Nome do Projeto
Economia política para ativistas de movimentos sociais
Ênfase
Extensão
Data inicial - Data final
01/08/2017 - 31/07/2018
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Sociais Aplicadas
Eixo Temático (Principal - Afim)
Trabalho / Cultura
Linha de Extensão
Organizações da sociedade civil e movimentos sociais e populares
Resumo
A crise econômica, social e política por que passa o Brasil vem intensificando a mobilização social em torno da defesa de direitos sociais, afetados pela priorização de políticas econômicas de orientação liberal.
Esta mobilização, disparada a partir de organizações da sociedade civil e movimentos sociais populares, se produz sob intenso debate político-ideológico, com profusão de argumentos científicos e não-científicos, a partir dos mais variados âmbitos do debate social: mídia, universidades e instituição de pesquisa, redes sociais, grupos e organizações etc.
A polarização política tende a acirrar a arena discursiva. Mas a formulação de alternativas para a crise exigem mais que boas intenções e vontade política: é necessário elevar o nível do debate, especialmente no que diz respeito às possibilidades de superação da crise econômica, que por sua vez parece ser a área em que, ao mesmo tempo, se produzem as condições mais definidoras do processo e na qual os agentes sociais se sentem mais despreparados para compreender, debater e propor soluções.
A proposta do projeto é difundir/socializar/intercambiar conhecimentos teóricos da ciência econômica, de forma a subsidiar o debate político das organizações e movimentos sociais em processo de mobilização, através de encontros formativos orientados por literatura específica e por linguagem acessível, capaz de permitir a apropriação de conceitos e mecanismos de análise, ainda que de forma introdutória, por seus participantes.
Objetivo Geral
Oferecer, aos agentes das organizações e movimentos sociais populares, subsídios teóricos de ciência econômica que permitam reflexão e debate aprofundados sobre a crise econômica e seus desdobramentos, dando suporte à formulação de pensamento crítico e de propostas de superação dos dilemas conjunturais brasileiros.
Justificativa
Uma sociedade democrática pressupõe a construção coletiva e dialógica de seu destino. As diferentes forças políticas expressam diferentes perspectivas sociais e ideológicas, que disputam diferentes orientações societárias com pretensão à universalização.
Para um Estado nacional como o Brasil, marcado historicamente por grandes desigualdades sociais e por significativa defasagem econômica e tecnológica em relação aos países 'desenvolvidos', os efeitos das crises cíclicas do capitalismo são negativamente drásticos. As condições de vida dos mais pobres se deterioram rapidamente e a polarização político-ideológica vem acompanhada por conflitos e processos violentos - organizados/politizados ou não.
Na história dos países desenvolvidos, é inegável o papel fundamental representado pelas organizações sociais populares na construção da democracia, da cidadania e do arcabouço legal-jurídico garantidor de direitos e de soberania. Também nesta esfera a sociedade brasileira apresenta um déficit histórico em relação aos países do 'norte global'.
A universidade - a instituição universitária - também tem o dever, entre outros, de garantir o acesso dos setores populares ao conhecimento socialmente produzido. Este é, de forma clássica, o imperativo da extensão univesitária.
A ciência econômica costuma ser vista como a 'caixa preta' do processo sociopolítico: aquela que 'pode explicar tudo' e ao mesmo tempo 'está fechada para os não-técnicos'. Torna-se imperioso democratizar o acesso ao conhecimento dos fundamentos teóricos da ciência, subsidiando o debate das organizações sociais populares em torno da crise brasileira e de suas possibilidades de superação.
Para um Estado nacional como o Brasil, marcado historicamente por grandes desigualdades sociais e por significativa defasagem econômica e tecnológica em relação aos países 'desenvolvidos', os efeitos das crises cíclicas do capitalismo são negativamente drásticos. As condições de vida dos mais pobres se deterioram rapidamente e a polarização político-ideológica vem acompanhada por conflitos e processos violentos - organizados/politizados ou não.
Na história dos países desenvolvidos, é inegável o papel fundamental representado pelas organizações sociais populares na construção da democracia, da cidadania e do arcabouço legal-jurídico garantidor de direitos e de soberania. Também nesta esfera a sociedade brasileira apresenta um déficit histórico em relação aos países do 'norte global'.
A universidade - a instituição universitária - também tem o dever, entre outros, de garantir o acesso dos setores populares ao conhecimento socialmente produzido. Este é, de forma clássica, o imperativo da extensão univesitária.
A ciência econômica costuma ser vista como a 'caixa preta' do processo sociopolítico: aquela que 'pode explicar tudo' e ao mesmo tempo 'está fechada para os não-técnicos'. Torna-se imperioso democratizar o acesso ao conhecimento dos fundamentos teóricos da ciência, subsidiando o debate das organizações sociais populares em torno da crise brasileira e de suas possibilidades de superação.
