Nome do Projeto
Comparação entre métodos incisionais e crioterapia na exérese de neoplasias palpebrais
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
12/03/2024 - 12/03/2028
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Agrárias
Resumo
Na rotina de clínica cirúrgica de pequenos animais, os processos neoplásicos possuem umcaráter expressivo no volume de casuística, dentre às diversas possibilidades deacometimentos, os tumores em pálpebra têm um fator importante nesta relação deatendimentos. Em sua maioria, os tumores palpebrais ocorrem em pacientes adultos, com idadeacima de 5 anos, tendo maior ênfase em pacientes idosos e muitas vezes com comorbidadescomuns à faixa etária, o que torna a aceitação dos tutores em submeter o pet ao processoanestésico e realizar uma intervenção cirúrgica, mais difícil. Cirurgias neoplásicas devem buscar a cura em sua realização e para isso, procedimentos quebusquem a extirpação total das células neoplásicas e/ou lise celular. Com isso temos aimportância da escolha de técnicas que possuam este caráter, mas ao tratarmos de neoplasmasem regiões com difícil utilização de uma margem de segurança adequada, que contenhamestruturas importantes e de difícil acesso, como a pálpebra, torna esta escolha maisdesafiadora. Sabendo destas informações, aliado à crescente preocupação estética que os tutores passaram acreditar sobre procedimentos realizados na cirurgia veterinária, a busca de procedimentoseficazes e com menor alteração em morfologia, sobretudo em regiões de face, exigem desafiosna busca de técnicas menos invasivas, com maior praticidade, menor risco anestésico e melhortempo de recuperação pós cirúrgica. A criocirurgia tem mostrado excelentes resultados em tratamentos para neoplasmas e a suautilização em tumores palpebrais vem ganhando força nos últimos anos. Novos protocolos,diferentes criógenos sendo avaliados, trazem esperança na sua utilização frente as técnicasconvencionais ainda empregadas nos dias atuais. O estudo à ser realizado busca compararambas as técnicas já utilizadas em alguns centros, para pontuar os benefícios de cadaprocedimento, auxiliando na escolha da técnica, propondo um procedimento menos invasivo,como menor tempo cirúrgico e com menores alterações morfológicas, mantendo um melhorcaráter estético pós cicatricial.

Objetivo Geral

Objetivo geral:
Realizar um estudo comparativo entre a técnica de cirúrgica convencional e a criocirurgia em tumores palpebrais em cães atendidos na rotina hospitalar veterinária.
Objetivos específicos:
- Realizar exérese de tumores palpebrais, utilizando técnicas incisão em cunha e/ou criocirurgia, em cães atendidos da rotina cirúrgica do Hospital da Clínicas Veterinárias HCV-UFPel e na Clínica Veterinária Dr. Ricardo Oliveira;
- Enviar as amostras para avaliação histopatológica no Serviço de Oncologia Veterinária da Faculdade de Veterinária, UFPel (SOVET);
- Verificar o tempo transcirúrgico necessário para a realização das técnicas;
- Avaliar os resultados de cada técnica cirúrgica isolada e as vantagens na sua associação, visando determinar qual método é capaz de propor melhor performance estética e eficácia terapêutica;
- Definir qual procedimento demanda de maior tempo de cuidados pós operatórios;
- Determinar o tempo de alta clínica da técnica cirúrgica convencional (incisão em cunha) e da utilização da criocirurgia (associada a citorredução);
- Avaliar a alteração da morfologia palpebral pós cicatrização, comparando ambas as técnicas cirúrgicas;
- Avaliar o tempo e o percentual de recidivas dos neoplasmas entre as técnicas.

