Nome do Projeto
O Discurso Desinformativo em mídia social e saúde pública: Efeitos na hesitação da vacinação infantil
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
10/12/2023 - 31/12/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Resumo
Nesta proposta, buscamos discutir como o discurso desinformativo propagado e legitimado nas plataformas de mídia social pode impactar a hesitação vacinal com efeitos na saúde pública. Neste âmbito, buscamos, através de uma abordagem linguística com viés interdisciplinar, analisar os efeitos e a legitimação desses discursos, a identificação do atravessamento por outros discursos que auxiliam na legitimação (a literatura tem demonstrado, por exemplo, efeitos do discurso religioso na recusa vacinal), e a reconstrução desses discursos nos sujeitos interpelados por ele. Através deste trabalho, buscamos também sugerir soluções, seja através de políticas públicas, seja através de estratégias discursivas, para o problema.
Objetivo Geral
Objetivo Geral
O objetivo geral deste trabalho é discutir como o discurso desinformativo propagado e legitimado nas plataformas de mídia social pode impactar a vacinação infantil com efeitos na saúde pública buscando alinhar elementos para o combate dos efeitos desses discursos.
Objetivos Específicos
Análise das características de produção, legitimação e circulação dos discursos desinformativos em saúde relacionados à vacinação infantil;
Análise dos atravessamentos de outros discursos na desinformação sobre vacina e seus efeitos na sua legitimação;
Foco na estratégias de legitimação e de circulação desses discursos no contexto particular de diferentes plataformas de mídia social, como Facebook, Instagram e Twitter;
Análise dos efeitos desses discursos nos sujeitos;
Elaboração de um plano de estratégias de combate à desinformação em saúde com dois eixos principais, um direcionado ao público em geral e outro às instituições públicas, com sugestões de políticas públicas que possam auxiliar no combate à desinformação em saúde e na vacinação infantil.
O objetivo geral deste trabalho é discutir como o discurso desinformativo propagado e legitimado nas plataformas de mídia social pode impactar a vacinação infantil com efeitos na saúde pública buscando alinhar elementos para o combate dos efeitos desses discursos.
Objetivos Específicos
Análise das características de produção, legitimação e circulação dos discursos desinformativos em saúde relacionados à vacinação infantil;
Análise dos atravessamentos de outros discursos na desinformação sobre vacina e seus efeitos na sua legitimação;
Foco na estratégias de legitimação e de circulação desses discursos no contexto particular de diferentes plataformas de mídia social, como Facebook, Instagram e Twitter;
Análise dos efeitos desses discursos nos sujeitos;
Elaboração de um plano de estratégias de combate à desinformação em saúde com dois eixos principais, um direcionado ao público em geral e outro às instituições públicas, com sugestões de políticas públicas que possam auxiliar no combate à desinformação em saúde e na vacinação infantil.
Justificativa
O Brasil tem o Programa Nacional de Imunizações (PNI-SUS), que é referência internacional (DANDARA, 2022) e foi o pioneiro na erradicação da varíola no País (FIORAVANTI, 2021) quase uma década antes de a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhecer a erradicação da doença no mundo. Embora possua um Sistema Único de Saúde (SUS) público capilarizado que possibilita a vacinação em massa de sua população desde a primeira idade, o país enfrenta desde 2015 uma intensa queda nos índices de vacinação infantil, que ameaça o retorno de epidemias graves, algumas superadas há décadas (NUNES, 2021). Com o contexto da pandemia de covid-19, o índice de cobertura vacinal parece ter sofrido uma redução ainda maior. Em 2020, foi inferior a 80% para todas as vacinas, e menos de 50% dos municípios brasileiros conseguiram atingir a meta do PNI (NUNES, 2021) – índices considerados insuficientes para a erradicação de muitas doenças.
Embora parte da resistência vacinal seja associada ao próprio sucesso do PNI e das vacinas – pois, com a imunização, algumas doenças foram erradicadas ou reduzidas a um mínimo de incidência, de modo que as pessoas pararam de se preocupar com elas ou passaram a ignorá-las (MACDONALD; SMITH; APPLETON, 2012) –, há outros fatores, como a disseminação de teorias conspiratórias e de narrativas de risco ampliadas, desconhecimento, posições religiosas e até uma forte onda de desinformação (PERTWEE; SIMAS; LARSON, 2022; ULLAH et al., 2021).
