Nome do Projeto
Conexões entre o sul do Rio Grande do Sul, Argentina e Uruguai em perspectiva transnacional: a Maçonaria, o ensino secundário e a imprensa (décadas de 1890 a 1920)
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
20/06/2024 - 20/06/2028
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências Humanas
Resumo
Este projeto que tem início com meu estágio de pós doutoramento na Universidade de São Paulo (USP) sob a supervisão da Profª Drª Diana Vidal, apresenta como eixo central a abordagem transnacional na História da Educação e alinha-se ao “Projeto Temático Saberes e Práticas em fronteiras: por uma história transnacional da educação (1810-...)”, liderado por Diana Vidal e Carlota Boto. Será analisada na imprensa - em jornais, revistas, almanaques, boletins informativos, etc - a atuação política da Maçonaria e dos maçons junto à educação, especialmente no ensino secundário, em contextos internacionais, ambientados no sul do Rio Grande do Sul (RS), Argentina e Uruguai. Sua atuação que remete a uma influência européia cruza as fronteiras do nacional, do estado-nação, e apresenta conexões regionais e locais (urbanas), onde circulam ideias, sujeitos, práticas educacionais e culturais. A compreensão de singularidades da cultura urbana dar-se-á com a incursão em arquivos de Montevideo, Buenos Aires e Pelotas (referência cultural e econômica na metade sul do estado do RS). A relevância e originalidade desta pesquisa reside no fato de que as temáticas ainda são pouco estudadas no âmbito da História da Educação e a abordagem transnacional traz novas lentes, nova perspectiva teórica aos estudos que venho realizando e ao campo da História da Educação no Brasil. Apresento como hipótese de pesquisa o fato de que a ação da Maçonaria e dos maçons em contextos urbanos na emergente modernidade político-educacional, que ocorre na virada do século XIX para o XX na Argentina, Uruguai e sul do RS, refletiu-se em apropriações, trocas e ações em nível internacional no que se refere ao laicismo e antijesuitismo no campo da educação, especificamente no elitizado ensino secundário. O estudo tem como referencial teórico-metodológico a História Cultural (Burke, Certeau, Le Goff, Chartier, Frago, Julia, Pesavento), privilegiando referências sobre a história da educação transnacional (Vera e Fuchs, Caruso, Rogers e Vidal), Maçonaria e ensino secundário.
Objetivo Geral
A partir da abordagem transnacional busco analisar na imprensa (jornais, revistas, almanaques, boletins informativos, etc), contextos internacionais que cruzam as fronteiras do nacional na Região Platina, e apresentam conexões regionais e locais (urbanas), aonde circulam ideias, sujeitos, práticas educacionais e culturais, tendo como foco a ação política de Maçons e da Maçonaria junto à educação, mormente ao que tange ao nível secundário de ensino.
Justificativa
Este projeto se justifica como original, relevante e com impacto para o desenvolvimento científico, pois não há um estudo realizado por outro pesquisador, em que a partir da abordagem transnacional estabeleça conexões com contextos internacionais/ nacional/regional/local na espacialidade estudada. E ainda tenha como temas norteadores a ação política da Maçonaria e de maçons na educação, de forma especial junto ao ensino secundário. Da mesma forma destaco como relevante a análise sobre o ensino secundário sob a ótica da educação pública e privada. Ressalto, dessa forma, a importância de análises sobre o ensino secundário uma vez que em relação aos estudos sobre o ensino primário ainda há pouca produção acadêmica no país. Acredito que este estudo se encaminha para a possibilidade de abordagens multi e trans disciplinares. Outro fato que considero relevante é que presente projeto, original pela sua abordagem, dá continuidade aos estudos apresentados na parte inicial a dois projetos que venho desenvolvendo como bolsista produtividade CNPQ2 desde 2011.
Metodologia
A espacialidade elencada é a metade sul do RS, Uruguai e Argentina, na virada dos séculos XIX para o XX. Tendo como fundamento teórico-metodológico a História Cultural, privilegio o uso da imprensa (jornais, revistas, boletins informativos) e bibliografia referentes à temática. O uso da imprensa como fonte em História da Educação possibilita leituras de manifestações contemporâneas aos acontecimentos que envolviam a tão propalada modernidade advinda do sistema republicano positivista e a ação da Maçonaria e de maçons. Essa é uma forma de aproximação dos discursos emitidos na época em relação a projetos de sociedade e suas instituições sociais. Há que se destacar que muitos são os discursos apaixonados, realizados sob o influxo de interesses e compromissos político-ideológicos. No entanto, o caráter polêmico e, por vezes, passageiro das publicações, representam um produto cultural de sujeitos específicos em um determinado contexto histórico. Nesse sentido, Chartier (1990) enfatiza que os historiadores da cultura devem criar suas próprias estratégias na leitura dos textos com os quais trabalham, pois eles afetam o leitor de forma individual e variada.
