Nome do Projeto
FITOTERAPIA APLICADA À VETERINÁRIA PREVENTIVA
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
27/10/2022 - 31/12/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
A mastite e o ectoparasitismo geram grandes impactos à pecuária brasileira. O uso de plantas medicinais, consolidado em estudos científicos, está apoiado na crescente resistência de organismos às moléculas comerciais de medicamentos. Tagetes minuta L., bem como outras espécies de plantas, tem atividades antimicrobiana e carrapaticida demonstradas, porém, os métodos de extração podem melhorar o aproveitamento de seus compostos. O objetivo do trabalho é avaliar, assim como em diferentes plantas e preparos, a atividade antimicrobiana e carrapaticida dos extratos metanólico e etanólico de T. minuta, preparados a 10% (m/v) de planta e soluções hidroalcoólicas a 80% (v/v), em alternativa sustentável à linhas comerciais. Após filtrados, rotaevaporados e liofilizados, os extratos secos serão ressuspendidos a 2% (m/v) em água e Tween 80 a 1% (m/v), para estabelecer a CIM, nas concentrações de 10mg/mL a 0.078mg/mL. Serão testados por microdiluição em caldo, segundo CLSE (2016) modificada, com densidade populacional de 105 UFC/mL. No desinfetograma, o inóculo será de 108 UFC/mL. O teste será realizado conforme a Norma Padrão Europeia, frente à duas cepas padrão, e com tempos de contato, sendo eficaz com a redução de cinco logs do inóculo inicial. O biocarrapaticidograma, será com o teste de Drummond, avaliando mortalidade e índice de eficácia dos extratos a 25% (m/v). Todos testes terão controles positivo e negativo e três repetições.
Objetivo Geral
Produzir extratos e/ou outras soluções a partir de plantas bioativas e testá-los in vitro e in vivo, desenvolvendo alternativas de soluções para tratamento e profilaxia de doenças, bem como manejo dos animais de produção.
Justificativa
Com o avanço da agropecuária no Brasil, a produção de gado de corte e de leite destacam-se como principais atividades. O país está entre os maiores produtores de leite mundiais, inclusive comportando o maior rebanho bovino (EMBRAPA, 2020). Presente em diversos estados, a pecuária leiteira e a pecuária de corte são também responsáveis por grande geração de renda, (BRASIL, 2021) no entanto, surgem também as dificuldades. Na produção leiteira um dos principais desafios encontrados são as enfermidades que acometem o rebanho, entre elas a mastite. Esta é uma doença pluri-etiológica e multifatorial, responsável por causar a inflamação da glândula mamária, além de diversos prejuízos ao produtor, como a queda da produção e qualidade do leite, gastos com o uso de medicamentos, podendo também ocasionar o descarte precoce de animais. (COSTA et al., 1995; FOGSGAARD et al., 2015; OLIVEIRA e RUEG, 2014.)
A mastite pode ser classificada de acordo com a presença ou não dos sinais clínicos, em clínica e subclínica. A primeira é assim denominada quando há ocorrência de sinais clínicos evidentes com alterações no úbere e leite, já a mastite subclínica se caracteriza pela ausência delas (KUMMER, 2019). A doença pode ser ocasionada por diversos agentes, podendo também, ser classificada quanto ao tipo em contagiosa e ambiental. Os principais agentes envolvidos na mastite contagiosa são: Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae. Já na mastite ambiental os principais patógenos são as bactérias gram-negativas, dentre as quais destacam-se a Escherichia coli, presente nas fezes e a Pseudomonas aeruginosa (KRUMMER, 2019 ; SILVA e PRIMIERI, 2020). Esses microorganismos atuam colonizando o epitélio dos tetos e, ao adentrarem e se multiplicarem na glândula mamária, levam a um quadro de infecção, ocasionando entre outros problemas, o aumento na contagem de células somáticas (CCS).
A produção de bovinos de leite, além de sofrer com as perdas econômicas ocasionadas pela alta incidência de mastite, também opera em seu cotidiano com as consequências da presença endêmica do carrapato Boophilus microplus, o principal responsável pela transmissão do complexo da Tristeza Parasitária Bovina (MOREIRA, 2022).
