Nome do Projeto
USO DE PLASMA RICO EM TROMBÓCITOS E FIBRINA NO PROCESSO DE CONSOLIDAÇÃO DE OSTEOTOMIA DE ULNA DE CODORNA-DOMÉSTICA (Coturnix coturnix japonica)
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
04/12/2023 - 31/12/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
Em medicina de aves, afecções ortopédicas são rotineiras, ocorrendo tanto em aves mantidas sob cuidados humanos quanto em aves de vida livre, sendo estas, na sua grande maioria, acometidas por traumas ocasionados por interações antrópicas de ação direta ou indireta. Diversas técnicas conservadoras e cirúrgicas são relatadas para o tratamento de fraturas em aves, sendo a escolha
da técnica adequada desafiadora, devido aos aspectos biológicos, mecânicos e, principalmente, clínicos de cada espécie principalmente devido ao seu tamanho e particularidades de estruturação ósseas das aves (VERGNEAU-GROSSET et al., 2019; ZAFALON-SILVA, 2019).
Neste contexto, a escolha do tratamento cirúrgico através da osteossíntese pode ser complexa, sendo necessários novos estudos em modelos experimentais de diversos tamanho de aves. Dentre os implantes indicados para o tratamento de fratura em aves, destaca-se o uso de implantes leves como os pinos
intramedulares (PIM) (FERRIGNO et al., 2014; HELMER & REDIG, 2005).
Concomitante a estabilização ortopédica, acelerando o processo de cicatrização tecidual e reparo é descrito na literatura o uso de plasma rico em plaquetas (PRP). O PRP é o volume de plasma que tem contagem de plaquetas acima do valor basal. Algumas técnicas para a obtenção de PRP ativam a cascata
de coagulação como parte do processo, criando um arcabouço de fibrina conhecido como plasma rico em fibrina (PRF). No plasma estão contidos diversos fatores de coagulação, onde as plaquetas que sofrem degranulação nos sítios de lesão liberando os fatores de crescimento que por sua vez, promovem
proliferação ou inibição tecidual, auxiliando no reparo dos tecidos, como o tecido ósseo (BADRAN et al., 2018, JANG et al., 2011).
Nas aves as plaquetas são nucleadas, caracterizadas como trombócitos. Alguns pesquisadores descrevem a obtenção do plasma rico em trombócitos (PRT) para algumas espécies (FERNANDES, 2018), todavia não foram encontrados estudos que utilizem o PRT como acelerador do processo de
consolidação óssea em aves, que poderá influenciar positivamente aves impactadas pelo homem com lesões traumáticas, reduzindo assim o tempo de permanência em tratamento em cativeiro.
Neste contexto, o desenvolvimento deste trabalho é de grande relevância para aves de baixo peso, afim de inferir a utilização destes dados obtidos como embasamento teórico, para tomada de decisão relacionada à conduta clínico- cirúrgica no tratamento de fraturas em aves domésticas e silvestres, como uma
opção que visa a aceleração do processo de reabilitação pós-operatória.
Objetivo Geral
O objetivo do presente projeto é testar a eficácia da utilização do plasma rico em trombocitos e em fibrina autógenos no processo de consolidação óssea de ulna de Coturnix coturnix japonica.
Justificativa
Padronizar a metodologia para obtenção de plasma rico em trombocitos e em fibrina autógenos no processo de consolidação óssea de ulna de Coturnix coturnix japonica.
Espera-se que a utilização dessas substâncias autógenas acelerem o tempo de consolidação óssea, reduzindo consequentemente o tempo de internação, principalmente de espécies silvestres que sofrem com o estresse de cativeiro. Sendo portanto, fundamental a criação de alternativas que melhorem a recuperação e a qualidade de vida desses animais.
Espera-se que a utilização dessas substâncias autógenas acelerem o tempo de consolidação óssea, reduzindo consequentemente o tempo de internação, principalmente de espécies silvestres que sofrem com o estresse de cativeiro. Sendo portanto, fundamental a criação de alternativas que melhorem a recuperação e a qualidade de vida desses animais.