Com este estudo aqui apresentado, muitos são os encaminhamentos e desdobramentos possíveis. Assim para que seja possível o cumprimento dos objetivos aqui propostos e que seja produzida uma narrativa histórica que encerre um modo de inteligibilidade sobre o tema, destaco, a seguir, alguns passos metodológicos que encaminham este trabalho. Sempre tendo em mente que as fases a seguir representam procedimentos que no desenvolvimento do projeto não serão encarados de forma estanque, ou seja, em dado momento o trabalho proposto em cada fase se dará de forma concomitante. São ações concretas, procedimentos que envolvem a seleção de documentos, a salvaguarda de materialidade escolar, respaldo para a sua leitura (aspectos teórico-metodológicos e seleção de categorias), análises e escrita final.
Fase 1 – levantamento de dados e de acervos
Buscar dados na bibliografia pertinente ao assunto na espacialidade elencada (RS, Uruguai e Argentina) em teses dissertações, artigos, repositórios digitais, sites e acervos documentais dos governos, dioceses e arquidioceses católicas, lojas maçônicas; acervos públicos e privados e bibliotecas. Esta fase se estenderá por todo o período do estágio pós-doutoral.
Fase 2 - Referenciais téorico-metodológicos: constituição das categorias
Realizar a leitura de referenciais teórico-metodológicos que sinalizem para os instrumentos lógico-categoriais que apoiem a condução do trabalho investigativo. Ou seja, o presente projeto, que amplia estudos anteriores e busca novos encaminhamentos teórico metodológicos com o uso da perspectiva transnacional, fundamenta-se em autores ligados à História Cultural (Burke, 2008, 2012; Chartier, 1988, 2006, 2015; Certeau, 1982, 1995; Le Goff, 2013; Pesavento, 2005) e que destacam a potencialidade do uso da imprensa e de impressos periódicos como fonte o objeto de investigação (Sodré, 1999; Amaral, 2013; Luca, 2005, 2006, 2021; Carvalho, 1994; Catani e Bastos, 2004, Moreira e Galvão, 2022) e fundamentam o uso da perspectiva transnacional ( Roldan Vera e Fuchs, 2019; Popkewitz, 2000,2017; Acosta, 2021; Alcântara, 2016; Ascenzi, 2019; Caruzo, 2014; Rogers, 2014, 2019; Vidal, 2017, 2019, 2020, dentre outros citados na bibliografia deste projeto). Fundamentam as reflexões sobre as questões sobre o público e privado na História da Educação no Brasil e no RS (Corsetti ,1998; Tambara, 2004 e 2005; Tambara, Quadros e Bastos, 2007, dentre outros) que serão acrescidos ao longo do trabalho. Sobre o ensino secundário (Haidar, 1972, Abreu, 1955; Nunes, 2000; Silva e Wenceslau, 2018, Vechia 2004; Dallabrida, 2001; Dallabrida e Souza, 2014; Pessanha, 2017; Pessanha e Silva, 2021; Chaloba, Dallabrida e Pessanha, 2021, dentre outros). Nas referências deste projeto aponto ainda obras para analisar aspectos sobre a Maçonaria, a História do Rio Grande do Sul, Pelotas, Argentina e Uruguai e culturas urbanas .
As categorias que servem de apoio ao trabalho serão construídas no caminho da investigação e não se limitam ao período de realização do estágio pós doutoral. Elas surgem a partir da problematização do objeto escolhido, das fontes a serem utilizadas e da clareza da inserção social e cultural do pesquisador. Essa atitude indagadora do pesquisador requer, entretanto, uma sólida e consistente revisão bibliográfica do tema.
Fase 3 – Análise dos dados a partir referenciais teórico-metodológicos e escrita dos textos
Neste estudo, a perspectiva teórico-metodológica que o sustenta remete a interfaces do social, político e cultural. É fundamental o cotejamento entre os níveis macro (políticas, sociedade, economia e cultura) e micro (instituições educacionais, poderes locais, culturas urbanas), ou seja, as análises que permeiam a compreensão do internacional, nacional, do regional e do local. Para tanto, a possibilidade de rastreamento de “indícios e sinais” (Ginzburg, 2003) deve permear todo o trabalho desta pesquisa.