Nesse contexto, sabemos também que durante a pandemia disputas políticas amplificaram e legitimaram o descrédito sobre as vacinas da covid-19 e as iniciativas globais de combate ao vírus (RECUERO & SOARES, 2020; RECUERO & STUMPF, 2021), principalmente, pelo crescimento das plataformas de mídia social. A hipótese de que essa amplificação tenha impactado, não apenas na discussão sobre a covid, mas igualmente na vacinação de modo geral, tem sido levantada por diversos autores (ULLAH et al., 2021, RECUERO, VOLCAN & JORGE, 2022). Além disso, esses discursos foram potencializados pelas plataformas de mídia social, que permitiram a sua rápida amplificação tanto por autoridades públicas, quanto por grupos e páginas, normalizando teorias conspiratórias e ideias de que vacinas não são necessárias (AMARAL et al., 2022).
Neste trabalho, focamos o discurso desinformativo sobre a vacinação infantil no contexto das plataformas de mídia social. Embora a desinformação como artifício discursivo não possa ser considerado um fenômeno advindo exclusivamente da internet, mas como um elemento historicamente estratégico do discurso (CHARAUDEAU, 2011), as práticas discursivas inseridas no contexto da internet apresentam um caráter de reconfiguração das relações sociais e culturais como um todo (LIMA-LOPES, 2017). Como efeito, emerge uma nova realidade técnico-expressiva que está à disposição de todos e que pode se traduzir na democratização dos meios de produção e acesso aos discursos, até então prioritariamente centralizados nas instituições midiáticas e nos aparelhos e órgãos do estado.
Embora parte da resistência vacinal seja associada ao próprio sucesso do PNI e das vacinas – pois, com a imunização, algumas doenças foram erradicadas ou reduzidas a um mínimo de incidência, de modo que as pessoas pararam de se preocupar com elas ou passaram a ignorá-las (MACDONALD; SMITH; APPLETON, 2012) –, há outros fatores, como a disseminação de teorias conspiratórias e de narrativas de risco ampliadas, desconhecimento, posições religiosas e até uma forte onda de desinformação (PERTWEE; SIMAS; LARSON, 2022; ULLAH et al., 2021).
Nesse contexto, sabemos também que durante a pandemia disputas políticas amplificaram e legitimaram o descrédito sobre as vacinas da covid-19 e as iniciativas globais de combate ao vírus (RECUERO & SOARES, 2020; RECUERO & STUMPF, 2021), principalmente, pelo crescimento das plataformas de mídia social. A hipótese de que essa amplificação tenha impactado, não apenas na discussão sobre a covid, mas igualmente na vacinação de modo geral, tem sido levantada por diversos autores (ULLAH et al., 2021, RECUERO, VOLCAN & JORGE, 2022). Além disso, esses discursos foram potencializados pelas plataformas de mídia social, que permitiram a sua rápida amplificação tanto por autoridades públicas, quanto por grupos e páginas, normalizando teorias conspiratórias e ideias de que vacinas não são necessárias (AMARAL et al., 2022).
Neste trabalho, focamos o discurso desinformativo sobre a vacinação infantil no contexto das plataformas de mídia social. Embora a desinformação como artifício discursivo não possa ser considerado um fenômeno advindo exclusivamente da internet, mas como um elemento historicamente estratégico do discurso (CHARAUDEAU, 2011), as práticas discursivas inseridas no contexto da internet apresentam um caráter de reconfiguração das relações sociais e culturais como um todo (LIMA-LOPES, 2017). Como efeito, emerge uma nova realidade técnico-expressiva que está à disposição de todos e que pode se traduzir na democratização dos meios de produção e acesso aos discursos, até então prioritariamente centralizados nas instituições midiáticas e nos aparelhos e órgãos do estado.
Metodologia
Métodos
Para atingir os objetivos colocados, o projeto baseia-se em um conjunto de métodos mistos, com foco qualitativo e quantitativo. Neste sentido, a proposta prevê:
Fase 1: Mapeamento de discursos desinformativos e estratégias de legitimação em plataformas de mídia social.
