Nome do Projeto
Diagnóstico de protozoários intestinais em ruminantes do Rio Grande Do Sul
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
05/09/2022 - 05/09/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
Doenças causadas por protozoários intestinais, como a criptosporidiose e a giardíase, têm sido reconhecidas como importantes parasitoses em diversas espécies de animais domésticos e silvestres, podendo causar diarreia, subdesenvolvimento e morte em ruminantes jovens. Cryptosporidium spp. e Giardia sp. têm potencial zoonótico e os humanos podem adquirir a infecção por contato direto com outros indivíduos ou animais infectados, especialmente pela ingestão de alimentos ou água contaminados. O presente estudo tem como objetivo principal estimar a prevalência de Cryptosporidium spp. e Giardia sp. em ruminantes da região sul do Rio Grande do Sul, Brasil. Para tanto, amostras fecais serão colhidas diretamente da ampola retal de bovinos e ovinos para execução de análises coprológicas. As protozooses intestinais ocasionam perdas econômicas na pecuária, com redução da produtividade, especialmente em sistemas de manejo ou programas de controle parasitários deficientes, portanto o conhecimento da prevalência destes agentes é fundamental para auxiliar os criadores no controle dessas parasitoses.
Objetivo Geral
Relatar dados epidemiológicos sobre a ocorrência destes parasitos em ruminantes da região sul do Rio Grande do Sul.
Justificativa
Cryptosporidium spp. e Giardia sp. estão entre os patógenos intestinais mais importantes de animais domésticos e silvestres, contribuindo para significativa morbidade e mortalidade em ruminantes (APPELBEE et al., 2005; HUNTER & THOMPSON, 2005; VARGAS JR. et al., 2014). Além disso, esses parasitos são provavelmente os protozoários mais comuns envolvidos em infecções gastrintestinais humanas em todo o mundo, levando a elevados custos em saúde tanto em países desenvolvidos, quanto nos em desenvolvimento (CACCIO et al., 2005). Surtos de giardíase e criptosporidiose em humanos têm sido atribuídos à contaminação de captações de água por esgoto e fezes de ruminantes. A natureza resistente e o pequeno tamanho dos oocistos e cistos de Cryptosporidium spp. e Giardia sp., respectivamente, dificulta a eliminação destes da água potável, e a contaminação para um suprimento de água pode potencialmente levar a um grande número de pessoas infectadas (FARIZAWATI et al., 2005; THOMSON et al., 2017; TOLEDO et al., 2017).
O protozoário Cryptosporidium spp. é um parasito oportunista, classificado atualmente como membro da Subclasse Cryptogregaria, Classe Gregarinomorphea (RYAN et al., 2016). Diversas espécies deste parasito podem causar a criptosporidiose, uma enfermidade devastadora em indivíduos imunossuprimidos, mas autolimitada em hospedeiros competentes (SHAHIDUZZAMAN & DAUGSCHIES, 2012), afetando anfíbios, pássaros, mamíferos (incluindo o homem), peixes e répteis (XIAO et al., 2004; FAYER, 2010). Os estágios infecciosos do parasito (oocistos esporulados) são eliminados nas fezes dos indivíduos infectados e sobrevivem em condições ambientais adversas, se propagando por contato direto ou indireto, por meio da ingestão de alimentos e água contaminados (SHAHIDUZZAMAN & DAUGSCHIES, 2012; DEL COCO et al., 2014). Cryptosporidium é considerado como um relevante patógeno em ruminantes, pois pode causar enterite grave, estando associado a diarreia e morte em animais experimentalmente e naturalmente infectados (GOMA et al., 2007; VARGAS JR et al., 2014). Entretanto, podem haver animais assintomáticos que eliminam oocistos no ambiente, sendo responsáveis pelo contágio de outros hospedeiros e consequente disseminação da doença (FARIZAWATI et al., 2005).
Cryptosporidium spp. emergiu como um dos mais importantes contaminantes da água, sendo responsável por surtos de criptosporidiose. A infecção humana pode ser causada pelas mesmas espécies que acometem bovinos e ovinos, sendo que o contato com ruminantes jovens infectados está relacionado com a ocorrência de surtos (HILL et al., 2011). Estudos relatam que pessoas que lidam frequentemente com gado infectado, como trabalhadores de granjas leiteiras (SIWILA et al., 2007), estudantes de veterinária, pesquisadores, tratadores e crianças que frequentam feiras rurais e acampamentos (COUTO & BOMFIM, 2012) apresentam maior taxa de infecção por Cryptosporidium spp. do que aqueles que não têm contato. Além disso, os oocistos deste protozoário têm se mostrado altamente resistentes, persistindo viáveis por meses no ambiente (HUTCHISON et al., 2005) e, portanto, representam risco de transmissão para humanos e outros animais mesmo após a retirada dos animais infectados do local.