Sendo a mastite e a ocorrência do carrapato dois precursores de importantes enfermidades bovinas que acarretam em grandes perdas econômicas (VASCONCELLOS et al. 2018), seus métodos de controle e tratamento cotidianos, constituem basicamente na utilização de antimicrobianos e antiparasitários organossintéticos, que, além de induzirem a resistência microbiana e do carrapato pelo uso frequente, deixam resíduos no ambiente, (LEAL et al., 2003; ANDREOTTI et al., 2011; ADEHAN et al., 2016) implicando em período de carência e sendo inviáveis economicamente no que se refere a pequenos sistemas de produção.
Um método que contrapõe o uso de antimicrobianos e antiparasitários convencionais é o uso de fitoterápicos, que além de deixarem menor resíduo ambiental, são menos agressivos, não induzem a resistência microbiológica e contribuem para o desenvolvimento de alternativas que visem a sustentabilidade em sistemas de produção orgânica e/ou agroecológica. (SCHUCH, 2008; ALTIERI, 2004; SCALCO et al., 2017). Nessa perspectiva, a extração de biocompostos fitoterápicos tem sido realizada com diferentes técnicas, que variam de acordo com o tipo de substância e efeito desejado (ROSA et al., 2017). Assim, o tratamento com terapia alternativa utilizando plantas é promissor, contudo ainda se vê a necessidade de mais investigação sobre suas efetividades e utilidades para controle de microorganismos e parasitos. Portanto, este trabalho se propõe a tal investigação, já que é de suma importância o investimento em pesquisas que demonstrem essa efetividade (PESAMOSCA et al, 2018).
A mastite pode ser classificada de acordo com a presença ou não dos sinais clínicos, em clínica e subclínica. A primeira é assim denominada quando há ocorrência de sinais clínicos evidentes com alterações no úbere e leite, já a mastite subclínica se caracteriza pela ausência delas (KUMMER, 2019). A doença pode ser ocasionada por diversos agentes, podendo também, ser classificada quanto ao tipo em contagiosa e ambiental. Os principais agentes envolvidos na mastite contagiosa são: Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae. Já na mastite ambiental os principais patógenos são as bactérias gram-negativas, dentre as quais destacam-se a Escherichia coli, presente nas fezes e a Pseudomonas aeruginosa (KRUMMER, 2019 ; SILVA e PRIMIERI, 2020). Esses microorganismos atuam colonizando o epitélio dos tetos e, ao adentrarem e se multiplicarem na glândula mamária, levam a um quadro de infecção, ocasionando entre outros problemas, o aumento na contagem de células somáticas (CCS).
A produção de bovinos de leite, além de sofrer com as perdas econômicas ocasionadas pela alta incidência de mastite, também opera em seu cotidiano com as consequências da presença endêmica do carrapato Boophilus microplus, o principal responsável pela transmissão do complexo da Tristeza Parasitária Bovina (MOREIRA, 2022).
Sendo a mastite e a ocorrência do carrapato dois precursores de importantes enfermidades bovinas que acarretam em grandes perdas econômicas (VASCONCELLOS et al. 2018), seus métodos de controle e tratamento cotidianos, constituem basicamente na utilização de antimicrobianos e antiparasitários organossintéticos, que, além de induzirem a resistência microbiana e do carrapato pelo uso frequente, deixam resíduos no ambiente, (LEAL et al., 2003; ANDREOTTI et al., 2011; ADEHAN et al., 2016) implicando em período de carência e sendo inviáveis economicamente no que se refere a pequenos sistemas de produção.
Um método que contrapõe o uso de antimicrobianos e antiparasitários convencionais é o uso de fitoterápicos, que além de deixarem menor resíduo ambiental, são menos agressivos, não induzem a resistência microbiológica e contribuem para o desenvolvimento de alternativas que visem a sustentabilidade em sistemas de produção orgânica e/ou agroecológica. (SCHUCH, 2008; ALTIERI, 2004; SCALCO et al., 2017). Nessa perspectiva, a extração de biocompostos fitoterápicos tem sido realizada com diferentes técnicas, que variam de acordo com o tipo de substância e efeito desejado (ROSA et al., 2017). Assim, o tratamento com terapia alternativa utilizando plantas é promissor, contudo ainda se vê a necessidade de mais investigação sobre suas efetividades e utilidades para controle de microorganismos e parasitos. Portanto, este trabalho se propõe a tal investigação, já que é de suma importância o investimento em pesquisas que demonstrem essa efetividade (PESAMOSCA et al, 2018).