Nesta fase, utilizando estratégias de scrapping (coleta automática através de ferramentas e scripts) em diferentes plataformas de mídia social (inicialmente, pretende-se três plataformas, incluindo Facebook, Instagram e Twitter, mas há a possibilidade da inclusão de Telegram e outros dispositivos, conforme verba disponibilizada), pretende-se coletar e construir um banco de dados sobre discursos desinformativos e vacinação infantil no Brasil. Primeiramente serão coletados posts públicos nessas ferramentas que façam menção à vacinação infantil. Na sequência, esses posts serão anonimizados e analisaremos quais contém desinformação (a partir dos discursos dos checadores, notadamente o conjunto de dados disponibilizado pela International Fact Checking Network (IFC), que está publicamente disponível aqui - https://www.poynter.org/ifcn/. Além disso, uma amostra dos discursos será analisada de modo observacional e qualitativo, para a identificação de outros discursos desinformativos que fujam daqueles identificados pelos checadores.
Fase 2: Classificação das estratégias de legitimação utilizadas pelos discursos desinformativos
A partir da construção do banco de dados de discursos desinformativos com duas classificações - primeiro por plataformas, o que permite observar os efeitos das affordances, ou seja, das características específicas de produção e da apropriação de cada canal; e, em segundo, uma classificação por estratégia - ou conjunto de estratégias discursivas utilizadas para legitimar o conteúdo desinformativo (conforme referencial apresentado). Nesta fase, analisaremos também os diferentes atravessamentos discursivos utilizados como modo de legitimação. Buscamos também identificar quais estratégias são mais legitimadas, se há diferenças por plataformas e possíveis efeitos dessa legitimação (como engajamento no debate - pelo número de comentários ou curtidas, circulação, por meio de compartilhamentos e etc.).
Fase 3: Entrevistas
Através do mapeamento das estratégias utilizadas para legitimar diferentes discursos desinformativos, feito na etapa anterior, buscaremos, nesta fase, realizar entrevistas com pais e mães de crianças em idade vacinável, para entender suas relações com as plataformas e com o uso informativo dos conteúdos divulgados ali. Essas entrevistas serão realizadas com um número a ser definido de pessoas, de acordo com a capacidade da equipe envolvida. Porém buscamos um número entre 20 e 30 entrevistados de diferentes camadas sociais.
Essas entrevistas serão analisadas do ponto de vista da Análise Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 1995; WODAK, 2001), em procedimentos que buscam compreender as práticas sociais emergentes dos textos discursivos. Aqui, buscaremos mostrar discursos desinformativos coletados online e debater com os sujeitos, buscando entender como são atravessados também por esses discursos. A partir desta fase, buscamos compreender os efeitos dos discursos desinformativos para além da internet, bem como, modos possíveis de estabelecer debates e desconstruir esses efeitos. Nesta fase, buscamos compreender, de modo qualitativo, os efeitos desses discursos.
Fase 4: Análise Final e Construção de Estratégias
Nesta fase, cruzaremos os dados analisados e buscaremos construir possibilidades de combate do discurso desinformativo como resultados da pesquisa. Indicaremos aqui quais são as estratégias mais utilizadas, seus efeitos e modos de pensar políticas públicas e educativas que possam nortear o combate ao discurso desinformativo em saúde pública.
Com o desenvolvimento deste estudo, buscamos também fomentar o debate público sobre a desinformação em saúde, que se dará através da publicação de trabalhos em eventos e periódicos da área; a publicação de uma segunda edição do e-book sobre o tema, em parceria com o Laboratório de Pesquisa em Mídia, Discurso e Análise de Redes Sociais (MIDIARS UFPel); além de atividades específicas de divulgação voltadas para a comunidade, como palestras em escolas, universidades e órgãos públicos.
Para atingir os objetivos colocados, o projeto baseia-se em um conjunto de métodos mistos, com foco qualitativo e quantitativo. Neste sentido, a proposta prevê:
Fase 1: Mapeamento de discursos desinformativos e estratégias de legitimação em plataformas de mídia social.
