Nome do Projeto
Impacto de técnicas de manejo CatFriendly na sedação e parâmetros fisiológicos de felinos domésticos submetidos a cirurgia de Orquiectomia
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/06/2023 - 12/12/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
Sabe-se que em alguns países houve um crescimento no número de felinos domésticos, em comparação com os cães (SPARKES, 2013). De maneira geral, os tutores de gatos têm menor propensão a buscar por cuidados veterinários quando comparados aos tutores de cães (RODAN et al., 2011; AVMA, 2018), dentre os motivos estão a dificuldade do transporte do felino até a clínica veterinária, o manuseio e o estresse do animal como principais motivos relatados pelos proprietários (RODAN et al., 2011). Na tentativa de atender esta espécie de forma mais tranquila e menos traumática, alguns fármacos como a gabapentina tem sido avaliados na redução do estresse de gatos que são levados ao atendimento veterinário (VAN HAAFTEN et al., 2017). O aumento da liberação de catecolaminas em gatos com medo ou estressados leva a taquicardia, hipertensão arterial sistêmica e/ou taquipneia, fatores que podem aumentar os riscos associados à anestesia (ROBERTSON et al., 2018). Nesse sentido, a contenção química procura reduzir o estresse do paciente e consequentemente trazer segurança para a equipe veterinária (RODAN et al., 2011). Aliado ao aumento dos felinos como pets preferenciais tem-se ainda um grande número de felinos com acesso à rua ou semi-domiciliados, o que é preocupante já que muitas enfermidades de importância em saúde pública são transmitidas e/ou perpetuadas pelos gatos, especialmente aqueles de vida livre (LIMBERT et al., 2009; LIMA et al., 2012; MACHADO et al., 2018), evidenciando assim a importância do controle populacional da espécie.
Objetivo Geral
Avaliar o impacto de técnicas de manejo Cat Friendly tais como adequação de ambiente, equipe padrão treinada e uso de adjuvantes redutores de estresse, na sedação e parâmetros fisiológicos de gatos domésticos submetidos a cirurgia de orquiectomia.
Justificativa
O número de felinos no Brasil é de aproximadamente 22,1 milhões segundo o IBGE (2013) e,
estima-se que em 10 anos deve superar o número de cães. No entanto, de maneira geral, os tutores
de gatos têm menor propensão a buscar por cuidados veterinários quando comparados aos tutores
de cães (RODAN et al., 2011), dentre os motivos estão a dificuldade do transporte do felino até a
clínica veterinária, o manuseio e o estresse do animal, como principais motivos relatados pelos
proprietários (RODAN et al., 2011). Pacientes ansiosos geralmente requerem altas doses de sedativos ou tranquilizantes, o que pode causar depressão respiratória e cardiovascular (GRUBB et al., 2020). O aumento da liberação de catecolaminas em gatos com medo ou estressados leva a taquicardia, hipertensão arterial sistêmica e/ou taquipneia, fatores que podem aumentar os riscos associados à anestesia (ROBERTSON et al., 2018). De acordo com RONDAN et al. (2011) alguns princípios gerais são necessários para criar um ambiente positivo para o felino, tal qual será realizado no gatil do HCV – UFPel, como a manutenção dos odores no local, através da limpeza do ambiente e uso de ferômonios sintéticos (RONDAN et al., 2011). Além disso, ambientes não muito iluminados podem ser benéficos bem como ambientes silenciosos. Diferentes tipos de sons, ou sons muito altos como por exemplo televisão, ventilador, telefone e latidos levam à ansiedade e, desta forma, é importante proporcionar um ambiente
silencioso e calmo para os pacientes, minimizando os ruídos que podem assustar o gato (RODAN et
al., 2011; CARNEY et al., 2012; MONROE-ALDRIDGE, 2019). Assim, evitar o estresse e a ansiedade
melhora as condições de manejo do paciente e evita que utilizemos doses altas de fármacos,
evitando efeitos adversos indesejáveis. Neste sentido, a sedação é incluída como uma importante
peça de uma abordagem Cat Friendly, conforme a American Association of Feline Practitioners e a
International Society of Feline Medicine (AAFP; ISFM, 2011). Em contrapartida, a cirurgia de castração, especialmente de felinos machos semidomiciliados ou com acesso a rua, tem sido recomendada como uma medida de saúde única (LIMBERT et al., 2009; LIMA et al., 2012; LUI et al., 2011). A cirurgia de orquiectomia caracteriza-se por ser um procedimento relativamente simples, sem riscos, a não ser os inerentes ao próprio procedimento cirúrgico e, que apresenta vantagens como prevenção de enfermidades hormonais neoplasias, comportamentos indesejados, entre outros, além de ser importante medida para
obtenção do controle de enfermidades zoonóticas.