Giardia duodenalis (sinonímia Giardia intestinalis e Giardia lamblia) é um protozoário flagelado entérico, da família Hexamitidae, que acomete uma ampla extensão de vertebrados, incluindo mamíferos selvagens e domésticos (TAYLOR, 2017). A transmissão é fecal-oral, por meio do contato direto com animais infectados, ou indiretamente, através da ingestão de alimentos e água contaminados com cistos. Animais jovens podem ser considerados como uma das principais fontes de infecção para outros hospedeiros susceptíveis, já que a intensidade de eliminação de cistos é extremamente alta (XIAO et al., 1994). Por possuir ciclo de vida simples e capacidade cística alta de sobrevivência ambiental, a infecção por Giardia sp. é considerada uma das mais predominantes doenças gastrintestinais em mamíferos, dentre estes, os ruminantes. Sua transmissão é facilitada por alguns fatores, como a alta eliminação de cistos durante o pico da infecção (106 por grama de fezes), baixa dose infectante (10 cistos) e a resistência dos cistos no ambiente (GEURDEN et al., 2010; O’HANDLEY & OLSON, 2006).
A giardíase é geralmente assintomática, mas em alguns casos pode causar diarreia crônica, perda de peso, letargia e queda na produtividade (RYAN & CACCIÒ, 2013) devido a redução do ganho de peso e eficiência alimentar dos animais (ALOISIO et al., 2006). A giardíase tem sido descrita em bovinos e ovinos, com taxas de prevalência variáveis entre os países, reflexo das diferenças de manejo, adaptação racial, clima, diagnóstico e tipo de estudo utilizado para mensurar as infecções (GIANGASPERO et al., 2015; HUNT et al., 2000; PAZ & SILVA et al., 2014; SILVA JÚNIOR et al., 2011).
As infecções por protozoários intestinais ocasionam perdas econômicas na pecuária, com redução da produtividade, especialmente em sistemas de manejo ou programas de controle parasitários deficientes, portanto o conhecimento da prevalência destes agentes é fundamental para auxiliar os criadores no controle dessas parasitoses. Além disso, a literatura sobre estas enfermidades acometendo bovinos e ovinos no estado do Rio Grade do Sul apresenta-se defasada, sendo novos trabalhos imprescindíveis para melhor compreender a epidemiologia destes parasitos.
O protozoário Cryptosporidium spp. é um parasito oportunista, classificado atualmente como membro da Subclasse Cryptogregaria, Classe Gregarinomorphea (RYAN et al., 2016). Diversas espécies deste parasito podem causar a criptosporidiose, uma enfermidade devastadora em indivíduos imunossuprimidos, mas autolimitada em hospedeiros competentes (SHAHIDUZZAMAN & DAUGSCHIES, 2012), afetando anfíbios, pássaros, mamíferos (incluindo o homem), peixes e répteis (XIAO et al., 2004; FAYER, 2010). Os estágios infecciosos do parasito (oocistos esporulados) são eliminados nas fezes dos indivíduos infectados e sobrevivem em condições ambientais adversas, se propagando por contato direto ou indireto, por meio da ingestão de alimentos e água contaminados (SHAHIDUZZAMAN & DAUGSCHIES, 2012; DEL COCO et al., 2014). Cryptosporidium é considerado como um relevante patógeno em ruminantes, pois pode causar enterite grave, estando associado a diarreia e morte em animais experimentalmente e naturalmente infectados (GOMA et al., 2007; VARGAS JR et al., 2014). Entretanto, podem haver animais assintomáticos que eliminam oocistos no ambiente, sendo responsáveis pelo contágio de outros hospedeiros e consequente disseminação da doença (FARIZAWATI et al., 2005).