Nesta fase, utilizando estratégias de scrapping (coleta automática através de ferramentas e scripts) em diferentes plataformas de mídia social (inicialmente, pretende-se três plataformas, incluindo Facebook, Instagram e Twitter, mas há a possibilidade da inclusão de Telegram e outros dispositivos, conforme verba disponibilizada), pretende-se coletar e construir um banco de dados sobre discursos desinformativos e vacinação infantil no Brasil. Primeiramente serão coletados posts públicos nessas ferramentas que façam menção à vacinação infantil. Na sequência, esses posts serão anonimizados e analisaremos quais contém desinformação (a partir dos discursos dos checadores, notadamente o conjunto de dados disponibilizado pela International Fact Checking Network (IFC), que está publicamente disponível aqui - https://www.poynter.org/ifcn/. Além disso, uma amostra dos discursos será analisada de modo observacional e qualitativo, para a identificação de outros discursos desinformativos que fujam daqueles identificados pelos checadores.
Fase 2: Classificação das estratégias de legitimação utilizadas pelos discursos desinformativos
A partir da construção do banco de dados de discursos desinformativos com duas classificações - primeiro por plataformas, o que permite observar os efeitos das affordances, ou seja, das características específicas de produção e da apropriação de cada canal; e, em segundo, uma classificação por estratégia - ou conjunto de estratégias discursivas utilizadas para legitimar o conteúdo desinformativo (conforme referencial apresentado). Nesta fase, analisaremos também os diferentes atravessamentos discursivos utilizados como modo de legitimação. Buscamos também identificar quais estratégias são mais legitimadas, se há diferenças por plataformas e possíveis efeitos dessa legitimação (como engajamento no debate - pelo número de comentários ou curtidas, circulação, por meio de compartilhamentos e etc.).
Fase 3: Entrevistas
Através do mapeamento das estratégias utilizadas para legitimar diferentes discursos desinformativos, feito na etapa anterior, buscaremos, nesta fase, realizar entrevistas com pais e mães de crianças em idade vacinável, para entender suas relações com as plataformas e com o uso informativo dos conteúdos divulgados ali. Essas entrevistas serão realizadas com um número a ser definido de pessoas, de acordo com a capacidade da equipe envolvida. Porém buscamos um número entre 20 e 30 entrevistados de diferentes camadas sociais.
Essas entrevistas serão analisadas do ponto de vista da Análise Crítica do Discurso (FAIRCLOUGH, 1995; WODAK, 2001), em procedimentos que buscam compreender as práticas sociais emergentes dos textos discursivos. Aqui, buscaremos mostrar discursos desinformativos coletados online e debater com os sujeitos, buscando entender como são atravessados também por esses discursos. A partir desta fase, buscamos compreender os efeitos dos discursos desinformativos para além da internet, bem como, modos possíveis de estabelecer debates e desconstruir esses efeitos. Nesta fase, buscamos compreender, de modo qualitativo, os efeitos desses discursos.
Fase 4: Análise Final e Construção de Estratégias
Nesta fase, cruzaremos os dados analisados e buscaremos construir possibilidades de combate do discurso desinformativo como resultados da pesquisa. Indicaremos aqui quais são as estratégias mais utilizadas, seus efeitos e modos de pensar políticas públicas e educativas que possam nortear o combate ao discurso desinformativo em saúde pública.
Com o desenvolvimento deste estudo, buscamos também fomentar o debate público sobre a desinformação em saúde, que se dará através da publicação de trabalhos em eventos e periódicos da área; a publicação de uma segunda edição do e-book sobre o tema, em parceria com o Laboratório de Pesquisa em Mídia, Discurso e Análise de Redes Sociais (MIDIARS UFPel); além de atividades específicas de divulgação voltadas para a comunidade, como palestras em escolas, universidades e órgãos públicos.
Indicadores, Metas e Resultados
Metas:
Mapeamento dos principais grupos de disseminação de desinformação sobre vacinação infantil nas plataformas de rede social analisadas;
Mapeamento dos discursos desinformativos e estratégias de legitimação mais presentes em cada plataforma;
Mapeamento das estratégias discursivas utilizadas no discurso desinformativo sobre vacinação infantil e seus atravessamentos;
Elaboração de um relatório apontando as principais narrativas utilizadas para descredibilizar a vacinação infantil, considerando aqui os temas e as estratégias discursivas adotadas nos dados coletados;
Elaboração de plano de divulgação científica com os principais resultados da pesquisa;
Elaboração de pelo menos dois artigos com os resultados do trabalho a ser publicados em periódicos nacionais e internacionais.
