Nome do Projeto
Grupo de Estudos Ecopolíticas e o Sul Global
Ênfase
Ensino
Data inicial - Data final
15/08/2023 - 31/12/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
Em A Condição Humana, Hannah Arendt afirma que a Terra é a quintessência da condição humana, a condição de todas as condições. Os conceitos de “pluralidade” e “sociabilidade” desenvolvidos pela autora nos auxiliam a compreender que: (i) todos os indivíduos humanos vivem na Terra e habitam o mundo; e que (ii) as pessoas não vivem sozinhas, elas dependem, no seu ser, da presença de outras entidades, humanas e não-humanas, orgânicas e inorgânicas. Para a autora, os seres humanos são habitantes do mundo e da Terra, embora desde há muito estejam apostados na recusa dessa sua dependência. Tal recusa do caráter constitutivamente condicionado da existência humana é um dos elementos fundamentais para compreendermos a atual crise ecológica como uma crise de habitação, quer no quadro das relações entre humanos e natureza, quer no quadro das relações entre humanos. De fato, tal crise parece subjazer a problemas que vão desde injustiças intra e intergeracionais, colonialismo, imperialismo, capitalismo e sociedade de consumo até à discriminação racial, de gênero e de classe, bem como à exploração e destruição da própria Terra e das comunidades de vida que esta suporta, entre muitos outros. Se concordarmos com a ideia segundo a qual a condição humana consiste em viver e habitar um mundo comum a diferentes entidades, temos de reconhecer o fracasso ou, pelo menos, as severas limitações das estruturas epistêmicas, ético-políticas e mesmo ontológicas da ordem mundial dominante que estão na origem da crise ecológica contemporânea.

Objetivo Geral

Repensar o sentido das relações atuais entre ser humano, mundo e Terra, profundamente marcadas pelos processos de alienação, destruição e excesso cujo índice é a crise ecológica.

Justificativa

Algumas das contribuições mais importantes para a compreensão da situação crítica contemporânea e de tudo aquilo que nela está envolvido são provenientes de pensadores/as do Sul Global, isto é, perspectivas fora do eixo Europa-EUA (em termos latos, uma vez que existem também diferenças e discriminações internas significativas nesses locais, que podem também mostrar-se relevantes). De fato, perspectivas descentralizadas aparecem, cada vez mais, como modos alternativos e/ou complementares de análise, argumentação e crítica, baseadas nas diferentes experiências asiáticas, africanas e latino-americanas, bem como em experiências minoritárias no interior das próprias comunidades do Norte Global. Mais do que isso, apresentam-se como modos e formas de vida que exigem ser escutadas e consideradas no quadro da pluralidade de perspectivas de uma comunidade globalizada que procura enfrentar a ameaça de colapso ecológico.
O Grupo de Estudos Ecopolíticas e Sul Global assume como premissa de trabalho o fato de a questão ecológica se ter tornado numa questão política transversal e de primeira ordem, de tal forma que toda a política se transformou numa Ecopolítica. Assume também a perspectiva de que a melhor prática ecopolítica deve começar por um processo de descentramento crítico relativamente às perspectivas dominantes, sejam do ponto de vista político, econômico, cultural ou outros.
O recorte temático da ecopolítica poderá auxiliar não apenas na seleção do material de estudo, mas também na investigação da crise ecológica, assunto adjacente à crítica da colonialidade. Essa problematização enquanto fio condutor permite que, para além das discussões sobre o problema, também seja possível verificar a elaboração de soluções ou, pelo menos, indicar os caminhos possíveis.
(a) Privilegiar o estudo de autores/as e obras do Sul Global;
(b) Adotar uma abordagem interdisciplinar e plural que terá como eixos a questão da colonialidade, a crítica da sociedade contemporânea, a análise filosófica das estruturas que estão na sua origem;
(c) Considerar propostas éticas e políticas para uma habitação equilibrada e sustentável da Terra.

Metodologia

Serão realizados encontros semanais, nas terças-feiras, das 14h às 16h, para discussão e debate dos textos que serão lidos previamente. Além disso, conjectura-se convidar professores/as que estão estudando e pesquisando essas temáticas para a participação em alguns encontros do Grupo, bem como a realização de eventos e de publicações.

Indicadores, Metas e Resultados

Contribuir para o debate atual sobre os problemas sociopolíticos decorrentes da crise ecológica, por meio da produção de saberes que têm como ênfase de estudo as teorias críticas realizadas no Sul Global, através de pesquisas e análises que estão alinhados com o pensamento decolonial.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ARLINDO AMÉRICO TAVARES MARTINS JÚNIOR
Ademar Pires Goulart Júnior
Andrei Thomaz Oss-Emer
BRUNA DOS SANTOS LEITE
GABRIEL HENRIQUE SOUZA MACIEL
GUILHERME PEREIRA VIEIRA FERNANDES
Josiana Barbosa Andrade
NATHAN D'AVILA SILVA
NUNO MIGUEL PEREIRA CASTANHEIRA6
STEFANIE GRUPPELLI KURZ

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