Nome do Projeto
Verminose ovina: diagnóstico, controle e resistência anti-helmíntica como fatores de impacto produtivo no Rio Grande do Sul
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
06/09/2022 - 06/09/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
A pecuária sempre foi uma das atividades econômicas mais relevantes do estado do Rio Grande do Sul. No entanto, nas últimas décadas a criação de ovinos no estado do Rio Grande do Sul diminuiu . Dentre os principais entraves para que a ovinocultura se torne comercialmente viável, destacam-se os problemas parasitários. o presente projeto objetiva estimar a prevalência de parasitos gastrintestinais e avaliar a eficácia de princípios ativos comerciais na redução da carga parasitária de ovinos, do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Ovinocultura (CEOVINOS), Rio Grande do Sul, Brasil. Serão monitorados 117 ovinos. As coletas de material biológico serão feitas mensalmente pela equipe do CEOVINOS. As amostras de fezes serão colhidas diretamente da ampola retal dos ovinos com auxílio de saco plástico, identificadas, acondicionadas em recipientes isotérmicos refrigerados e encaminhadas até o laboratório do GEEP da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) onde serão submetidas a exames coproparasitológicos. Semestralmente, será realizada a avaliação da eficácia anti-helmíntica através do R-OPG. Por meio deste estudo, pretende-se estimar a prevalência dos parasitos gastrintestinais dos ovinos do CEOVINOS, bem como realizar testes de eficácia anti-helmíntica, com a finalidade de adequar estratégias de controle e contribuir na seleção zootécnica dos animais.

Objetivo Geral

Estimar a prevalência de parasitos gastrintestinais e avaliar a eficácia de princípios ativos comerciais na redução da carga parasitária de ovinos, do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Ovinocultura (CEOVINOS), Rio Grande do Sul, Brasil.

Justificativa

A pecuária sempre foi uma das atividades econômicas mais relevantes do estado do Rio Grande do Sul (IBGE, 2019a; ROESCH et al., 2009). No entanto, nas últimas décadas a criação de ovinos no estado do Rio Grande do Sul diminuiu (IBGE, 2006, 2019b). Dentre os principais entraves para que a ovinocultura se torne comercialmente viável, destacam-se os problemas parasitários. Estes geralmente não ocorrem com a presença de um único gênero parasitário, mas de forma mista. No sul do Rio Grande do Sul, as parasitoses gastrintestinais foram a causa mais importante de morbidade e mortalidade de ovinos, com perdas econômicas estimadas em R$ 2.016.000/ano (OLIVEIRA et al., 2017).
A suscetibilidade dos ovinos às doenças parasitárias é um obstáculo produtivo (SCZESNY-MORAES et al., 2010). As parasitoses gastrintestinais interferem no crescimento e desenvolvimento dos ovinos, podendo ocorrer perda de peso, diarreia e edema devido à hipoproteinemia, redução do apetite, retardo de crescimento e comprometimento do desenvolvimento ósseo (ASÍN et al., 2020; RUAS & BERNE, 2007). Nas infecções persistentes, são geradas alterações morfológicas permanentes no sistema digestivo, principalmente devido à hipertrofia e hiperplasia tecidual, interferindo negativamente na atividade digestiva, o que leva a uma diminuição significativa no desempenho do animal no abate (STEFFAN et al., 2012). Vale ressaltar que a parasitose gastrintestinal pode ser causada por diversas espécies de helmintos e protozoários, às vezes em associação.
No Brasil, diversos parasitos gastrintestinais (Nematoda, Cestoda e Protozoa) já foram identificados em ovinos, geralmente em infecções mistas (MARTINS et al., 2022; OSÓRIO et al., 2021; SALGADO et al., 2017). Na região Bioma Pampa brasileiro, metade sul do estado do Rio Grande do Sul, foi observada predominância populacional dos nematódeos Haemonchus spp. e Trichostrongylus spp.; sendo que a infecção parasitária foi maior em animais jovens, criados em altas taxas de lotação e em sistemas de produção semi-intensivo e intensivo (MARTINS et al., 2022). Estes estudos epidemiológicos regionais, descrevendo a dinâmica da parasitose, incluindo os parasitos, o hospedeiro e o ambiente, são fundamentais para a compreensão dos fatores que influenciam a gravidade da doença dentro de uma população em um ambiente definido (FIEL & STEFFAN, 1994).
Infecções parasitárias graves podem resultar em mortalidade; no entanto, a redução da produtividade do rebanho é a principal consequência da verminose (AMARANTE, 2014). Além disso, o uso indiscriminado e equivocado de anti-helmínticos é frequente e antieconômico, podendo levar à resistência aos medicamentos (VIEIRA et al., 2014). Portanto, o desenvolvimento de um manejo parasitário ecológico e integrado é necessário para minimizar a população parasitária abaixo do limiar da doença. Para isso, é necessário estudar todos os fatores associados à prevalência parasitária em uma determinada região geográfica (SORATHIYA et al., 2017).
Apesar de apresentar limitações, os exames coprológicos podem ser utilizados para ajudar a decidir se o tratamento anti-helmíntico é necessário. Nas propriedades rurais, o monitoramento dos rebanhos através de exames periódicos pode permitir que os anti-helmínticos sejam usados de forma mais eficiente, gerenciando o risco de surtos de doenças ou perda de produtividade (ABBOTT et al., 2012). A pesquisa sobre a epidemiologia das parasitoses gastrintestinais de ovinos, o investimento em programas de educação e treinamento para prevenção de infecções, junto a pecuaristas e veterinários, é fundamental para estabelecer formas adequadas de controle estratégico, melhorando a produtividade e o desenvolvimento econômico da ovinocultura no Rio Grande do Sul.