Metodologia
Atividade Antimicrobiana
Será realizado o teste de Concentração Inibitória Mínima (CIM), com o uso da técnica de microdiluição em caldo (Clinical and Laboratory Standards Institute, 2016), com o objetivo de testar os extratos e outras soluções de T. minuta e outras plantas elencadas, frente à distintas cepas padrão e isolados de campo de interesse na pecuária leiteira e de corte.
Além deste, o teste desinfetante também será parte das avaliações. mesmo seguira conforme a Norma Padrão Europeia (BSEN1040, 2005), com modificações, com tempos de contato de 15 e 30 minutos.
Para análise da ação carrapaticida, os extratos serão liofilizados e então ressuspendidos a 25% e testados em 3 repetições, frente à teleóginas que serão previamente coletadas na região do estudo. O biocarrapaticidograma será realizado pelo Laboratório de Doenças Parasitárias da UFPel (LADOPAR), utilizando o teste de Drummond, um teste in vitro no qual se emerge as teleóginas na formulação a ser testada e compara a um grupo controle positivo com produto comercial e outro negativo com água, observando a inibição de ovipostura e eclosão larval (JUNIOR E OLIVEIRA, 2005, p.1388). Para controle positivo será utilizado produto comercial (Colosso FC30 - Ourofino Saúde Animal). Para avaliar a eficácia dos extratos e a taxa de mortalidade das teleóginas, será utilizado o Teste de Imersão de Adultos (TIA) que relaciona o peso dos ovos com a taxa de eclosão das larvas (GARCIA et al., 2012; SOUZA et al., 2014).
Será realizado o teste de Concentração Inibitória Mínima (CIM), com o uso da técnica de microdiluição em caldo (Clinical and Laboratory Standards Institute, 2016), com o objetivo de testar os extratos e outras soluções de T. minuta e outras plantas elencadas, frente à distintas cepas padrão e isolados de campo de interesse na pecuária leiteira e de corte.
Além deste, o teste desinfetante também será parte das avaliações. mesmo seguira conforme a Norma Padrão Europeia (BSEN1040, 2005), com modificações, com tempos de contato de 15 e 30 minutos.
Para análise da ação carrapaticida, os extratos serão liofilizados e então ressuspendidos a 25% e testados em 3 repetições, frente à teleóginas que serão previamente coletadas na região do estudo. O biocarrapaticidograma será realizado pelo Laboratório de Doenças Parasitárias da UFPel (LADOPAR), utilizando o teste de Drummond, um teste in vitro no qual se emerge as teleóginas na formulação a ser testada e compara a um grupo controle positivo com produto comercial e outro negativo com água, observando a inibição de ovipostura e eclosão larval (JUNIOR E OLIVEIRA, 2005, p.1388). Para controle positivo será utilizado produto comercial (Colosso FC30 - Ourofino Saúde Animal). Para avaliar a eficácia dos extratos e a taxa de mortalidade das teleóginas, será utilizado o Teste de Imersão de Adultos (TIA) que relaciona o peso dos ovos com a taxa de eclosão das larvas (GARCIA et al., 2012; SOUZA et al., 2014).
Indicadores, Metas e Resultados
Buscar novas alternativas de bioatividades e plantas, que possam ser utilizadas no desenvolvimento de soluções eficazes, sustentáveis e acessíveis aos produtores;
Desenvolver formas orgânicas e sustentáveis de tratamento e controle da mastite a partir dos testes de CIM e desinfetante, com o uso de densidades populacionais que se assemelham aos valores in vivo.
Realizar os testes com os extratos hidroalcoólicos em concentrações de 25% (m/v), a fim de desenvolver um produto final com eficácia carrapaticida acima de 80%.
Desenvolver formas orgânicas e sustentáveis de tratamento e controle da mastite a partir dos testes de CIM e desinfetante, com o uso de densidades populacionais que se assemelham aos valores in vivo.
Realizar os testes com os extratos hidroalcoólicos em concentrações de 25% (m/v), a fim de desenvolver um produto final com eficácia carrapaticida acima de 80%.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
DANIELA APARECIDA MOREIRA | |||
HANIEL MONTEIRO CARVALHO | |||
JACKELINE VIEIRA LIMA | |||
LAURA CAROLINA CRISTOFOLI MÜLLER | |||
LUIZ FILIPE DAME SCHUCH | 1 | ||
MARCIELE COSTA COLVAR | |||
MARIA CLARA GOMES BITTENCOURT SANTOS | |||
RODRIGO CASQUERO CUNHA | 1 | ||
SARA DA SILVA SANTIAGO |