Nome do Projeto
Atenção a saúde das pessoas com estomias e suas famílias em um serviço de referência de um município do sul do Brasil
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
19/06/2024 - 20/12/2027
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Ciências da Saúde
Resumo
O termo estoma ou estomia, é de origem do vocabulário grego, tendo o significado de abertura ou boca, que designa a exteriorização de vísceras ocas decorrente de diversas causas (CASTRO, 2020). A estomia, ou ostomia, é um método cirúrgico, que envolve extração de fezes ou urina diretamente através de uma abertura artificial, abrindo uma passagem dos órgãos internos para fora do corpo, podendo ser definitiva ou temporária, ou até mesmo é executado para apoiar a respiração e a alimentação em outras condições clínicas (Ministério da Saúde, 2022). Contudo, a estomia vai além de um procedimento cirúrgico, ela trás um impacto psicobiológico e social aos estomizados, principalmente relacionado a imagem corporal e adaptações, afetando diretamente sua qualidade de vida (DINIZ et al., 2021). Em relação às inúmeras mudanças acarretadas pela confecção de uma estomia, sejam elas anatômicas, fisiológicas ou psicológicas, sabe-se que o papel da equipe de saúde é fundamental auxiliando o paciente no processo de recuperação, autoconhecimento e autonomia (BANDEIRA et al., 2020). Nesse sentido, é importante destacar que quando falamos em estomia, adentra-se nas “deficiências invisíveis”, a qual as pessoas não enxergam uma pessoa com estomia como Pessoa Com Deficiência (PCD) e de forma equivocada a caracterizam como incapacitadas e com falta de autonomia para desempenhar as atividades. (Marchesan A, Carpenedo RF, 2021). De acordo com a legislação brasileira através do decreto 5.296/2004 o indivíduo estomizado é caracterizado como deficiente físico, baseado em leis que garantem direitos a esses indivíduos como atenção integral e multidisciplinar à saúde. Com propósito de minimizar complicações de todas as dimensões aos estomizados, informações fornecidas pela equipe de enfermagem ajudam a facilitar a compreensão dos problemas e promover a autonomia dos pacientes. Desse modo o estudo tem como objetivo Avaliar a atenção a saúde das pessoas com estomias e suas famílias em um serviço de referencia de um município do sul do Brasil. Para compreender esse universo de forma mais ampliada, a pesquisa a ser desenvolvida será do tipo descritivo-exploratória, com abordagem quantiqualitativa. O contexto de investigação da pesquisa será o Programa de Assistência ao Estomizado e Incontinente (PAEI), o qual é vinculado com a Secretaria Municipal de Saúde, do município de Pelotas. A população do estudo será composta pelas pessoas atendidas neste serviço, pessoas estomizadas e suas famílias. Os dados serão coletados em duas etapas, na primeira serão coletados os dados quantitativos e, na segunda, os dados qualitativos. Os dados qualitativos serão inseridos no programa webQDA - Qualitative Data Analysis para fins de organização e, em seguida, será realizada a análise temática conforme proposta por Braun et al. (2019), seguindo seis fases: 1) Familiarização com os dados; 2) Codificação; 3) Busca de temas; 4) Revisão de temas; 5) Definição e nomeação dos temas; 6) Redação final.

Objetivo Geral

Objetivo Geral
Avaliar a atenção a saúde das pessoas com estomias e suas famílias em um serviço de referencia de um município do sul do Brasil

Justificativa

De acordo com a legislação brasileira através do decreto 5.296/2004 o indivíduo estomizado é caracterizado como deficiente físico, baseado em leis que garantem direitos a esses indivíduos como atenção integral e multidisciplinar à saúde. Nesse sentido, percebe-se a relevância da socialização e de reinserção social para a pessoa com deficiência (PCD), proporcionando sentimentos de utilidade e autonomia.
Apesar da estomização possibilitar a continuidade da vida, ela provoca repercussões e impacto sobre o processo de viver do indivíduo, sobretudo no paciente com estomia de eliminação, o qual vivencia sentimentos de revolta e estranhamento pela presença das fezes e de uma bolsa coletora. Além das modificações na autoimagem, perda do controle esfincteriano e o medo gerado pela possibilidade de eliminação de ruídos ou odores (MOTA; GOMES; PETUCO, 2016).
Como contribuições do estudo, espera-se que o compartilhamento de vivências possa impulsionar a discussão e reflexão sobre a atenção a saúde da pessoa estomizada, pensando em estratégias de adaptação às diferentes dificuldades que podem ser encontradas em sua vida. Assim como, incentivar os profissionais de saúde a olharem para esse aspecto durante a assistência, a fim de promover melhor qualidade de vida ao estomizado.

