Nome do Projeto
Níveis e desigualdades de atividade física da população brasileira em tempos de pandemia: Inquérito COVITEL
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
30/01/2024 - 28/02/2025
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
Atualmente, cerca de 27% da população adulta mundial não atinge as recomendações de atividade física. A inatividade física contribui para o desenvolvimento de agravos em saúde que atingem uma grande parcela da população, os quais contribuem para um número elevado de mortes no país. Desde 2020, a sociedade enfrentou um momento atípico para diferentes gerações: a pandemia de Covid-19. Uma doença desconhecida se alastrou ao redor do mundo, infectando milhões de pessoas e acarretando em prejuízos para a saúde populacional. A pandemia afetou desproporcionalmente as diferentes camadas sociais, aumentando as desigualdades em saúde e contribuindo para o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis e a exacerbação dos seus principais fatores de risco, inclusive a inatividade física. O presente projeto se propõe a investigar os níveis de atividade física da população brasileira durante a pandemia de Covid-19, bem como, avaliar o impacto da pandemia sobre às desigualdades na prática de atividade física em adultos residentes nas cinco macrorregiões brasileiras. Para tal, serão usados dados do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em tempos de pandemia, o COVITEL. Serão propostos três artigos científicos com o objetivo de: 1) Estabelecer o nível de atividade física da população brasileira em tempos de pandemia, quantificando prevalências para atividade física total e por domínios entre as diferentes regiões demográficas do país e de acordo com características sociodemográficas e, avaliar as tendências temporais sobre a prática de atividade física no país; 2) Avaliar as desigualdades na prática de atividade física no Brasil; 3) Avaliar o impacto da pandemia de Covid-19 sobre o monitoramento da prática de atividade física ao redor do mundo, através de uma revisão sistemática da literatura.

Objetivo Geral

Descrever os níveis de AF de adultos na população brasileira em tempos
pandêmicos e avaliar o impacto da pandemia de Covid-19 sobre as
desigualdades na prática de AF no Brasil.

Justificativa

A AF é um comportamento complexo e multifatorial, que é amplamente
conhecido como benéfico para a saúde populacional. Embora se saiba dos
efeitos positivos relacionados à saúde, a inatividade física, atinge cerca de 27%
população adulta mundial, e é considerada uma das principais causas de morte
no mundo. Os indivíduos considerados fisicamente inativos, além de
apresentarem maior risco de mortalidade, também estão sujeitos a
desenvolverem uma série de doenças prejudiciais para a saúde.
Embora a literatura científica relacionada à AF seja crescente ao longo
dos anos e inúmeras estratégias venham sendo estabelecidas para a promoção
da AF, a prevalência de indivíduos fisicamente ativos ao redor do mundo não
está aumentando (Sallis et al., 2016). Além disso, as metas para a redução da
inatividade física estabelecidas pela OMS através do Plano de Ação Global,
ainda não foram atingidas. No Brasil, embora exista um ligeiro aumento na
prevalência de AF, as desigualdades também são crescentes. Sabe-se que as
pessoas que compõe os estratos sociais mais desfavorecidos apresentam
menores níveis de prática comparados aos indivíduos que fazem parte dos
estratos sociais mais elevados.
O estudo da relação entre fatores socioculturais e níveis de AF, ainda são
escassos. No entanto, algumas pesquisas vêm sendo realizadas em território
nacional e indicam uma grande importância na contribuição de domínios
específicos de AF para o tempo sobre AF total. O estudo dessas diferentes
contribuições por parte dos domínios específicos da AF é importante porque
levam em consideração os contextos socioculturais e econômicos que
influenciam diretamente na realização de AF. Além disso, eles objetivam
esclarecer as desigualdades sociais no que tange à prática de AF.
Nos últimos anos, os países ao redor do mundo enfrentaram uma
pandemia que vitimou milhares de pessoas e exacerbou ainda mais as
desigualdades sociais e de saúde (Minayo & Freire, 2020). Assim, países que já
eram fortemente marcados pelas desigualdades em saúde, tiveram um aumento
expressivo das suas iniquidades, atingindo os diferentes contextos da vida
humana, dentre eles, a AF. Com o passar dos anos, influenciada pela diminuição
das contaminações por Coronavírus e uma tentativa de retorno à vida em
sociedade de maneira natural, as pessoas estão retomando as suas atividades
cotidianas e inserindo seus hábitos anteriores novamente na sua vida social. No
entanto, é válido ressaltar que a pandemia de Covid-19 deixou marcas e uma
delas, foi o aumento das desigualdades no que tange à prática de AF.
No entanto, o monitoramento e a vigilância em saúde foram interrompidos
durante o momento pandêmico, em uma tentativa de concentrar esforços na
contenção da disseminação do vírus, e assim estimativas ao redor da saúde
populacional foram perdidas nesse meio tempo. Diante disso, pesquisadores se
reuniram com o objetivo de realizar a implementação de um inquérito de base
populacional em território nacional, visando a manutenção das estimativas de
vigilância em saúde durante a pandemia. Assim surgiu o COVITEL, o Inquérito
Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em
tempos de pandemia. Sabendo que os instrumentos que objetivam o
monitoramento e vigilância em saúde no Brasil foram interrompidos durante a
pandemia, e com a criação de um inquérito de base populacional que objetivou
à continuidade desse monitoramento, estabelecer estimativas do que ocorreu
com o nível de AF populacional durante a pandemia, é necessário. Além disso,
sabendo do aumento das desigualdades durante a pandemia, é importante que
estudos sejam estabelecidos à fim de quantificar o impacto da Pandemia de
Covid-19 sobre as desigualdades na prática de AF no Brasil.

