Nome do Projeto
Sonoanatomia e bloqueio anestésico do plexo braquial em pombos-domésticos (Columba livia)
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
11/09/2023 - 30/09/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
As aves silvestres são o principal grupo de animais recebidos em centros de atendimento e reabilitação de fauna. Além de causas naturais, as ações antrópicas têm sido motivo de injúrias à estas aves, que irão necessitar de um processo de recuperação delicado. Dentre as principais lesões descritas nestas aves estão as fraturas, e dentre estas, as de asa. Uma das formas de tratamento destas fraturas é a cirurgia, onde é necessária a associação de uma anestesia balanceada, onde entram os bloqueios anestésicos. A anestesia locorregional é amplamente utilizada na medicina veterinária de pequenos animais e também em animais silvestres. Inicialmente era realizada apenas através de marcos anatômicos, mas, atualmente conseguimos realizar bloqueios mais assertivos e com menor risco de lesão através da associação de equipamentos como o ultrasssom e o estimulador de nervos periféricos (ENP). Este trabalho tem como objetivo descrever a sonoatamonia e verificar a eficácia do bloqueio do plexo braquial, através de duas abordagens distintas e verificar a duração do mesmo em pombos-domésticos (Columba livia). Com isso, esperamos aperfeiçoar o bloqueio anestésico do plexo braquial em aves silvestres, tendo o pombodoméstico como modelo, com objetivo de melhorar a analgesia trans e pós-operatória, levando a ave um maior conforto e recuperação precoce.

Objetivo Geral

Descrever a sonoanatomia e realizar o bloqueio anestésico do plexo braquial em pombos-domésticos (C. livia), com lidocaína e bupivacaína, com e sem o auxílio do estimulador de nervos periféricos.

Justificativa

O trauma é a principal causa de recebimento de aves em CETAS e clínicas que atuam com atendimento emergencial de fauna. Dentre estes traumatismos, as fraturas estão entre as principais afecções. A anestesia locorregional vem sendo amplamente utilizada na medicina há anos e na medicina veterinária vem crescendo nos últimos tempos. A anestesia regional permite uma melhor analgesia pré, trans e pós-operatória, diminuição da dose do anestésico geral, diminuição da necessidade de infusão de analgésicos, diminuição do resgate analgésico no pós-operatório e maior conforto ao animal. Estudos abordam o uso das técnicas de anestesia regional em galinhas e também sua utilização em casos isolados em outras espécies de aves. O conhecimento da sonoanatomia, assim como estudos com o tempo de ação dos principais anestésicos locais utilizados na rotina médica veterinária, auxilia na adaptação dos métodos as aves silvestres. A recuperação rápida dessas aves silvestres quando em reabilitação são essenciais para diminuir as possíveis consequências do cativeiro, como: novos traumas, outras enfermidades, danos em penas, bico e membros e estresse/automutilação.

Metodologia

Serão utilizados 90 pombos-domésticos capturados por serviço de controle da fauna sinantrópica autorizado pelo IBAMA.
Os pombos-domésticos serão contidos fisicamente com fechamento das asas junto ao corpo e contenção das patas com auxílio de luvas de procedimento. Serão induzidos a anestesia geral com o uso de Isoflurano a 3% e mantidos sob anestesia geral com vaporização variável (1-2%). A ave será posicionada em decúbito dorsal. O afastamento das penas será realizado manualmente na região da articulação úmero-síngulo peitoral. Alcool 70% será utilizado para antissepsia do local. Será realizada a varredura com ultrassom (Lumify Philips® com tablet Samsung® S7 12,4’’) com transdutor linear de frequência 12 a 4 MHz para identificação das estruturas anatômicas do plexo braquial em cada asa pela abordagem axilar com auxílio de gel para ultrassom. Após a identificação do plexo braquial, no grupo 1, com 50 indivíduos, será realizado o bloqueio anestésico com bupivacaína 2 mg/kg a 0,5% (Neocaina®, Cristália) na asa esquerda e lidocaína 6 mg/kg a 2% (Xylestesin®, Cristalia) na asa direita, ambas com auxílio de agulha sonovisível (Pajunk® Sonoplex Stim 22x50mm) e estimulador de nervos periféricos (ENP) (BBraun Stimuplex® HNS12). A entrada da agulha será realizada em plano, com 1,0 mA, e frequência de 1,5 hertz (Hz), identificando a resposta motora da asa (extensão ou flexão) até 0,5 mA, baixa-se para 0,3 mA, confirma-se que não há estimulo, retorna-se para 0,5mA apresentando estímulo muscular. O anestésico local é então injetado. No grupo 2, com 50 indivíduos, serão repetidos os procedimentos apenas com o auxílio do ENP.. Avaliações nos tempos 30’, 1 hora, 1:30 horas, 2 horas, 2:30h e 3 horas serão realizadas com o pinçamento de quatro regiões da asa: úmero medial, rádio e ulna medial e metacarpos Crille revestida com borracha de garrote (Figueiredo, 2008). Escores serão dados a partir da resposta das aves ao pinçamento em cada região: 0 caso não haja nenhum tipo de resposta da ave (bicamento, tentativa de fuga, vocalização, movimentação), 1 caso a ave responda de maneira com os sinais acima descritos.

Indicadores, Metas e Resultados

Descrição da sonoanatomia do plexo braquial em pombos domésticos, evidenciando a musculatura e inervacao da região na ultrassonografia. Estima-se que os bloqueios anestésicos durem no máximo 1:30h de acordo com resultados da literatura. A associação do estimulador de nervos periféricos e o ultrassom potencializa a assertividade dos bloqueios anestésicos do plexo braquial em pombos.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANA PAULA MOREL
MARIA LUCIA ROSLER
RAQUELI TERESINHA FRANCA1

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