Nome do Projeto
UTILIZAÇÃO DE PLASMA RICO EM PLAQUETAS EM DOENÇA ARTICULAR DEGENERATIVA EM CÃES
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
13/11/2023 - 29/02/2024
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
A doença articular degenerativa (DAD), ou osteoartrose, é uma enfermidade comumente observada na clínica de pequenos animais, especialmente em cães, apresentando caráter progressivo que leva a degeneração do menisco e ao espessamento da cápsula articular. Atinge exclusivamente as articulações sinoviais e caracteriza-se por fibrilação, fissuração na cartilagem, microfraturas, cistos e esclerose com formação de osteófitos nas bordas articulares. É classificada em primária quando sua origem é desconhecida e associada a distúrbios de envelhecimento orgânico natural, e secundária quando há fatores predisponentes a ocorrência de defeitos de conformação e infeccção articular. As articulações femorotibiopatelar, coxofemoral e escapuloumeral são as mais acometidas, decorrentes do uso excessivo e conformações inadequadas que predispõem a forças indesejadas sobre a cartilagem. Os pacientes manifestam quadros de dor crônica, podendo associar a crepitação da região, desconforto na manipulação e claudicação do membro. O diagnóstico pode ser realizado com avaliação clínica, análise do líquido sinovial, radiografia, ultrassonografia, tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM), cintilografia, artroscopia, estudos biomecânicos, histopatológicos e marcadores biológicos. Durante muitos anos, tratamentos paliativos com uso de medicamentos antiinflamatórios e analgésicos, além de suplementos a base de condroitina e glicosamina, fisioterapia, acupuntura, controle da massa corporal e terapia com gelo foram utilizadas para controle da dor e retardo do processo degenerativo causado pelos mediadores inflamatórios na DAD primária. Já para as classificadas como secundárias, abordagens cirúrgicas eram associadas a terapia medicamentosa, corrigindo a causa primária e melhorando a qualidade de vida do paciente. Atualmente, estudos mostram que mecanismos autógenos, utilizando células do próprio paciente, resultam em melhora da condição clínica do mesmo e da enfermidade.

Objetivo Geral

Utilização de plasma rico em plaquetas (PRP) como fator de crescimento para reparação óssea e aumento da vascularização local, melhorando quadro de dor, além da melhora clínica e física do paciente com doença articular degenerativa, sendo este um método seguro, de fácil preparo e aplicação, e de custo relativamente baixo.

Justificativa

• Avaliação da dor em pacientes submetidos a PRP intra-articular e monitoramento a longo prazo: houve melhora? Em qual período? Qual manifestação clínica/física da dor?
• Avaliar processos de disfunção articular (rigidez, mobilidade, marcha) antes e após 90 dias da aplicação de PRP;
• Comparar imagens radiográficas de antes da aplicação e após 90 dias da aplicação do PRP.

Metodologia

O diagnóstico da doença articular degenerativa se dará a partir da anamnese com o tutor, exame clínico e físico geral do paciente, e exame radiográfico do local acometido, que serão realizados no Hospital de Clínicas Veterinárias da Universidade Federal de Pelotas. Após a confirmação da doença e devidamente classificada, dará início a obtenção do plasma rico em plaquetas. É inevitável que o paciente realize exames hematológicos para confirmar higidez antes de começar o processo de coleta.
O plasma rico em plaquetas é uma concentração autógena de plaquetas em um pequeno volume de plasma, obtido a partir da centrifugação do sangue total. A presença das altas concentrações de plaquetas contribuem para a liberação dos fatores de crescimento celular e citocinas que auxiliam nos processos de mitose, quimiotaxia, diferenciação, crescimento das células mesenquimatosas pluripotenciais e produção de matriz extracelular, atuando na regeneração dos tecidos e estimulando processos cicatriciais (BARBOSA, 2008; PENHA, 2014; VANAT, 2012).
Existem diversas técnicas citadas na literatura para obtenção de PRP. Em um estudo de Vanat et al. (2012), a preparação do plasma rico em plaquetas inicia por meio da venopunção da jugular externa do paciente, coletando 8ml de sangue, dividindo em tubos contendo citrato de sódio (1:9). Após a coleta, as amostras são enviadas ao laboratório de Patologia Clínica, onde ocorre a homogeneização e centrifugação em baixa rotação (1500 rpm) por 10 minutos. Após a centrifugação, ocorre a separação da amostra em três camadas: sedimento com hemácias e leucócitos; a camada intermediária de hemácias (zona de névoa), alguns leucócitos e plaquetas maiores; e o sobrenadante composto por plasma com plaquetas. O plasma sobrenadante dos dois tubos é pipetado e separado em apenas um tubo de hemólise. Separadamente, 200 µL da zona de névoa de cada tubo, em outro tubo de hemólise estéril, totalizando 400 µL. O frasco contendo o plasma sobrenadante é centrifugado em baixa rotação (1500 rpm) por 10 minutos novamente. Retira-se o sobrenadante deixando 450 µL formado por plasma e botão. Aos 450 µL, adiciona-se 50 µL da zona de névoa, homogeneizando-se levemente, obtendo-se 500 µL de plasma rico em plaquetas.
Após a obtenção de PRP, o paciente é submetido a sedação ambulatorial para melhor conforto, e será realizada a devida aplicação do plasma na região articular afetada, dando-se por meio de injeção direta no sítio de ação. O paciente será mantido em ambiente hospitalar por, no mínimo, 24 horas após aplicação, para monitoramento da dor, além de controle semanal, podendo espaçar em até 15 dias. Uma nova avaliação será realizada com 90 dias de evolução, propondo novo exame de imagem da articulação para comparação.

Indicadores, Metas e Resultados

Espera-se com este trabalho obter resposta positiva ao tratamento com infiltração intra-articular de plasma rico em plaquetas para pacientes diagnosticados com doença articular degenerativa, demonstrando resultados satisfatórios para controle de dor, processo regenerativo ósseo e/ou tempo evolutivo de doença. Mostra-se, com isso, novas técnicas, pouco invasivas e de longa duração, para melhorar a qualidade de vida do paciente.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ALESSANDRA GOULART TEIXEIRA
CAROLINA SCHUCH DE CASTRO
EDUARDO SANTIAGO VENTURA DE AGUIAR1
ELVIS BALTAZAR PUGA
MARCELA BRANDÃO COSTA
MARTIELO IVAN GEHRCKE1
MAYARA CRISTTINE RAMOS
Marta Priscila Vogt
PATRICIA SILVA VIVES1
THOMAS NORMANTON GUIM1

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