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O projeto de extensão pode se justificar nos contextos social, acadêmico e tecnológico. Como coordenadora do projeto de extensão, gostaria de compartilhar uma experiência pessoal. Tenho feito um trabalho voluntário em que vou até o abrigo municipal uma vez por semana e leio um livro infantil para as crianças. Logo que comecei, uma menina de oito anos não queria ler e fazer as atividades da escola. Depois de dois meses de trabalho voluntário, a criança começou a ler e passou a me ajudar na leitura do livro para as outras crianças. É gratificante ver o quanto elas podem se desenvolver por meio de um gesto tão simples – ler um livro infantil. Sendo assim, um benefício do projeto de extensão seria despertar o hábito da leitura entre as crianças que vivem no abrigo, possibilitando assim um futuro com mais oportunidades para elas. Do ponto de vista acadêmico, pretendemos capacitar o aluno no desenvolvimento de livros digitais interativos, envolvendo diferentes áreas do Design, como design editorial, design de interação, desenho, animação e artefatos digitais. No contexto tecnológico, temos a intenção de desenvolver artefatos digitais que possam ser lidos em um celular, tendo em vista que a sociedade atual, bem como as crianças, tem se interessado cada vez mais pelo uso de tecnologias móveis.

A metodologia Design Science Research, divide-se em 12 etapas, conforme podemos acompanhar a seguir:
1. Identificação do problema: identificamos um problema a ser resolvido, que, nesse caso, será despertar o hábito da leitura entre as crianças que vivem no abrigo.
2. Conscientização do problema: coletamos informações a respeito do problema que estamos tentando solucionar com a pesquisa.
3. Revisão sistemática de literatura (RSL): fazemos uma revisão sistemática de literatura para compreender o que já foi publicado sobre o tema pesquisado.
4. Identificação dos artefatos e configuração das classes de problemas: identificamos os artefatos similares àqueles que estamos desenvolvendo, a exemplo do projeto “Leia para uma criança” proposto pelo Itaú.
5. Proposição de artefatos para resolver o problema específico: geramos ideias ou alternativas para a solução do problema pesquisado. Trata-se de uma etapa essencialmente criativa.
6. Projeto do artefato selecionado: selecionamos a melhor ideia ou alternativa para desenvolvermos a seguir. Existem vários métodos para a seleção de alternativas, como as ferramentas de Votação e Matriz de Pugh.
7. Desenvolvimento do artefato: desenvolvemos o livro digital interativo, o qual irá demandar dos alunos conhecimentos em diferentes áreas do Design, como: design editorial, design de interação, desenho, animação e artefatos digitais.
8. Avaliação do artefato: pretendemos realizar uma avaliação no abrigo Casa do Carinho da cidade de Pelotas – RS para coletar as impressões das crianças e das monitoras sobre o artefato proposto. Os instrumentos para a coleta de dados serão a entrevista semi-estruturada com as monitoras do abrigo e a observação das crianças.
9. Explicitação das aprendizagens: avaliamos o que deu certo na pesquisa e aquilo que deve ser melhorado ou corrigido nas próximas pesquisas.
10. Conclusões: apontamos os resultados alcançados, limitações e direcionamentos para pesquisas futuras.
11. Generalização para uma classe de problemas: os resultados alcançados na pesquisa servem para a generalização para uma classe de problemas.
12. Comunicações dos resultados: comunicamos os resultados obtidos na pesquisa em TCCs, journals, revistas, seminários, simpósios, congressos e afins.

Os resultados esperados são:
• Capacitar os alunos no desenvolvimento de livros digitais interativos;
• Capacitar os alunos no desenvolvimento de pesquisas científicas na área de livro digital interativo;
• Desenvolver um portfólio de livros digitais interativos ao longo de todo o projeto de extensão que possam ser utilizados pelas crianças do abrigo Casa do Carinho de Pelotas – RS;
• Despertar o interesse pela leitura entre as crianças do abrigo por meio de um artefato digital e interativo.