Nome do Projeto
ABC do Skate
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
15/01/2024 - 15/01/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Eixo Temático (Principal - Afim)
Saúde / Meio ambiente
Linha de Extensão
Esporte e lazer
Resumo
A evolução do Skate, nos anos 70, está intrinsecamente relacionada a dois importantes aspectos que moldaram não apenas as manobras e a técnica desportiva, mas também influenciaram diretamente o desenvolvimento das pistas que existem atualmente. A utilização das piscinas como pistas e a reinvenção do skate por skatistas, os quais trouxeram manobras do surf para o asfalto. Recentemente o Skate tornou-se um esporte olímpico, fez parte dos Jogos de Tóquio de 2021, e os resultados nas categorias masculino e feminino demonstraram o potencial do esporte. O skate tem um grande potencial para trabalhar temas importantes que permeiam a sociedade, as relações pessoais no ambiente urbano, a música, o vestuário, iniciação esportiva e o próprio conceito de esporte competição e seus desdobramentos. A cultura do Skate consegue dialogar facilmente com a comunidade de mais baixa renda, seja por características da própria modalidade do skate, onde a aventura urbana molda o caráter do praticante, onde técnica esportiva se mistura com a arte urbana, seja pela facilidade de acesso às pistas públicas ou pelo baixo custo do equipamento. Assim, o skate tem um grande potencial para ser trabalhado nos três pilares que compõem a Universidade: o ensino, a pesquisa e a extensão. O objetivo deste projeto é desenvolver a cultura do skate, enquanto prática esportiva e fenômeno cultural, através de aulas práticas e discussões relacionadas aos aspectos culturais, além disso o projeto pretende desenvolver uma discussão acerca das geometrias arquitetônicas em espaços abertos e sua relação com a prática do skate.

Objetivo Geral

O objetivo é desenvolver a cultura do skate, enquanto prática esportiva e fenômeno cultural, através de aulas práticas e discussões relacionadas aos aspectos culturais, além disso o projeto pretende desenvolver uma discussão acerca das geometrias arquitetônicas em espaços abertos e sua relação com a prática do skate.

