Nome do Projeto
Desenvolvimento de uma vacina contra a Ceratoconjuntivite Infecciosa Bovina
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/05/2023 - 28/02/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
Em 2021 o valor bruto da produção agropecuária (VBP) no Brasil foi de R$ 1,129 trilhão, um crescimento de 10,1% em relação ao ano anterior. Parte desse aumento se deu à pecuária que no mesmo período cresceu de 4,2%, equivalendo a R$ 360,8 bilhões, representando 32% do VBP. Dentre os produtos que mais contribuíram para o resultado está a carne bovina com R$ 150,9 bilhões. Para atingir e manter esses índices, uma das estratégias é o controle de doenças nos rebanhos. Dentre elas está a Ceratoconjuntivite Infecciosa Bovina (CIB). A forma mais eficiente de controlar a CIB é através da utilização de vacinas. No entanto, a profilaxia é prejudicada por situações de ineficácia de vacinas. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é desenvolver uma vacina contra a CIB. O estudo será conduzido na fazenda da Palma (UFPel). Cepas de Moraxella sp. serão selecionadas para compor a vacina. Para o teste de desafio, cepas de M. bovis serão caracterizadas e uma será selecionada conforme histórico. Cinco bovinos da raça Hereford ou Aberdeen Angus serão utilizados. Os animais serão desafiados no olho esquerdo com a amostra pré-selecionada. Após a agressão os animais serão revisados diariamente durante uma semana. Para o teste de segurança serão utilizados 20 animais da raça Hereford ou Aberdeen Angus. Os animais serão divididos aleatoriamente em 2 grupos de 10 animais cada: grupo controle (GC) e grupo vacinado (GV). Os animais serão mantidos no mesmo ambiente durante todo o experimento. Para descartar possíveis portadores, serão coletadas amostras de secreção ocular de todos os animais, de ambos os olhos, através de suabes estéreis, sendo imediatamente semeados em meio Agar sangue e incubados a 37ºC por 48 horas. Caso ocorra crescimento de colônias bacterianas, estas serão identificadas. Caso se confirme a presença de Moraxella bovis, o animal será retirado do experimento e substituído por outro. Os animais do grupo GV receberão a vacina aos dias 0 e 21 de experimento. O grupo GC não serão vacinado. A partir do dia 1 e do dia 22 de experimento os animais serão acompanhados diariamente durante duas semanas. Qualquer reação no local da administração da vacina será registrada, acompanhada e tratada. Para o desafio experimental os gruposGC e GV serão desafiados aos 42 dias de experimento no olho esquerdo com a uma suspensão de M. bovis heteróloga, selecionada na “Seleção de cepas para desafio”. Após a agressão experimental, os animais serão observados durante 30 dias. Na primeira semana serão avaliados diariamente, durante a segunda semana serão avaliados a cada 48 horas e na terceira e quarta semanas serão avaliados a cada 7 dias. Serão avaliados os dois olhos dos animais. As lesões nos olhos agredidos serão classificadas conforme Comin (2018). Quando for detectado algum tipo de lesão no olho agredido, será coletada amostra de secreção ocular do olho afetado através de suabe estéril, sendo imediatamente semeado em meio Agar sangue e incubado a 37ºC por 48 horas. Após, será realizada caracterização bioquímica da amostra para confirmação de M. bovis.

Objetivo Geral

Desenvolver uma vacina segura e eficaz contra a CIB.

Justificativa

Para atingir e manter os índices de produção atuais, uma das estratégias é o controle de doenças nos rebanhos, as quais tem impacto de 20% na criação de animais em todo o mundo (EMBRAPA, 2021). Dentre elas está a Ceratoconjuntivite Infecciosa Bovina (CIB), a qual é uma das doenças oculares mais frequentemente detectada em ruminantes (TORRES, 2013). Esta doença possui alta morbidade, podendo afetar até 80% do rebanho, sendo uma das doenças oculares mais relevantes do mundo (POSTMA et al., 2008). Dessa forma, a CIB possui um impacto econômico relevante, em consequência da perda da visão, gerando perda de peso, dificuldades de manejo e custo de tratamentos (SLATTER et al., 1982, TROUT e SCHURIG, 1985, SHRYOCK et al., 1998, MARRION e RILEY, 2000). A forma mais eficiente de controlar a CIB é através da utilização de vacinas (CONCEIÇÃO e GIL-TURNES, 2003), sendo a medida profilática mais comumente aplicada para proteger os animais da doença (MABONI, 2013). No entanto, frequentemente a proteção induzida pela vacina não é satisfatória (BURNS e O’CONNOR, 2008). Apesar da existência de vacinas contra CIB, a profilaxia é, em geral, prejudicada por situações de ineficácia de vacinas comercialmente disponíveis (O’CONNOR et al., 2011). Ter uma vacina segura e eficaz no sistema de produção animal é essencial. Dessa forma, este trabalho busca desenvolver uma vacina segura e eficáz contra a CIB.

