Nome do Projeto
Prevalência de Paratuberculose e Diarreia Viral Bovina em bovinos destinados à Exportação no estado do Rio Grande do sul, Brasil
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/07/2024 - 30/06/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
Este trabalho tem como objetivo investigar a prevalência da paratuberculose (PTB) e da diarreia viral bovina (BVDV) em bovinos destinados à exportação no estado do Rio Grande do Sul (RS), entre os anos de 2019 a 2023. O setor da pecuária no O Brasil possui um dos maiores rebanhos bovinos do mundo. A exportação de animais vivos, incluindo bovinos, é um mercado em expansão, e o RS é responsável por uma parte significativa desse volume exportado. No entanto, para que os animais sejam comercializados, são exigidos protocolos sanitários pelos países importadores. Isso inclui testes de diagnóstico para doenças como paratuberculose e diarreia viral bovina. A paratuberculose é uma doença contagiosa crônica do trato intestinal causada pela bactéria Mycobacterium avium, e transmitida principalmente pela via fecal-oral. O BVDV é um vírus que afeta várias espécies de animais, incluindo bovinos, e a transmissão ocorre principalmente por contato direto e indireto. O estudo pretende realizar análises sorológicas e testes de PCR para determinar a presença de mecanismos contra a PTB e a presença de animais persistentemente infectados (PI) para a BVDV em bovinos quarentenados. As amostras serão de animais provenientes de diferentes mesorregiões do RS, totalizando 35.530 amostras. Os resultados permitirão analisar a positividade para PTB e BVDV, rastrear os casos positivos e mapear a distribuição dessas doenças no estado. No final, espera-se obter dados representativos sobre a soroprevalência da PTB e da BVDV no RS, destacando as diferentes mesorregiões. Isso contribuirá para o conhecimento epidemiológico dessas doenças e ajudará na implementação de medidas de controle e prevenção mais eficazes.

Objetivo Geral

Investigar a soroprevalência PTB, assim como a soroprevalência de animais potencialmente persistentemente infectados (PI) para BVDV em animais provenientes de quarentena destinados à exportação no estado do Rio Grande do Sul, entre os anos de 2019 a 2023.

