Nome do Projeto
Processo inflamatório em equinos: Estudo de marcadores inflamatórios, obesidade e controle da inflamação.
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
05/01/2024 - 21/06/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
Os adipócitos possuem propriedades inflamatórias mediados por citocinas que induzem a expressão e secreção de diversas proteínas de fase aguda e mediadores da inflamação (BERG; SCHERER 2005). O aumento do tecido adiposo na obesidade contribui diretamente para aumento da inflamação sistêmica (AMARAL, et al., 2017), passou a observe-se os problemas trazidos pela obesidade, quando estabelecida uma relação entre a taxa de gordura corpórea e o número de leucócitos circulantes (BERG; SCHERER 2005), juntamente com a expressão, produção e liberação de citocinas, principalmente TNF-α, IL-1, IL-6, PAI-1, haptoglobina e leptina, que encontram-se aumentadas em indivíduos obesos (CHOI et al. 2007). A Amiloide A (SAA) equina é uma apolipoproteína que consiste em três isoformas e é complexada principalmente com lipoproteínas de alta densidade, produzida principalmente pelo fígado (BULLO et al. 2003), e este processo inflamatório presente nos animais obesos está relacionado à resistência à insulina e outras desordens como hiperlipidemia e síndrome metabólica (VICK M.M et al. 2007). Equinos com elevados níveis de amilóide a, estão associados a processos que cursam com elevados processos inflamatórios (GONDIN et al. 2013), como laminite (FAGLIARI et al. 1997), cólica e pós-operatório (FAGLIARI et al. 2008), seus valores atualmente vêm sendo descritos relacionados a acúmulos de gordura, e o aumento nos níveis dessas proteínas pode ser considerado um sinalizador do processo inflamatório (AMARAL, et al., 2017). Em equinos essa proteína apresenta estreita relação com processos inflamatórios e é utilizada com sucesso no estabelecimento de prognósticos na rotina clínica (BULLO et al. 2003. O objetivo desse trabalho é realizar o acompanhamento dos parâmetros inflamatórios de equinos internados no HCV-UFPel durante seu tratamento. Serão utilizados equinos de 1 dia de vida a 25 anos de idade encaminhados ao hospital veterinário da UFPel que cursem com síndromes inflamatórias dos diversos sistemas.

Objetivo Geral

Avaliar perfil inflamatório através de métodos de hematologia e perfil bioquímicos básico, e quantificação de amiloide a sérica e citocinas inflamatórias. E realizar o acompanhamento do controle inflamatório com diferentes drogas de pacientes considerados de risco encaminhados ao HCV UFPel que cursam com processos inflamatórios em afecções dos diversos sistemas. Quantificar gordura retroperitoneal e da crista do pescoço de equinos obesos, e correlacionar com dificuldades durante o curso das enfermidades comparando com grupo de equinos não obesos.

Justificativa

Tendo em vista a importância do acompanhamento e controle inflamatório em equinos de grupo de risco, a produção de dados que nos de melhor elucidação de fatores de risco, ponto de corte de fatores inflamatórios, melhores drogas para controle inflamatório e seus efeitos colaterais, através de resultados de casos ocorridos no HCV UFPel auxilia grandemente a expansão do conhecimento clínico nesta área