Esta base dá estabilidade às questões realizadas no decorrer da investigação, sendo necessário, através de procedimentos de problematização, verificação e análise, observar o que as fontes parecem ocultar, interpretando-as, “já que o passado nunca é um objeto que já está ali” (CHARTIER, 2010). Burke (2004, p. 33) assinala que “os historiadores culturais têm de praticar a crítica das fontes”. Para o autor, não basta a simples coleta do que está sendo dito através das narrativas ou imagens, é necessário “perguntar por que um dado texto ou imagem veio a existir”. Nunca é demais destacar que a verdade do texto escrito em História será a verdade do historiador (CERTEAU, 2000), do seu olhar e do seu campo de pesquisa, tendo as fontes, a tarefa de fundamentar as suas interpretações, funcionando como apoio ao conhecimento produzido.
Considero que a articulação metodologia-teoria-empiria é um processo desafiador aos que se dedicam à pesquisa histórica, principalmente no campo da educação, onde o objeto de pesquisa obriga que se faça a inter-relação de suas diversas dimensões ideológicas, institucionais, sociais, políticas, econômicas e culturais. A partir dessa compreensão, penso que a teoria deve servir para orientar a perspectiva de análise escolhida pelo pesquisador, auxiliando-o na apreensão do que realmente interessa em sua investigação. Ela não pode se constituir em uma “ditadura sobre os dados”, em que estes sejam forçados a representar uma mera confirmação do referencial teórico. Dessa forma, a teoria deve, acima de tudo, embasar e orientar o trabalho do historiador, oferecendo meios para que ele possa refletir sobre os dados que resultam no conhecimento histórico que deve ser o produto da cautelosa elaboração epistemológica do historiador.
Com este estudo aqui apresentado, muitos são os encaminhamentos e desdobramentos possíveis. Assim para que seja possível o cumprimento dos objetivos aqui propostos e que seja produzida uma narrativa histórica que encerre um modo de inteligibilidade sobre o tema, destaco, a seguir, alguns passos metodológicos que encaminham este trabalho. Sempre tendo em mente que as fases a seguir representam procedimentos que no desenvolvimento do projeto não serão encarados de forma estanque, ou seja, em dado momento o trabalho proposto em cada fase se dará de forma concomitante. São ações concretas, procedimentos que envolvem a seleção de documentos, a salvaguarda de materialidade escolar, respaldo para a sua leitura (aspectos teórico-metodológicos e seleção de categorias), análises e escrita final.
Fase 1 – levantamento de dados e de acervos
Buscar dados na bibliografia pertinente ao assunto na espacialidade elencada (RS, Uruguai e Argentina) em teses dissertações, artigos, repositórios digitais, sites e acervos documentais dos governos, dioceses e arquidioceses católicas, lojas maçônicas; acervos públicos e privados e bibliotecas. Esta fase se estenderá por todo o período do estágio pós-doutoral.
Fase 2 - Referenciais téorico-metodológicos: constituição das categorias
Realizar a leitura de referenciais teórico-metodológicos que sinalizem para os instrumentos lógico-categoriais que apoiem a condução do trabalho investigativo. Ou seja, o presente projeto, que amplia estudos anteriores e busca novos encaminhamentos teórico metodológicos com o uso da perspectiva transnacional, fundamenta-se em autores ligados à História Cultural (Burke, 2008, 2012; Chartier, 1988, 2006, 2015; Certeau, 1982, 1995; Le Goff, 2013; Pesavento, 2005) e que destacam a potencialidade do uso da imprensa e de impressos periódicos como fonte o objeto de investigação (Sodré, 1999; Amaral, 2013; Luca, 2005, 2006, 2021; Carvalho, 1994; Catani e Bastos, 2004, Moreira e Galvão, 2022) e fundamentam o uso da perspectiva transnacional ( Roldan Vera e Fuchs, 2019; Popkewitz, 2000,2017; Acosta, 2021; Alcântara, 2016; Ascenzi, 2019; Caruzo, 2014; Rogers, 2014, 2019; Vidal, 2017, 2019, 2020, dentre outros citados na bibliografia deste projeto). Fundamentam as reflexões sobre as questões sobre o público e privado na História da Educação no Brasil e no RS (Corsetti ,1998; Tambara, 2004 e 2005; Tambara, Quadros e Bastos, 2007, dentre outros) que serão acrescidos ao longo do trabalho. Sobre o ensino secundário (Haidar, 1972, Abreu, 1955; Nunes, 2000; Silva e Wenceslau, 2018, Vechia 2004; Dallabrida, 2001; Dallabrida e Souza, 2014; Pessanha, 2017; Pessanha e Silva, 2021; Chaloba, Dallabrida e Pessanha, 2021, dentre outros). Nas referências deste projeto aponto ainda obras para analisar aspectos sobre a Maçonaria, a História do Rio Grande do Sul, Pelotas, Argentina e Uruguai e culturas urbanas .