Metodologia

O estudo será conduzido na fazenda da Palma (UFPel). Cepas de Moraxella sp. provenientes do Laboratório de Bacteriologia do setor de Doenças Infecciosas da Faculdade de Veterinária da UFPel ou isoladas de surtos em propriedades rurais serão selecionadas para compor a vacina. As bactérias serão caracterizadas e as que demonstrarem maior potencial imunogênico serão utilizadas para compor a vacina. As cepas selecionadas para compor a vacina serão incluídas na formulação do LaboVet. Para o teste de desafio, cepas de M. bovis da coleção do Laboratório de Bacteriologia do setor de Doenças Infecciosas da Faculdade de Veterinária da UFPel ou isoladas de surtos em propriedades rurais serão utilizadas. As bactérias serão caracterizadas e uma será selecionada conforme histórico. Cinco bovinos da raça Hereford ou Aberdeen Anguns com idade entre 1 e 2 anos serão utilizados. Os animais serão desafiados no olho esquerdo com a amostra pré-selecionada. Após a agressão os animais serão revisados diariamente durante uma semana. Caso algum animal apresente sinais compatíveis com CIB, o mesmo será tratado com antibiótico via glândula lacrimal. Para o teste de segurança serão utilizados 20 animais da raça Hereford ou Aberdeen Angus com idades entre 1 e 2 anos, todos pertencentes ao mesmo lote. Os animais serão divididos aleatoriamente em 2 grupos de 10 animais cada: grupo controle (GC) e grupo vacinado (GV). Metade dos indivíduos de cada grupo será fêmea e a outra metade será macho. Os animais serão mantidos no mesmo ambiente durante todo o experimento. Para descartar possíveis portadores e evitar interferência de desafio natural, serão coletadas amostras de secreção ocular de todos os animais, de ambos os olhos, através de suabes estéreis, sendo imediatamente semeados em meio Agar sangue e incubados a 37ºC por 48 horas. Caso ocorra crescimento de colônias bacterianas, estas serão identificadas. Caso se confirme a presença de Moraxella bovis, o animal será retirado do experimento e substituído por outro. Os animais do grupo GV receberão a vacina aos dias 0 e 21 de experimento. O grupo GC não serão vacinado. A partir do dia 1 e do dia 22 de experimento os animais serão acompanhados diariamente durante duas semanas. Qualquer reação no local da administração da vacina será registrada, acompanhada e tratada. Para o desafio experimental os gruposGC e GV serão desafiados aos 42 dias de experimento no olho esquerdo com a uma suspensão de M. bovis heteróloga, selecionada na “Seleção de cepas para desafio”. Após a agressão experimental, os animais serão observados durante 30 dias. Na primeira semana serão avaliados diariamente, durante a segunda semana serão avaliados a cada 48 horas e na terceira e quarta semanas serão avaliados a cada 7 dias. Serão avaliados os dois olhos dos animais. As lesões nos olhos agredidos serão classificadas conforme Comin (2018). Quando for detectado algum tipo de lesão no olho agredido, será coletada amostra de secreção ocular do olho afetado através de suabe estéril, sendo imediatamente semeado em meio Agar sangue e incubado a 37ºC por 48 horas. Após, será realizada caracterização bioquímica da amostra para confirmação de M. bovis.

Indicadores, Metas e Resultados

No grupo GN espera-se a não observação de lesões compatíveis com CIB. Já no grupo GP espera-se que haja lesões compatíveis com CIB, no olho esquerdo, em, pelo menos, 80% dos indivíduos e que a M. bovis seja isolada dos olhos afetados. Já nos olhos direito desses animais espera-se que não haja lesões.
No grupo GV espera-se que não haja lesões de qualquer tipo nos olhos não agredidos (olho direito). Já nos olhos desafiados (olho esquerdo) espera-se que haja lesões compatíveis com CIB em, no máximo, 20% dos indivíduos e que a M. bovis seja isolada dos olhos afetados.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
JOAO RODRIGO GIL DE LOS SANTOS18
NATALIA FERREIRA DIAZ
RENATA COSTA SCHRAMM12

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