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A Política Nacional de Assistência Farmacêutica (Resolução nº338/2004) , dentro do contexto da Política Nacional de Medicamentos (Portaria nº3916/1998), visa a promoção do acesso e do uso racional de medicamentos. O ciclo da assistência farmacêutica compreende desde a seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e dispensação de medicamentos à população. Toda essa gestão do medicamento requer conhecimento técnico específico e trabalho em equipe. Já a atenção farmacêutica é uma filosofia de prática baseada no cuidado farmacêutico da pessoa e de sua rede de apoio, a fim de garantir que aquele medicamento dispensado seja realmente acessado e administrado da melhor forma possível, a fim de alcançar o resultado terapêutico almejado pela equipe de saúde, com segurança, efetividade e economia. Por isso, sabe-se que a atenção farmacêutica está compreendida no ciclo da assistência farmacêutica, onde o profissional farmacêutico realiza a gestão clínica do medicamento.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais da metade de todos os medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos de forma inadequada, e que metade de todos os pacientes não os utiliza corretamente. Segundo levantamentos do Conselho Federal de Farmácia (CFF), cerca de 80% dos brasileiros possuem o hábito da automedicação, e que ainda 25% destes fazem uso diário ou uma vez por semana. Esse dado traz consigo o alerta para o uso incorreto de medicamentos, e os riscos e consequências a que a população está sendo exposta. Ainda sobre o uso incorreto, segundo a OMS, pelo menos 10% das internações hospitalares são causadas pelo uso irracional de medicamentos.
O Conselho Regional de Farmácia do Rio Grande do Sul (CRF-RS) considera outros aspectos e práticas relacionadas ao uso racional de medicamentos relevantes, como: A polifarmácia, uso inadequado de antimicrobianos, não adesão aos tratamentos, acesso a medicamentos tarjados sem a devida receita, e também a armazenagem, conservação e descarte inadequados dos medicamentos.
Segundo um estudo de MELO; CASTRO, 2017 sobre a contribuição do farmacêutico no âmbito do SUS, evidenciou-se que atuação deste profissional apresentou resultados estatisticamente significativos na redução da falta de medicamentos, melhores qualidades de prescrição (com aumento do número de prescrições atendidas), redução do número de medicamentos prescritos entre os pacientes em seguimento farmacoterapêutico, e aumento da adesão ao tratamento quando recomendações de mudanças na farmacoterapia eram empregadas. Nesse estudo concluíram que o farmacêutico contribuiu efetivamente para o acesso e a promoção do uso racional de medicamentos.
Diante dessa complexidade, o acadêmico de graduação em farmácia precisa desenvolver a habilidade de utilizar seus conhecimentos para promover o acesso do medicamento à comunidade, realizando orientações individuais e coletivas de saúde, para a promoção do uso racional e da adesão ao tratamento prescrito; educando, também, sobre a automedicação responsável de medicamentos livre de prescrição, ao empoderar o paciente sobre sua saúde e tratamento. A liga acadêmica é uma entidade criada por acadêmicos, professores e profissionais da área, que permite essa troca de conhecimentos e experiências, com ações de ensino, pesquisa e extensão. Portanto, a criação da liga acadêmica de assistência farmacêutica e atenção farmacêutica (LAAFAR), vinculada ao Curso de Farmácia UFPel, permitirá o desenvolvimento de novos conhecimentos e habilidades aos acadêmicos e promoção do uso seguro e racional de medicamentos pela comunidade atendida.

Serão realizados encontros programados entre acadêmicos, professores e profissionais da área da farmácia para o aprendizado e discussões de temáticas relevantes, conforme demanda da comunidade, por meio de artigos científicos e literatura atualizadas. Serão planejadas e realizadas ações de educação em saúde em unidades básicas de saúde e em escolas da rede municipal de Pelotas-RS e do Capão do Leão-RS. As mídias sociais também serão utilizadas para promoção de saúde e do uso racional de medicamentos.

Indicadores:
- número de encontros realizados para estudo de temáticas propostas;
- número de ações de educação em saúde desenvolvidas em mídias sociais, com seu respectivo número de acesso;
- número de ações de educação de saúde realizadas em escolas municipais, vinculado ao Programa Saúde na Escola;
- número de ações de educação de saúde realizadas em unidades básicas de saúde;
- número de materiais educativos produzidos (vídeos, folders, cartazes).
A meta é atingir um número expressivo de pessoas, tanto em suas casas, quanto nas escolas, quanto na comunidade de uma forma geral, a fim de propagar informação e orientação sobre o uso correto de medicanentos. Além de gerar melhor formação acadêmica aos alunos por meio dos eixos de ensino e extensão.
Assim, espera-se empoderar o individuo e a comunidade sobre seus direitos e deveres relacionados ao uso de medicamentos, além de promover melhor formação acadêmica aos alunos envolvidos.