estima-se que em 10 anos deve superar o número de cães. No entanto, de maneira geral, os tutores
de gatos têm menor propensão a buscar por cuidados veterinários quando comparados aos tutores
de cães (RODAN et al., 2011), dentre os motivos estão a dificuldade do transporte do felino até a
clínica veterinária, o manuseio e o estresse do animal, como principais motivos relatados pelos
proprietários (RODAN et al., 2011). Pacientes ansiosos geralmente requerem altas doses de sedativos ou tranquilizantes, o que pode causar depressão respiratória e cardiovascular (GRUBB et al., 2020). O aumento da liberação de catecolaminas em gatos com medo ou estressados leva a taquicardia, hipertensão arterial sistêmica e/ou taquipneia, fatores que podem aumentar os riscos associados à anestesia (ROBERTSON et al., 2018). De acordo com RONDAN et al. (2011) alguns princípios gerais são necessários para criar um ambiente positivo para o felino, tal qual será realizado no gatil do HCV – UFPel, como a manutenção dos odores no local, através da limpeza do ambiente e uso de ferômonios sintéticos (RONDAN et al., 2011). Além disso, ambientes não muito iluminados podem ser benéficos bem como ambientes silenciosos. Diferentes tipos de sons, ou sons muito altos como por exemplo televisão, ventilador, telefone e latidos levam à ansiedade e, desta forma, é importante proporcionar um ambiente
silencioso e calmo para os pacientes, minimizando os ruídos que podem assustar o gato (RODAN et
al., 2011; CARNEY et al., 2012; MONROE-ALDRIDGE, 2019). Assim, evitar o estresse e a ansiedade
melhora as condições de manejo do paciente e evita que utilizemos doses altas de fármacos,
evitando efeitos adversos indesejáveis. Neste sentido, a sedação é incluída como uma importante
peça de uma abordagem Cat Friendly, conforme a American Association of Feline Practitioners e a
International Society of Feline Medicine (AAFP; ISFM, 2011). Em contrapartida, a cirurgia de castração, especialmente de felinos machos semidomiciliados ou com acesso a rua, tem sido recomendada como uma medida de saúde única (LIMBERT et al., 2009; LIMA et al., 2012; LUI et al., 2011). A cirurgia de orquiectomia caracteriza-se por ser um procedimento relativamente simples, sem riscos, a não ser os inerentes ao próprio procedimento cirúrgico e, que apresenta vantagens como prevenção de enfermidades hormonais neoplasias, comportamentos indesejados, entre outros, além de ser importante medida para
obtenção do controle de enfermidades zoonóticas.
Metodologia
Os animais incluídos nesse estudo serão felinos, machos, jovens (com no mínimo de 10 meses
de idade), que apresentem escore corporal adequado, saudáveis e fertéis, que necessitem realizar
o procedimento de orquiectomia. Esses animais passarão por uma avaliação clínica em Ambulatório
Veterinário da Faculdade de Veterinária - UFPel, que contará com a consulta clínica, coleta de
exames necessários para a realização do procedimento (hemograma e bioquímicos renais e
hepáticos), avaliação cirúrgica e avaliação pré-anestésica. Após avaliação, o felino será encaminhado
ao setor de cirurgia do Hospital de Clínicas Veterinárias da UFPel, para realização do procedimento
cirúrgico. O projeto será desenvolvido a partir de quatro grupos de tratamento, aos quais os felinos
serão alocados aleatoriamente, conforme evidenciado abaixo:
Grupo controle (grupo GC): Os felinos serão recebidos no HCV – UFPel e irão aguardar a realização
do procedimento cirúrgico na sala de pré-operatório convencional; Grupo Gabapentina (grupo GG):
Os felinos receberão gabapentina 2 horas antes de saírem de casa (100mg/gato) e ao chegarem no
HCV – UFPel serão alocados igualmente ao grupo GC, na sala de pré-operatório convencional; Grupo
Teste (grupo T): Os felinos serão recebidos e alocados em um gatil, separados visualmente de outros
animais, com uso de ferômonios no ambiente, uso de enriquecimento ambiental, equipe treinada,
além de redução de estímulos como iluminação forte e barulhos; Grupo Teste Gabapentina (grupo
TG): Os felinos receberão uma dose de gabapentina (100mg/gato) 2 horas antes de saírem de casa,
e posteriormente serão recebidos no HCV – UFPel e alocados no gatil, igualmente ao grupo T.