Cryptosporidium spp. emergiu como um dos mais importantes contaminantes da água, sendo responsável por surtos de criptosporidiose. A infecção humana pode ser causada pelas mesmas espécies que acometem bovinos e ovinos, sendo que o contato com ruminantes jovens infectados está relacionado com a ocorrência de surtos (HILL et al., 2011). Estudos relatam que pessoas que lidam frequentemente com gado infectado, como trabalhadores de granjas leiteiras (SIWILA et al., 2007), estudantes de veterinária, pesquisadores, tratadores e crianças que frequentam feiras rurais e acampamentos (COUTO & BOMFIM, 2012) apresentam maior taxa de infecção por Cryptosporidium spp. do que aqueles que não têm contato. Além disso, os oocistos deste protozoário têm se mostrado altamente resistentes, persistindo viáveis por meses no ambiente (HUTCHISON et al., 2005) e, portanto, representam risco de transmissão para humanos e outros animais mesmo após a retirada dos animais infectados do local.
Giardia duodenalis (sinonímia Giardia intestinalis e Giardia lamblia) é um protozoário flagelado entérico, da família Hexamitidae, que acomete uma ampla extensão de vertebrados, incluindo mamíferos selvagens e domésticos (TAYLOR, 2017). A transmissão é fecal-oral, por meio do contato direto com animais infectados, ou indiretamente, através da ingestão de alimentos e água contaminados com cistos. Animais jovens podem ser considerados como uma das principais fontes de infecção para outros hospedeiros susceptíveis, já que a intensidade de eliminação de cistos é extremamente alta (XIAO et al., 1994). Por possuir ciclo de vida simples e capacidade cística alta de sobrevivência ambiental, a infecção por Giardia sp. é considerada uma das mais predominantes doenças gastrintestinais em mamíferos, dentre estes, os ruminantes. Sua transmissão é facilitada por alguns fatores, como a alta eliminação de cistos durante o pico da infecção (106 por grama de fezes), baixa dose infectante (10 cistos) e a resistência dos cistos no ambiente (GEURDEN et al., 2010; O’HANDLEY & OLSON, 2006).
A giardíase é geralmente assintomática, mas em alguns casos pode causar diarreia crônica, perda de peso, letargia e queda na produtividade (RYAN & CACCIÒ, 2013) devido a redução do ganho de peso e eficiência alimentar dos animais (ALOISIO et al., 2006). A giardíase tem sido descrita em bovinos e ovinos, com taxas de prevalência variáveis entre os países, reflexo das diferenças de manejo, adaptação racial, clima, diagnóstico e tipo de estudo utilizado para mensurar as infecções (GIANGASPERO et al., 2015; HUNT et al., 2000; PAZ & SILVA et al., 2014; SILVA JÚNIOR et al., 2011).
As infecções por protozoários intestinais ocasionam perdas econômicas na pecuária, com redução da produtividade, especialmente em sistemas de manejo ou programas de controle parasitários deficientes, portanto o conhecimento da prevalência destes agentes é fundamental para auxiliar os criadores no controle dessas parasitoses. Além disso, a literatura sobre estas enfermidades acometendo bovinos e ovinos no estado do Rio Grade do Sul apresenta-se defasada, sendo novos trabalhos imprescindíveis para melhor compreender a epidemiologia destes parasitos.
Metodologia
Coleta de dados para estudo
O estudo será realizado de abril de 2022 a abril de 2024, em propriedades criadoras de bovinos e ovinos da região sul do Rio Grande do Sul. Serão monitorados 384 animais. Estes serão submetidos a exame físico e avaliação do escore corporal de 1 a 5 (1 = caquético, 2 = magro, 3 = normal, 4 = acima de peso, 5 = obeso). Amostras de fezes serão colhidas diretamente da ampola retal com auxílio de saco plástico, identificadas, acondicionadas em recipientes isotérmicos refrigerados e transportadas até o laboratório do Grupo de Estudos em Enfermidades Parasitárias (GEEP) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), onde serão submetidas a testes coprológicos para o diagnóstico de protozoários intestinais. Será aplicado um questionário livre e esclarecido com questões relativas à epidemiologia, forma de manejo para com os jovens e adultos, tipo de criação, entre outros.
Exames laboratoriais
a) Detecção de G. duodenalis
Para a detecção de cistos de G. duodenalis será realizado o método de centrífugo-flutuação com sulfato de zinco (FAUST et al., 1938).
b) Detecção de Cryptosporidium spp.