Justificativa

A evolução do Skate, nos anos 70, está intrinsecamente relacionada a dois importantes aspectos que moldaram não apenas as manobras e a técnica desportiva, mas também influenciaram diretamente o desenvolvimento das pistas que existem atualmente.
O primeiro aspecto relaciona-se com movimentos de transferência de habilidade de um esporte para o outro (Armbrust & Lauro, 2010) proporcionando uma verdadeira revolução na cultura Skate da época, na qual toda arquitetura urbana (O’Connor, 2018) era encarada como uma onda de concreto. Durante a década de 70 o Skate foi praticamente reinventado, quando um grupo de surfistas trouxe os movimentos do surf para o asfalto (Roth, 2004). Essa nova abordagem permitiu o desenvolvimento das técnicas básicas que são utilizadas atualmente nas Skate Parks, Verticais e Bowls.
Outro aspecto relaciona-se a um período de seca na região da Califórnia, na qual havia uma proibição para a utilização de piscinas, por demandar muita água. Alguns surfistas perceberam que era possível andar de Skate nelas, pois a estrutura e formato destas piscinas simulavam ondas de concreto, e eram idênticas às atuais pistas da atualidade, os Bowls. Assim, durante um longo período, os quintais das casas na Califórnia foram alvo de buscas incessantes por parte dos skatistas, onde várias piscinas ficavam vazias, praticamente pistas de Skate escondidas entre as casas nos bairros nobres da região. Assim, atribui-se o nascimento da modalidade conhecida como vertical a prática do Skate em piscina.
O processo de esportivização do Skate iniciou em 1970 segundo Honorato (2013), com o surf no asfalto por surfistas brasileiros no Rio de Janeiro, já em 22 de dezembro de 1976 foi inaugurada a primeira pista de Skate da América Latina em Nova Iguaçu/RJ, promovendo ainda mais o esporte. A pista possuía dois Bowls e incentivou a mudança do estilo livre praticado nas ruas, calçadas e ladeiras, para o estilo Bowlriding. Em 1977 essa pista sediou o primeiro campeonato de pista do Brasil, no qual sua arquitetura sofreu influência da Revista Skateboarder, que se reportava às pistas da Califórnia, ou seja, pistas em formato de piscinas. Neste sentido, a construção da primeira pista de skate da América Latina, os primeiros campeonatos, as instruções de como julgar uma competição, as manobras, a evolução dos equipamentos, a divisão de categorias, as novas modalidades, ilustram ações do processo de esportivização do Skate. Além disso, esse processo também esteve relacionado com a circulação de periódicos especializados (Jornal do Skate, Revista Brasil Skate, Revista Esqueite, Overall), com a construção e claro com o desenvolvimento de campeonatos e entidades especializadas.
Recentemente o Skate tornou-se um esporte olímpico, fez parte dos Jogos de Tóquio de 2021, sendo um destaque nas mídias juntamente com os grandes esportes olímpicos. Algumas características do skate contribuíram muito para essa rápida aceitação do público e da mídia, como a escolha das músicas durante as apresentações de cada atleta trazendo algo parecido com as coreografias da ginástica artística, a proximidade do público com a arena de competição, neste caso a pista, e por último a vibração do público durante a realização de cada manobra.
A cidade de pelotas, pode ser considerada um dos grandes núcleos precursores do skateboard no Brasil, tendo construído uma das primeiras pistas de skate do Brasil na década de 80, a PPP na praça Dom Antônio Zattera, a qual sofreu uma reforma e foi completamente revitalizada em 2022. A nova PPP atraiu centenas de pessoas de todas as idades para a prática do skate, além dos campeonatos, aulas de skate podem ser observadas ao longo da semana por quem passa pela praça.
Nas olimpíadas de 2021 os resultados nas categorias masculino e feminino demonstraram o potencial do esporte. O fenômeno Rayssa Leal, não apenas a mais jovem atleta brasileira a participar de uma edição dos jogos, mas conquistando a medalha de prata, vice-campeã olímpica, tornando-se a mais jovem atleta brasileira a conquistar uma medalha olímpica. Esse fato pode ser considerado um divisor de águas, alavancando a cultura do esporte no Brasil. Recentemente, nos jogos Pan Americanos 2023, no chile o Brasil conquistou duas medalhas de ouro e três medalhas de prata, na categoria Street ouro para Rayssa Leal e Lucas Rabelo e prata para Pâmela Rosa, na categoria Park prata para Raicca Ventura e Augusto Akio. Nos resultados dos atletas locais, são de Pelotas os atuais (2023) Campeão Sul Brasileiro Amador da modalidade Park, o skatista natural de Pelotas, Luiz Carlos Manica, assim como a atleta vice-campeã Sul Brasileira na mesma modalidade Park, também natural de Pelotas, a skatista Marina Brauner, que atualmente integra a seleção brasileira júnior.
O skate tem um grande potencial para trabalhar temas importantes que permeiam a sociedade, as relações pessoais no ambiente urbano, a música, o vestuário, iniciação esportiva e o próprio conceito de esporte competição e seus desdobramentos. Segundo Brandão & Fortes (2022) o Brasil possui cerca de 8,5 milhões de praticantes, dos quais uma fatia significativa é de praticantes de baixa renda que praticam o esporte nas pistas públicas espalhadas pelo Brasil.
A cultura do Skate consegue dialogar facilmente com a comunidade de mais baixa renda, seja por características da própria modalidade do skate, onde a aventura urbana molda o caráter do praticante, onde técnica esportiva se mistura com a arte urbana, seja pela facilidade de acesso às pistas públicas ou pelo baixo custo do equipamento. Assim, o skate tem um grande potencial para ser trabalhado nos três pilares que compõem a Universidade: o ensino, a pesquisa e a extensão.
Integrar o skateboard de forma ampla e definitiva na Universidade pública brasileira, através dos principais pilares, ensino, pesquisa e extensão, é uma demanda fundamental, papel que a Universidade Federal de Pelotas e a Escola Superior de Educação Física poderão desempenhar a partir destes esforços pioneiros, consolidando seu papel e sua vocação

Metodologia

Serão desenvolvidas aulas práticas e teóricas de skate no Complexo de Esporte, Saúde e Cultura, antiga AABB. As aulas serão ministradas por alunos envolvidos no projeto. O projeto tem como objetivo ministrar aulas de skate para a comunidade de pelotas, neste sentido, as aulas não possuem limite de idade, porém em um primeiro momento o projeto pretende convidar crianças da rede municipal e estadual a participarem do projeto, posteriormente o projeto pretende expandir para a rede privada.
Serão utilizados equipamentos skates e equipamentos de segurança como capacetes e joelheiras e cotoveleiras, assim como pequenas rampas para o desenvolvimento das habilidades.

Indicadores, Metas e Resultados

O projeto possui como indicadores, o desenvolvimento das habilidades motoras dos indivíduos participantes do projeto, assim como promover uma popularização do esporte skate entre os professores de educação física das escolas de Pelotas.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CESAR AUGUSTO OTERO VAGHETTI4
NATHALIA DIAS TURATTI
OTAVIO MARTINS PERES2

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