Metodologia
Estrutura geral
O curso "Economia política para ativistas de movimentos sociais" será desenvolvido em dois módulos:
(I) da revolução industrial à revolução soviética
(II) da crise de 1929 à crise de 2008
Os módulos serão estruturados em oito (8) encontros formativos, cada um, oferecidos quinzenalmente. O Módulo I terá os seguintes conteúdos:
1. Apresentação: a economia, da teoria à prática do dia a dia
2. Mercantilismo, revolução industrial e economia clássica
3. A consolidação do capitalismo e a economia política nascida da burguesia: o liberalismo
4. A economia política nascida do movimento operário: o socialismo
5. A crítica da economia política – o advento do internacionalismo proletário e a teoria econômica de Marx e Engels
6. A ‘crítica da crítica’: a escola neoclássica do século XIX e os fundamentos do neoliberalismo de nosso tempo
7. A economia política da primeira tentativa de Estado Socialista – os debates econômicos na II Internacional e na Revolução Soviética
8. Duas experiências de 'transição ao socialismo': a União Soviética (1930-1990) e a China (1950-...).
O Módulo II terá os seguintes conteúdos:
1. O capitalismo tropeça: a crise de 1929, a ascenção das teorias econômicas ‘heterodoxas’ e o surgimento do modelo econômico ‘social-democrático’
2. O capitalismo reformado dos “30 anos gloriosos” (1945-1975) e a hegemonia neoliberal dos “30 anos infames” (1978-2008)
3. O “desenvolvimentismo” e os fundamentos da política econômica de Lula e Dilma – o pensamento econômico da CEPAL, de 1950 a 2010
4. “Por que continuamos ‘subdesenvolvidos’?” A teoria crítica da dependência, as tentativas de ruptura e a persistência do atraso.
5. “O desastre se aproxima?” A insustentabilidade ambiental do capitalismo e as correntes teóricas da economia ecológica
6. Resistências prático-teóricas: (i) a economia feminista e (ii) a teoria do desenvolvimento humano
7. Resistências prático-teóricas: (iii) a teoria da regulação econômica e (iv) a emergência da economia solidária e das experiências comunitárias/territoriais
8. “Os limites absolutos do capital” [foram] ativados? As crises atuais (econômica, social e ambiental) e a perspectiva de construção de uma ‘teoria econômica da transição’.
Os encontros formativos ocorrerão quinzenalmente. Serão indicados textos preparatórios em dois níveis, à escolha dos participantes: manuais explicativos e fragmentos literários dos autores originais. Os encontros terão dinâmicas variadas, a serem discutidas e construídas previamente com o coletivo de educandos.
O curso "Economia política para ativistas de movimentos sociais" será desenvolvido em dois módulos:
(I) da revolução industrial à revolução soviética
(II) da crise de 1929 à crise de 2008
Os módulos serão estruturados em oito (8) encontros formativos, cada um, oferecidos quinzenalmente. O Módulo I terá os seguintes conteúdos:
1. Apresentação: a economia, da teoria à prática do dia a dia
2. Mercantilismo, revolução industrial e economia clássica
3. A consolidação do capitalismo e a economia política nascida da burguesia: o liberalismo
4. A economia política nascida do movimento operário: o socialismo
5. A crítica da economia política – o advento do internacionalismo proletário e a teoria econômica de Marx e Engels
6. A ‘crítica da crítica’: a escola neoclássica do século XIX e os fundamentos do neoliberalismo de nosso tempo
7. A economia política da primeira tentativa de Estado Socialista – os debates econômicos na II Internacional e na Revolução Soviética
8. Duas experiências de 'transição ao socialismo': a União Soviética (1930-1990) e a China (1950-...).
O Módulo II terá os seguintes conteúdos:
1. O capitalismo tropeça: a crise de 1929, a ascenção das teorias econômicas ‘heterodoxas’ e o surgimento do modelo econômico ‘social-democrático’
2. O capitalismo reformado dos “30 anos gloriosos” (1945-1975) e a hegemonia neoliberal dos “30 anos infames” (1978-2008)
3. O “desenvolvimentismo” e os fundamentos da política econômica de Lula e Dilma – o pensamento econômico da CEPAL, de 1950 a 2010
4. “Por que continuamos ‘subdesenvolvidos’?” A teoria crítica da dependência, as tentativas de ruptura e a persistência do atraso.
5. “O desastre se aproxima?” A insustentabilidade ambiental do capitalismo e as correntes teóricas da economia ecológica
6. Resistências prático-teóricas: (i) a economia feminista e (ii) a teoria do desenvolvimento humano
7. Resistências prático-teóricas: (iii) a teoria da regulação econômica e (iv) a emergência da economia solidária e das experiências comunitárias/territoriais
8. “Os limites absolutos do capital” [foram] ativados? As crises atuais (econômica, social e ambiental) e a perspectiva de construção de uma ‘teoria econômica da transição’.
Os encontros formativos ocorrerão quinzenalmente. Serão indicados textos preparatórios em dois níveis, à escolha dos participantes: manuais explicativos e fragmentos literários dos autores originais. Os encontros terão dinâmicas variadas, a serem discutidas e construídas previamente com o coletivo de educandos.
Indicadores, Metas e Resultados
Meta quantitativa: participação mínima de 20 ativistas de movimentos sociais, com frequência mínima de 75% dos encontros, para ambos os módulos do curso.
Meta qualitativa: formação política de lideranças sociais qualificadas com capacidade de análise e de reflexão crítica, bem como de elaboração de propostas, com referência à conjuntura econômica nacional.
Meta qualitativa: formação política de lideranças sociais qualificadas com capacidade de análise e de reflexão crítica, bem como de elaboração de propostas, com referência à conjuntura econômica nacional.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
ANTONIO CARLOS MARTINS DA CRUZ | 9 | ||
CÍCERO FERNANDES CRUZ |