Nome do Projeto
Ensino de Análise do Comportamento nos Cursos de Psicologia do Brasil
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
26/06/2023 - 26/06/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
O ensino de graduação em Psicologia no Brasil é regido pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Ministério da Educação, que além de assegurar a qualidade ética e técnica dos cursos, prima pelo generalismo de formação. Esse generalismo envolve a necessidade de distribuição igualitária do ensino de práticas de diferentes perspectivas e áreas de atuação, o que geralmente não tem ocorrido na formação em Psicologia em detrimento de um domínio praticamente absoluto de abordagens mais tradicionais como a Psicanálise e a Psicologia Cognitiva. No geral, maior parte dos currículos dos cursos de Psicologia no país, de forma explícita ou implícita, privilegiam estas perspectivas mais convencionais. Isso pode ser considerado um grave problema na Psicologia, dada a necessidade da pluralidade de visões da área, o que é inerente ao seu próprio surgimento a partir de diversas vertentes filosóficas que compreendem de forma diferente o ser humano e suas relações com o mundo. Neste sentido, o generalismo de perspectivas torna-se importante pois o entendimento consistente e profundo dessas concepções podem levar o profissional a atuar em diferentes áreas da psicologia de uma forma não tecnicista, mais segura e consequentemente mais competente. O que acontece, na verdade, é que os cursos são estruturados por área de atuação (clínica, escolas, trabalho) ou por temáticas específicas (desenvolvimento, personalidade, sociedade) que na maioria das vezes são ligadas de forma direta a determinadas abordagens, criando estereótipos rígidos, inclusive preconceituosos, de determinadas visões psicológicas. A Análise do Comportamento (AC) tem sido uma dessas perspectivas que mais tem sofrido nesta direção. Apesar de ser uma perspectiva pautada nos direitos humanos e no desenvolvimento da sociedade, ela é sempre ligada erroneamente a uma atuação robótica e desumana, o que é incoerente com seus princípios básicos. A AC é uma ciência do comportamento humano que tem por base filosófica o Behaviorismo Radical, que tem uma compreensão idiossincrática e contextual do ser humano que respeita e valoriza as subjetividades e as suas histórias particulares de construção. No entanto, seu ensino nos cursos de graduação em Psicologia tem se restringido a estratégias descontextualizadas de mudanças comportamentais. Essas lacunas nos cursos de Psicologia se dão tanto pela falta de conteúdos obrigatórios de AC nos currículos, quanto pelo ensino propriamente dito por professores que não possuem formação na área. Assim, torna-se necessário fazer um levantamento objetivo a respeito do quanto e de como a AC tem sido ensinada nos curso de graduação em psicologia no país que nos apresente um panorama geral a partir do qual esses déficits na formação psicológica possam ser identificados, refletidos e sanados. Neste sentido, pretende-se nesse estudo realizar um levantamento remoto quantitativo e qualitativo por meio de pesquisa documental sobre o ensino de Análise do Comportamento nos projetos político pedagógicos dos cursos de psicologia do Brasil. Esta base será útil para que sejam pensadas possíveis intervenções posteriores que possam auxiliar na distribuição equitativa das perspectivas psicológicas nas matrizes curriculares dos cursos de Psicologia do país.

Objetivo Geral

Realizar um levantamento quantitativo e qualitativo do ensino de Análise do Comportamento nos cursos de psicologia do Brasil.

Justificativa

O ensino de graduação em Psicologia no Brasil é regido pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do Ministério da Educação, que além de assegurar a qualidade ética e técnica dos cursos, prima pelo generalismo de formação. Esse generalismo envolve a necessidade de distribuição igualitária do ensino de práticas de diferentes perspectivas e áreas de atuação, o que geralmente não tem ocorrido na formação em Psicologia em detrimento de um domínio praticamente absoluto de abordagens mais tradicionais como a Psicanálise e a Psicologia Cognitiva. No geral, maior parte dos currículos dos cursos de Psicologia no país, de forma explícita ou implícita, privilegiam estas perspectivas mais convencionais. Componentes curriculares como Processos Psicológicos Básicos, Psicologia do Desenvolvimento e Psicopatologia, por exemplo, geralmente restringem o ensino a visões neurobiológicas, cognitivas e/ou psicanalíticas dos fenômenos psicológicos. Isso pode ser considerado um grave problema na Psicologia, dada a necessidade da pluralidade de visões da área, o que é inerente ao seu próprio surgimento a partir de diversas vertentes filosóficas que compreendem de forma diferente o ser humano e suas relações com o mundo. Neste sentido, o generalismo de perspectivas torna-se importante pois o entendimento consistente e profundo dessas concepções podem levar o profissional a atuar em diferentes áreas da psicologia de uma forma não tecnicista, mais segura e consequentemente mais competente. O que acontece, na verdade, é que os cursos são estruturados por área de atuação (clínica, escolas, trabalho) ou por temáticas específicas (desenvolvimento, personalidade, sociedade) que na maioria das vezes são ligadas de forma direta a determinadas abordagens, criando estereótipos rígidos, inclusive preconceituosos, de determinadas visões psicológicas. A Análise do Comportamento (AC) tem sido uma dessas perspectivas que mais tem sofrido nesta direção. Apesar de ser uma perspectiva pautada nos direitos humanos e no desenvolvimento da sociedade, ela é sempre ligada erroneamente a uma atuação robótica e desumana, o que é incoerente com seus princípios básicos. A AC é uma ciência do comportamento humano que tem por base filosófica o Behaviorismo Radical, que tem uma compreensão idiossincrática e contextual do ser humano que respeita e valoriza as subjetividades e as suas histórias particulares de construção. No entanto, seu ensino nos cursos de graduação em Psicologia tem se restringido a estratégias descontextualizadas de mudanças comportamentais. Essas lacunas nos cursos de Psicologia se dão tanto pela falta de conteúdos obrigatórios de AC nos currículos, quanto pelo ensino propriamente dito por professores que não possuem formação na área. Assim, torna-se necessário fazer um levantamento objetivo a respeito do quanto e de como a AC tem sido ensinada nos curso de graduação em psicologia no país que nos apresente um panorama geral a partir do qual esses déficits na formação psicológica possam ser identificados, refletidos e sanados.

