Nome do Projeto
Banco de amostras biológicas para investigação de patógenos e contaminantes ambientais
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
09/10/2023 - 10/06/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
Animais silvestres podem ser utilizados para monitorar a saúde dos ecossistemas. Eles esclarecem aspectos ecológicos e sanitários das populações animais, os quais contribuem para o entendimento da dinâmica das paisagens fragmentadas e de suas populações existentes. Eventos epidemiológicos registrados nas populações de animais auxiliam na identificação da circulação e da rota geográfica de doenças nos ambientes onde os seres humanos podem estar expostos e contaminados. Eles servem como sinalizadores para o eventual risco do aparecimento da doença na população humana, possibilitando a adoção de medidas profiláticas. Esses animais também podem ser utilizados como bioindicadores de contaminação ambiental, auxiliando na identificação de contaminantes químicos utilizados na agroindústria e por metais pesados, que podem trazer efeitos deletérios aos animais e seres humanos. Desta forma, o objetivo desse projeto é montar um banco de amostras biológicas que serão utilizadas para investigação de doenças e de compostos químicos que possam estar trazendo prejuízos para a saúde única. Serão colhidas amostras de sangue, suabe (cloacal, anal e da orofaringe), fragmento de testículo e ovário e fezes de aves, mamíferos e répteis de diferentes Ordens, recebidos no Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre da Universidade Federal de Pelotas.

Objetivo Geral

Montar um banco de amostras biológicas para investigação de patógenos e contaminantes ambientais.

Justificativa

Os Centro de Triagem de Animais Selvagens (CETAS) foram criados para receber e manter animais silvestres oriundos de apreensões realizadas pelos órgãos ambientais, de entrega voluntária e de resgate. Os animais permanecem no CETAS até que estes possam ser transferidos para zoológicos ou criadouros cadastrados, ou passar pelo processo de reabilitação e serem reintroduzidos na natureza (BRASIL, 2003). Esses animais podem veicular uma série de patógenos e seu monitoramento constante é fundamental para a saúde. O surgimento de síndromes respiratórias nos últimos anos vem mostrando que os animais são fontes potenciais de epidemias em humanos. O estreitamento da relação entre animais silvestres e humanos aumentam as chances de mutações se estabelecerem em organismos. Amostras biológicas de animais silvestres também podem ser utilizadas como bioindicadores de contaminação ambiental causadas pelas atividades antrópicas (ALIPOUR, et al., 2016). Além disso, o monitoramento da saúde dos animais silvestres permite a identificação de doenças emergentes, com potencial zoonótico ou que afetam a produção animal (MULLINEAUX, 2014).
A obtenção de amostras de células germinativas, oriundas de animais que vão ao óbito permite a criação de um banco de germoplasma. Atualmente a infecção pelo vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (HPAI) H5N1, vem dizimando populações de aves e mamíferos silvestres pelo mundo (TOLEDO et al., 2023). Sendo, portanto, fundamental a preservação de material genético para a conservação de espécies silvestres
Animais que chegam aos CETAS, estão sob estresse por terem sido retirados de seu habitat natural ou por apresentarem alguma patologia. Nestes casos, as doenças parasitárias costumam ser mais frequentes e causam quadros mais graves nestes animais, quando comparados àqueles de vida livre. Isso se deve a diversos fatores como: estresse, higiene, nutrição e área restrita, contribuindo para
que determinadas espécies de parasitos possam concluir seus ciclos, causando infecções. Segundo Daszak et al. (2000), os parasitos patogênicos podem representar uma ameaça para os programas de manejo e recuperação de populações animais, o que assume particular importância para espécies ameaçadas.

Metodologia

entrada dos animais no NURFS será feita por pessoa física ou órgãos ambientais. Os animais serão recebidos pelos médicos veterinários residentes na sala de triagem e será realizada a identificação da espécie, a pesagem e uma breve avaliação física do mesmo. Posteriormente, o animal será encaminhado ao ambulatório, onde será realizado o atendimento clínico e, de acordo com as condições físicas do animal e estabilização inicial do paciente, será realizada a coleta de material biológico.
A colheita de sangue será realizada após contenção física, no caso das aves, será colhido sangue da veia jugular direita, da veia ulnar ou da metatársica. Dos mamíferos, a colheita de sangue poderá ser realizada pela veia jugular, cefálica ou safena lateral e safena medial. Nos répteis a colheita de sangue poderá ser feita na veia jugular, no seio venoso supravertebral, occipital, cervical ou veia coccígea ventral. O volume coletado deverá ser de 1% do peso corporal do animal.
Adicionalmente, será realizada a colheita de suabe cloacal e oral, mediante fricção do suabe na mucosa para obtenção de material.’
As fezes serão coletadas do recinto dos animais, sendo selecionadas as que apresentarem aparência mais fresca e menor contaminação por agentes externos. Nesse procedimento não será realizada a contenção do animal para colheita do material biológico.
Nos casos em que o animal (aves e mamíferos) vier à óbito, o mesmo será encaminhado para necropsia para obtenção de tecidos (testículo e ovário).
As amostras serão armazenadas em ultrafreezer -80ºC na Faculdade de Veterinária. As amostras serão utilizadas para pesquisa de contaminantes como (arsênio, cádmio, cobre, chumbo, mercúrio, cromo e níquel). As amostras de sangue total e suabe serão estocadas para identificação de vírus e bactérias. As amostras de fezes serão encaminhadas imediatamente para análise coproparasitológica.

Indicadores, Metas e Resultados

Com a construção do banco de amostras biológicas para investigação de patógenos e contaminantes ambientais, será possível monitorar a saúde dos animais e do ambiente onde eles vivem, em consequência monitorar o surgimento de algum patógeno que possa trazer prejuízos para a saúde única. Vale destacar, que para a colheita dessas amostras biológicas os animais não serão capturados em vida livre e nem retirados de seu habitat natural de forma intencional, serão realizadas as colheitas de animais que por algum motivo necessitarão de atendimento no Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre.
Na ausência de estudos do número populacional das espécies que serão utilizadas, o número amostral será por conveniência. Para criação do banco de amostras biológicas serão colhidas amostras dos animais que chegam para atendimento clínico no Núcleo de Reabilitação da Fauna Silvestre. Com base em levantamento realizado nas fichas de entrada dos anos anteriores, em 2020, foram recebidos 1.722 animais, sendo 1.268 aves, 317 mamíferos e 137 répteis. Em 2021, o número aumentou para 2.216 indivíduos, sendo 1.682 aves, 415 mamíferos e 119 répteis. Estima-se que sejam recebidos 2.000 animais por ano, totalizando ao longo dos 4 anos 8.000 animais amostrados.
As amostras serão colhidas de animais oriundos da rotina de atendimento, não temos como determinar a idade, o sexo (alguns não possuem dimorfismo sexual) e nem o peso desses animais.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
AMANDA ANDERSSON PEREIRA STARK
EDUARDA ALÉXIA NUNES LOUZADA DIAS CAVALCANTI
EDUARDA ARANHA DA COSTA
EMANUELLE MACIEL PEDERZOLI
Eduarda Saldanha Rieffel
FABIANE DE HOLLEBEN CAMOZZATO FADRIQUE
KAREN CRISTINE DE ALBUQUERQUE FERREIRA PEREIRA
RAQUELI TERESINHA FRANCA1
THAIS FERNANDA DE JESUS
ÉRICA THUROW SCHULZ

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