Metodologia
O experimento será previamente analisado e aprovado pela Comissão de
Ética no Uso de Animais da UFPel. Serão utilizadas 30 codornas-domésticas
(Coturnix coturnix japonica), fêmeas, adultas em início de fase reprodutiva (60
dias de vida), com peso médio 160g, obtidas de criadouro comercial. Durante todo
o experimento os animais serão mantidos em ambiente com temperatura
controlada (20-28oC), recebendo água e ração comercial para codornas de
postura ad libitum. A higienização dos comedouros, bebedouros e dos recintos
será feita diariamente e a troca da cama de maravalha a cada 5 dias. Os animais
serão mantidos no Complexo Médico Veterinário Ritter dos Reis, no setor de
animais silvestres. Após o período de aclimatação de 5 dias, os animais serão
submetidos a avaliação clínica individual pré-operatória, seguida de hemograma
completo e radiografia de região de rádio e ulna direita nas projeções mediolateral
e caudocranial.
Para o experimento as 30 codornas serão distribuídas de forma
randomizada, através de sorteio, em três grandes grupos (10 animais por grupo),
sendo que no grupo 0 (G0) ou controle, será utilizado somente a estabilização
com fio Kirschner (PIM), o grupo I (GI) será realizada a estabilização com PIM
associado a inoculação de plasma rico em trombócitos autógeno e grupo II (GII) a
inoculação será com de plasma rico fibrina autógeno.
Todos animais serão coletados sangue venoso periférico, mediante
contenção química com isoflurano ao efeito, anteriormente ao procedimento
cirúrgico. Será coletado 1ml de sangue total por venopunção de jugular e
acondicionadas em frasco com citrato e após as amostras serão processadas
mediante duas centrifugações, 120 g durante 5 minutos e a segunda a 240 g por
5 minutos, a 21°C-24°C, para obtenção do PRT que será utilizado no GI, ao GII
será adicionado gluconato de cálcio ao PRT para obtenção do PRF.
Para o procedimento cirúrgico os animais serão mantidos em jejum sólido e
hídrico de 30 minutos antes da aplicação da medicação pré-anestésica (MPA). Na
MPA será utilizada quetamina (20 mg/kg) midazolam (0,5mg/kg) e tramadol
(30mg/kg) por via intramuscular e, após aproximadamente 10 minutos, será
realizada venóclise metatarsal medial e intubação orotraqueal. Como manutenção
anestésica as codornas receberão isoflurano ao efeito, vaporizado em 100% de
oxigênio. Ao longo de todo o procedimento cirúrgico os parâmetros vitais serão
avaliados continuamente e registrados a cada 5 minutos com o uso de monitor
multiparamétrico.
Com o animal em plano anestésico-cirúrgico adequado e em decúbito
lateral esquerdo, as penas de toda circunferência da região umeral e radioulnar
direitas serão delicadamente removidas e a área será submetida a antissepsia.
Após a colocação dos campos estéreis, será realizado acesso craniodorsal a
região diafisária ulnar através de incisão de pele, divulsão do subcutâneo,
afastamento do músculo flexor ulnar do carpo e das inserções dos bulbos das
remiges secundárias aderidas ao periósteo.
Após o acesso, será realizada pequena osteotomia utilizando serra
oscilatória delicada, sob irrigação constante com NaCl 0,9% estéril em
temperatura ambiente. Após será realizada a inserção retrograda de um fio de
Kirschner de 0,8 mm de diâmetro na região medular. Após a estabilização do foco
de osteotomia será administrado o tratamento com PRT e PRF autógenos.
Para finalização da técnica será realizada a dermorrafia com ponto isolado
simples com mononylon 4-0 e realizado curativo em ferida cirúrgica.