Metodologia

O estudo será conduzido por uma equipe de pesquisadores, composta pelo professor coordenador do projeto e por estudantes de graduação do curso de Psicologia da UFPel. Os dados serão basicamente coletados das páginas públicas das instituições e dos cursos, disponibilizados na internet. Quando esta busca não oferecer resultados possíveis, se contatarão as instituições inicialmente por e-mail e posteriormente por telefone (cada uma por no máximo 4 tentativas, sendo cada uma delas semanal). Quando for necessário esse contato, estes profissionais serão convidados a participar do estudo e para os que aceitem serão solicitadas as informações necessárias. Pretende-se que estes contatos sejam feitos com os coordenadores dos cursos e havendo necessidade de aprofundamento de alguma informação, com os professores responsáveis pelo componente curricular. Primeiramente será realizado um levantamento dos cursos de graduação em Psicologia com credenciamento válido, existentes na página do Ministério da Educação; estes serão separados por estado e por região do país, bem como pela caracterização das faculdades como privadas ou públicas. A partir desses dados serão buscados os projetos político pedagógicos destes cursos, por meio dos quais serão coletadas informações a respeito dos conteúdos de AC gradativamente nas matrizes curriculares, nos ementários, e nos planos de ensino. As informações obtidas serão inseridas em um formulário Excel especificamente criado para o estudo que agrupará por região e por tipo de instituição os dados buscados.

Indicadores, Metas e Resultados

Será feita uma análise da porcentagem de respostas válidas e posteriormente será contabilizada a presença de disciplinas e/ou conteúdos de AC presentes nos cursos. Além disso estes dados serão avaliados em termos do semestre do curso no qual estão disponibilizados, podendo ser agrupados, se necessário, na classificação: inicial (do primeiro ao terceiro semestre), intermediário (do quarto ao sexto semestre) e final (do sétimo ao décimo semestre). As regiões serão comparadas em termos da oferta e da quantidade de disciplinas e conteúdos em AC; se estes conteúdos são teóricos ou práticos; e a quais áreas da psicologia estes conteúdos se referem (Ex. saúde, educação, trabalho). Além disso, será avaliada a formação do professor que ministra o conteúdo (estágios específicos finais da graduação, mestrado e doutorado). Espera-se que ao final do projeto estes dados tenham sido coletados e analisados para que sejam escritos artigos pela equipe, que depois serão submetidos a revistas científicas da área de psicologia e/ou afins. Estes dados servirão de base para possíveis reflexões a respeito do ensino de graduação em psicologia no Brasil, mais especificamente no que se refere a análise do comportamento. Esta base será útil para que sejam pensadas possíveis intervenções posteriores que possam auxiliar na distribuição equitativa das perspectivas psicológicas nas matrizes curriculares dos cursos de Psicologia do país.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ALEXANDRE ROVEDA FIALHO
AMANDA CASAGRANDE SCHERER
BRUNA MARQUES DE OLIVEIRA
GABRIEL LIMA DE ALMEIDA
GUSTAVO SANT'ANA MENEGONI
JANDILSON AVELINO DA SILVA5
LUISA PALMERO LORENZON
LUIZA BORBA PEREIRA
MARTA MIELKE VARZIM
MILENA CUNHA DE OLIVEIRA
RIÃ OLIVEIRA FURTADO
THOMÁS DE OLIVEIRA NUNES
TIFFANI GOMES CARDOZO

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