Nome do Projeto
ASSOCIAÇÃO ENTRE ESTRESSE TÓXICO E FUNÇÕES EXECUTIVAS NA PRIMEIRA INFÂNCIA: UM ESTUDO DE COORTE
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
17/10/2022 - 28/02/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
O estresse tóxico é definido pela Sociedade Brasileira de Pediatria como estresse
contínuo, com potencial para gerar danos irreversíveis ao desenvolvimento
neuropsicomotor da criança, capaz ainda de elevar os riscos para o aparecimento de
diversas doenças ao longo da vida. O Dimensional Model of Adversity and
Psychopathology propõe duas dimensões: ameaça e privação, que são constructos
das experiências adversas na infância (ACEs) e podem ser considerados como
dimensões também do estresse tóxico. Essas experiências (privação e ameaça)
podem ser medidas entre crianças expostas a uma série de ACEs e elas podem ser
isoladas, por exemplo um único incidente de exposição à violência comunitária,
quanto aquelas que são concomitantes por exemplo: abuso físico e negligência física.
A exposição ao estresse de forma crônica, especialmente na primeira infância, está
associada a déficits do funcionamento cognitivo, sobretudo sobre as Funções
Executivas (FEs) que são divididas em três dimensões fundamentais: memória de
trabalho, controle inibitório e flexibilidade cognitiva. Apesar disso, a co-ocorrência de
eventos estressores, os impactos desses eventos que ocorrem simultaneamente e o
papel da parentalidade positiva nessa relação ainda é pouco explorada. Além disso,
existem evidências da importância do estabelecimento de relações parentais
saudáveis que forneçam suporte e performem um papel protetor na relação entre
estresse tóxico e funções executivas. Assim, o objetivo dessa tese será avaliar a
associação entre a exposição ao estresse tóxico no desempenho das funções
executivas das crianças pertencentes a Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2015,
avaliando também a co-ocorrência de exposições ao estresse tóxico e o papel da
parentalidade positiva na relação entre estresse tóxico e funções executivas.
Objetivo Geral
Avaliar a associação entre a exposição ao estresse tóxico no desempenho das
funções executivas das crianças pertencentes a Coorte de Nascimentos de Pelotas
de 2015.
funções executivas das crianças pertencentes a Coorte de Nascimentos de Pelotas
de 2015.
Justificativa
O processo de estresse tóxico pode causar saturação cerebral e interrupção
do pleno desenvolvimento de habilidades essenciais durante a infância, incluindo
as funções executivas (FEs), que são capacidades críticas para tomar decisões
com autonomia, refletir e controlar o comportamento (Shields, Grant et al., 2016).
As três dimensões fundamentais das FEs (memória de trabalho, controle inibitório
e flexibilidade cognitiva) são correlacionadas e atuam de forma conjunta e
complementar (HARVARD UNIVERSITY, 2020). São habilidades essenciais para
saúde mental e física, para o desenvolvimento cognitivo, social, psicológico e para
a aquisição de capital humano na vida adulta (DIAMOND, 2013).
As FEs são desenvolvidas durante a infância apoiadas em um
relacionamento familiar saudável e interações sociais adequadas (SHIELDS et al.,
2016). O ambiente sadio e de suporte familiar desempenha papel protetor nos
efeitos tóxicos do estresse; crianças inseridas em ambientes saudáveis
desenvolvem resposta positiva ao estresse resultando em uma autorregulação
eficaz (PECHTEL, PIZZAGALLI, 2010).
A literatura sobre a relação entre estresse e FEs é escassa considerando
países de baixa e média renda e a faixa etária de interesse no presente estudo.
Ademais, existe a hipótese de que a privação (negligência emocional, falta de
alimentos, pobreza e etc) que crianças inseridas em contextos de baixa e média
renda estão expostas tem maior impacto nas funções executivas (URSACHE,
2016).
Diante disto, sendo a infância um momento oportuno para intervenções na
perspectiva do desenvolvimento adequado e saudável, somando-se ao fato de que
a maioria dos estudos que abordam essa temática são conduzidos em países de
alta renda e avaliam o desempenho das funções executivas na vida adulta, torna-
se fundamental a condução de estudos que avaliem as funções executivas ainda
na infância, com o proposito de fornecer um panorama concreto que permita
compreender os impactos do estresse tóxico sobre o neurodesenvolvimento na
infância, sobretudo em países de baixa e média renda.
Estudos que abordam essa temática se fazem necessários para organização
coletiva e social para prevenção e formulação de políticas públicas que se
comprometam no combate e orientação da população sobre a existência do
estresse tóxico e possíveis intervenções com a finalidade de atingir um
neurodesenvolvimento adequado e saudável que se mantenha ao longo do ciclo
vital.
do pleno desenvolvimento de habilidades essenciais durante a infância, incluindo
as funções executivas (FEs), que são capacidades críticas para tomar decisões
com autonomia, refletir e controlar o comportamento (Shields, Grant et al., 2016).
As três dimensões fundamentais das FEs (memória de trabalho, controle inibitório
e flexibilidade cognitiva) são correlacionadas e atuam de forma conjunta e
complementar (HARVARD UNIVERSITY, 2020). São habilidades essenciais para
saúde mental e física, para o desenvolvimento cognitivo, social, psicológico e para
a aquisição de capital humano na vida adulta (DIAMOND, 2013).