No pós-operatório imediato, o membro operado será radiografado nas
projeções mediolateral e caudocranial e após a asa será mantida com
imobilização temporária mediante o uso de bandagem elástica em “8” por 10 dias.
Como protocolo terapêutico será utilizado tramadol (30 mg.kg-1 , VO, tid por 5dias), dipirona (25 mg.kg-1
, VO, bid por 5 dias), meloxicam (1 mg.kg-1, IM, sid, por 3 dias) e enrofloxacino (15 mg.kg-1, VO, bid por 5 dias). Durante os dez primeiros dias de pós-operatório, os animais serão mantidos em gaiolas de 1,74m2, sendo o número máximo de 5 animais por gaiola e serão realocadas na gaiola coletiva supracitada.
Serão realizados exames radiográficos, mediante contenção física, nas
projeções mediolateral e caudocranial da ulna direita aos 10, 20, 30 e 45 dias de
pós-operatório, sendo todos realizados com mesmo regime radiográfico.
Para análise das imagens radiográficas será utilizada a metodologia proposta por
EHRHART et al. (2005) e adaptada por GOULARTE (2020) para codornas
Japonesas. Nesta avaliação três avaliadores estabeleceram escore de pontuação
final, obtendo-se valor médio para fins de análise estatística nas variáveis:
qualidade da linha de osteotomia, impressão global da consolidação óssea,
qualidade óssea, fixação do pino intramedular e escore final (somatório de todos
os pontos obtidos nas variáveis).
Ética no Uso de Animais da UFPel. Serão utilizadas 30 codornas-domésticas
(Coturnix coturnix japonica), fêmeas, adultas em início de fase reprodutiva (60
dias de vida), com peso médio 160g, obtidas de criadouro comercial. Durante todo
o experimento os animais serão mantidos em ambiente com temperatura
controlada (20-28oC), recebendo água e ração comercial para codornas de
postura ad libitum. A higienização dos comedouros, bebedouros e dos recintos
será feita diariamente e a troca da cama de maravalha a cada 5 dias. Os animais
serão mantidos no Complexo Médico Veterinário Ritter dos Reis, no setor de
animais silvestres. Após o período de aclimatação de 5 dias, os animais serão
submetidos a avaliação clínica individual pré-operatória, seguida de hemograma
completo e radiografia de região de rádio e ulna direita nas projeções mediolateral
e caudocranial.
Para o experimento as 30 codornas serão distribuídas de forma
randomizada, através de sorteio, em três grandes grupos (10 animais por grupo),
sendo que no grupo 0 (G0) ou controle, será utilizado somente a estabilização
com fio Kirschner (PIM), o grupo I (GI) será realizada a estabilização com PIM
associado a inoculação de plasma rico em trombócitos autógeno e grupo II (GII) a
inoculação será com de plasma rico fibrina autógeno.
Todos animais serão coletados sangue venoso periférico, mediante
contenção química com isoflurano ao efeito, anteriormente ao procedimento
cirúrgico. Será coletado 1ml de sangue total por venopunção de jugular e
acondicionadas em frasco com citrato e após as amostras serão processadas
mediante duas centrifugações, 120 g durante 5 minutos e a segunda a 240 g por
5 minutos, a 21°C-24°C, para obtenção do PRT que será utilizado no GI, ao GII
será adicionado gluconato de cálcio ao PRT para obtenção do PRF.
Para o procedimento cirúrgico os animais serão mantidos em jejum sólido e
hídrico de 30 minutos antes da aplicação da medicação pré-anestésica (MPA). Na
MPA será utilizada quetamina (20 mg/kg) midazolam (0,5mg/kg) e tramadol
(30mg/kg) por via intramuscular e, após aproximadamente 10 minutos, será
realizada venóclise metatarsal medial e intubação orotraqueal. Como manutenção
anestésica as codornas receberão isoflurano ao efeito, vaporizado em 100% de
oxigênio. Ao longo de todo o procedimento cirúrgico os parâmetros vitais serão
avaliados continuamente e registrados a cada 5 minutos com o uso de monitor
multiparamétrico.