Justificativa

A pálpebra tem papel fundamental na manutenção da umidificação ocular, distribuindo de forma uniforme o filme lacrimal, protegendo o globo ocular contra corpos estranhos e a incidência de raios solares. É composta por duas porções, pele em sua porção externa e a conjuntiva na porção interna, esta conjuntiva também recobre toda membrana nictitante, chamada de terceira pálpebra e é denominada de conjuntiva palpebral. A conjuntiva que recobre a região anterior do bulbo ocular é denominada de conjuntiva bulbar(MAGGS, 2008). Além disso, na composição palpebral, existem três tipos de glândulas presentes: glândula de Moll, desemboca junto à base dos cílios; glândula de Zeis, desemboca nos folículos dos cíliose glândula de Meibomio, que desemboca na margem palpebral posterior aos cílios (MAGGS, 2008).
Embora a principal função das pálpebras seja a proteção do globo ocular, alterações tumorais nestas estruturas geralmente provocam deformações na sua estrutura que potencialmente podem causar lesões de córnea. Dentro da casuística de neoplasmas encontrados na medicina veterinária, os neoplasmas palpebrais têm mostrado grande relevância, com tendência a serem primárias e apresentando menor chance de provocar metástase, mas possuindo a característica de ser localmente invasivas (HOLMBERGet al., 1979).
A preservação da estrutura e função da pálpebra é uma consideração importante ao escolher o tratamento de neoplasias palpebrais. Se a estrutura e a função da pálpebra estiverem significativamente alteradas, pode resultar em exposição da córnea, irritação e ulceração (AQUINO, 2007).
O tratamento dos neoplasmas palpebrais consiste de ressecção local e pode ser associado a crioterapiapara reduzir a sua recorrência. A taxa de recorrência diminui de 15% para 11% quando há ressecção cirúrgica associada a criocirurgia (MAGGS, 2008). Entretanto, o método de crioterapia e os tipos de criógenos utilizados no tratamento de afecções oculares não são padronizados dentro da oftalmologia. Além disso, os efeitos biológicos e físico-químicos das diferentes substâncias criogênicas sobre os tecidos oculares ainda não foram completamente elucidados (TEHRANI & FRAUNFELDER, 2013)
Diversas substâncias podem ser utilizadas na criocirurgia, como por exemplo, o dióxido de carbono sólido, óxido nitroso e gás fréon, contudo atualmente sabe-se que o nitrogênio líquido é a substância criogênica mais eficiente na destruição celular, devido ao seu baixo ponto de ebulição (TEHRANI &FRAUNFELDER, 2013). Em comparação a outras modalidades de tratamento, a criocirurgia é um a técnica bastante segura, relativamente rápida, de fácil execução, eficaz, conservadora e de baixo custo. Além disso, é um método relativamente pouco doloroso, não requer anestesia geral e pode ser realizada em pacientes de alto risco cirúrgico (LEOPARD, 1975).
Dentro da casuística de neoplasmas encontrados na medicina veterinária, os neoplasmas palpebrais têm mostrado grande relevância, com tendência a serem primárias e apresentando menor chance de provocar metástase, mas possuindo a característica de ser localmente invasivas. A incidência de tumores palpebrais mostra-se significativa na medicina veterinária, sobretudo em pacientes de idades mais avançadas (5 anos, para mais).
Massas palpebrais podem causar irritação ocular e pode impedir a cicatrização da ulceração da córnea; portanto, a remoção de massas palpebrais geralmente é recomendada. Existem diversas técnicas estabelecidas,desde a excisão simples completa, procedimentos blefaroplásticos, citorredução, crioterapia e terapia com laser de dióxido de carbono.
Estudos anteriores mostraram que até um terço do comprimento da pálpebra pode ser removido em cães e ainda permitir
para fechamento primário das pálpebras sem necessidade de mais procedimentos blefaroplásticos complexos. Se o tamanho do tumor necessita de excisão de mais de um terço da pálpebra comprimento, técnicas reconstrutivas são geralmente recomendadas.
Em comparação a outras modalidades de tratamento, a criocirurgia é uma técnica bastante segura, relativamente rápida, de fácil execução, eficaz, conservadora e de baixo custo. Além disso, é um método relativamente pouco doloroso, não requer anestesia geral e pode ser realizada em pacientes de alto risco cirúrgico.
Estudos prévios avaliaram 255 massas palpebrais caninas, dos quais 154 foram tratados com citorredução e crioterapia, e outros 87 foram tratados com procedimentos blefaroplásticos. Neste estudo, a taxa global de recorrência foi semelhante para o dois grupos de modalidade de tratamento (15,1% de recorrência para crioterapia e10,5% para blefaroplastia). No entanto, o o tempo até a recorrência foi significativamente diferente paraos dois grupos de tratamento, com um tempo médio para recorrência de 7,4 meses para as massas tratadas com citorredução e crioterapia e 28,3 meses para aquelas massas tratadas com procedimentos blefaroplásticos.
O presente estudo por meio da realização de procedimentos cirúrgicos distintos, determinar quais as vantagens e desvantagens da exérese de massas pálpebrais em cães por meio da técnica cirúrgica convencional (incisão em cunha) e da utilização da criocirurgia. Em cada técnica aplicada, será terminado o tempo transoperatório; tempo de cicatrização pós procedimento e alteração de aspectos macroscópicos da pálpebra.

Metodologia

Serão selecionados 70 pacientes (n=70) atendidos na rotina do Hospital veterinário da UFPel ede uma clínica particular da cidade de Pelotas, acometidos por neoplasia palpebral, de até 1 cmde diâmetro. Os pacientes serão encaminhados para a ressecção cirúrgica terapêutica, devido ao fato de tratar-se de neoplasia e pela comum lesão ocular causada. Estes pacientes serão separados em dois grupos, sem distinção de idade, sexo e raça, sendo equiparados apenas pelo tamanho tumoral, em um grupo de 30 pacientes (n=35) serão realizados procedimentos convencionais, unicamente incisionais, procedimentos que poderão ser realizados também na clínica particular. Nos demais pacientes (n=35), serão realizados procedimentos associando a ressecção incisional (citorredução) e a utilização da criocirurgia em base tumoral, realizando dois ciclos de congelamento e descongelamento lento, todos os procedimentos realizados exclusivamente no hospital veterinário da UFPel.
Após a realização dos procedimentos, serão avaliados: Tempo de alta clínica; tempo cirúrgico; alteração na conformação anatômica da pálpebra (diminuição da abertura palpebral, alteração em pigmentação e folículos); incidência de manifestações pós cirúrgicas (quemose, blefarospasmo, secreções, hiperemia conjuntival).
Após as intervenções, todas as massas serão encaminhadas para avaliação histopatológica.
Os pacientes permanecerão no internamento apenas o tempo suficiente para recuperação pós cirúrgica (1 – 6h), acondicionados em baias isoladas e sobre controle térmico constante.
Serão encaminhados para alta, com a prescrição de analgésicos e antibióticos e solicitação da manutenção do colar elizabetano, pelo período de 7 dias, até a remoção dos pontos.

Indicadores, Metas e Resultados

Espera-se, com o desenvolvimento deste estudo, definir em quais casos utilizar determinada técnica, visando maior segurança para os pacientes, menor alteração estética, complicações pós cirúrgicas e o processo cicatricial.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
FABIANE BORELLI GRECCO2
FABRICIO DE VARGAS ARIGONY BRAGA6
RICARDO DE OLIVEIRA
SERGIO JORGE6

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