As categorias que servem de apoio ao trabalho serão construídas no caminho da investigação e não se limitam ao período de realização do estágio pós doutoral. Elas surgem a partir da problematização do objeto escolhido, das fontes a serem utilizadas e da clareza da inserção social e cultural do pesquisador. Essa atitude indagadora do pesquisador requer, entretanto, uma sólida e consistente revisão bibliográfica do tema.
Fase 3 – Análise dos dados a partir referenciais teórico-metodológicos e escrita dos textos
Neste estudo, a perspectiva teórico-metodológica que o sustenta remete a interfaces do social, político e cultural. É fundamental o cotejamento entre os níveis macro (políticas, sociedade, economia e cultura) e micro (instituições educacionais, poderes locais, culturas urbanas), ou seja, as análises que permeiam a compreensão do internacional, nacional, do regional e do local. Para tanto, a possibilidade de rastreamento de “indícios e sinais” (Ginzburg, 2003) deve permear todo o trabalho desta pesquisa.
Esta base dá estabilidade às questões realizadas no decorrer da investigação, sendo necessário, através de procedimentos de problematização, verificação e análise, observar o que as fontes parecem ocultar, interpretando-as, “já que o passado nunca é um objeto que já está ali” (CHARTIER, 2010). Burke (2004, p. 33) assinala que “os historiadores culturais têm de praticar a crítica das fontes”. Para o autor, não basta a simples coleta do que está sendo dito através das narrativas ou imagens, é necessário “perguntar por que um dado texto ou imagem veio a existir”. Nunca é demais destacar que a verdade do texto escrito em História será a verdade do historiador (CERTEAU, 2000), do seu olhar e do seu campo de pesquisa, tendo as fontes, a tarefa de fundamentar as suas interpretações, funcionando como apoio ao conhecimento produzido.
Considero que a articulação metodologia-teoria-empiria é um processo desafiador aos que se dedicam à pesquisa histórica, principalmente no campo da educação, onde o objeto de pesquisa obriga que se faça a inter-relação de suas diversas dimensões ideológicas, institucionais, sociais, políticas, econômicas e culturais. A partir dessa compreensão, penso que a teoria deve servir para orientar a perspectiva de análise escolhida pelo pesquisador, auxiliando-o na apreensão do que realmente interessa em sua investigação. Ela não pode se constituir em uma “ditadura sobre os dados”, em que estes sejam forçados a representar uma mera confirmação do referencial teórico. Dessa forma, a teoria deve, acima de tudo, embasar e orientar o trabalho do historiador, oferecendo meios para que ele possa refletir sobre os dados que resultam no conhecimento histórico que deve ser o produto da cautelosa elaboração epistemológica do historiador.
Indicadores, Metas e Resultados
O presente projeto dá continuidade a estudos que venho desenvolvendo no âmbito da História da Educação no RS desde o tempo em que fiz mestrado e doutorado e que remetem, também, a projetos financiados pela CAPES/CNPQ bem como às orientações que realizo em nível de mestrado e doutorado junto ao PPGE/FAE/UFPel.
No período que corresponde às décadas de 1890 a 1920, em relação à espacialidade do sul do RS, Uruguai e Argentina, tenho por metas:
1. Estudar a abordagem transnacional no campo da História da Educação, identificando conexões estabelecidas na construção de singularidades educacionais e culturais.
2. Caracterizar a ocupação histórico-geográfica da região.
3. Analisar contextos internacionais no âmbito da educação e da cultura, que remetem a uma influência europeia (franceses, ingleses, portugueses, espanhóis e italianos) e à modernidade educacional e política.
4.Caracterizar a cultura urbana e peculiaridades históricas de Montevideo, Buenos Aires e Pelotas.
5. Analisar a Maçonaria como uma rede transnacional e cosmopolita oriunda do continente europeu, constituída por grupos de uma elite intelectual e política urbana nos países onde se estabelece.
5. Identificar maçons com representatividade política e cultural que, a partir do grupo de sociabilidade representado Loja Maçônica e da imprensa defendem a secularização da sociedade e o nacionalismo republicano e o liberalismo., no âmbito educacional, o pensamento liberal, cientificista, laicista e anti-jesuítico.