Em todos os grupos será igualmente realizada a medicação pré-anestésica que consistirá em
dexmedetomidina (5ug/kg) e será aguardado o tempo de 30 minutos após a aplicação. Após o
tempo estipulado será realizada a avaliação da sedação obtida pelos felinos de cada grupo, a partir
da escala de sedação de Benito et al. (2019), que consiste no seguinte escore: 0. Sem sedação, 1.
Animal permanece em pé, porém instável, 2. Decúbito esternal, 3. Consegue levantar a cabeça e 4.
Sonolento/não reage a batidas de palma. A avaliação com a escala de sedação será principalmente
visual, a partir da observação do felino, porém serão realizados testes com estímulos sonoros.
Ainda, após a avaliação da sedação obtida o felino passará por uma avaliação clínica geral que
contará com avaliação dos parâmetros fisiológicos tais como: ausculta e frequência cardíaca e
respiratória, aferição da pressão arterial, temperatura retal, avaliação de pulso, grau de hidratação,
coloração de mucosas e tempo de preenchimento capilar. Após a avaliação, os animais serão
encaminhados para o procedimento cirúrgico de orquiectomia, onde serão monitorados durante
todo o trans-operatório a partir dos parâmetros de frequência cardíaca, frequência respiratória, %
SpO2, EtCo2, Tº, pressões arteriais sistólica, média e diastólica e plano anestésico.
Após o procedimento cirúrgico, os pacientes serão encaminhados ao local onde haviam sido
designados de acordo com o grupo de tratamento (gatil ou sala de pré-operatório convencional) e
durante a recuperação anestésica serão avaliados os seguintes parâmetros: tempo para extubação,
tempo até decúbito esternal, tempo até deambulação, presença de ataxia e/ou excitação e tempo
até recuperação total, no intuito de avaliar a qualidade da recuperação anestésica dos pacientes
envolvidos no estudo. Ainda, serão classificados de acordo com a qualidade da recuperação
anestésica a partir da escala de Pascoe et al., (2006) sendo considerado: 1. Ruim - várias tentativas
para ficar em pé, cai repetidamente, ataxia marcada; 2. Pouco ruim - várias tentativas para ficar em
pé, cai ocasionalmente, ataxia significativa; 3. Bom 0 animal permanece calmo, com várias tentativas
para se levantar, alguma ataxia; 4. Muito bom – animal permanece calmo, poucas tentativas para
ficar em pé, ataxia leve; 5. Excelente – animal permanece calmo e em decúbito esternal, levanta-se sem cair, ataxia mínima. Os pacientes permanecerão 24 horas no HCV – UFPel e serão encaminhados
para alta médica após este período.
de idade), que apresentem escore corporal adequado, saudáveis e fertéis, que necessitem realizar
o procedimento de orquiectomia. Esses animais passarão por uma avaliação clínica em Ambulatório
Veterinário da Faculdade de Veterinária - UFPel, que contará com a consulta clínica, coleta de
exames necessários para a realização do procedimento (hemograma e bioquímicos renais e
hepáticos), avaliação cirúrgica e avaliação pré-anestésica. Após avaliação, o felino será encaminhado
ao setor de cirurgia do Hospital de Clínicas Veterinárias da UFPel, para realização do procedimento
cirúrgico. O projeto será desenvolvido a partir de quatro grupos de tratamento, aos quais os felinos
serão alocados aleatoriamente, conforme evidenciado abaixo:
Grupo controle (grupo GC): Os felinos serão recebidos no HCV – UFPel e irão aguardar a realização
do procedimento cirúrgico na sala de pré-operatório convencional; Grupo Gabapentina (grupo GG):
Os felinos receberão gabapentina 2 horas antes de saírem de casa (100mg/gato) e ao chegarem no
HCV – UFPel serão alocados igualmente ao grupo GC, na sala de pré-operatório convencional; Grupo
Teste (grupo T): Os felinos serão recebidos e alocados em um gatil, separados visualmente de outros
animais, com uso de ferômonios no ambiente, uso de enriquecimento ambiental, equipe treinada,
além de redução de estímulos como iluminação forte e barulhos; Grupo Teste Gabapentina (grupo
TG): Os felinos receberão uma dose de gabapentina (100mg/gato) 2 horas antes de saírem de casa,
e posteriormente serão recebidos no HCV – UFPel e alocados no gatil, igualmente ao grupo T.
Em todos os grupos será igualmente realizada a medicação pré-anestésica que consistirá em
dexmedetomidina (5ug/kg) e será aguardado o tempo de 30 minutos após a aplicação. Após o
tempo estipulado será realizada a avaliação da sedação obtida pelos felinos de cada grupo, a partir
da escala de sedação de Benito et al. (2019), que consiste no seguinte escore: 0. Sem sedação, 1.