Metodologia

A metodologia aqui descrita refere-se a utilizada no Inquérito Telefônico
de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em tempos da
pandemia – COVITEL (Hallal et al., 2023).

Delineamento do estudo

Este projeto utilizará os dados de um inquérito epidemiológico transversal
de base populacional, o Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças
Crônicas não Transmissíveis em tempos de pandemia – COVITEL.

População Alvo

Indivíduos de 18 anos ou mais, residentes em uma das cinco
macrorregiões brasileiras, que fossem servidos por linhas telefônicas fixas e
móveis.

Critérios de Inclusão

Foram incluídos na amostra indivíduos adultos residentes no Brasil, que
possuam linhas telefônicas válidas e elegíveis, fixas e móveis e que aceitaram
participar da pesquisa.

Critérios de Exclusão

Foram excluídos do estudo os indivíduos pertencentes as linhas
telefônicas com idade menor a 18 anos, linhas telefônicas empresariais ou de
domínio comercial, e aqueles que não aceitaram participar do estudo.


Amostragem

O ponto de partida do Inquérito COVITEL, foi a obtenção de uma amostra
probabilística da população de indivíduos com 18 anos ou mais residentes em
domicílios servidos por linhas telefônicas fixas e móveis para o Brasil e suas
cinco macrorregiões estabelecidas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), a saber: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste.
Foram amostrados 1.800 indivíduos de cada região brasileira, totalizando
9 mil indivíduos. Cabe ressaltar que, do total de indivíduos para cada região,
metade dos indivíduos foram amostrados por linha telefônica fixa, enquanto a
outra metade, móvel. Esse número foi estimado com base em cálculo de
tamanho amostral que permitisse estabelecer a frequência de qualquer fator de
risco na população estudada, com coeficiente de confiança de 95% e margem
de erro de cerca de três pontos percentuais dentro de cada grande região.

Indicadores, Metas e Resultados

A divulgação dos resultados será realizada através de: Volume de tese
para obtenção do título de Doutora em Epidemiologia; Artigos científicos em
periódicos nacionais e/ou internacionais; Imprensa local, por meio de nota ao
jornal local; Divulgação no domínio eletrônico do Programa de Pós-Graduação
em Epidemiologia da UFPel e Participação em eventos científicos nacionais e
internacionais.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
ANGEL CAROLINE CHIRIVINO ANTUNES DA ROCHA
INÁCIO CROCHEMORE MOHNSAM DA SILVA1
PEDRO RODRIGUES CURI HALLAL2

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