Nome do Projeto
MOBILIDADE E SUSTENTABILIDADE: DIMENSÕES ÉTICO-POLÍTICAS, SOCIABILIDADES E BEM-ESTAR
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
15/03/2024 - 15/03/2028
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
Em 2015, a Organização das Nações Unidas propôs a Agenda 30, juntamente com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Entende-se que alguns deles dialogam diretamente com a questão do planejamento do espaço público e da mobilidade urbana. Um deles é o Objetivo 11: “Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”. Levando em conta que os altos índices de pobreza, desigualdade social e violência se concentram nas cidades, principalmente em países em desenvolvimento como o Brasil, e que a partir da circulação se produz e reproduz dimensões da vida material e imaterial, ganha relevância nos estudos urbanos compreender como neste movimento se dá o desenvolvimento do ser político, um ser que no exercício da polis, na capacidade de negociação, na resolução de conflitos, nos encontros e desencontros, se faz ao mesmo tempo que o coletivo.
Este projeto busca contribuir para ampliar a compreensão sobre como se configuram os espaços públicos de circulação, a partir das sociabilidades cotidianas, desenvolvendo estudos em cidades brasileiras, mas também em localidades de fora do Brasil. A problemática da circulação de pessoas, bem como o acesso aos equipamentos urbanos tem sido central para o desenvolvimento sustentável das cidades. No caso do Brasil, a implementação da Política Nacional de Mobilidade Urbana - PNMU, aprovada em 2012, por meio da elaboração de Planos Municipais de Mobilidade Urbana, proporciona, entre outras questões, uma circulação mais eficiente e limpa , junto com a redução da desigualdade no acesso à cidade, aos serviços, aos espaços públicos, a tudo que pode ser promovido do ponto de vista de uma convivência democrática de seus cidadãos. Pensar e problematizar a forma como estão planejados os espaços públicos de circulação, sua distribuição e ocupação, torna-se, desta forma, prioridade no planejamento da mobilidade. Pode-se dizer que na mobilidade urbana, “consumir” significa consumir espaço, tempo e recursos naturais. Além disso, significa distribuir fluidez, segurança, conforto e acessibilidade entre os habitantes de uma cidade, categorias importantes quando se pensa no planejamento do espaço urbano e no acesso a tudo o que a cidade pode oferecer. Vasconcellos (1999) problematiza o conceito de mobilidade/circulação e apresenta o que chama de dimensão política da mobilidade, relacionada às eleições e tomadas de decisão, tanto por parte do poder público quanto pelos atores da circulação, ou seja, dos diferentes usuários das vias. Para o autor, o que está em jogo é a produção, reprodução e distribuição da riqueza, o consumo da cidade e de seus espaços.
Este projeto de pesquisa terá também ações de ensino e extensão, pois propõem também repensar sobre como circulamos, que movimentos fazemos, por onde andamos, como andamos, se estamos a pé, dirigindo, de carona, observando da janela de um transporte coletivo, se estamos sós ou acompanhados, se entramos em conflitos ou não, se negociamos passagens, se somos gentis ou egoístas etc. Levar essa discussão para diferentes contextos sociais, problematizando a configuração dos espaços públicos de circulação, os marcadores sociais que nos atravessam ao circular, implica em ampliar possibilidades de existência social e política ao circular.
Objetivo Geral
- Ampliar a compreensão sobre como se configuram os espaços públicos de circulação, a partir das sociabilidades cotidianas, desenvolvendo estudos em cidades brasileiras, mas também em localidades de fora do Brasil, contribuindo para o desenvolvimento de políticas públicas na área de planejamento e mobilidade urbana, que considerem a acessibilidade universal e o desenvolvimento sustentável do ponto de vista social, econômico e ambiental.
Objetivos específicos
1) ) Analisar determinados contextos físicos e os usos do espaço público pela população, a partir de três dimensões da circulação: caracterização dos usuários, questões objetivas, questões subjetivas.
2) Compreender as representações sociais construídas sobre o que é o espaço público e sobre o sentimento de pertença à cidade, do ponto de vista social e subjetivo, mas também do ponto de vista ético-político em relação a si e ao "outro".
Objetivos específicos
1) ) Analisar determinados contextos físicos e os usos do espaço público pela população, a partir de três dimensões da circulação: caracterização dos usuários, questões objetivas, questões subjetivas.
2) Compreender as representações sociais construídas sobre o que é o espaço público e sobre o sentimento de pertença à cidade, do ponto de vista social e subjetivo, mas também do ponto de vista ético-político em relação a si e ao "outro".
Justificativa
Atualmente a maior parte das cidades brasileiras vivencia diversos problemas relacionados à mobilidade urbana. Este é um tema que tem pautado as questões relativas ao desenvolvimento sustentável das cidades, não apenas pelo impacto do ponto de vista ambiental e econômico, mas principalmente pelo enorme número de pessoas que anualmente morrem ou ficam feridas no trânsito. No Brasil, em decorrência das interações cotidianas no uso do espaço público de circulação, morrem mais de 40 mil pessoas por ano e quase meio milhão ficam feridas, muitas com sequelas irreversíveis. Entretanto, verifica-se que ocorre uma certa naturalização dos conflitos/acidentes derivados do trânsito, como se estes fossem intrínsecos ao seu funcionamento, passando a constituir-se como a “realidade do trânsito” pelos indivíduos, já nos acostumamos com as manchetes cotidianas que falam de atropelamentos, capotamentos, tombamentos etc.