6. Caracterizar as propostas de maçônicas para o ensino secundário como contraponto ao conservadorismo educacional católico.
7. Analisar as práticas, encaminhamentos curriculares e inovações educacionais no ensino secundário, identificando possíveis conexões internacionais.
8. Analisar dados estatísticos sobre a oferta de ensino secundário.
9. Identificar e analisar aspectos históricos das instituições educacionais de ensino secundário nas cidades estudadas, seus atores envolvidos, compreendendo-os no âmbito do contexto educacional, da cultura escolar e da cultura urbana.
10. Digitalizar documentos escritos e iconográficos sobre o ensino secundário, agregando material ao banco de dados existente no Centro de Estudos e Investigações em História da Educação (CEIHE/UFPel).
Reitero que este trabalho estará fundamentado na abordagem transnacional no campo da História da Educação, onde busco estabelecer conexões regionais (e porque não dizer transnacionais, uma vez que envolve três estados-nação) a partir de uma instituição cosmopolita e internacional que é a Maçonaria. Pretendo estabelecer conexões com as experiências e expectativas em relação ao ensino secundário nessa espacialidade. O ensino secundário entendido como um produto cultural resultante de uma intencionalidade do Estado, cotejando dados quantitativos com aspectos ligados aos discursos sobre a educação pública e privada, às histórias das instituições educacionais, buscando traços da cultura escolar e urbana e enfatizando a atuação das políticas dos governos assim como da Igreja Católica. Neste caminho busco também dar continuidade ao trabalho desenvolvido junto ao CEIHE/UFPel digitalizando documentos a serem salvaguardados e disponibilizados a outros pesquisadores.
No período que corresponde às décadas de 1890 a 1920, em relação à espacialidade do sul do RS, Uruguai e Argentina, tenho por metas:
1. Estudar a abordagem transnacional no campo da História da Educação, identificando conexões estabelecidas na construção de singularidades educacionais e culturais.
2. Caracterizar a ocupação histórico-geográfica da região.
3. Analisar contextos internacionais no âmbito da educação e da cultura, que remetem a uma influência europeia (franceses, ingleses, portugueses, espanhóis e italianos) e à modernidade educacional e política.
4.Caracterizar a cultura urbana e peculiaridades históricas de Montevideo, Buenos Aires e Pelotas.
5. Analisar a Maçonaria como uma rede transnacional e cosmopolita oriunda do continente europeu, constituída por grupos de uma elite intelectual e política urbana nos países onde se estabelece.
5. Identificar maçons com representatividade política e cultural que, a partir do grupo de sociabilidade representado Loja Maçônica e da imprensa defendem a secularização da sociedade e o nacionalismo republicano e o liberalismo., no âmbito educacional, o pensamento liberal, cientificista, laicista e anti-jesuítico.
6. Caracterizar as propostas de maçônicas para o ensino secundário como contraponto ao conservadorismo educacional católico.
7. Analisar as práticas, encaminhamentos curriculares e inovações educacionais no ensino secundário, identificando possíveis conexões internacionais.
8. Analisar dados estatísticos sobre a oferta de ensino secundário.
9. Identificar e analisar aspectos históricos das instituições educacionais de ensino secundário nas cidades estudadas, seus atores envolvidos, compreendendo-os no âmbito do contexto educacional, da cultura escolar e da cultura urbana.
10. Digitalizar documentos escritos e iconográficos sobre o ensino secundário, agregando material ao banco de dados existente no Centro de Estudos e Investigações em História da Educação (CEIHE/UFPel).
Reitero que este trabalho estará fundamentado na abordagem transnacional no campo da História da Educação, onde busco estabelecer conexões regionais (e porque não dizer transnacionais, uma vez que envolve três estados-nação) a partir de uma instituição cosmopolita e internacional que é a Maçonaria. Pretendo estabelecer conexões com as experiências e expectativas em relação ao ensino secundário nessa espacialidade. O ensino secundário entendido como um produto cultural resultante de uma intencionalidade do Estado, cotejando dados quantitativos com aspectos ligados aos discursos sobre a educação pública e privada, às histórias das instituições educacionais, buscando traços da cultura escolar e urbana e enfatizando a atuação das políticas dos governos assim como da Igreja Católica. Neste caminho busco também dar continuidade ao trabalho desenvolvido junto ao CEIHE/UFPel digitalizando documentos a serem salvaguardados e disponibilizados a outros pesquisadores.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
BRUNO CARVALHO VIEIRA | |||
CARLOS JOSÉ DE AZEVEDO MACHADO | |||
GIANA LANGE DO AMARAL | 10 |