As FEs são desenvolvidas durante a infância apoiadas em um
relacionamento familiar saudável e interações sociais adequadas (SHIELDS et al.,
2016). O ambiente sadio e de suporte familiar desempenha papel protetor nos
efeitos tóxicos do estresse; crianças inseridas em ambientes saudáveis
desenvolvem resposta positiva ao estresse resultando em uma autorregulação
eficaz (PECHTEL, PIZZAGALLI, 2010).
A literatura sobre a relação entre estresse e FEs é escassa considerando
países de baixa e média renda e a faixa etária de interesse no presente estudo.
Ademais, existe a hipótese de que a privação (negligência emocional, falta de
alimentos, pobreza e etc) que crianças inseridas em contextos de baixa e média
renda estão expostas tem maior impacto nas funções executivas (URSACHE,
2016).
Diante disto, sendo a infância um momento oportuno para intervenções na
perspectiva do desenvolvimento adequado e saudável, somando-se ao fato de que
a maioria dos estudos que abordam essa temática são conduzidos em países de
alta renda e avaliam o desempenho das funções executivas na vida adulta, torna-
se fundamental a condução de estudos que avaliem as funções executivas ainda
na infância, com o proposito de fornecer um panorama concreto que permita
compreender os impactos do estresse tóxico sobre o neurodesenvolvimento na
infância, sobretudo em países de baixa e média renda.
Estudos que abordam essa temática se fazem necessários para organização
coletiva e social para prevenção e formulação de políticas públicas que se
comprometam no combate e orientação da população sobre a existência do
estresse tóxico e possíveis intervenções com a finalidade de atingir um
neurodesenvolvimento adequado e saudável que se mantenha ao longo do ciclo
vital.
Metodologia
A tese será composta por um artigo de revisão sistemática e meta-análise e
dois artigos originais sobre um estudo de delineamento prospectivo. Para os artigos
originais, serão analisados os dados da Coorte de 2015 no acompanhamento dos
4 anos, já coletados, e aos 6-7 anos, que ainda estão sendo coletados (2021-2022).
A seguir, serão apresentados aspectos metodológicos da Coorte de nascimentos
de 2015. Após, serão apresentados os métodos e os planos de análises específicos
de cada artigo.
dois artigos originais sobre um estudo de delineamento prospectivo. Para os artigos
originais, serão analisados os dados da Coorte de 2015 no acompanhamento dos
4 anos, já coletados, e aos 6-7 anos, que ainda estão sendo coletados (2021-2022).
A seguir, serão apresentados aspectos metodológicos da Coorte de nascimentos
de 2015. Após, serão apresentados os métodos e os planos de análises específicos
de cada artigo.
Indicadores, Metas e Resultados
HIPÓTESES
- Quanto maior o nível de estresse tóxico menor será o desempenho nas funções
executivas.
- A privação vai ter maior influência no desempenho das funções executivas.
- A parentalidade positiva reduz os efeitos deletérios do estresse tóxico sobre as
funções executivas na primeira infância.
- As crianças expostas ao estresse tóxico terão redução no desempenho das
funções executivas aos 4 e aos 6 anos de idade.
ARTIGOS PLANEJADOS
Artigo de revisão 1 – Estresse tóxico e funções executivas em crianças e
adolescentes: revisão sistemática e meta-análise.
Será realizada uma busca sistemática na literatura de estudos que avaliaram a
influência da exposição ao estresse tóxico no desempenho das funções executivas
em crianças e adolescentes.
Artigo original 2 – Influência do estresse tóxico no desempenho das funções
executivas de crianças pertencentes a Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2015.
Este artigo irá avaliar a associação entre a exposição ao estresse com o desempenho
das funções executivas entre as crianças pertencentes a Coorte de Nascimentos de
2015.
Artigo original 3 – O papel protetor da parentalidade positiva na relação entre
estresse tóxico e funções executivas entre crianças pertencentes a Coorte de
Nascimentos de Pelotas de 2015.
O objetivo deste artigo é avaliar a influência da parentalidade positiva na relação entre
estresse e funções executivas entre as crianças pertencentes a Coorte de Nascimento
de 2015.
- Quanto maior o nível de estresse tóxico menor será o desempenho nas funções
executivas.
- A privação vai ter maior influência no desempenho das funções executivas.
- A parentalidade positiva reduz os efeitos deletérios do estresse tóxico sobre as
funções executivas na primeira infância.
- As crianças expostas ao estresse tóxico terão redução no desempenho das
funções executivas aos 4 e aos 6 anos de idade.
ARTIGOS PLANEJADOS
Artigo de revisão 1 – Estresse tóxico e funções executivas em crianças e
adolescentes: revisão sistemática e meta-análise.
Será realizada uma busca sistemática na literatura de estudos que avaliaram a
influência da exposição ao estresse tóxico no desempenho das funções executivas
em crianças e adolescentes.
Artigo original 2 – Influência do estresse tóxico no desempenho das funções
executivas de crianças pertencentes a Coorte de Nascimentos de Pelotas de 2015.
Este artigo irá avaliar a associação entre a exposição ao estresse com o desempenho
das funções executivas entre as crianças pertencentes a Coorte de Nascimentos de
2015.
Artigo original 3 – O papel protetor da parentalidade positiva na relação entre
estresse tóxico e funções executivas entre crianças pertencentes a Coorte de
Nascimentos de Pelotas de 2015.
O objetivo deste artigo é avaliar a influência da parentalidade positiva na relação entre
estresse e funções executivas entre as crianças pertencentes a Coorte de Nascimento
de 2015.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANDRESSA SOUZA CARDOSO | |||
CAUANE BLUMENBERG SILVA | 1 | ||
JOSEPH MURRAY | 2 |