Com o animal em plano anestésico-cirúrgico adequado e em decúbito
lateral esquerdo, as penas de toda circunferência da região umeral e radioulnar
direitas serão delicadamente removidas e a área será submetida a antissepsia.
Após a colocação dos campos estéreis, será realizado acesso craniodorsal a
região diafisária ulnar através de incisão de pele, divulsão do subcutâneo,
afastamento do músculo flexor ulnar do carpo e das inserções dos bulbos das
remiges secundárias aderidas ao periósteo.
Após o acesso, será realizada pequena osteotomia utilizando serra
oscilatória delicada, sob irrigação constante com NaCl 0,9% estéril em
temperatura ambiente. Após será realizada a inserção retrograda de um fio de
Kirschner de 0,8 mm de diâmetro na região medular. Após a estabilização do foco
de osteotomia será administrado o tratamento com PRT e PRF autógenos.
Para finalização da técnica será realizada a dermorrafia com ponto isolado
simples com mononylon 4-0 e realizado curativo em ferida cirúrgica.
No pós-operatório imediato, o membro operado será radiografado nas
projeções mediolateral e caudocranial e após a asa será mantida com
imobilização temporária mediante o uso de bandagem elástica em “8” por 10 dias.
Como protocolo terapêutico será utilizado tramadol (30 mg.kg-1 , VO, tid por 5dias), dipirona (25 mg.kg-1
, VO, bid por 5 dias), meloxicam (1 mg.kg-1, IM, sid, por 3 dias) e enrofloxacino (15 mg.kg-1, VO, bid por 5 dias). Durante os dez primeiros dias de pós-operatório, os animais serão mantidos em gaiolas de 1,74m2, sendo o número máximo de 5 animais por gaiola e serão realocadas na gaiola coletiva supracitada.
Serão realizados exames radiográficos, mediante contenção física, nas
projeções mediolateral e caudocranial da ulna direita aos 10, 20, 30 e 45 dias de
pós-operatório, sendo todos realizados com mesmo regime radiográfico.
Para análise das imagens radiográficas será utilizada a metodologia proposta por
EHRHART et al. (2005) e adaptada por GOULARTE (2020) para codornas
Japonesas. Nesta avaliação três avaliadores estabeleceram escore de pontuação
final, obtendo-se valor médio para fins de análise estatística nas variáveis:
qualidade da linha de osteotomia, impressão global da consolidação óssea,
qualidade óssea, fixação do pino intramedular e escore final (somatório de todos
os pontos obtidos nas variáveis).
Indicadores, Metas e Resultados
Na primeira fase do projeto espera-se realizar a continuidade do levantamento bibliográfico acerca do assunto, a fim de embasar as condutas e escolhas metodológicas e de instrumentação adequada para a realização dos procedimentos cirúrgicos e padronização de coleta das amostras de PRT e PRF, bem como a realização da padronização de amostragem. Ainda nesta primeira fase será solicitado parecer da CEUA da UFPel.
No decorrer do projeto espera-se encontrar a adequação das metodologias cirúrgicas e coleta dos dados relevantes do manejo pós-operatório e avaliação radiográfica condizente com as hipóteses.
Ainda, espera-se utilizar as informações obtidas neste estudo para publicação de artigos científicos em periódico Qualis A ou B1.
No decorrer do projeto espera-se encontrar a adequação das metodologias cirúrgicas e coleta dos dados relevantes do manejo pós-operatório e avaliação radiográfica condizente com as hipóteses.
Ainda, espera-se utilizar as informações obtidas neste estudo para publicação de artigos científicos em periódico Qualis A ou B1.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
BRUNA ZAFALON DA SILVA | |||
CARINE DAHL CORCINI | 1 | ||
RAQUELI TERESINHA FRANCA | 1 |