Elaboração de plano de estratégias de combate à desinformação em saúde voltado para instituições públicas, com o objetivo de auxiliar na elaboração de políticas públicas que visem minimizar os efeitos da desinformação em saúde na vacinação infantil.
Resultados esperados:
Compreensão dos efeitos das estratégias de legitimação utilizadas pelos discursos desinformativos nas diferentes plataformas de mídia social.
O principal resultado esperado é a compreensão dos efeitos do discurso desinformativo sobre a vacinação infantil na mídia social sobre as pessoas. Buscamos, não apenas entender quais modos são usados para influenciar e legitimar esses discursos, mas também, como as pessoas recebem e compreendem e incluem em suas práticas sociais essa desinformação.
Amadurecimento teórico sobre o discurso desinformativo em saúde no contexto das plataformas de mídia social e seu efeito na vacinação infantil:
Buscamos contribuir para o aprofundamento da compreensão dos processos discursivos no contexto das plataformas de comunicação digital e de sua eventual apropriação enquanto instrumento de disseminação de discursos desinformativos e nocivos para a saúde pública. Para isso, buscaremos uma profunda revisão teórica e metodológica sobre os estudos da área de desinformação, produção e circulação de discursos e desordens informativas que estão sendo desenvolvidas no Brasil e no mundo, como efeito do preocupante avanço dos discursos desinformativos no meio digital e dos seus impactos nas democracias, estruturas sociais e saúde em escala global.
Além da revisão teórica e metodológica empírica, essa pesquisa será desenvolvida com o suporte das parcerias já estabelecidas pelo grupo MIDIARS, da Universidade Federal de Pelotas. O grupo, sob a coordenação da Profa. Dra. Raquel Recuero, tem desenvolvido uma série de parcerias para a elaboração de pesquisas, eventos e projetos com instituições do Brasil e do exterior no campo dos estudos de desinformação nas plataformas de mídia social.
Elaboração de mapeamentos sobre as características e estratégias de legitimação dos discursos desinformativos sobre vacinação infantil nas plataformas de mídia social:
A partir da revisão teórica, metodológica e da sistematização dos dados coletados na pesquisa, iremos desenvolver modelos analíticos sobre as características do discurso desinformativo em saúde relacionados à vacinação infantil, especialmente as campanhas de desinformação identificadas por agências oficiais de verificação, e das estratégias de legitimação destes discursos no contexto das plataformas de comunicação digital. Com isso, buscamos auxiliar não apenas em uma compreensão mais ampla do fenômeno, como dar suporte para a elaboração de projetos e políticas públicas que visem combater a produção e circulação de discursos desinformativos que impactam na saúde pública e no alcance do Programa Nacional de Imunizações do SUS.
Divulgação científica integrada e produção de indicadores para o campo dos estudos dos discursos desinformativos:
Através da publicação de artigos; participação em eventos da área; realização de palestras; organização de um livro sobre desinformação em saúde em plataformas de comunicação digital no contexto pós-pandemia; e a realização de disciplina específica sobre o tema do discurso desinformativo em saúde, buscamos devolver para a sociedade os esforços empreendidos para o desenvolvimento deste projeto. Além disso, temos como objetivo fundamental contribuir para que os estudos da área da linguística tenham indicadores sólidos e atualizados sobre os discursos desinformativos sobre saúde e sobre a vacinação infantil no contexto das plataformas de comunicação digital.
Mapeamento dos principais grupos de disseminação de desinformação sobre vacinação infantil nas plataformas de rede social analisadas;
Mapeamento dos discursos desinformativos e estratégias de legitimação mais presentes em cada plataforma;
Mapeamento das estratégias discursivas utilizadas no discurso desinformativo sobre vacinação infantil e seus atravessamentos;
Elaboração de um relatório apontando as principais narrativas utilizadas para descredibilizar a vacinação infantil, considerando aqui os temas e as estratégias discursivas adotadas nos dados coletados;
Elaboração de plano de divulgação científica com os principais resultados da pesquisa;
Elaboração de pelo menos dois artigos com os resultados do trabalho a ser publicados em periódicos nacionais e internacionais.