Animal permanece em pé, porém instável, 2. Decúbito esternal, 3. Consegue levantar a cabeça e 4.
Sonolento/não reage a batidas de palma. A avaliação com a escala de sedação será principalmente
visual, a partir da observação do felino, porém serão realizados testes com estímulos sonoros.
Ainda, após a avaliação da sedação obtida o felino passará por uma avaliação clínica geral que
contará com avaliação dos parâmetros fisiológicos tais como: ausculta e frequência cardíaca e
respiratória, aferição da pressão arterial, temperatura retal, avaliação de pulso, grau de hidratação,
coloração de mucosas e tempo de preenchimento capilar. Após a avaliação, os animais serão
encaminhados para o procedimento cirúrgico de orquiectomia, onde serão monitorados durante
todo o trans-operatório a partir dos parâmetros de frequência cardíaca, frequência respiratória, %
SpO2, EtCo2, Tº, pressões arteriais sistólica, média e diastólica e plano anestésico.
Após o procedimento cirúrgico, os pacientes serão encaminhados ao local onde haviam sido
designados de acordo com o grupo de tratamento (gatil ou sala de pré-operatório convencional) e
durante a recuperação anestésica serão avaliados os seguintes parâmetros: tempo para extubação,
tempo até decúbito esternal, tempo até deambulação, presença de ataxia e/ou excitação e tempo
até recuperação total, no intuito de avaliar a qualidade da recuperação anestésica dos pacientes
envolvidos no estudo. Ainda, serão classificados de acordo com a qualidade da recuperação
anestésica a partir da escala de Pascoe et al., (2006) sendo considerado: 1. Ruim - várias tentativas
para ficar em pé, cai repetidamente, ataxia marcada; 2. Pouco ruim - várias tentativas para ficar em
pé, cai ocasionalmente, ataxia significativa; 3. Bom 0 animal permanece calmo, com várias tentativas
para se levantar, alguma ataxia; 4. Muito bom – animal permanece calmo, poucas tentativas para
ficar em pé, ataxia leve; 5. Excelente – animal permanece calmo e em decúbito esternal, levanta-se sem cair, ataxia mínima. Os pacientes permanecerão 24 horas no HCV – UFPel e serão encaminhados
para alta médica após este período.
Indicadores, Metas e Resultados
Espera-se que a partir desse estudo seja evidenciada a importância do manejo Cat Friendly, ambientes adequados, uso de adjuvantes e equipe treinada para receber os pacientes felinos demonstrando assim impactos positivos no nível de sedação desses animais e demais variáveis, dessa forma, atenuando o estresse crucial em momentos pré-cirurgicos, como venóclises e tricotomias. Ainda, espera-se que a informação seja difundida cada vez mais entre os profissionais e se torne rotina no HCV – UFPel, de forma a otimizar o atendimento felino, melhorando assim a experiência do animal durante a ida ao veterinário tornando essa experiência agradável.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANA PAULA NEUSCHRANK ALBANO | 1 | ||
ANA RAQUEL MANO MEINERZ | 1 | ||
ANTONIELLI DOS SANTOS RADTKE | |||
ARIANE DINIZ DA SILVEIRA | |||
CAROLINA SCHUCH DE CASTRO | |||
CHARLES FERREIRA MARTINS | 1 | ||
CRISTIANO SILVA DA ROSA | 1 | ||
ELVIS BALTAZAR PUGA | |||
FABIO RAPHAEL PASCOTI BRUHN | 1 | ||
FABRICIO DE VARGAS ARIGONY BRAGA | 1 | ||
Gabriella Bassi das Neves | |||
ISADORA ANDRIOLA DA SILVA | |||
JOARA TYCZKIEWICZ DA COSTA | |||
JULIANA MUNCK GIL | |||
Luiz Claudio Miletti | |||
MARIA CLARA GOMES BITTENCOURT SANTOS | |||
MARIA EDUARDA RODRIGUES | |||
MARIANA DUARTE PEREIRA | |||
MARLETE BRUM CLEFF | 6 | ||
MARTIELO IVAN GEHRCKE | 6 | ||
MATHEUS AGUIRRES GHELLER | |||
MIRIAN BRETANHA COUTO | |||
NATALIA BUTTENBENDER | |||
NIELLE VERSTEG | |||
THOMAS NORMANTON GUIM | 2 | ||
VITTÓRIA BASSI DAS NEVES | |||
VITÓRIA RAMOS DE FREITAS |
Fontes Financiadoras
Sigla / Nome | Valor | Administrador |
---|---|---|
PROAP/CAPES / Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior | R$ 5.000,00 | Coordenador |