As amostras de fezes serão processadas pelo método de concentração por sedimentação conforme Ritchie (1948) modificado por Young (1979). Posteriormente, será realizada coloração ácido resistente de Kinyoum (DECARLI, 2010) para observação de oocistos de Cryptosporidium spp.
O estudo será realizado de abril de 2022 a abril de 2024, em propriedades criadoras de bovinos e ovinos da região sul do Rio Grande do Sul. Serão monitorados 384 animais. Estes serão submetidos a exame físico e avaliação do escore corporal de 1 a 5 (1 = caquético, 2 = magro, 3 = normal, 4 = acima de peso, 5 = obeso). Amostras de fezes serão colhidas diretamente da ampola retal com auxílio de saco plástico, identificadas, acondicionadas em recipientes isotérmicos refrigerados e transportadas até o laboratório do Grupo de Estudos em Enfermidades Parasitárias (GEEP) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), onde serão submetidas a testes coprológicos para o diagnóstico de protozoários intestinais. Será aplicado um questionário livre e esclarecido com questões relativas à epidemiologia, forma de manejo para com os jovens e adultos, tipo de criação, entre outros.
Exames laboratoriais
a) Detecção de G. duodenalis
Para a detecção de cistos de G. duodenalis será realizado o método de centrífugo-flutuação com sulfato de zinco (FAUST et al., 1938).
b) Detecção de Cryptosporidium spp.
As amostras de fezes serão processadas pelo método de concentração por sedimentação conforme Ritchie (1948) modificado por Young (1979). Posteriormente, será realizada coloração ácido resistente de Kinyoum (DECARLI, 2010) para observação de oocistos de Cryptosporidium spp.
Indicadores, Metas e Resultados
Meta:
Conhecer o estado atual da prevalência de protozoários intestinais em ruminantes provenientes de diferentes propriedades da região sul do Rio Grande do Sul, e assim poder contribuir para o desenvolvimento de um programa de monitoramento das protozooses, resultando num controle mais efetivo.
Resultados esperados:
Por meio deste estudo, pretende-se estimar a prevalência dos protozoários intestinais, para melhor compreender a epidemiologia destas infecções em ruminantes da região de estudo, com a finalidade de adequar estratégias de controle. Durante a execução do projeto, acadêmicos de graduação participarão das atividades, garantindo desenvolvimento de treinamento tanto na realização das técnicas, como no acumulo teórico. Os resultados obtidos por meio deste estudo posteriormente serão encaminhados para publicação em congressos nacionais e internacionais e em periódicos científicos.
Conhecer o estado atual da prevalência de protozoários intestinais em ruminantes provenientes de diferentes propriedades da região sul do Rio Grande do Sul, e assim poder contribuir para o desenvolvimento de um programa de monitoramento das protozooses, resultando num controle mais efetivo.
Resultados esperados:
Por meio deste estudo, pretende-se estimar a prevalência dos protozoários intestinais, para melhor compreender a epidemiologia destas infecções em ruminantes da região de estudo, com a finalidade de adequar estratégias de controle. Durante a execução do projeto, acadêmicos de graduação participarão das atividades, garantindo desenvolvimento de treinamento tanto na realização das técnicas, como no acumulo teórico. Os resultados obtidos por meio deste estudo posteriormente serão encaminhados para publicação em congressos nacionais e internacionais e em periódicos científicos.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ALEXSANDER FERRAZ | |||
CAMILA GONCALVES DA SILVEIRA | |||
DIEGO MOSCARELLI PINTO | 1 | ||
FELIPE GERALDO PAPPEN | 1 | ||
FERNANDO CAETANO DE OLIVEIRA | |||
GABRIELLE TORRES COTTA DE MELLO | |||
GIULIA RIBEIRO MEIRELES | |||
JULIA SOMAVILLA LIGNON | |||
JULIA VICTORIA SANTOS DE SOUZA | |||
JULIANO PERES PRIETSCH | |||
LAÍS LEAL DA CUNHA | |||
LEONARDO MORTAGUA DE CASTRO | |||
MARIA EDUARDA RODRIGUES | |||
MARIA GABRIELA CUSTODIO KOBAYASHI | |||
NATALIA BELEN BAUTE ABERO | |||
NATÁLIA SOARES MARTINS | |||
STANRLEY VICTOR NASCIMENTO DA SILVA | |||
TAMIRES SILVA DOS SANTOS |