Elaboração de plano de estratégias de combate à desinformação em saúde voltado para instituições públicas, com o objetivo de auxiliar na elaboração de políticas públicas que visem minimizar os efeitos da desinformação em saúde na vacinação infantil.
Resultados esperados:
Compreensão dos efeitos das estratégias de legitimação utilizadas pelos discursos desinformativos nas diferentes plataformas de mídia social.
O principal resultado esperado é a compreensão dos efeitos do discurso desinformativo sobre a vacinação infantil na mídia social sobre as pessoas. Buscamos, não apenas entender quais modos são usados para influenciar e legitimar esses discursos, mas também, como as pessoas recebem e compreendem e incluem em suas práticas sociais essa desinformação.
Amadurecimento teórico sobre o discurso desinformativo em saúde no contexto das plataformas de mídia social e seu efeito na vacinação infantil:
Buscamos contribuir para o aprofundamento da compreensão dos processos discursivos no contexto das plataformas de comunicação digital e de sua eventual apropriação enquanto instrumento de disseminação de discursos desinformativos e nocivos para a saúde pública. Para isso, buscaremos uma profunda revisão teórica e metodológica sobre os estudos da área de desinformação, produção e circulação de discursos e desordens informativas que estão sendo desenvolvidas no Brasil e no mundo, como efeito do preocupante avanço dos discursos desinformativos no meio digital e dos seus impactos nas democracias, estruturas sociais e saúde em escala global.
Além da revisão teórica e metodológica empírica, essa pesquisa será desenvolvida com o suporte das parcerias já estabelecidas pelo grupo MIDIARS, da Universidade Federal de Pelotas. O grupo, sob a coordenação da Profa. Dra. Raquel Recuero, tem desenvolvido uma série de parcerias para a elaboração de pesquisas, eventos e projetos com instituições do Brasil e do exterior no campo dos estudos de desinformação nas plataformas de mídia social.
Elaboração de mapeamentos sobre as características e estratégias de legitimação dos discursos desinformativos sobre vacinação infantil nas plataformas de mídia social:
A partir da revisão teórica, metodológica e da sistematização dos dados coletados na pesquisa, iremos desenvolver modelos analíticos sobre as características do discurso desinformativo em saúde relacionados à vacinação infantil, especialmente as campanhas de desinformação identificadas por agências oficiais de verificação, e das estratégias de legitimação destes discursos no contexto das plataformas de comunicação digital. Com isso, buscamos auxiliar não apenas em uma compreensão mais ampla do fenômeno, como dar suporte para a elaboração de projetos e políticas públicas que visem combater a produção e circulação de discursos desinformativos que impactam na saúde pública e no alcance do Programa Nacional de Imunizações do SUS.
Divulgação científica integrada e produção de indicadores para o campo dos estudos dos discursos desinformativos:
Através da publicação de artigos; participação em eventos da área; realização de palestras; organização de um livro sobre desinformação em saúde em plataformas de comunicação digital no contexto pós-pandemia; e a realização de disciplina específica sobre o tema do discurso desinformativo em saúde, buscamos devolver para a sociedade os esforços empreendidos para o desenvolvimento deste projeto. Além disso, temos como objetivo fundamental contribuir para que os estudos da área da linguística tenham indicadores sólidos e atualizados sobre os discursos desinformativos sobre saúde e sobre a vacinação infantil no contexto das plataformas de comunicação digital.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
EVERTON IBERSE | |||
Marco Toledo de Assis Bastos | |||
RAQUEL DA CUNHA RECUERO | 5 | ||
TAIANE DE OLIVEIRA VOLCAN |
Fontes Financiadoras
Sigla / Nome | Valor | Administrador |
---|---|---|
FAPERGS / Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado Rio Grande do Sul | R$ 174.800,00 | Coordenador |
Plano de Aplicação de Despesas
Descrição | Valor |
---|---|
339033 - Passagens de Despesas de Locomoção | R$ 17.755,44 |
339030 - Material de Consumo | R$ 3.000,00 |
339018 - Auxílio Financeiro a Estudantes | R$ 124.800,00 |
339014 - Diária Pessoa Civil | R$ 9.244,56 |
449052 - Equipamentos e Material Permanente | R$ 20.000,00 |