Metodologia

O estudo será realizado no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Ovinocultura (CEOVINOS), localizado no município de Encruzilhada do Sul, o qual pertence ao Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA) da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (SEAPDR, RS) .
Serão monitorados 117 ovinos, sendo 88 matrizes e 29 borregas, criados sob manejo extensivo, em pastagens cultivadas e campo nativo. Os animais serão submetidos a exame físico e avaliação do escore corporal de 1 a 5 (1 = caquético, 2 = magro, 3 = normal, 4 = acima de peso, 5 = obeso), além de mensuração do grau FAMACHA®.
As coletas de material biológico serão feitas mensalmente pela equipe do CEOVINOS. As amostras de fezes serão colhidas diretamente da ampola retal dos ovinos com auxílio de saco plástico, identificadas, acondicionadas em recipientes isotérmicos refrigerados e encaminhadas até o laboratório do GEEP da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) onde serão submetidas a exames coproparasitológicos. As amostras fecais individuais serão analisadas pela técnica de Gordon e Whitlock modificada. Esta técnica é amplamente utilizada na rotina laboratorial, permitindo a identificação e quantificação de ovos e oocistos de parasigastrintestinais. Além disso, o método permite estimar o número de ovos e oocistos por grama (OPG) de fezes eliminadas por ovinos infectados. As amostras positivas serão selecionadas para coprocultura, usando pool de amostras por grupo, de acordo com Roberts & O'Sullivan (UENO & GONÇALVES, 1998). As larvas infectantes (L3) serão identificadas com a chave de Ueno & Gonçalves (1998).
Teste de redução de ovos por grama de fezes (R-OPG)
Semestralmente, será realizada a avaliação da eficácia anti-helmíntica através do R-OPG. Método in vivo que permite estimar o percentual de eficácia de produtos antiparasitários comerciais. A eficácia do produto será avaliada de acordo com os procedimentos descritos por Coles et al. (2006).

Indicadores, Metas e Resultados

Por meio deste estudo, pretende-se estimar a prevalência dos parasitos gastrintestinais dos ovinos do CEOVINOS, bem como realizar testes de eficácia anti-helmíntica, com a finalidade de adequar estratégias de controle e contribuir na seleção zootécnica dos animais. Durante a execução do projeto, acadêmicos de graduação participarão das atividades, garantindo desenvolvimento de treinamento tanto na realização das técnicas como no acumulo teórico. Os resultados obtidos através deste estudo posteriormente serão encaminhados para publicação em congressos nacionais e internacionais da área e publicação em periódicos científicos.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CAMILA GONCALVES DA SILVEIRA
DIEGO MOSCARELLI PINTO1
FELIPE GERALDO PAPPEN1
GABRIEL PORTO FIORI
GABRIELLE TORRES COTTA DE MELLO
GIULIA RIBEIRO MEIRELES
JULIA SOMAVILLA LIGNON
JULIA VICTORIA SANTOS DE SOUZA
MARIA EDUARDA RODRIGUES
MARIA GABRIELA CUSTODIO KOBAYASHI
NATALIA BELEN BAUTE ABERO
NATÁLIA SOARES MARTINS
STANRLEY VICTOR NASCIMENTO DA SILVA
TAMIRES SILVA DOS SANTOS

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