Nome do Projeto
Patafísica: arte-educação-filosofia
Ênfase
Pesquisa
Data inicial - Data final
01/10/2024 - 31/10/2026
Unidade de Origem
Coordenador Atual
Área CNPq
Linguística, Letras e Artes
Resumo
O projeto Patafísica acontece desde 2013. Inicialmente denominado “Patafísica: mediadores do imaginário”, atuou pelo terreno educativo da galeria A Sala, (galeria de arte vinculada ao Centro de Artes/UFPel). Ao longo dos anos o projeto foi recadastrado sob o nome de Patafísica, pois foi alargando os espaços e inventando modos de atuação no interstício que agencia arte e educação: dando continuidade aos espaços e exposições de arte (vinculados ou não à UFPel), bem como formas de atuação que transbordaram a ação direta de mediar a arte, tais como a criação de materiais educativos e a formação de mediadores, por exemplo.
O projeto é formado por um bando de estudantes e egressos dos cursos do Centro de Artes da Universidade Federal de Pelotas interessado em pensar o interstício que agencia arte e educação e praticá-lo através de proposições artísticas denominadas pelo grupo de “fazeções”. Essa palavra é inventada pela fórmula: fazer (planejado) + agir (ação vaga), ou seja, um modo de experimentação docente que percorre por entre um planejamento, almejando uma finalidade, mas, também, aberto ao que pode acontecer, dando vazão ao que pode um encontro. Portanto, uma “fazeção” não trata de encontrar, revelar ou reproduzir o que já existe, nem de procurar algo, mas de um agir iniciado por uma proposta por um fazer que é tramado no encontro com e pelos corpos. Em uma fazeção a pesca cria o peixe.
Além das ações extensionistas, o projeto produz ações de ensino e pesquisas que tratam da arte-educação-filosofia, seus transbordamentos e articulações.
A denominação “Patafísica” foi escolhida em função do significado atribuído pelo seu inventor, o dramaturgo francês Alfred Jarry (1873-1907), qual seja, a “ciência do particular” (Jarry, 2016, p.17). Jarry inventa a ciência que consiste no estudo das exceções e tenta explicar um universo em que o saber dominante não ensina a ver.
Objetivo Geral
Inventar e propor “fazeções”, palavra inventada pela fórmula [fazer (planejado) + agir (ação vaga)], que ocorre por uma mistura de oficina, conversa, movimento e acolhimento orientada pelo caráter acontecimental do encontro.
Nesse sentido, de maneira experimental, o projeto objetiva pensar, inventar e propor essas “fazeções” que se desdobram em ações que tocam o campo da arte, tais como intervenções, mediações, proposições, curadorias, performances, desenhos, publicações que irrompem produções acadêmicas na promoção de projetos de ensino e, também, no desenvolvimento de pesquisas de caráter individual e/ou coletivo.
Nesse sentido, de maneira experimental, o projeto objetiva pensar, inventar e propor essas “fazeções” que se desdobram em ações que tocam o campo da arte, tais como intervenções, mediações, proposições, curadorias, performances, desenhos, publicações que irrompem produções acadêmicas na promoção de projetos de ensino e, também, no desenvolvimento de pesquisas de caráter individual e/ou coletivo.
Justificativa
O projeto justifica-se por promover a experimentação artística e a formação acadêmica ampliada e crítica ao agenciar pensamentos e noções advindas dos territórios da arte, da educação e da filosofia, sobretudo a filosofia da diferença. E, ao engendrar pensamentos por entre tais territórios, inventa “fazeções” que experimentam a arte, a educação e o espaço urbano de modo a ativar o corpo-pensamento, incitando inventar existências coletivas e individuais outras.
Ademais, em recente revisão bibliográfica, realizada pela ocasião do doutoramento da coordenadora deste projeto, apontou um movimento crescente de estudos no âmbito educacional que trabalham desde o ponto de vista da filosofia da diferença, agenciando questões teóricas, metodológicas e práticas em arte e em educação. Esses estudos apresentam uma espécie de combate à vontade de verdade pedagógica e nesse sentido avizinham-se à arte clamando por outra ordem pedagógica-formativa. Visto que a arte, apesar de conter técnicas, procedimentos e meandros que a definem como Arte, pode operar e acontecer por experimentações, por certa vulnerabilidade que dá espaço ao que não se percebia, mas que já́ estava aí.
Neste sentido este projeto conjura com o movimento apontado pela revisão bibliográfica, mas a partir daí entende que as experimentações que articulam arte e educação não acontecem somente por deslocamento de um território a outro, do território da arte para a educação, e vice e versa, mas por entre os territórios. Assim este projeto propõe, pela “fazeção”, experimentações artíticaseducativas engendradas por multiplicidades, por corpos, por paisagens, por afetos (pensamentos) e afecções (corpo) que agem como intercessores que por composições dadas no encontro afirmam e/ou refreiam a vida. Quando as experimentações acontecem de modo ativo reverberam existências que afirmam a vida, compartilham a experiência em sua diferenciação, ou seja, engendram um comum dos corpos e afirmam a singularidade de cada corpo.