Justificativa

O setor da pecuária no Brasil possui um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, 214,9 milhões de bovinos (IBGE, 2021). Em 2019 a pecuária de corte representou 8,5 % do PIB brasileiro, tendo um aumento de 2 % em relação ao ano de 2018 (ABIEC, 2020).
Devido aos avanços da pecuária e da demanda do mercado, os produtores estão investindo na padronização e qualidade do seu rebanho.
Neste setor produtivo, a exportação de animais vivos apresenta um significativo mercado ainda em expansão. Entre os anos de 2017 a 2019 o Brasil foi responsável pela exportação de aproximadamente 1,5 milhões de animais vivos, com média de peso de 306 kg, representando uma receita superior a um bilhão de dólares (MDIC, 2021). Neste mesmo período, o Rio Grande do Sul (RS) foi responsável por 22,9% deste volume, significando 358.366 animais exportados (MDIC, 2021). A modalidade já é consolidada no Rio Grande do Sul, que exporta para a Turquia e países árabes cerca de 120 mil animais por ano – média histórica de 1% do rebanho gaúcho de 12,7 milhões de cabeças (SEAPDR, 2019). Os países importadores, se destaca Egito, Emirados Árabes Unidos, Iraque, Jordânia e Turquia, sendo esta última responsável 85,3 % do rebanho exportado nos anos de 2017 a 2019 no RS (MDIC, 2021). Porém, para que estes animais sejam aptos a serem comercializados, alguns protocolos sanitários são exigidos pelo país importador conforme o seu Certificado Zoosanitário Internacional (CZI), sendo assim, as exportadoras devem seguir rigorosamente esses procedimentos. Dentre os testes requeridos por cada país importador, estão os diagnósticos de enfermidades como: Paratuberculose (PTB), Diarreia Viral Bovina (BVD), Leucose Enzoótica Bovina (LEB), Tuberculose e Brucelose. A paratuberculose (PTB), também denominada doença de Johne é uma doença contagiosa crônica do trato intestinal causada pela bactéria Mycobacterium avium, um agente intracelular obrigatório, ácido forte e gram positivo (VALENCIA et. al., 2018) e acomete principalmente os ruminantes. O modo de transmissão é através da via fecal oral, onde os microorganismos se dissemina através das fezes de animais infectados, principalmente ocorre esta infecção em situações de superlotação e condições sanitárias inadequadas e apresentando longos períodos de incubação (GILARDONI et al., 2016; BENAVIDES et al., 2016). A doença pode apresentar quadros clínicos como: diarreia, queda na produção e perda progressiva de peso e animais subclínicos não apresentam
sintomatologia clínica (SOUZA, 2018). O controle da PTB é baseado em teste de diagnósticos, para identificação de animais infectados, deve ser empregado com cautela, pois a sensibilidade dos testes no estágio inicial da infecção pode não ser suficiente para detecção. Entretanto, medidas como a vacinação, práticas de manejo, detecção precoce e eliminação dos animais portadores são estratégias indicadas no controle desta enfermidade (GILARDONI et al. 2016).
O vírus da diarreia viral bovina (BVDV), pertence à família Flaviviridae, gênero Pestivirus e pode ser classificado em três diferentes espécies: vírus da diarreia viral bovina 1 (Pestivirus A), vírus da diarreia viral bovina 2 (Pestivirus B) e HoBi-like pestivírus (Pestivirus H) (ICTV, 2021). Os animais que podem desenvolver está enfermidade são os bovinos, ovinos, caprinos suínos, búfalos, coelhos, alces, ilhamas e alpacas. Sendo que os possíveis reservatórios os ovinos, caprinos e suínos. O BVDV está amplamente distribuído no mundo, principalmente em países onde há expressiva produção bovina (RIDPATH et al., 2017). Sua transmissão ocorre principalmente por contato direto e indireto de animais, por fontes iatrogênicas e de maneira vertical. A infecção causada por este vírus é predominantemente subclínica, porém pode ser reconhecida em rebanho que estão em condições nutricionais adequadas, mas apresentam desempenhos reprodutivos diminuído. Por outro lado, rebanhos que não são imunes e que são infectados pelo vírus podem demonstrar formas
agudas e severas, podendo levar a morte dos animais (ALMEIDA et al., 2013). Os sinais clínicos podem se inespecíficos como febre, diarreias e queda na produção de leite ou mais evidentes, como erosões nas mucosas do aparelho digestivo, malformações
congênitas e o principal sinal clínico aborto. Entre as principais características do vírus, destaca-se a sua capacidade e estabelecer infecção persistente, os animais persistentes infectados (PI) (ALMEIDA et al., 2013).
A circulação do BVDV pode gerar prejuízos relacionados a reprodução, imunossupressão, teratogenia e nascimentos de animais PI (BACCILI et al., 2019). Programas de controle e erradicação do BVDV estão relacionados a identificação e eliminação de animal PI, medidas de biossegurança e estratégias de vigilância (BAUERMANN et al., 2012). No Brasil, medidas de controle e erradicação do BVDV de forma organizada não são empregadas e vários aspectos da epidemiologia do vírus permanece indeterminado. Ambas as enfermidades já foram descritas no Brasil e no estado do Rio Grande do Sul, sendo descritas nas mesorregiões. Devido à importância sanitária e econômica,
é imprescindível conhecer como ocorre a distribuição dessa enfermidade nas diferentes mesorregiões do RS. Considerando tais importância, será realizado um levantamento de resultados a partir dos diagnósticos de PTB e BVDV, através de exames sorológicos e
RT-PCR para determinação de animais persistentemente infectados (PI) para BVDV. Assim, o presente estudo se propõe a levantar achados epidemiológicos do estado do Rio Grande do Sul para determinar a soroprevalência de PTB, assim como a soroprevalência de animais potencialmente persistentemente infectados (PI) para BVDV (revelados pela presença de antígenos de BVDV no soro) em animais em quarentena destinados á exportação, entre os anos de 2019 a 2023.

Metodologia

Amostras:
Neste projeto, serão analisadas amostras de soro de bovinos, proveniente de Estabelecimentos de Pré-Embarque (EPEs), em regime de quarentena, situado no Rio Grande do Sul, as mesmas serão mapeadas conforme a origem dos animais no estado separando conforme as mesorregiões do RS, nos anos de 2019 a 2023, totalizando 35.530 amostras. Os animais coletados irão cumprir com os pré-requisitos do país importador que são: animais castrados, com idade a 12 a 24 meses, com peso em média de 200 a 250 kg e de raça europeia (Bos taurus taurus) juntamente com o Certificado Zoossanitário Internacional (CZI) de cada país importador. As amostras de soro serão encaminhadas para o Laboratório de Clínicas M & S, localizado em Pelotas, RS, as quais, serão identificadas e estocadas em microtubos
(eppendorf) a 4 ºC em amostras individuais e pools de 10 e de 50, para posteriormente serem processadas, do total destas amostras será realizado diagnóstico para as doenças: Paratuberculose (PTB) e Diarreia Viral Bovina (BVDB).