Metodologia

Experimento 1.
Será realizado um estudo observacional transversal de coorte, onde serão utilizados equinos encaminhados ao HCV UFPel, com síndrome cólica que necessitem passar pelo procedimento de celiotomia exploratória ou demais afecções inflamatórias de diversos sistemas, com a devida autorização dos proprietários. Serão selecionados 20 cavalos para o grupo de animais hígidos com escore de condição corporal 5 ou 6 e 20 cavalos para o grupo de obesos os com escore de condição corporal 7, 8 ou 9 segundo descrito por Henekel et all (1983).Será realizado exame ultrassonográfico da porção ventral do abdomem por meio de um aparelho ultrassonográfico munido de sonda linear com frequência variando entre 5.0 a 7.5MHz, e mensurado em cm a quantidade de gordura retroperitoneal com a sonda numa posição paralela a linha média ventral na porção imediatamente caudal ao apêndice xifóide, lateral à linha média, a mensuração de gordura da crista do pescoço será realizada através da escala de crista de pescoço de 0 para nenhuma gordura e 5 para o maior acumulo de gordura, segundo o descrito por Carter et al (2009). Para verificar as concentrações de ocitocinas inflamatórias, serão efetuadas coletas de sangue em tubos com heparina, cujas amostras serão centrifugadas a 3.000 rpm e a alíquota de plasma serão avaliadas em parceria com o laboratório de biotecnologia da UFPel. A mensurações de amiloide sérica será realizada através de um dispositivo de teste comercial de imunoensaio de fluxo lateral (StableLab Equine Blood Analysis Kit®) bem como a mensuração da amiloide a do líquido peritoneal, estas serão realizadas no momento da internação 12hr, 24hr, 48hr, 96hr,120hr, 144hr e 168hr após a intervenção cirúrgica. A dosagem sérica de glicose será realizada imediatamente após a coleta por meio de equipamento portátil de dosagem por fitas reagentes (Glicosímetro Portátil- Accutrend Plus, Roche®) no momento da internação. Em todos os animais será realizado hemograma e avaliações hepáticas como mensuração de Albumina, Fosfatase alcalina (FA), Aspartato aminotransferase (AST), Gama-glutamil transpeptidase (GGT) e renais como a mensuração de creatinina e ureia, análises de triglicérides, colesterol total, colesterol LDL, colesterol HDL, serão realizadas no laboratório de patologia clínica do HCV UFPel, estas avaliações serão realizadas no momento da internação e nos momentos 24hr, 48hr, 96hr,120hr, 144hr e 168hr após a intervenção cirúrgica. A análise dos resultados será realizada utilizando o programa Statistix® (2008), para todas as comparações será utilizado o teste t de Student ao nível de 5% e o teste de Pearson será realizado para determinar possíveis correlações entre as variáveis analisadas.
Experimento 2.
Será realizado um ensaio clínico transversal de caso controle, onde serão utilizados, 40 potros com idades entre 24 horas de vida a 6 meses, encaminhados ao HCV-UFPel com afecções que cursem com processos inflamatórios. No momento da internação será realizado exame clínico geral conforme descritos por Speirs (1999), será coletado uma amostra de 5 ml de sangue pela veia jugular, em tubos contendo anticoagulante (EDTA) e com ativador de coagulo, e enviado ao laboratório de análises clínicas do HCV-UFPEL para realização de hemograma e análise das enzimas bioquímicas Fosfatase Alcalina (FA), Gama Glutamil Transferase (GGT), Aspartato Aminotransferase (AST), Ureia, albumina e Creatinina segundo descrito por Feldman em 2000. Em um grupo será iniciado o tratamento anti-inflamatório utilizando Flunixin Meglumine na dose de 1,1 mg/kg sid e outro utilizando Firocoxibe na dose 0,1 mg/kg sid durante 7 dias. Será realizado exame clínico geral a cada 12 horas e avaliação laboratorial a cada 48 horas durante 7 dias. Ao final do experimento a análise dos resultados será realizada utilizando o programa Statistix® (2008). Os dados serão descritos como média + erro padrão da média. Para todas as comparações será utilizado o teste t de Student ao nível de 5%.

Indicadores, Metas e Resultados

Experimento 1
Estabelecer o ponto de corte no perfil inflamatório que nos leve a crer que haverá complicações durante processos inflamatórios de diferentes sistemas de animais obesos, auxiliando desta forma no prognóstico para estes animais, bem como estabelecer o momento e quantificar o pico inflamatório no pós-operatório para auxiliar no tratamento da inflamação.
Experimento 2
Avaliar o controle inflamatório das drogas testas bem como seus efeitos colaterais em potros que cursam com doenças inflamatórias sistêmicas.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANDRÉ MACHADO DA SILVA JÚNIOR
BRUNA DA ROSA CURCIO1
CARLOS EDUARDO WAYNE NOGUEIRA1
ESTHER MELLO DIAS DA COSTA
LEANDRO AMERICO RAFAEL1
MARCOS EDUARDO NETO
MICAEL FELICIANO MACHADO LOPES
RAFAELA AMESTOY DE OLIVEIRA
RAFAELA PINTO DE SOUZA

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