Esses conflitos/acidentes ocorrem antes por interações sociais, formas de sociabilidades públicas,não sejam apenas decorrentes da organização do sistema de trânsito, mas sim, manifestações sociais dentro desse sistema. Entende-se que existem questões subjacentes ao ato de infringir normas ou regras, que estão relacionadas a como os indivíduos percebem o sistema de trânsito e seu código comunicativo, mas também a si mesmo e aos outros quando estão transitando. E é isso que este projeto se propõem a investigar. Talvez o trânsito esteja refletindo dilemas sociais maiores e mais profundos da sociedade brasileira. Exemplo disso é a apropriação privada do espaço público como fator característico do trânsito de diversas cidades brasileiras que está relacionada a uma visão patrimonialista da formação do Estado, conformando uma prática social em que os interesses privados e pessoais vão se sobrepor aos interesses da coletividade.
Esses conflitos/acidentes ocorrem antes por interações sociais, formas de sociabilidades públicas,não sejam apenas decorrentes da organização do sistema de trânsito, mas sim, manifestações sociais dentro desse sistema. Entende-se que existem questões subjacentes ao ato de infringir normas ou regras, que estão relacionadas a como os indivíduos percebem o sistema de trânsito e seu código comunicativo, mas também a si mesmo e aos outros quando estão transitando. E é isso que este projeto se propõem a investigar. Talvez o trânsito esteja refletindo dilemas sociais maiores e mais profundos da sociedade brasileira. Exemplo disso é a apropriação privada do espaço público como fator característico do trânsito de diversas cidades brasileiras que está relacionada a uma visão patrimonialista da formação do Estado, conformando uma prática social em que os interesses privados e pessoais vão se sobrepor aos interesses da coletividade.
Metodologia
Este estudo caracteriza-se por ser exploratório, de caráter qualiquantitativo em relação aos objetivos, escolha do método e análises produzidas. Além de realizar pesquisa bibliográfica sobre a história do planejamento da mobilidade em diferentes contextos urbanos, será realizado levantamento fotográfico das características morfológicas do espaço público escolhido, bem como das condições de acessibilidade e mobilidade no mesmo, bem como do público sociedades desenvolvidas, eles procurarão entender as percepções das pessoas sobre esses mesmos tópicos.
1 Técnicas a serem utilizadas para coleta e análise de dados
- Pesquisa bibliográfica
- Observação do participante
- Levantamento fotográfico
- Aplicação de questionário
2 Instrumento de coleta de dados da pesquisa: questionário
Dimensões que compõem o Instrumento de Coleta de Dados:
2.1 Dimensão I: Caracterização da amostra
Trata da caracterização do entrevistado: identidade de gênero; grupo de idade; raça/etnia; se você tem alguma deficiência e se ela afeta ou não sua mobilidade; estado civil e com quem reside; se você desenvolve algum tipo de trabalho. Também envolve perguntas sobre local de moradia, local de estudo e/ou trabalho, questões sócio-econômicas como escolaridade e renda familiar.
2.2 Dimensão II: Questões objetivas de circulação
As questões objetivas de circulação foram divididas em questões relacionadas às principais atividades de viagem: estudo, compras, lazer, trabalho, saúde e outras; questões como custo-benefício, tempo, economia; questões ambientais: conforto, praticidade, segurança viária, saúde, segurança pública, etc., presentes na escolha do meio de transporte.
2.3 Dimensão III: Questões subjetivas da circulação
Busca apreender percepções do espaço público, representações sociais sobre a circulação, sobre si e os outros, com elaboração de questões que investiguem o sentimento de pertencimento em relação à cidade e os sentimentos que são gerados ao se deslocar.
1 Técnicas a serem utilizadas para coleta e análise de dados
- Pesquisa bibliográfica
- Observação do participante
- Levantamento fotográfico
- Aplicação de questionário
2 Instrumento de coleta de dados da pesquisa: questionário
Dimensões que compõem o Instrumento de Coleta de Dados:
2.1 Dimensão I: Caracterização da amostra
Trata da caracterização do entrevistado: identidade de gênero; grupo de idade; raça/etnia; se você tem alguma deficiência e se ela afeta ou não sua mobilidade; estado civil e com quem reside; se você desenvolve algum tipo de trabalho. Também envolve perguntas sobre local de moradia, local de estudo e/ou trabalho, questões sócio-econômicas como escolaridade e renda familiar.
2.2 Dimensão II: Questões objetivas de circulação
As questões objetivas de circulação foram divididas em questões relacionadas às principais atividades de viagem: estudo, compras, lazer, trabalho, saúde e outras; questões como custo-benefício, tempo, economia; questões ambientais: conforto, praticidade, segurança viária, saúde, segurança pública, etc., presentes na escolha do meio de transporte.
2.3 Dimensão III: Questões subjetivas da circulação
Busca apreender percepções do espaço público, representações sociais sobre a circulação, sobre si e os outros, com elaboração de questões que investiguem o sentimento de pertencimento em relação à cidade e os sentimentos que são gerados ao se deslocar.
Indicadores, Metas e Resultados
- Quantidade de contextos urbanos no qual o projeto for desenvolvido
- Desenvolvimento de ações de ensino e extensão em diferentes grupos sociais, especialmente buscando atingir mulheres, uma vez que são mais vulneráveis na circulação.
- Publicações de resultados em periódicos científicos Qualis A e B
- Desenvolvimento de ações de ensino e extensão em diferentes grupos sociais, especialmente buscando atingir mulheres, uma vez que são mais vulneráveis na circulação.
- Publicações de resultados em periódicos científicos Qualis A e B
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
Aline Reis Calvo Hernandez | |||
CLARA NATALIA STEIGLEDER WALTER | 15 | ||
MARCIANO CUSTODIO FERREIRA | |||
Marcia Branco Gomes | |||
RAQUEL DA FONSECA HOLZ | 12 | ||
SHESTER CARDOSO DAMACENO |