Metodologia

A pesquisa a ser desenvolvida será do tipo descritivo-exploratória, com abordagem quantiqualitativa. Essa abordagem pode ser conceitualizada como triangulação dos métodos quantitativo e qualitativo, sendo a triangulação compreendida como uma combinação e cruzamento de pontos de vista múltiplos (MINAYO, 2005). O contexto de investigação da pesquisa será o Programa de Assistência ao Estomizado e Incontinente (PAEI), o qual é vinculado com a Secretaria Municipal de Saúde, do município de Pelotas.A população do estudo será composta pelas pessoas atendidas neste serviço, pessoas estomizadas e suas famílias. Os critérios de inclusão no estudo serão: estar cadastrada no serviço como pessoas estomizada ou ser familiar/responsável. Serão excluídos pessoas que estejam hospitalizadas devido o agravamento de sua saúde e não estar apto cognitiva e psicologicamente a responder às questões da pesquisa.
Os dados serão coletados em duas etapas, na primeira serão coletados os dados quantitativos e, na segunda, os dados qualitativos. Na primeira etapa, será utilizado um questionário contendo questões fechadas acerca do perfil sociodemográfico e clínico das pessoas estomizadas e/ou incontinentes (APÊNDICE A) esses dados serão anotados diretamente com base dos dados preenchidos no prontuário dos pacientes. Nessa etapa estima-se o levantamento dos últimos 05 anos todos as pessoas cadastrados no serviço. Para a análise dos dados oriundos dessa etapa as informações coletadas serão digitadas e conferidas por dois revisores, organizadas em banco de dados no programa ExcelTM e, posteriormente, processados no programa estatístico Stata versão 17.1 (College Station, TX: StataCorp LP). Assim, será realizada uma análise descritiva, por meio de frequência absoluta e relativa.
Na segunda etapa da pesquisa, será realizada uma entrevista intensiva, com as pessoas estomizadas e suas familias, que se trata de “uma conversa orientada”, contendo questões norteadoras amplas e abertas (CHARMAZ, 2009, p. 46), relacionada à sua saúde após a estomização (APÊNDICE B). Para delimitar o número de participantes será seguido o critério de saturação de dados (HENNINK; KAISER; MARCONI, 2017). Para tanto, primeiramente, as entrevistas serão transcritas extraindo-se os códigos iniciais, categorizados pela prevalência e tipo, identificando-se se houve profundidade e complexidade suficientes para compreensão da questão estudada. Assim, a saturação deve considerar riqueza de dados derivados de cada questão, que contribui para a compreensão, não apenas a presença ou a frequência de um problema (HENNINK; KAISER; MARCONI, 2017). Para essa etapa estima-se a participação de 20 a 30 pessoas estomizadas e/ou familiares, dependendo dos critérios estabelecidos conforme suas condições de saúde e tratamentos desenvolvido.
Outro instrumento a ser utilizado nessa segunda etapa é o diário de campo, contendo os seguintes itens: notas de campo, devendo conter os detalhes da observação; notas teóricas, que são as percepções relativas à compreensão; notas metodológicas que são a análise do conteúdo das notas de campo. Além disso, ele permite ao pesquisador registrar suas percepções no final de cada encontro (MOTTA, 1997). Para as entrevistas dessa segunda etapa, qualitativa, estima-se uma duração média de 30 minutos por participante. Após a transcrição de todas as informações essas serão inseridas para sua organização no programa webQDA - Qualitative Data Analysis, que se trata de um software de apoio à análise de dados qualitativos disponível em um ambiente colaborativo e distribuído. As informações coletadas na segunda etapa, qualitativa, serão analisadas por meio da abordagem temática de Conteúdo proposta por Braun e Clarke (2006). Este método analítico busca identificar e analisar padrões ou temas, através da codificação dos dados que, posteriormente, servirão de suporte para sistematização e interpretação dos resultados (CLARKE; BRAUN, 2017).
Os participantes serão informados da gravação, bem como sua autorização para tanto será solicitada. Destaca-se que todas as referências da bioética (autonomia, não maleficência, beneficência, justiça e equidade) para pesquisas com seres humanos serão observadas de acordo com o proposto pela Resolução nº 466 de dezembro de 2012 (BRASIL, 2012), para tanto será disponibilizado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para ser assinado pelos participantes que concordarem em participar. O processo de pesquisa não oferecerá nenhum tipo de ônus aos participantes da pesquisa e os mesmos serão informados sobre os riscos, desconfortos e benefícios para o participante. Salienta-se que o estudo não incluirá nenhum tipo de método invasivo ou coleta de material biológico ou experimento.
Antes da realização do estudo, será realizada a submissão do presente projeto de pesquisa ao Núcleo de Educação Permanente do município (NUMESC) a fim de solicitar a carta de anuência, em que consta a assinatura e o carimbo do responsável, apresentando a concordância em aceitar o desenvolvimento da pesquisa. Posteriormente, o mesmo será submetido à Plataforma Brasil, para apreciação pelo Comitê de Ética.

Indicadores, Metas e Resultados

Espera-se conhecer as percepções da pessoa estomizada e seus familiares sobre o processo de adoecimento e estomização; identificar as principais facilidades e dificuldades encontradas frente a nova condição de vida, bem como conhecer as praticas de autocuidado, redes de apoio, para que assim, seja possível elaborar estratégias mais eficazes de inserção desta população.

Equipe do Projeto

NomeCH SemanalData inicialData final
CAROLINE DE LEON LINCK9
IRIS HELENA SCHWARTZ BEILFUSS
MANUELA LOUZADA VOLZ
MICHELE CRISTIENE NACHTIGALL BARBOZA11

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