Ademais, em recente revisão bibliográfica, realizada pela ocasião do doutoramento da coordenadora deste projeto, apontou um movimento crescente de estudos no âmbito educacional que trabalham desde o ponto de vista da filosofia da diferença, agenciando questões teóricas, metodológicas e práticas em arte e em educação. Esses estudos apresentam uma espécie de combate à vontade de verdade pedagógica e nesse sentido avizinham-se à arte clamando por outra ordem pedagógica-formativa. Visto que a arte, apesar de conter técnicas, procedimentos e meandros que a definem como Arte, pode operar e acontecer por experimentações, por certa vulnerabilidade que dá espaço ao que não se percebia, mas que já́ estava aí.
Neste sentido este projeto conjura com o movimento apontado pela revisão bibliográfica, mas a partir daí entende que as experimentações que articulam arte e educação não acontecem somente por deslocamento de um território a outro, do território da arte para a educação, e vice e versa, mas por entre os territórios. Assim este projeto propõe, pela “fazeção”, experimentações artíticaseducativas engendradas por multiplicidades, por corpos, por paisagens, por afetos (pensamentos) e afecções (corpo) que agem como intercessores que por composições dadas no encontro afirmam e/ou refreiam a vida. Quando as experimentações acontecem de modo ativo reverberam existências que afirmam a vida, compartilham a experiência em sua diferenciação, ou seja, engendram um comum dos corpos e afirmam a singularidade de cada corpo.
Metodologia
Este projeto tem como perspectiva teórica-metodológica o modo de pensar rizomático engendrado por Gilles Deleuze e Félix Guattari (2011; 1998). Pela perspectiva rizomática, o processo de criação, constituição e realização é tão importante quanto chegar ao objetivo (ou não) e confirmar, ou não, o propósito e a finalidade do realizado. Assim, diferente das metodologias estruturadas de modo arborescente que tomam um eixo verticalizado e ordenado dos processos de criação, constituição e realização, o modo de pensamento rizomático está em contínua combinação, ou seja, as rotas e os direcionamentos têm traçados irregulares motivados por acoplagens, permutas, fluxos conceituais e territoriais.
Numa tentativa de convencimento sobre tal estruturação a-centrada, Deleuze e Guattari (2011) enumeram 6 (seis) características, e/ou princípios, que esboçam um rizoma: “princípios de conexão e de heterogeneidade”, “princípio de multiplicidade”, “princípio de ruptura assignificante” e o princípio da cartografia e da decalcomania.
De acordo com a maneira de pensar a arte e a educação, bem como ao objetivo aqui proposto, este projeto atenta ao princípio da cartografia. Em tal conjuntura teórica-filosófica a cartografia é uma operação performática de produção de mapas de forças que acontece no movimento vital das experimentações: “pode-se desenhá-lo numa parede, concebê-lo como obra de arte, construí-lo como ação política ou como meditação.” (2011, p. 30). É a operação de demarcação das composições, das multiplicidades intensivas, das estratégias das formações do desejo, (esse entendido como força de afirmação da vida no campo social) através de mapas abertos — conectáveis, reversíveis, modificáveis — de múltiplas entradas. É nesse sentido, enquanto metodologia, que a perspectiva cartográfica inverte o sentido da palavra methodo (metha + hodos), em que hodos é caminho, via, e metha é através de, por meio.
Contudo, buscando sistematizar o projeto e as ações do grupo seguem abaixo pontuações metodológicas:
- Reuniões semanais. Encontros para estudo, reflexão e discussão sobre arte, educação e filosofia; para inventar e experimentar as “fazeções”, bem como para avaliar as experiências que delas reverberam. Tais encontros podem ser distinguidos a partir de alguns aspectos.
- Preparação e delineamentos. Estudo do conteúdo, da matéria a ser abordada e problematizada através da “fazeção”. Invenção da “fazeção”, ou seja, da proposição artística. Experimentação da “fazeção” pelo grupo. Delineamento operacional da “fazeção”.
- Agendamento e organização. Preparação do acontecimento das “fazeções”: definição dos materiais que serão utilizados, do local, da data e dos membros do grupo que irão participar.
- Experimentação. Acontecimento das “fazeções”, bem como a realização de registros em forma escrita e audiovisual.
- Reflexão e discussão. Avaliação das “fazeções” e dos registros realizados.
- Produção científica. Realização de produção científica e artística a partir do que reverbera das experiências de “fazeção”.