Diagnóstico de Paratuberculose - Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay (ELISA) indireto :
O diagnóstico de PTB vai se dar pelo método de Enzyme Linked Immuno Sorbent Assay (ELISA) indireto, que compreende na detecção de anticorpos presentes no soro. Para PTB será utilizado o teste comercial IDVET® (Paratuberculosis Indirect- screening test), seguindo as instruções do fabricante. As microplacas são sensibilizadas com o antígeno da PTB, então será adicionado 10µl do controle negativo no poço A1 e B1 e o controle positivo nos poços C1 e D1, se adiciona também 110 µl/poço de tampão de diluição 6, que tem por finalidade neutralizar as reações cruzadas, e em cada poço será adicionado 10 µl do soro a ser testado, o próximo passo é a incubação das placas por 45 ± 4 minutos a 21ºC ± 5ºC. Após será feito as lavagens das placas 3 vezes com solução de lavagem (tween). Posteriormente, é adicionado 100µl de conjugado IgG- peroxidade (HRP)(1x), o qual tem finalidade de fixar os anticorpos anti-MAP, formando o complexo, as placas então serão incubadas a 30±3 minutos a 21ºC ± 5ºC, após será removido o conjugado e realizado a lavagem 3x com tween. Será adicionado solução de substrato (100 µl/poço), incubado por 15 minutos a 37 ºC e após este tempo se adiciona-se a solução de stop para interromper a reação. Após estas etapas as placas de ELISA serão colocadas no aparelho de
espectrofotômetro, em que será obtido a densidade óptica (D.O), considerando amostras positivas as que apresentam uma D.A maior que a média obtida dos ambos controles. Pôde-se observar que os poços onde ocorreu reação antígeno-anticorpo apresentaram
uma coloração que varia de acordo com o substrato utilizado.

Teste BVD
Para o diagnóstico de BVD, será utilizado dois métodos: o testes de ELISA (BVD P80 Antigen Capture, ID.Vet) e Real Time PCR com transcrição reversa (qRT-PCR), por tratar-se de um vírus RNA. Nesse caso, o ELISA buscará na amostra sorológica não os anticorpos, mas a presença do próprio antígeno: mais especificamente, da proteína P80 presente no BVDV. E a qRT-PCR (Id Gene BVD/BD Triplex) foi realizada seguindo o protocolo do fabricante (ID.Vet), primeiramente será extraído o RNA e obtendo o DNA complementar (cDNA), para ser possível realizar o teste.

Análise estatística
Após obtenção dos resultados os dados serão planilhados no programa Microsoft Excel©. A seguir, será realizado uma comparação de dois grupos: animais positivos e negativos, assim, calculando a prevalência de cada doença. A fórmula básica para calcular a prevalência de uma doença é:Prevalência = (Número de casos da doença / Total da população em risco) x 100. Essa formula calcula a proporção de indivíduos na população que apresentam a doença em um determinado momento, sendo a mesma expressa em percentual. A comparação estatística entre os grupos será realizada por meio do teste Qui-Quadrado (p ≤ 0,05), e para as variáveis consideradas estatisticamente significativas.

Rastreabilidade e Mapeamento
Após o cálculo da prevalência de PTB e BVDV, será realizado a rastreabilidade dos casos positivos. Isto é o rastreio da origem dos animais que chegaram em cada EPE possibilitando a realização do mapeamento a partir do software QGIS©.








Indicadores, Metas e Resultados

Tem-se como meta alcançar dados representativos sobre a soroprevalência de Paratuberculose e Diarreia Viral Bovina no Rio Grande do Sul, destacando as mesorregiões.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
BIANCA CONRAD BÖHM
CAROLAINE GARCIA DE MATTOS
DIAGO DUTRA LIMA
JOÃO EDUARDO DE CASTRO CAMPOS
KAUÊ RODRIGUEZ MARTINS
RODRIGO CASQUERO CUNHA2
STHÉPHANI ALVES BRANCO CAMARGO

Fontes Financiadoras

Sigla / NomeValorAdministrador
CAPES / Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível SuperiorR$ 1.197,55Coordenador

Plano de Aplicação de Despesas

DescriçãoValor
339030 - Material de ConsumoR$ 1.197,55

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