PINTO5
ROSE ANE PEREIRA DE FREITAS
SAMUEL HOSSER

Fontes Financiadoras

Sigla / NomeValorAdministrador
FAPERGS / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado Rio Grande do SulR$ 26.000,00Coordenador

Plano de Aplicação de Despesas

DescriçãoValor
339014 - Diária Pessoa CivilR$ 1.280,00
449052 - Equipamentos e Material PermanenteR$ 24.720,00

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