Numa tentativa de convencimento sobre tal estruturação a-centrada, Deleuze e Guattari (2011) enumeram 6 (seis) características, e/ou princípios, que esboçam um rizoma: “princípios de conexão e de heterogeneidade”, “princípio de multiplicidade”, “princípio de ruptura assignificante” e o princípio da cartografia e da decalcomania.
De acordo com a maneira de pensar a arte e a educação, bem como ao objetivo aqui proposto, este projeto atenta ao princípio da cartografia. Em tal conjuntura teórica-filosófica a cartografia é uma operação performática de produção de mapas de forças que acontece no movimento vital das experimentações: “pode-se desenhá-lo numa parede, concebê-lo como obra de arte, construí-lo como ação política ou como meditação.” (2011, p. 30). É a operação de demarcação das composições, das multiplicidades intensivas, das estratégias das formações do desejo, (esse entendido como força de afirmação da vida no campo social) através de mapas abertos — conectáveis, reversíveis, modificáveis — de múltiplas entradas. É nesse sentido, enquanto metodologia, que a perspectiva cartográfica inverte o sentido da palavra methodo (metha + hodos), em que hodos é caminho, via, e metha é através de, por meio.
Contudo, buscando sistematizar o projeto e as ações do grupo seguem abaixo pontuações metodológicas:
- Reuniões semanais. Encontros para estudo, reflexão e discussão sobre arte, educação e filosofia; para inventar e experimentar as “fazeções”, bem como para avaliar as experiências que delas reverberam. Tais encontros podem ser distinguidos a partir de alguns aspectos.
- Preparação e delineamentos. Estudo do conteúdo, da matéria a ser abordada e problematizada através da “fazeção”. Invenção da “fazeção”, ou seja, da proposição artística. Experimentação da “fazeção” pelo grupo. Delineamento operacional da “fazeção”.
- Agendamento e organização. Preparação do acontecimento das “fazeções”: definição dos materiais que serão utilizados, do local, da data e dos membros do grupo que irão participar.
- Experimentação. Acontecimento das “fazeções”, bem como a realização de registros em forma escrita e audiovisual.
- Reflexão e discussão. Avaliação das “fazeções” e dos registros realizados.
- Produção científica. Realização de produção científica e artística a partir do que reverbera das experiências de “fazeção”.
Indicadores, Metas e Resultados
O projeto busca, através “fazeções”, proporcionar discussões acerca da experiência artística, estética e educacional de modo a reverberar e movimentar os modos habituais de vida. Nesse sentido visa encontrar a comunidade em geral, principalmente através das escolas e centros comunitários. Além das “fazeções”, o projeto também almeja realizar a publicação das pesquisas e das propostas de “fazeções”, uma espécie de receitas de como fazê-las, através de revista produzida pelo grupo.
O projeto também almeja oportunizar um espaço de formação ativo, experimental e crítico através do agenciamento do pensamento e fazer da arte, da educação e da filosofia, para os estudantes da graduação e da pós-graduação dos cursos do Centro de Artes, assim como de outras unidades da UFPel e fora dela também.
Igualmente, o projeto busca promover o estudo, a reflexão e a experimentação de ações e atuações que envolvem um profissional de artes (bacharel e licenciado), tais como de um professor, artista, curador, mediador, produtor cultural etc. de modo a ampliar e intensificar a formação do estudante do Centro de Artes,
Ainda, em relação a estrutura curricular dos cursos do Centro de Arte da UFPel, o projeto busca vincular-se às atividades de mediação realizadas na disciplina de Mediação Artística: experiências poeticoeducativas.
O projeto também almeja oportunizar um espaço de formação ativo, experimental e crítico através do agenciamento do pensamento e fazer da arte, da educação e da filosofia, para os estudantes da graduação e da pós-graduação dos cursos do Centro de Artes, assim como de outras unidades da UFPel e fora dela também.
Igualmente, o projeto busca promover o estudo, a reflexão e a experimentação de ações e atuações que envolvem um profissional de artes (bacharel e licenciado), tais como de um professor, artista, curador, mediador, produtor cultural etc. de modo a ampliar e intensificar a formação do estudante do Centro de Artes,
Ainda, em relação a estrutura curricular dos cursos do Centro de Arte da UFPel, o projeto busca vincular-se às atividades de mediação realizadas na disciplina de Mediação Artística: experiências poeticoeducativas.
Equipe do Projeto
Nome | CH Semanal | Data inicial | Data final |
---|---|---|---|
AMANDA MARTINS DE ABREU | |||
CAROLINA CORRÊA ROCHEFORT | 12 | ||
FELIPE FLORENTINO DIAS DE OLIVEIRA | |||
LUANA REIS SILVINO | |||
LUANA REIS SILVINO | |||
MAIRA CAMARA NEIVA | |||
RAFAELA BARBOSA RIBEIRO |